— Okay...

— Você mentiu, você é minha prima!

— Lolli...

— Você estava comigo, eu te considerava uma irmã! Você me ouviu dizer que estava afim dele! Sarah, você me enganou! Você agiu como uma falsa, você...

— Pare de me acusar! Será que você consegue calar a boca e me ouvir por 5 minutos?! — Sarah silenciou Lolli. — Era uma aposta...

— Por que está sussurrando?

— Porque os garotos não sabem que eu sei da aposta. Gerard tinha que me beijar para ganhar a aposta e eu topei ajudá-lo. Ele me pediu hoje de manhã e você só me falou depois! Não podia contar pra você e nem podia deixar de ajudar um amigo!

— Vocês estavam se beijando de verdade... —Lolli suspirou. — Preciso de um banho e um remédio.

***

— Você o beijou de verdade, Sarah? — Uma garota de cabelos no tom mel estava sentada junto com ela numa cafeteria, no centro da cidade.

— Não sei ao certo, Mel. Pareceu tão... Perfeito. — Sarah suspirou longamente. Pegou a pequena colher ao lado do guardanapo à sua direita e mexeu um pouco em seu capuccino, sentindo a fragrância adocicada da bebida. — Perfeito até demais. Se continuasse, eu me viciaria.

— Mas você parece gostar desse vício. — Mel bebeu um pouco de seu suco. — Ele parece ser o remédio perfeito para seus problemas. — Mel sorriu, e Sarah se viu obrigada a sorrir junto. Não estava satisfeita com aquilo, não queria que ele fosse sua droga, não ele.

Mel tornou-se amiga de Sarah após um encontro do pessoal encarregado da biblioteca. As duas trabalhavam no mesmo turno, três vezes por semana. Era praticamente impossível não surgir alguma amizade entre as duas. Sarah confiava mais nela do que na prima, que mudava constantemente de humor e de atitude.

— Você não queria, não é?

— É difícil pra mim, Mel.

— E não pode me explicar, não é?

— Talvez um dia. — Sarah forçou um sorriso. — Você já tem minha confiança, mas não sei se continuaria sendo minha amiga.

— Amigos verdadeiros não te abandonam na merda, Sarah. Eles te levantam, fazem uma cara de nojo, zombam de você e depois te mandam tomar um banho. — Mel conseguiu fazer Sarah rir.

— Talvez amanhã eu te conte.

— Tudo bem.

***

Os dias se passaram rapidamente e logo as férias de verão chegaram. Sarah e Gerard mantinham certa distância, por vontade dela, mas agora teriam que se aproximar para cumprirem a aposta dela.

— Já vai. — Donna correu até a porta, encontrando uma jovem loira sorrindo amigavelmente.

— Bom dia, senhora Way! O Gerard está?

— Bom dia, Sarah. Oh, ele está dormindo, querida.

— Ainda? Hum.. Eu posso acorda-lo?

— Ah, claro! Já estava na hora de alguém acorda-lo cedo no sábado! — As duas riram. — Entre. O quarto dele é na última porta da esquerda.

Sarah afirmou sorrindo e subiu as escadas, entrando no quarto de Gerard. Ele estava deitado na cama, enrolado em seu lençol. Ela pôde ver os músculos levemente definidos no abdômen e nos braços do moreno, que normalmente os escondia sobre blusas largas e casacos abertos.

— Gerard? — Sarah sentou-se na cama. — Acorde, Gee. Está na hora.

— Sarah? O que faz aqui?

— Combinamos de correr, lembra?

— Tão cedo? — Gerard sentou-se e bocejou.

— Sim, Gee. Levante-se agora.

Gerard levantou-se e nem percebeu que usava apenas uma boxer vermelha. Sarah desviou o olhar e, corada, limpou a garganta para chamar a atenção dele.

O Way mais velho apenas deu uma olhada e, vermelho como um pimentão, correu para o banheiro. Ela apenas balançou a cabeça em negação e riu divertidamente.