Hidden escrita por jduarte


Capítulo 12
Mortificada


Notas iniciais do capítulo

genteeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee, MEU DEUS!, EU AMEI OS REVIEWS QUE VCS DEIXARAM! Chorei!
Enfim, vamos deixar a melação para lá e começar a ler! Bora meus ávidos leitores!
Beijooos,
Ju!



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   Desde o pequeno – grande – incidente com Rubens, há alguns minutos atrás, Bernardo pareceu frio. Não que ele não seja, mas esperava algo diferente dele. Sabe? Mais... compreensivo. Mas, o que eu estava pensando? Ele é só mais um que pensa ser o cérebro daqui. Coitado. Mal sabe que não é nem um dedo!

- Camila? – perguntou Bernardo indo ao meu lado. Ele tocou de leve meus ombros e eu estremeci. Não sei bem porque, mas aconteceu. O olhei com tamanho desdém, que desejei ter visões de raio lazer para parti-lo em pedaços.

- O que? – perguntei seca e meu irmão botou as mãos na boca arregalando os olhos. Quase gritava: meu amigo, mais um passo e você já era!

   Bernardo deu de ombros e apontou para a porta.

- Gostaria de fazer as honras?

- Como?

- Abre a porta. – traduziu ele.

- Não, muito obrigada. Eu passo a vez. – respondi abaixando a cabeça.

   Tudo o que eu fiz desde que cheguei aqui, foi fazer burradas estúpidas! Nem acerto mais em quem é confiável e quem não é! O que deu em mim de pensar que Bernardo, um guarda egoísta e em um estado de ego inflado mais do que os outros, estava sendo legal comigo porque realmente, ele viu mais do que um pedaço de carne mutante? Ah, me poupe! Era mais fácil dizer que o Coringa é bom, e realmente se acreditar nisso!

- Ok. – disse ele abrindo a porta e deixando-nos de boca aberta.

   A parte de dentro do castelo era muito, mas muito bonita. Havia um lustre de ouro meio lascado pendurado no teto, castiçais iluminavam a sala que, mesmo sendo de dia, ainda ficava relativamente escuro ali dentro. Havia um tapete branco gigante que tomava uma parte da sala e era feito de... pele de urso polar!

   Lágrimas vieram aos meus olhos e ao relembrar os vídeos de sacrifício para eles fazerem esse tipo de tapete, meu estômago se agitou dentro de mim, e eu tapei a boca vomitando atrás de uma moita que tinha ali. Limpei a boca, e olhei para Rubens que estava me olhando meio chocado.

- O que foi? O que aquele ursinho tá fazendo ali deitado? – perguntou a mim.

   Um dos especiais, uma mulher baixinha e roliça, olhou para mim amavelmente, e eu percebi que escorria um filete de sangue de sua sobrancelha grossa.

   Mais lágrimas vieram aos meus olhos. E se fizerem isso comigo? Ou com meu irmãozinho? Isso só pode ser um pesadelo! Só pode!

- Ele tá dormindo. Nada mais, meu Anjinho. – sussurrei abraçando seu corpo frágil e o tirando do chão. Rubens passou as pernas pela minha cintura, e eu segurei sua cabeça junto ao peito, para que ele não tivesse que presenciar aquela cena horrível.

   Eu não conseguia olhar muito mais a frente, pois a visão estava embaçada por causa do choro, mas tentei fazer a voz parecer normal.

- Onde ficaremos? – perguntei falhando e deixando a voz ficar um fiasco.

- Oitavo andar, quinta porta à esquerda. – respondeu um outro guarda sem nos olhar.

   Não esperei perguntarem o que havia acontecido comigo. Só segui as instruções e abri uma porta de ferro com força. Bem, pelo menos tentei. Ela era muito pesada, e com a algema, tudo ficava mais difícil. Um soluço invadiu meu peito e não o tentei reprimir. A dor era demais para ficar guardada.

- Calma! – ouvi alguém sussurrar tentando me acalmar perto de meu ouvido e tocar meus ombros. Bernardo pegou a chave que estava pendurada em seu pescoço, e abriu a porta com um estalo alto.

   Engoli o choro rapidamente, e entrei ainda sem soltar meu irmão que agora se agarrava em mim. O quarto, era nada mais, nada menos do que três camas, um banheiro – relativamente – limpo, e uma janela com grades grossas de ferro. Parte de mim sabia que, se eu um dia, estivesse no meu limite, podia quebrar facilmente essas grades, e fugir.

- Você está bem? – perguntou Bernardo falsamente preocupado.

- Pode parar de fingir. – rebati grossa deitando meu irmão em uma das camas, e dando-lhe um beijo. Ele fechou os olhos e deixou-nos a “sós”.

- O que? Quem disse que eu estou fingindo alguma coisa? – ele se exaltou.

- Eu estou lhe dizendo que você se exaltou! – reprimi a vontade de gritar.

- Ah, é? E eu sou o louco depois! – disse ele mais para si mesmo.

   Ao ouvir essa última frase, meu sangue subiu a cabeça e eu fiquei total e literalmente louca da vida!

- Você me chamou de quê? – gritei.

   Nesse momento, meu irmão se levantou abraçando minha cintura, e Adam colocou a cabeça para dentro do quarto.

- Alguma coisa errada, gente? – ele perguntou animado. Quando viu minha cara carrancuda, mordeu o lábio inferior e exclamou: - Oh-ou! O que aconteceu aqui?

- Nada. – respondi por Bernardo que ameaçava abrir a bocona para falar.

- Vocês precisam conversar ou algo assim. – afirmou Adam coçando a nuca.

- Não. – eu disse no mesmo tempo que Bernardo disse: “Sim!”

- É claro que preci... – Bernardo tentou falar, mas eu o interrompi bruscamente.

- Ele já está de saída. Não precisa se preocupar.

   Ele me olhou estarrecido. Tá olhando o que? É, eu disse isso mesmo, mongol! Essa era a frase que eu tinha vontade de falar em sua cara. Ou melhor, berrar em sua cara.

- Não eu não estou! – gritou ele antes que eu pudesse dizer algo.

- Você está sim. Ah, - eu completei direcionando-me para Adam que estava parado sem falas. – está sobrando uma cama.

   Ele piscou algumas vezes recobrando o bom senso e parou de nos encarar.

- Ãhn? O que? Ah! Ok. Sua companheira de quarto já está subindo. – disse ele simplesmente e saiu deixando: eu, Bernardo e Rubens em um silêncio desconfortável.

   Eu o interrompi com um pigarrear.

- Acho que você não se importaria de ir embora. – disse eu para Bernardo. Ele ainda me olhava estarrecido. – Pois é. Parece que as aparências enganam.

   Bernardo olhou-me e como um clique, sua memória clareou.

- O que? Você só pode estar brincando comigo! – murmurou ele sem entender.

- Não. Acho que eu já tinha entendido tudo certinho. Desde o inicio, mas... como eu disse, as aparências enganam.

- Mila...

   Meu coração deu um salto no peito. Ninguém, a não ser da minha família me chamava de Mila. Ou melhor: ninguém, a não ser Rubens me chamava de Mila.

- Por favor... só vá! – exigi fungando e empurrando – ou pelo menos tentando – a bela figura nomeada Bernardo que estava à minha frente. Ao encostar em seu braço, e sentir aqueles músculos por baixo da T-shirt preta, foi difícil resistir ao ímpeto de apertar e murmurar: Uau! Belos músculos!

   Ele deu uma única olhada para mim com aqueles olhos de Golden Retriver pidão, e saiu sem dizer nada.


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Notas finais do capítulo

AAAAAAAAI GENTE!!!! Foi mal, mas eu AMO DEMAIS o Bernardo! Sérioooooo!
Enfim, espero que tenham gostado, hein!
Beijooooos,
Ju!