A Aposta escrita por Noblesse


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

oi gente! Eu mudei a sinopse, gostaram? A antiga estava meio...chata. =S
well, como toda sexta-feira, aqui está mais um cap. E CADÊ O POVO QUE ESTAVA LENDO??
Foram abduzidos! =O socorro!!!
*corre*



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Bob ficou extremamente pálido depois que voltou pra cadeira e isso me preocupou.

− Bob, você está bem?

− Não...

− O que você está sentindo?

− Dor de cabeça, meu estômago está embrulhado, e tá tudo girando e... − Bob correu novamente pra lata de lixo.

− Vem, Bob, vamos pro banheiro. Vou te dar um banho, você vai tomar o remédio e eu vou fazer alguma coisa bem leve pra você comer. − Passei um braço pelas costas dele e puxei seu braço esquerdo por cima do meu ombro, arrastando-o até o banheiro dos garotos.

Bob sentou-se no chão, de frente para o vaso, enquanto eu corria para o quarto dos garotos e pegava roupas novas para ele. Tive que dar banho no meu próprio irmão, foi meio ridículo e constrangedor, mas eu não me importei no momento. Eu estava muito mais preocupada com ele, porque Bob já passou mal daquele jeito e quase foi parar no hospital. Só de pensar no meu irmão num hospital, com uma...agulha nas veias...ugh, eu estremeci só de pensar na cena.

Deitei-o na cama, subindo o travesseiro e colocando um balde ao lado caso ele passasse mal de novo.

− Bob, eu vou buscar um copo com água pra você tomar o remédio. Depois você vai ter que comer alguma coisa.

− Ah, não... − Bob fez uma careta.

− Vai comer sim. E não me faça te obrigar! − Dei um beijo em sua testa e saí.

***

− Como ele está? − Gerard adentrou a cozinha.

− Passando mal, senhor eu-tenho-nojo-de-vômito Way.

− Não posso fazer nada...

− Poderia ao menos me ajudar. Faça um suco pra ele enquanto eu tento lembrar onde deixei o remédio...

− Na sua mão.

− Hã?

− O remédio. Tá na sua mão.

− Ah... Obrigada. − Sorri e abri um armário pra pegar um copo.

− Cara... Você está linda hoje. − Gerard aproximou-se de mim, sussurrando na minha nuca.

Virei-me para ele num pulo, quase deixando o copo cair e sentindo meu rosto arder consideravelmente. Gerard deu um leve sorriso e encostou seus lábios nos meus levemente. Abri a boca para perguntar algo, mas ele foi mais rápido.

− Sim, eu bebi ontem. E eu sei... Estou cheirando a cerveja. Mas eu não bebi muito, eu juro. Vou tomar um banho. − E ele sumiu da cozinha, deixando-me um pouco tonta. Eu nem ia falar isso!

***

− Toma, Bob. − Entreguei o remédio para ele. − Agora bebe. Tudo, viu?

− Cara, você tá parecendo a minha mãe!

− Eu tenho que parecer, não é? Com um irmão tão irresponsável, um pai em Londres e eu sendo a única mulher... Precisei ser sua mãe desde os meus 14 anos. E, vejam só, a culpa disso tudo foi minha... − Sorri sem humor.

− Você está sendo muito rígida comigo e consigo mesma. Não sou irresponsável, eu apenas queria me divertir. Estamos de férias, oras! E a culpa disso não é sua. Mamãe não morreu por sua causa, você sabe. − Bob sentou-se, fazendo sinal para que eu o acompanhasse.

− Pode até ser... Mas você continua sendo irresponsável. − Abracei-o carinhosamente. − Bem... O Gee não fez o suco que eu pedi, o almoço já deve ter esfriado e você ainda não comeu nada...

− O que você fez?

− Salada, ervilhas, arroz e... molho de frango! − Os olhos de Bob brilharam.

− Molho de frango? Com tudo?

− Com tudo. Quer que eu traga um pouco?

− Se eu agüentar comer...

− Claro que vai! − Sorri. − Então eu vou trazer arroz, molho de frango e ervilhas, está bem?

− Aham. E eu posso ir lá pra fora? Não vou agüentar ficar aqui dentro quando está um dia lindo lá fora.

− Aiai, Bob... − Rolei os olhos. − Vamos lá pra fora então.

***

Bob era um irmão e tanto. Desde que eu me entendo por gente ele estava do meu lado, me ajudando e rindo de mim nas horas estúpidas. Ele me ensinou a andar, a usar a bicicleta sem rodinha, a mascar chiclete sem engoli-lo depois, a jogar futebol, a xingar, a paquerar... e ele até me ajudou quando eu comprei maquiagem pela primeira vez!

Aquele dia foi legal... Nós estávamos no shopping procurando um presente pro papai. Ele viajaria para Londres na semana seguinte e nós ficaríamos com a nossa avó em Chicago. Eu tinha 12 anos e ele 13, e estávamos seguindo para uma lanchonete quando eu vi o estojo de maquiagem. Acho que meus olhos brilharam no momento, e brilharam tanto que Bob percebeu, entrou na loja e comprou-o pra mim.

Quando nossa avó morreu, eu tinha 13 anos e Bob 14. Uma tia nos levou para Londres, mas nós não nos adaptamos e Bob fez um acordo com meu pai: nós escolheríamos uma cidade perto de New York, moraríamos lá e iríamos para Londres nas festas.

Felizmente a cidade escolhida foi New Jersey e nós passamos a morar sozinhos aos meus 15 anos. Antes disso nós dividíamos a casa com uma prima, que foi para a Universidade de Nova Iorque. Bob sempre me ajudou com tudo; a aparente exclusão social, meus problemas de auto-estima, minhas doenças repentinas, as brigas com o papai, minhas idéias estúpidas, minhas aulas de boxe (que aliás eu recomeçaria em Agosto), enfim, tudo! Até mesmo meus “acidentes” dentro de casa (ficar menstruada e não ter absorvente, por exemplo).

Eu também sempre estive ao lado dele. Quando ele levou um fora, quando ele foi humilhado na frente da “elite”, o pequeno problema com drogas, o primeiro emprego para poder comprar a bateria (eu também comecei a trabalhar na época e dava todo o meu salário para ele), a primeira bebedeira, a primeira ressaca...tudo.

Nós nunca escondemos nada um do outro. Quando Bob viu um filme pornô pela primeira vez ele me contou e, para me irritar, quis contar os detalhes. Ele acabou com um olho roxo, porque eu gritei para que ele parasse e tentei tampar os ouvidos, mas ele falou muito mais alto. Também foi engraçado. Foi a primeira e única vez que eu bati nele, e eu me senti tão mal depois que comecei a chorar e me tranquei no quarto pelo resto do dia. Fiquei tão sem graça com ele que nós não nos falamos até a mancha roxa desaparecer.

***

− Hey, Bob, você já está melhor? − Mikey sentou-se ao lado de Bob.

− Aham. Sarah me deu um remédio. − Bob voltou a comer.

− Estão todos de ressaca, Sarah. − Mel aproximou-se de mim. − Acho que  eu nunca vou beber na minha vida. Imagina, ficar mal humorada, lerda e com a cabeça quase explodindo? Nem pensar...

Não pude deixar de rir com a cara dela, a preocupação estampada nos olhos.

− Esses loucos bebem demais, Mel. Quando você tiver idade vai poder beber, mas em poucas doses para não ficar como eles. − Apontei com a cabeça para Lolli deitada ao lado da piscina, Frank com a cabeça jogada sobre a mesa e Ray roncando na rede. − Falando neles... Cadê o Gee?

− Gee?

− É meu apelido, não é? − Gerard apareceu sorridente, sentou-se ao meu lado e beijou-me carinhosamente. Mel e Mikey abriram largos sorrisos e Bob ficou estático como uma pedra.

− Está tudo bem, Bob?

− Eu vi direito? Vocês se beijaram?

− Sim... − Corei enquanto Gerard beijava-me novamente.

Eu não esperava pela reação dele. Bob ficou parado, olhando para mim, talvez incrédulo ou então sem graça. Só sei que eu fiquei muito desconfortável. O que foi? Ele não queria que o Gerard ficasse comigo? Ele estava com ciúmes? Com raiva por eu não ter contado? Eu não sabia, porque a expressão dele era ilegível.

− Bem... Então seja bem-vindo à família, Gerard. Nunca pensei que veria vocês dois juntos. Estou...feliz. Um pouco assustado, meio atônito, mas muito feliz. − Bob sorriu, beijou meu rosto e depois cumprimentou Gerard.

Tudo bem...Por essa eu não esperava. Alguém me ajuda porque eu morri, dei uma passadinha no inferno, o diabo tentou agarrar minha mão e então eu voltei pro céu por teletransporte. Uhul, foi uma viagem e tanto! Acho que eu deveria agarrar meu irmão agora e abraçá-lo e beijá-lo até ele implorar para que eu o soltasse.

E não foi o que eu fiz?

− Ah, Bob, eu te amo!! − E eu o agarrei, o abracei e o beijei até ele começar a gritar.

− Sarah, você tá me dando medo! Solta, sai de mim!! Gerard, me ajuda aqui cara!!

Mas ninguém foi ajudar. Todos estavam gargalhando com a cena.

***

O relógio já marcava 4 da tarde, aquela casa estava silenciosa e realmente chata. Ray, Frank, Bob e Lolli estavam dormindo, cada um em um canto da casa. Mikey e Mel estavam passeando pela fazenda à cavalo. E Gerard e eu estávamos deitados na rede, em silêncio, observando os pássaros.

− Vamos fazer alguma coisa?

− Que tipo de coisa?

− Não esse tipo, sua pervertida. − Gerard riu. − Vamos ver um filme, comer brigadeiro com sorvete, ir na piscina, sei lá...

− Quero brigadeiro. Com sorvete. E depois a gente sai pra passear, serve?

− Claro. − Gerard pegou-me pela mão e fomos para a cozinha. − Eu faço o brigadeiro.

− Tá legal...

A cozinha não era enorme, mas tinha espaço suficiente para um balcão ocupando duas paredes, vários armários, um fogão, uma geladeira e uma mesa de 4 lugares. O piso lembrava uma casa antiga, era xadrez, e os móveis todos eram num tom meio creme, com exceção da mesa, que era de uma madeira meio dourada.

Sentei-me no balcão perto da pia enquanto Gerard pegava o leite condensado, o chocolate e a manteiga. Ele parou por um instante, olhando-me, e eu corei com o olhar dele.

− O que foi?

− Você está... − Gerard aproximou-se de mim, sussurrando em meu ouvido esquerdo. − Tentadora.

Eu deveria ficar assustada? Se a resposta for sim, eu estava completamente maluca, porque eu simplesmente puxei-o para perto e beijei-o. Gerard puxou-me pela cintura e depois me segurou pela nuca com uma das mãos. Entrelacei meus dedos no seu cabelo enquanto ele beijava-me com vontade. As coisas esquentaram, não? Tivemos que nos separar para podermos respirar, mas mesmo assim não ficamos muito distantes.

− Acho melhor começarmos a nos controlar... − Gerard sussurrou, roçando seus lábios nos meus.

− Sim... Você tem toda a razão.. E eu ainda quero meu brigadeiro com sorvete.

Ele não se controlou e começou a rir divertidamente. Depois nós simplesmente pegamos um pote médio, colocamos o brigadeiro, misturamos com o sorvete e fomos passear, cada um com uma colher.


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