Em todos esses séculos de trabalho sem descanso, nunca vi uma união como a da alma desses dois que eu levei. Nunca. Tudo começou há dois anos, quando os encontrei pela primeira vez...

*Dois anos atrás*

-Bill, cala a boca e dirige! - disse um rapaz de tranças a outro, de cabelos espetados.

-Ah Tom, para com isso, eu sei o que estou fazendo!

-A tá que sabe! Há quanto tempo você comprou esse carro mesmo? Um dia? Aaah, então, você nem sabe dirigí-lo direito!

-Tom, apenas relaxe!

"Relaxe. Sim, não é bem isso que espero deles. Tudo bem, não é hora de levá-los, mas quem sabe só um sustinho? Esses moleques de hoje em dia! Rumm!"

A velocidade do carro foi aumentando. Derrepente, um acidente. O veículo bate num poste e capota. Os dois ficam gravemente feridos, mas Bill, pior.

Algumas semanas depois, Tom acorda de um coma, que, segundo os médicos, foi rápido. Descobre que tem uma grave doença e decide partir, deixando Bill contra sua vontade.

- Por favor, não contem a ele que estou com câncer de pulmão. Não quero que ele se preocupe de mais.-tom disse aos médicos.

-Mas, senhor, é um procedimentdizer aos parentes o q.....

-Ora, por favor, não digam! Não estou simplesmente pedindo, estou implorando! Quando eu melhorar, eu apareço.

-Tudo bem. Mas, o que iremos dizer à ele?

- Não, sei! Inventem! Obrigado, e tchau!

Cinco meses depois, Bill acorda. Uma enfermeira, já conhecida por ele, está à sua frente. Ainda com a visão embaçada pelo fato de ter "dormido"  durante um bom tempo, pensou ter visto seu irmão. Se eu tivesse o coração, com certeza ficaria abalado com o fato de o rapaz talvez nunca mais ver seu irmão.

-Tom??- perguntou Bill com a voz rouca e falha.

-Não, e também não é a mamãe. rsrs- disse a enfermeira.

-Oh, Grace, é bom ver você!. E Tom, onde ele está?

-Bom, o Tom... - Grace teve sua face drásticamente empalidecida.- Ele, não resistiu ao acidente...

-O QUÊ?? COMO ASSIM NÃO RESISTIU??

- Acalme-se, Bill! Você não pode ficar se exaltando dessse jeito!

-Droga!- e começou a chorar desesperadamente.

Dois anos se passaram e Bill ainda estava vivo, contudo, sua única razão de viver era o fato de que alguma forma, ainda sentia a presença de seu irmão em algum lugar do mundo.

Bill caminhava lentamente por um dos bosques de Boston, era inverno. A neve caía lentamente sobre seus ombros. Sentou-se num banco logo à frete. Ficou observando as árvores que se moviam ainda mais lentamente, com o vento congelante. 

Enfiou a mão no bolso esquerdo e tirou de lá um cigarro e um isqueiro. Acendeu sua droga favorita, e começou a dar suas tragadas. Provavelmente, naquele momento, passou porsua mente todos os momentos bons e ruins que passara com Tom.

Assim que seu cigarro acabou, colocou a mão no bolso direito. De lá tirou uma pistola Point 45.

- Já esperei de mais por você, meu irmão.- posicionou a arma contra sua cabeça e puxou o gatilho a sangue frio.

E hoje, levei suas almas calorosamente, como irmãos. Foi assim...

Dia 01 de setembro de 2011, Tom não resiste ao tratamento contra o câncer. Bill, na mesma hora, puxa o gatilho de sua pistola.

É, Bill e Tom são assim... Nem eu os separei.