Havia uma floresta densa, sinuosa e verde. A grama era bem aparada e continha algumas plantinhas coloridas que dava vida aquela paisagem. O céu estava azul e continham algumas nuvens que encobriam o sol, e deixavam a paisagem ligeiramente sombria.

   Rubens assoviou e andou até a grama pegando uma florzinha que ameaçava voar com o vento forte. Bernardo continuava na posição “machão”, e às vezes olhava para meu irmão rindo com os outros. Uns “especiais”, até arriscavam dar uns sorrisinhos tímidos, riam, mas paravam na hora que os guardas olhavam feio.

- Onde estamos indo? – perguntei a Bernardo.

- Você verá. – disse ele sem delongas.

   Assenti. Recomeçamos a andar e entramos em uma trilha no meio da floresta. Havia arbustos com espinhos para todos os lados, frutas exóticas, árvores maravilhosas... O único barulho que ouvíamos, era o barulho dos galhos quebrando sobre a sola de nossos pés, e das armas batendo na cintura dos guardas.

   A trilha se abria mais na frente e deixava o sol bater em nossos corpos frios. A brisa leve que bateu em meu corpo, deixou meu cheiro impregnado em sua roupa. Não que meu cheiro fosse ruim, mas era muito...  peculiar.

   O sol bateu no rosto de Bernardo. Ele olhou para mim sorrindo, e pude jurar ver de relance, um brilho azul claro piscar no fundo de seus olhos. Pisquei algumas vezes e quase cai quando tropecei em uma raiz que estava saliente. Bernardo riu pegando em meu braço e me firmando novamente. Senti meu rosto esquentar e abaixei o rosto agradecendo baixo.