Wicked Voice escrita por Becca


Capítulo 13
Um portal pela Torre Eiffel




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Nós corríamos contra o tempo e a mão de Susanné se apertava contra a minha, ela estava gelada, mas não parecia ligar para a temperatura que estava fazendo ali. Minha respiração estava ofegante quando chegamos em frente à Torre Eiffel, diferente de Susanné que olhava o relógio.

- Deve abrir a qualquer hora, é meia-noite... Agora.

Eu não sabia bem como era aquilo, mas em baixo da Torre Eiffel, o mais ou um dos mais importantes pontos turísticos da França tinha um portal, se é que era realmente isso, embaixo de si. De dentro um homem vestido todo de branco saiu, sua aparência é como estivesse preso ali por anos e não demonstrou sentimento algum ao nos ver em sua frente.

- Nomes, por favor – Ele disse.

- Susanné Klevacius... – Ela me olhou por um instante, mas continuou. – Feiticeira e meu acompanhante, Bill Kaulitz, humano... – Então Susanné uma feiticeira? Eu devia ter suspeitado disso, ela sabia tanta coisa, mas ela não era uma bruxa má, não podia ser e eu sabia que não era, mas seu sangue continha o sangue do mago mais poderoso, era inevitável por mais que ela quisesse.

Ela assentiu e o homem saiu de nossa frente, dando passagem para o portal. Agora não era mais Susanné que segurava minha mão, era eu, apertava-a com força suficiente para quebrá-la, mas a mesma não parecia se importar com isso.

Fomos parar em um lugar completamente estranho, havia uma fila imensa, pessoas com roupas estranhas e aparências mais ainda, pelo menos para um humano como eu.

- Susanné, onde estamos? – Sussurrei para ela.

- Em baixo da Torre Eiffel existe um portal que é aberto de doze em doze horas, ele nos trás até aqui, onde meu pai geralmente ouve os pedidos dessas pessoas. Por ser muito poderoso, as pessoas vem até aqui pedir que lhe ajudem, mas sempre é só bruxos, magos e etc. Você deve ser o único humano aqui. E por trás daquela porta imensa – Olhei para a porta de madeira nova, havia um brasão, provavelmente o brasão da família. – É onde se encontra minha mãe e Pierre.

- Susanné, Klevacius é o sobrenome materno ou paterno? – Sua risada ecoou.

- Meu nome verdadeiro é Susanné Dupont, que é o sobrenome de meu pai. Mas como minha mãe queria me ver segura, meu sobrenome foi mudado para Klevacius, assim ninguém saberia que eu tinha parentesco algum com Pierre Dupont – E pareceu refletir. – Se surpreendeu né?

- Do que está falando?

- Não sabia que eu era uma feiticeira? – Fiz que não. – Bem, é algo que eu não tenho muito orgulho de ser, se é que me entende. Porém é algo que eu não posso mudar infelizmente, mas não pense que eu fico praticando magia, jogando feitiços não... Na verdade, eu sou uma feiticeira bem bobinha comparada a muitos.

- Quanto tempo teremos de esperar?

- Não faço a mínima ideia, muitas vezes demora bastante, por isso que o portal se abre apenas de doze em doze horas. Vamos sentar, irá demorar, tenho certeza, quando chegar a nossa vez, nossos nomes soaram bem alto – Concordei e nos sentamos no chão.

Nossas mãos já não estavam mais juntas, mas eu queria poder segurá-la. Susanné estava com cara de sono, pois não havia dormindo durante o voo e por estar sem o talismã, demonstrava cansaço também.

- Pode por a cabeça em meu ombro – Eu disse.

- Não precisa, não estou cansada – Mentiu.

- Apenas coloque – Falei encostando sua cabeça em meu ombro. Ela se aconchegou mais e eu segurei sua mão que tremeu ao fazer isto, mas não negou.

Eu estava ali, com Susanné Dupont ou Klevacius aconchegada em mim, segurando sua mão, esperando sermos chamados para falar com Pierre Dupont, o mago mais poderoso do mundo, para me ajudar a voltar ao passado e tínhamos passado por um portal embaixo da Torre Eiffel. É engraçado, nenhum mortal qualquer acreditaria nisso.  

Entramos pela porta e o que vi primeiramente foram duas pessoas sentadas em grandes cadeiras com detalhes de ouro e nossos nomes soaram sobre aquele salão: Susanné Klevacius, feiticeira e seu acompanhante, Bill Kaulitz, humano.

- Vai dar tudo bem – Disse Susanné segurando minha mão com força, estremeci por esse ato.

Os olhares foram direcionados a mim quando a palavra “humano” soou, Pierre era pior do que eu imaginei. Seu rosto estava sério e a mulher ao seu lado se demonstrou surpresa, ela colocou a mão em seu coração e abriu a boca, mas nenhuma palavra falou. Eu evitava olhar Pierre que me fitava, ficamos em silêncio total até ele falar:

- O que você quer aqui Susanné Klevacius? – Sua voz era mais grossa do que eu também imaginava e não vi emoção alguma em seu rosto.

- Este é Bill Kaulitz, um amigo meu – A senhora ao seu lado soltou um curto grito e fino e ficou olhando o talismã em meu pescoço, com certeza aquela era a mãe de Susanné, a reação de ver o talismã que havia dado para proteger sua filha no pescoço de um “amigo” dela não devia ser agradável. – Sua família está condenada a ter pactos com domadores de sonhos e a alma de Bill presenciou uma das reuniões dos domadores de sonhos. Bem, ele fez um pacto com um domador de sonho e este tempo para ele é o futuro e a cada segundo que ele passa aqui, está se esquecendo de seu passado e eu o estou ajudando a voltar para seu tempo, mas está sendo uma tarefa árdua...

- Por que seu querido amigo não é batizado? – Cortou Pierre, seu tom de voz continha sarcasmo e eu sabia disto.

- Bill não acredita em Deus, Pierre. Assim, não batizado, diferente de seu irmão gêmeo que por escolha própria se decidiu batizar aos dez anos de idade – Ela completou. – Precisamos que o senhor, por favor, nos ajude. Bill tem que voltar ao passado, ao seu verdadeiro tempo.

- Por que o passado te interessa tanto senhor Kaulitz? – Ele perguntou não tirando os olhos de mim.

- Como eu posso viver sem saber quem são as pessoas que andam comigo? Como posso viver sem saber o que fiz há alguns anos, como consegui a chegar a algum lugar, eu nunca saberei por mim mesmo, é como ter tudo apagado. O passado é importante porque eu quero viver todos os momentos felizes e de tristeza de minha vida, sabendo aproveitar cada um... – Respondi. Pierre riu de minha resposta.

- Pierre, pelo menos alguma vez, tenha compaixão de sua filha – Susanné falou.

- Susanné... – A mulher ao seu lado falou espantada.

- Mãe, o passado não é só importante para Bill, eu também quero que ele volte ao passado, isso também é importante para mim.

- Pierre... Por favor... – A mulher disse, ele fez um sinal como “basta” ou “já chega”.

- Está bem eu faço... Mas com uma condição... – Não deu nem tempo para poder me contentar com sua resposta e ele já se aproveitava de nossa situação. – Darei para vocês dois três provas em diferentes locais, por terra, por ar e por mar. Se conseguirem chegar até mim, vivos até o dia primeiro de janeiro, farei com que o senhor Kaulitz volte para seu tempo.

- Quais são as três provas? – Perguntei, a mão de Susanné se apertou contra a mim.

- Está tudo escrito aqui – Ele falou surgindo de seu punho o que parecia ser um pergaminho e ele voou até as mãos de Susanné. – Não abra ele, apenas quando sair daqui. Isso é tudo.

- Pierre... Será que eu... Só um minuto a sós com ela? – Implorou a mulher segurando a mão do homem. – Só um minuto... – Ele bufou.

- Não mais que isso – Pierre se retirou e caminhou para uma porta que se abriu automaticamente quando ele chegou perto.

Enquanto isso a mãe de Susanné se levantou de sua cadeira e veio andando rápido até nós, seu olhar estava vidrado em sua filha agora...

- Filha...


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo eles já vão a busca da primeira prova e não darei muitos detalhes aqui na nota, só digo que foi algo bem difícil de escrever para mim e eu me esforcei ao máximo, espero que gostem desse capítulo e obrigada por lerem! @itsbeckyk xx



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