Esmeralda escrita por Juhhjulevisck


Capítulo 3
3 - Novo começo




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Dean se virou no banco rapidamente, vendo Cas parado a apenas uns metros de si. O vento batia nele violentamente e a neve havia caído sobre o seu cabelo moreno, deixando-o marcado por aqueles flocos brancos. O Winchester piscou os olhos várias vezes, com medo de que Castiel fosse apenas uma alucinação e ele estivesse ficando louco.

— Cas, é realmente você? — A ansiedade o fizera quebrar o anjo de vidro e Dean gritava para ser escutado em meio ao vento. Cas fizera que sim com a cabeça, certificando de que ele era realmente ele.

Dean se sentiu confuso. Não imaginou que se sentiria confuso se encontrasse Cas, mas o misto de sentimentos nele o deixava louco. Sentiu um ódio súbito do anjo, pelo fato de ele tê-lo deixado sofrer em silêncio por tanto tempo. Mas ao mesmo tempo, foi invadido por uma felicidade que não sentia há tempos, e seu coração batia com tanta força que Dean achou que não suportaria.

Por fim, a única coisa que conseguiu foi andar na direção dele e puxá-lo para um abraço. Naquele ato, todo o frio parecia ter se esvaído e Dean sentiu que todo o seu corpo estava aquecido. Castiel retribuiu o abraço na mesma intensidade, e assim ficaram, Dean e Castiel, o ex-caçador e o anjo, abraçados, em meio à neve e frio no meio do Central Park.

Ali, todo o sofrimento ia embora, pois eles se sentiam completos. Dean afundou o rosto na curva do pescoço de Cas, deixando as primeiras lágrimas de felicidade derramadas em alguns anos escorrerem.

— Graças a Deus, Cas — ele murmurou, apertando mais o abraço, com medo de que o anjo simplesmente voasse para longe. — Eu pensei que eu não fosse agüentar sem você.

— Não fale — Cas disse no ouvido de Dean, deslizando os dedos pelos fios loiros do cabelo de Dean. Permaneceu acariciando-os por minutos incontáveis, minutos esses em que nem o Winchester, nem o anjo, fizeram questão de interromper o abraço.

Após o que ambos julgaram horas, eles se separaram. Separaram-se e passaram a se perder na imensidão dos olhos do outro. Dean se perdeu no Paraíso azul que eram os olhos de Castiel, enquanto este se perdia nas pedras preciosas verdes que eram as íris de Dean Winchester. 

Nenhum deles dizia uma sequer palavra, porque palavras não eram necessárias. Não era necessário dizer “eu te amo”, pois seus olhares diziam isso por si só. Não era necessário dizer declarações de amor, pois eles viam um no outro a declaração de amor perfeita.

Então Dean notou que a distância entre ele e Cas estava deveras grande. Inconscientemente, entreabriu os lábios e fez os centímetros que os separavam se tornarem milímetros. Sobre os dois, pairava uma compreensível tensão, visto que Dean nunca havia beijado outro homem antes e que Castiel era um anjo do Senhor.

Mas aquilo pareceu não importar por muito tempo. Afinal, deveria o amor ser parado? Alguém deveria pará-lo e dizer-lhe que estava cometendo um erro? Bom, outros já haviam tentado aquela proeza antes, mas poucos conseguiram algum resultado. Dean e Cas estavam a serviço do amor, e eles notaram que não havia nada ao alcance deles que mudasse aquela situação.

Os milímetros então se tornaram em nada. Distância nula. O que acontecia agora era que Dean sentia os lábios tímidos de Castiel sobre os seus. Todo o corpo do caçador entrava em conflito com aquela sensação. Imaginou, por vários segundos, que estava no Paraíso; que finalmente estava recebendo seu grande prêmio por tudo o que fizera até então.

Finalmente, aquela pedra preciosa que era Dean Winchester estava sendo polida. Aquela esmeralda deixava de ser apenas uma pedra para se tornar algo valioso. Algo valioso que finalmente teria um lar, um lugar que o faria se sentir amado; o lugar em questão era o coração do anjo que ali lhe fazia companhia. Ele pretendia se abrigar lá para a eternidade inteira, se possível.

Embora a neve ainda estivesse forte, pessoas ainda circulavam pelo Central Park, já que aquele trecho era inevitável para uma boa quantidade de Nova Iorquinos. Muitos olhavam torto, alguns fingiam ignorar e outros até sorriam.

Então, depois do que ambos imaginaram serem horas, se separaram. Nada falaram, por ora. Apenas sorriam mais do que comumente, mostrando a felicidade descomunal que sentiam naquela hora.

— Cas... — Dean murmurou. O medo agora o invadira. Ele temia que Cas batesse suas asas para longe dele. Castiel se sentou no banco em que outrora Dean havia sentado, ato que foi repetido pelo Winchester.

— Olhe, Dean. Eu aprendi, quando humano, que pedras preciosas devem ser guardadas com cuidado. Você é uma esmeralda para mim. Acho que devo guardá-lo com cuidado, certo? — Castiel disse, com um sorriso. Dean sorriu em resposta.

— Então você não vai embora?

— Devo ir?

— Não.

E assim não termina a história de Dean Winchester e Castiel. Bem, ela não termina porque não tem um fim, pois certos amores são eternos, assim como o amor deles. Caso lhe interesse saber qual foi o futuro dos dois, bem, a única coisa que pode ser afirmada com absoluta certeza é que Dean, no momento em que se tornara uma esmeralda, jamais deixara de ser uma. O amor o polira e continuaria o polindo para sempre.

A única coisa que ele precisava era olhar para o lado e procurar pelo seu anjo.  


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Notas finais do capítulo

Nha, acabou :3
Esse último capítulo foi o que eu mais gostei de escrever, na verdade q
Enfim
Reviews? *-*