— Você vai pra fora de casa! Não aguento mais você aqui sua praga, você nem deveria ter nascido – falou a mãe de Kurt

Ao ouvir tais palavras a única coisa que se passava em sua mente, era o quão patética e sem sentido era sua vida, assim que ele acabou de arrumar suas coisas, saiu de casa, sem sequer olhar pra trás, ele foi caminhando por um tempo até que resolveu parar embaixo de uma ponte, ele jogou sua mochila num canto e se sentou por lá, pois havia começado a chover.

Ele observava tudo ao seu redor, pessoas indo de um lado pra outro, tentando encontrar um abrigo da chuva, levou um susto quando escutou algo perto de si, quando se virou viu um gato branco com algumas manchas pretas, não hesitou em pega-lo, enquanto a chuva caía ele tinha em seu colo uma companhia, mesmo que por pouco tempo.

Underneath the bridge

(Debaixo da ponte)

The tarp has sprung a leak

(Apareceu um rasgo na lona)

And the animals I've trapped

(E os animais que capturei)

All become my pets

(Todos se tornaram meus bichos de estimação)

And I give them enough of grass

(E eu dei a eles grama o bastante)

And the drippings from my ceiling

(E o teto está gotejando)

It's ok to eat fish

(Tudo bem em comer peixe)

'Cause they don't have any feelings

(Pois eles não têm sentimentos)

Quando a chuva passou, lá estava ele, seu amiguinho já o havia deixado, ele se sentia como se em cada lugar que ele fosse estaria atrapalhando alguém, se sentia verdadeiramente rejeitado, todos o jogavam de lado como se fosse um pedra no caminho.

Something In The Way

(Algo no caminho)

A início não pretendia ficar lá, mas acabou ficando já que imaginava que lá seria um lugar onde não iria atrapalhar ninguém com sua presença, mesmo sentindo que o simples fato de sua existência já incomodava a alguém, a si mesmo. Ele então começou a fazer desenhos e rabiscos na parede, até que começou a escrever algo, que pra muitos que vissem achariam maior idiotice de mundo, mais para ele cada palavra guardava um emoção, um sentimento, estava ele escrevendo algo que nem ele mesmo sabia direito o porque de estar fazendo-o.

Underneath the bridge

(Debaixo da ponte)

The tarp has sprung a leak

(Apareceu um rasgo na lona)

And the animals I've trapped

(E os animais que capturei)

All become my pets

(Todos se tornaram meus bichos de estimação)

And I give them enough of grass

(E eu dei a eles grama o bastante)

And the drippings from my ceiling

(E o teto está gotejando)

It's ok to eat fish

(Tudo bem em comer peixe)

'Cause they don't have any feelings

(Pois eles não têm sentimentos)

Ao concluir se encostou em um cantinho e tentou se esquentar com um agasalho que havia colocado em sua mochila, e por fim adormeceu.

Passou-se dois dias, e sua tia o encontrou, e o levou pra sua casa onde lá ela cuidou dele, como ela era de certa forma relacionada ao meio musical, possuía um violão, uma guitarra e uma caixa de som, assim que Kurt avistou aquele instrumentos queria logo tocar, pegou o violão e mesmo sem saber o que estava fazendo, ficava feliz por estar fazendo “barulho”.

Something In The Way

(Algo no caminho)

Sua tia ficou impressionada, ao ver a empolgação e empenho que ele possuía em tentar tocar, algumas vezes ele conseguia fazer algumas notas, e pensou consigo “Esse ai nasceu pra isso”, e então o deixou lá com o violão tentando ver se sairia algo. Depois de dias tentando e com apoio de sua tia conseguiu fazer uma melodia, mas faltava algo, a letra, que na verdade estava escrita em naquela parede debaixo da ponte...

Something In The Way

(Algo no caminho)