Wicked Voice escrita por Becca


Capítulo 14
Primeira prova


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora para postar e fiquei muito contente com o número de reviews do último capítulo, embora o Nyah não esteja contando os reviews por capítulo eu os conto. Obrigada por lerem! Mas aqui está o capítulo.



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- Olá mamãe – Respondeu Susanné hesitando.

- Quanto tempo minha querida, como... Como você está crescida, se tornou uma linda mulher – Falou ela enrolando um dos fios de cabelos de Susanné. – Como foram todos esses anos?

- Horríveis – A resposta seca me fez encolher um pouco, tinha algum motivo para a filha falar tão secamente com a mãe do nada, que se assustou e tirou a mão de seus cabelos.

- Você ficou protegida, Susanné? – Ela fez sinal que sim e a mãe sorriu falso. – Protegida o suficiente para achar que pode tirar o talismã que eu te dei para sua proteção? – Ela gritou. Susanné continuou como estava, porém respondeu sem hesitar em nenhum momento.

- Você me protegeu mãe, e lhe agradeço por isso. Porém também existem pessoas que eu gostaria de proteger e ficaria grata se você entendesse isso, assim como você deu sua vida para me proteger, eu estou dando a minha para proteger Bill – Engoli a saliva em seco e fitei Susanné ao meu lado.

- Susanné... Mas ele, mas ele é humano. Isso seria um desrespeito ao sobrenome e a família Dupont – Completou a mulher, a risada de Susanné ecoou no salão.

- Não se preocupe com isso, porque eu sou Susanné Klevacius – Ela quase fez questão de soletrar seu sobrenome e sua mãe ficou com uma cara de tacho. – Vamos Bill, temos três provas para fazer – E me puxou para fora do salão.

- Aonde irão se realizar as três tarefas? – Perguntei, nós estávamos agora em frente à Torre Eiffel em plena luz do dia. Por incrível que pareça, ninguém notou nossa presença surpresa no local.

Susanné abriu o mapa e logo fechou com uma cara de quem não havia gostado.

- Eu devia saber que ele faria isso – Finalizou. – Os três monstros de Pierre, quando ele alcançou o nível máximo de poder, ou seja, o atual, ele mandou três subordinados procurarem por três criaturas invencíveis que ele havia escutado falar. Cada uma se encontra em uma ambiente diferente, por terra, mar e ar e como já disse, são invencíveis, eles só perderam para Pierre que os condenou para trabalharem ao seu lado, fazendo o que fez conosco – Suspirou com impaciência.

- Como chegamos até eles? – Perguntei sem saber o que falar exatamente. Susanné abaixou a cabeça e pareceu refletir.

- A primeira prova é por terra, o que me faz acreditar que... – Continuou refletindo e depois acordou em um estalo. – O Bosque de Bolonha, fica aqui em Paris mesmo. Só não tenho certeza de como chegaremos até lá.

- Daremos um jeito – Falei, ou melhor, menti. Eu não fazia à mínima ideia de como chegaríamos ao Bosque de Bolonha, lembrando do fato que gastamos o dinheiro com a passagem de avião e a mais o táxi, era tudo o que tínhamos, ou melhor, que Susanné tinha. Olhei o relógio e logo desviei meu olhar. – Ok, hoje é dia 23 de Dezembro e precisamos correr se quisermos que dê tempo para todas as tarefas.

Pense que dois alemães estão no meio de uma rodovia francesa procurando carona, estão sem dinheiro e principalmente que um desses é Bill Kaulitz. Então complete seu pensamento se foi fácil ou complicado arranjar uma carona para o Bosque de Bolonha. Se você achou que foi fácil, parabéns para você.

- C’est ne pas possible. On ne pourrait pas! – Reclamou Susanné comigo quando surgiu uma fã alucinada querendo nos oferecer carona. A menina fez cara feia com o comentário que Susanné havia feito e pareceu querer bater em seu rosto. – Ela é sua fã, é mais fácil ela levar você para sua casa do que para onde devemos ir. – Nous sommes désolés, à bientôt – Falou batendo a porta do carro de minha fã que já estava aberta.

- Você ficou louca Susanné? Ela estava nos oferecendo carona! – Falei alto, chamando a atenção das pessoas que passavam por ali. Ela nem pareceu me ouvir e ficou olhando os carros que passavam.

Isso até parar um caminhão enorme e vermelho sangue, Susanné muito “esperta” por sinal decidiu aceitar carona do homem, enquanto ela ia ao banco de acompanhante, eu tive que ir na carga. Muito interessante por sinal, adorava as curvas que o homem fazia com o caminhão.

Devemos ter demorado uns quarenta e longos minutos para chegar ao Bosque de Bolonha, quando descemos no Bosque, Susanné parecia estar sem paciência alguma, mas ainda sim agradeceu ao homem ou talvez, caminhoneiro que nos deu uma carona.

- Ele me fez perguntas o tempo todo e me deu seu telefone, falando que gostaria de me conhecer melhor – Apertei com toda a força o bolso da calça, um acesso de raiva tomou conta de mim e por inteiro. Já era de se imaginar que aquele homem asqueroso fosse falar algo do tipo, estava escrito em sua testa. Quem devia ter negado desta vez a carona era eu. – Me conhecer melhor? Devia estar brincando, eu perguntou tudo sobre minha vida, até parece – Senti-me um pouco mais aliviado, ela pareceu ter notado que tocou em um assunto que não tínhamos desde nosso abraço: amor.

Caminhamos pelo bosque e sinal algum de monstro por ali, era um lugar bastante bonito e cheio de verde. Exceto pelo Champ de Mars, no futuro eu não visto nada parecido, tão cheio de verde, se eu não estivesse com tanta pressa, com certeza pediria para dar uma parada para admirar o lugar melhor. Mas infelizmente o tempo nem isso me permitia, ele é traiçoeiro.

Rodamos todo o bosque e já estava ficando cansado para se dizer à verdade, Susanné não demonstrava emoção alguma por estar ali, nada falava e nem demonstrava, isso até sentar em um banco que encontramos no fim de toda a rota.

- Eu já vi esse lugar – Comentou. – Uma vez... Em um sonho... – Pareceu estar pensativa, mas continuou: - Era um tipo de pesadelo na verdade, não consigo lembrar-me bem, mas acontecia aqui... Só me recordo de um bebê chorando e o grito de uma mulher, e depois...

- E depois... – Tentei ajudá-la, mas querendo saber a resposta.

- O silêncio – Falou mirando o nada, como ela gostava de fazer muitas vezes. Encolheu os ombros e o vento jogou nossos cabelos pro lado.

- Nós rodamos todo o bosque, como vamos encontrar o monstro? – Perguntei mudando para um assunto ainda mais assustador, pelo menos para mim.

- Quando o bosque fechar.

- Quer dizer a noite? – Ela riu.

- Claro. Uma das coisas que Pierre aprecia é batalhas na escuridão, ele acha incrível os atos que devem ser feitos no escuro, toda precaução é pouca, então com certeza ele aparecerá quando for noite – Completou.

- Todos podem vê-lo? – Decidi perguntar, não seria nada legal que mais alguém visse, mas também seria bem estranho ver dois alemães, entre eles o vocalista de uma banda de rock lutando contra um ser invisível, poderia virar manchete de jornal... Venderia muito.

- Não, humanos não podem ver estes seres, eles pertencem ao meu mundo. Mas como você está em contato conosco, tem grandes chances de poder vê-lo, o que acho até bom – Susanné não me olhava nos olhos, parecia estar com medo.

- Está com medo Susanné? – Ela bufou e demorou alguns segundos para responder.

- Bill, eu não me considero uma feiticeira, mas sei que sou, porém não pratico magia como outros como os que você viu esperando para falar com Pierre. Eu meio que sou wiccana, muitos que estavam ali também são, mas somente para falar que pertencem a uma religião e porque acreditam na força da magia. Mas eu não sou assim. Digo, não sou cristã, mas também não sou wiccana, é algo complicado – Disse sorrindo. – Mas eu nunca entrei em uma coisa como essa, eu nunca enfrentei nada. Eu não tenho a mínima noção do que poderá acontecer, seus alguns feitiços até, mas não fui treinada para batalhas, simplesmente por viver afastada de tudo isso.

- Susanné, você tem o sangue do mago mais poderoso – Falei. – Você não será fraca, pelo menos alguma vez ter o sangue de seu pai correndo por suas veias poderá te ajudar.

- Pode ser, mas e se não acontecer? Não temos noção do que realmente nos espera, podemos imaginar, mas é tentar acabar com algo que apenas uma vez foi derrotado. Podem ser dias de luta até, nunca se sabe – Susanné abaixou a cabeça e parecia estar realmente com medo, não me sentia seguro vendo-a assim. – Pierre sabia que sua filha não tinha experiência de batalha, por isso ele nos deu essa prova. Ele não tem um coração bom, ele nunca o levaria de volta sem nada em troca, como decidi dar as caras em seu próprio teto, por dentro estava furioso, se descobrirem que sou sua filha, todo o poder que tem poder ir por água abaixo. E Pierre é ganancioso, só pensa no poder que tem.

- Nós iremos conseguir, nem que isso leve dias. Mas eu sinto que você conseguirá, eu posso tentar te ajud...

- Não! Bill, você está louco? – Ela falou agora me fitando. Eu conseguia ver a preocupação em seus olhos, o medo do que enfrentaríamos estava ali dentro. – Se nem eu sei como poderei derrotar aquilo, quem dirá você, um humano?

- Mas Susanné...

- Aqui é mais que uma prova, é um jogo... De vida ou morte.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Espero que tenham gostado e obrigada por lerem! @itsbeckyk



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