Hidden escrita por jduarte


Capítulo 16
Irritada


Notas iniciais do capítulo

gente, preciso dizer que eu amei os reviws? Não né? Foram perfeitos! Beijooooos,
Ju!



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   Eu tive que pensar muito bem antes de falar alguma coisa. Tinha certeza absoluta de que, se eu abrisse a boca agora, iria sair algo desconexo, ou conexo demais pro meu gosto.

- Bom dia. – disse Bernardo quando eu fiquei em estado de choque por alguns minutos.

- B-bom di-dia. – gaguejei feito uma idiota. Meu rosto corou e eu fiquei brincando com a ponta dos dedos.

- Então... – ele tentou puxar assunto.

- Porque eles estão sacrificando minha espécie? – perguntei olhando pela primeira vez em seu rosto.

   Seus machucados estavam praticamente curados, a não ser pela linha que continha pontos de sua boca. Seus olhos estavam meio inchados por uma noite ruim de sono, presumi, mas mesmo assim, todo arrebentado, ele não perdia o charme.

   Bernardo mordeu o lábio inferior – no lado que não estava com os pontos -, meu coração se acelerou ao máximo e eu tive que virar para o outro lado antes que falasse alguma besteira do tipo: você é o homem mais bonito que eu já vi em toda minha vida!, ou talvez fizesse algo pior como beijá-lo.

   Apesar de não estar mais olhando para o rosto de Bernardo, podia sentir seu sorriso na minha nuca, e isso não era bom, pois fazia com que eu me arrepiasse inteira. Isso definitivamente não era ruim, mas era intimidador do tipo quando a pessoa dá uma risada malvada e diz: eu posso fazer você se apaixonar por mim com um só olhar.

   E isso me deixava perto do perigo. Não sei porquê diabo disse que isso deixava-me perto do perigo, mas sei que deixava. E muito perto!

- Você não entenderia. – disse ele meio frio.

   A raiva tomou conta de mim. Eu sorri cinicamente, cruzei os braços em cima do peito, e tentei reprimir a vontade de lhe socar ou mostrar o dedo do meio.

- Porque, claro, eu sou a próxima da fila não é mesmo? – perguntei irritada olhando nos seus olhos que agora, por causa da acusação ou da insinuação, haviam virado sólidos como rocha. Abracei meu irmão que havia dormido em meu ombro.

- Você é louca? – rebateu Bernardo sussurrando já que alguns dos especiais haviam se virado para nos olhar. – Você não será a próxima. Nem seu irmão. – finalizou ele tomado pela fúria.

   O assunto acabou ali e ficamos nos encarando por um longo momento, até que a temperatura da nossa “bolha” esfriou, e eu corei ao perceber que ele me analisava.

- Guardas! – berrou um homem lá na frente. – Sentido!

   Eu tive que rir dessa. Sentido? Oh, Deus! Quantos anos ele têm? Dois? Ah, me poupe!

- Algum problema? – perguntou o homem.

   O encarei revirando os olhos. Eu ri mais um pouco, e balancei a cabeça negativamente.

- Nenhum. Por quê?

- Acho que a hora de um oficial falar, deve ser respeitada. – exigiu ele. – Bernardo, controle o seu prisioneiro! – berrou o homem no ouvido dele.

   Bernardo não pareceu nem um pouco incomodado, e quando todos entraram e só nós dois ficamos lá fora, Bernardo sorriu cinicamente para a porta que o oficial tinha passado, e fez uma careta engraçada. Logo após, para minha surpresa, mostrou os dois dedos do meio para a porta, e colocou a arma descarregada do lado do corpo.

- Vamos? – perguntou ele.

   Eu ri e assenti. Ele com certeza era uma boa pessoa, mas as vezes me tirava do sério!

- Vamos. – concordei. – já arrumei encrenca demais a você.

- É. Isso você têm razão. Já apanhei ontem, quase estouraram meus tímpanos hoje... o que mais você vai aprontar para meu lado? – perguntou ele dramaticamente.

- Quem sabe uma guerra de comida?

   Ele riu seco e sem humor. Eu revirei os olhos.

   Entramos em uma porta alta e larga. Havia apenas uma janela que dava para ver o que acontecia lá, e uma delas estava rachada.

   Os guardas apontavam suas armas em direção a cabeça dos prisioneiros, e eles comiam uma comida – que podemos chamar de – decente.

- Isso é ridículo! – eu me exaltei um pouco e meu irmão se remexeu em meu colo acordando.

- O que é ridículo? – perguntou ele coçando os olhinhos inchados de sono.

- Nada, meu amor. – eu respondi dando-lhe um beijinho na testa. E ele bocejou em resposta.

- Tô com fominha. – anunciou passando a mão na barriga que roncou.

   Eu ri junto com Bernardo, e, para a surpresa de ambos – eu e Bernardo -, Rubens esticou as mãos para Bernardo pedindo... colo? Ele pegou meu irmão meio desajeitadamente de meus braços fechados, e segurou-o com medo de deixar cair. Tão forte, que Rubens fez uma careta.

- Calma! Você não vai o deixar cair! – disse eu rindo fraco, e tocando seus ombros, fazendo-o relaxar, e eu arrepiar-me mais do que estava. Virou rotina ele me arrepiar com um simples toque?, perguntei a mim mesma.

   Pigarreei tentando deixar a voz mais estável do que o fiasco que estava, e concluí:

- Afinal, se ele cair, vai se recuperar bem rápido.

   Yana tocou meus cabelos, e passou a mão no ar. Naquele momento, queria ser Rubens. Sentir os braços dele em volta de meu corpo, beijando o topo de minha cabeça... E tudo o que eu queria sentir, começou a se formar no vento.

   Primeiro surgiram os olhos de Bernardo, e eu balancei as mãos afim de desfocar a visão que acabava de se formar. Graças aos céus, ninguém viu. Bem, talvez uma ou duas pessoas no máximo, mas tenho certeza de que isso não sairá desse castelo! Eu espero!


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado! Foi mal pelo capítulo pequeno, mas é que senão estragaria a surpresa!
Beijosss,
Ju!