La La Land escrita por leticiaxavier


Capítulo 3
Strange Apparition


Notas iniciais do capítulo

Gostaram do segundo capítulo?Então vão gostar ainda mais desse.Ah,e em breve eu vou voltar com a "All for you,Carly".Vai ter muita surpresa e reviravolta,mas só quero postar quando eu terminar,pra não correr o risco de um segundo bloqueio criativo e ficar em hiatus de novo (porque isso cansa,né?).Enjoy :p



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Cerca de seis dias depois do nosso “encontro”, fui à casa de uma amiga, a Bia. Ela, como eu, também é brasileira e veio para Los Angeles morar na casa de parentes (o pai dela, pra falar a verdade). Ela estudou comigo durante o ensino médio e tem 17 anos como eu, mas é dois meses mais nova. É morena, só que um pouco mais clara que eu e é bem mais baixa.

Era um domingo ensolarado e muito quente. Ficamos nos fundos da casa dela, sentadas no gramado com os pés mergulhados na piscina, comendo abacaxi e escutando Tokio Hotel no celular dela. Aliás, a Bia é fascinada por TH. Tipo, eu gosto muito da banda mas ela é completamente louca e tem um tropeço pelo Tom.

- O que você faria... – ela começou com nossa brincadeira favorita. Funciona assim: você expõe uma situação absurda ou quase impossível e pergunta o que a pessoa faria. É claro que nossa versão inclui muitos encontros loucos com famosos gatos. -... Se você encontrasse um Kaulitz na rua?

Quase engasguei com o pedaço de abacaxi que tinha colocado na boca. Apesar da Bia ser minha melhor amiga eu não tinha contado nada sobre as loucuras das últimas semanas. Primeiro: ela ia enlouquecer e me fazer passar o telefone dele. Segundo: prometi ao Bill que não contaria nada a ninguém, e ninguém significa ninguém MESMO!

- Ah, não sei. – respondi balançando os pés na água da piscina.

Ela me olhou perplexa.

- Deixa de ser empata-foda. Se você não responder estraga a brincadeira! – ela reclamou.

- Ah, tá. – repensei na resposta. – Sei lá, eu ia pedir uma foto, nada de mais.

- Você é louca!! – ela pegou um abacaxi da bacia e aumentou o volume do celular. – Minha vez, minha vez!

Pensei bem numa pergunta para ela.

- Vamos parar com essa brincadeira? – me levantei pegando a bacia com o abacaxi numa tentativa de fazer Bia levantar também. – Tá ficando sem graça.

Meu celular tocou. Abaixei para pegar. Bia abaixou o volume do celular dela. Peguei o telefone e olhei no display para ver quem era. Era o Bill.

- Oi... – ele disse. Era a segunda vez que ele me ligava desde que me levou na cafeteria.

- Oi. – respondi sob o olhar curioso da Bia.

- Tá ocupada? – ele perguntou.

Dei uma pausa. Dar um perdido na Bia ou um toco no Kaulitz?

- Na verdade... – pensei em dizer que estava na casa de uma amiga mas depois voltei atrás. – Não.

- Quer ir naquela cafeteria? – ele perguntou.

“Claro!”.

- Tudo bem. Te encontro lá. – respondi.

Mal esperei que ele se despedisse e desliguei o telefone. Bia tava me olhando feio. Ela fica assim quando eu tô no celular e ela não tem mínima ideia de quem se trata.

- Quem é? – perguntou ela tirando o celular da minha mão. – Só tá escrito “B”.

Ufa!”B” era o nome que eu tinha salvado o número do Bill na agenda do celular, para situações como essa.

- É um amigo. – respondi, dando de ombros e me virando para sair da casa. - Agora preciso ir. Tenho um compromisso.

- Me leva com você? – pediu ela animada, quando já atravessávamos o gramado da frente para chegar ao meu carro. – Se eu ficar aqui vou ter que ficar assistindo 007 com meu pai.

Me detive na frente do carro. Seria legal ter alguém para compartilhar meu segredinho, mas não posso leva-la comigo.

- Desculpa Bia, não posso! – ela murchou na hora. – 007 nem é tão chato assim.

- Tudo bem, eu entendo! – ela me mandou um beijo e eu entrei no carro.

No caminho para a cafeteria fiquei imaginando onde essa história ia dar. Cantarolando Strokes, que tocava muito alto no meu carro, fui pensando na carinha triste da Bia quando disse que ela não podia ir comigo, mas logo essa imagem despareceu da minha cabeça quando lembrei que eu tinha uma boa causa. Um dia ela entenderia. A amizade entre Bill e eu seria muito promissora.

Estacionei o carro a poucos metros da entrada da cafeteria e fui andando de pressa até a porta. Logo que cheguei não o avistei mas ele me viu e levantou a mão. Fui até ele arrependida de não ter passado em casa antes de vir para cá. Estava desarrumada com uma saia xadrez branca e preta, blusa de alcinha roxa e sapatilha preta com lacinho.

- Oi. – ele disse e se levantou para me cumprimentar com um beijo no rosto. Era a primeira vez que ele fazia isso.

- Oi. – respondi e me sentei. Fizemos nossos pedidos.

- Espero não ter atrapalhado nada. Precisava conversar com alguém, sabe? – foi uma pergunta retórica, eu sei disso, mas mesmo assim balancei a cabeça concordando. – Essa cidade pode ser muito chata quando não se tem nada para fazer.

- É, o jeito é arrumar amigos. – dessa vez ele foi quem concordou com a cabeça.

- Você acha que eu consegui? – ele perguntou com jeito de quem já espera um resposta positiva, bebericando o café.

- No que depender de mim... – fiz uma pose de pensativa. – Claro.

Ele sorriu. Sempre soube que ele tem um sorriso lindo.

Naquela tarde ficamos cerca de três horas na Starbucks, conversando e rindo como bobos. Naquele dia a imagem de ídolo que eu e outras centenas de milhares de garotas faziam do Bill se dissipou completamente da minha mente. De repente, ele passou de estrela a amigo. Agora ele já me era um cara comum (e não um cara qualquer, não confunda).Lógico que eu o respeitava como profissional e tals mas eu não estava maravilhada de estar ao lado dele, eu só estava feliz. Feliz de ter ganhado um novo amigo.

Quando já eram quase sete horas, falei que precisava ir embora.

- Vou embora também. – falou ele se levantando. – Você quer carona?

- Não, obrigada. Eu vim de carro. – respondi, tirando a chave do bolso.

Fomos até meu carro, que estava mais próximo da entrada. Ele me deu um beijo no rosto e foi andando em direção ao outro lado do estacionamento. Depois de dar uns sete passos, virou-se na minha direção.

- Obrigada por ter vindo. Eu precisava conversar com alguém que não fosse meu irmão.

Eu sorri e acenei, entrando no meu carro. Pelo vidro, eu o observei entrar no carro e ir embora. Pus o cinto e liguei o rádio, afundando no banco e dando uma relaxada antes de dar partida.


Logo no começo de agosto, faltando uns dez dias para meu aniversário de 18 anos, Bill me ligou de madrugada.

Depois do nosso último encontro na Starbucks a gente tem se falado todos os dias, mesmo que só por cinco minutos. Ou ele me ligava, ou eu ligava para ele ou conversávamos por SMS. Nossa conversa era sempre boba e divertida.

- Oi, desculpa te ligar tão tarde, ou tão cedo sei lá... – começou ele logo que atendi o celular.

- Não, tudo bem. – disse eu com uma voz sonolenta, esfregando os olhos. – Eu nem tava dormindo mesmo.

- Eu ia te ligar hoje a tarde só que eu tava muito ocupado.

Então ele contou tudo que fez naquela tarde, sobre fazer compras com o Tom, o ensaio de fotos que tinham marcado para uma revista e outros milhões de coisas. Confesso que não prestei muita atenção no que ele falou. Eu estava morreeeendo de sono. Tinha acordado cedo e tive que levar Leah e Ryan ao parquinho, fazer comida pra eles, limpar a casa e ainda brincar de Lego. Estava muito exausta então simplesmente assentia com um “Uhum”.

- Então, Le, eu liguei mesmo pra perguntar se você quer fazer algo amanhã? Algo que não envolva cafeterias, de preferência. – ele riu.

- Desculpa, não vai dar. Meus tios vão trabalhar o dia inteiro amanhã. Vou ficar sozinha, ou seja, vou ter muita coisa pra fazer. – respondi, já imaginando as tarefas exaustivas de amanhã.

- Ah, tá legal. Acho que a gente se fala amanhã então. - ouve uma pausa e eu escutei algumas vozes ao fundo. Bill soltou uma gargalhada. - Tom tá te mandando um beijo. – ele finalmente disse.

- Ah, fala pra ele que é recíproco! – suspirei. – Posso dormir agora? – tentei ser o menos indelicada possível.

- Aham, boa noite. – como ele era fofo!

- Boa noite! – e desliguei o celular, jogando-o no criado-mudo com um pouco de violência.

Voltei a dormir mas três horas depois tive que acordar. Tio Charlie já tinha saído para trabalhar. Minha tia estava no quarto arrumando a bolsa. Ela tinha deixado a porta do meu quarto entreaberta para que eu acordasse com o movimento no andar de cima. Ela sempre fazia isso. ”Quanta sutileza da sua parte, Isabella Silversmith!”, pensei enquanto me espreguiçava na cama. Levantei, troquei o pijama por uma calça jeans preta e uma regata branca, prendi o cabelo e fui escovar os dentes. Quando desci para a sala, minha tia já estava saindo. Ela só deu um sorriso carinhoso e saiu.

Fiz um café e fui pra sala com minha caneca. Logo as crianças acordaram e meu descanso se foi. Depois de dar café da manhã pra elas, brincar, arrumar a casa, dar almoço e brincar de novo, já estava na cozinha jogando ovos e farinha numa tigela. Leah tinha insistido muito para que eu fizesse um bolo de chocolate.

Já tinha colocado o bolo no forno quando a campainha tocou. Saí da cozinha com a tigela suja de massa e entreguei para as crianças.

- Deixa que eu atendo, crianças. – disse me dirigindo a porta.

Abri a porta pela metade. Qual não foi minha surpresa quando eu vi que era Bill.

- O que você está fazendo aqui? – perguntei lhe dando um abraço.

- Bom, você disse que não podia sair porque tinha que ficar cuidando dos seus primos. Como você vai ficar sozinha pensei que não tinha problema eu vir aqui. – ele se explicou.

- Claro, tirando a parte que quando eles chegarem meus primos vão falar que um amigo meu veio aqui e eles vão me perguntar por que eu trouxe amigos sem avisar antes. – falei com acentuada ironia. Mais até do que eu pretendia.

Bill mordeu o lábio meio sem-graça.

- Tem razão, acho que vou embora então. – ele se virou.

- Deixa de ser bobo! – eu o segurei pelo braço. – Você acha mesmo que eu vou te mandar embora? Entra aí.

Abri a porta por completo e ele entrou. Estava muito bonito, aliás. Usava uma camiseta branca e calça jeans escura.

- Senta aí, eu fiz um bolo. – falei, indo para a cozinha pegar algo para ele beber.

Ficamos conversando um pouco, depois sugeri a ele jogar videogame. Achei que ele ia rir da minha cara e dizer que tem coisa melhor pra fazer. Ganhei várias vezes no futebol, mas em luta ele era melhor.

As crianças até que ficaram quietas, exceto quando falavam coisas tipo “Por que ele se pintou de vampiro?” e “Ele fala engraçado.”. Bill levava tudo na esportiva e dava risada.

- O que é Cliperton? – perguntou ele, lendo um papel jogado em cima da pia.

Nós dois estávamos na cozinha. Eu jogando cobertura no bolo e ele apoiado no balcão assistindo eu me queimar com a calda enquanto fumava um cigarro.

- Cliperton? – indaguei com indiferença. – Uma banda muito legal que eu gosto de escutar.

- Sério? – ele parou para pensar. – Nunca ouvi falar.

Eu lhe servi um pedaço de bolo.

- Ah, claro. – exclamei, revirando os olhos. - Ninguém nunca ouviu falar!

- Nossa, porque tanta ironia? – perguntou ele mordendo um pedaço do bolo.

Parei de frente pra ele com as mãos na cintura.

- Cliperton é a minha banda, Bill!

Ele quase se engasgou com o bolo.

- Você tem uma banda? – ele perguntou meio surpreso.

- Claro. Eu já te contei. – respondi indignada.

- Não, não contou não. Eu me lembraria se você tivesse me contado. Você só disse que tocava baixo, nada mais.

- Legal! Agora você já sabe né? – parei um pouco para observá-lo. –Só queria saber onde você tá jogando essas cinzas...

Ele sorriu sem-graça e comeu mais um pedaço do bolo, como se nada tivesse acontecido.

- Eu quero escutar sua banda. – ele falou depois de um longo silêncio entre nós dois.

- Não, você não quer. – dei de ombros.

- Por que você nunca me contou que tinha uma banda? – ele insistiu.

- Come logo esse bolo e não faz pergunta difícil, por favor!

Ele ficou lá em casa até depois das cinco. Quando estava saindo, parou na porta e me deu um beijo no rosto.

- Ah, quase me esqueço. – ele deu um tapinha na própria testa. – Lembra do ensaio para a Spin que eu te falei?

Assenti. Só não me lembrava de ele ter citado a Spin.

- Então, queria saber se você quer ir pra dar um apoio moral. – ele sorriu.

- Sério? – eu perguntei com um sorriso de orelha a orelha.

- Claro, por que eu brincaria com um troço desses?

Eu balancei a cabeça positivamente.

- É lógico. Quando vai ser?

- Dia 13.Você pode ir?

- Não tenho certeza. – não posso recusar uma oportunidade dessas. – Mas para todos os casos, sim!

Então ele foi embora e eu entrei em casa para fazer Ryan e Leah jurarem de pés juntos que não contariam nada para meus tios.


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Notas finais do capítulo

Não,eu (ainda) não toco baixo mas adoraria aprender.Quanto a "Cliperton",em breve haverá uma explicação para o nome da banda.Animem-se,esse é apenas o terceiro capítulo.Muita coisa ainda vai acontecer.