Eram seis da manhã. O som do despertador me fez abrir os olhos, eu já estava acostumado com aquele barulho, por isso, apenas desliguei o despertador e me levantei disposto. Peguei meus óculos, e os coloquei. Abri as cortinas e vi os pequenos raios solares entrarem no meu quarto.

– Sasuke, já acordou? – ouvi minha mãe perguntar, batendo na porta.

– Já. – falei.

– Se arrume e... – ela disse mas a interrompi.

– Já sei. Já sei. – ouvi ela rir.

– Tudo bem então. Depois, acorde Itachi, tenho que fazer seu café-da-manhã... – ela disse. Suspirei. Acordar Itachi não era uma tarefa fácil... Peguei minha roupa e fui para o banheiro. Coloquei meus óculos em cima da pia, tranquei a porta e liguei o chuveiro.

Tomei meu banho tranquilamente, e me vesti. Me encarei no espelho. Fiquei irritado com meu cabelo rebelde, peguei um pouco de gel e o penteei para trás, o deixando arrumado. Coloquei meus óculos e me encarei no espelho. Minha camisa estava com todos os botões abotoados, minha camisa estava bem passada, minha calça também, e meus sapatos estavam limpos. Nada errado.

Ajeitei meus óculos e sai do banheiro. Arrumei minha cama e peguei minha mochila, que estava perto do meu computador. Sai do meu quarto e caminhei pelo corredor até o quarto do meu irmão. Bati na porta.

– Itachi, acorda, você tem que me levar pra escola... – falei. Nenhuma resposta. – Itachi, levanta.

Ouvi um múrmurio e bati insistentemente na porta.

– Itachi, levanta. Anda, senão eu vou chegar atrasado na escola. – falei e ele destrancou a porta.

– O que foi? – ele perguntou com a voz baixa, esfregando os olhos. – Por que me acordou de madrugada?

– Já são mais de seis horas. Anda, você tem que me levar pra escola. E você também tem escola... – falei.

– Cala a boca, nerd. Eu sei que tenho escola, droga. Sai daqui! – ele fechou a porta com raiva.

– Quebre a porta que eu conto para a nossa mãe, e ela tira a sua mesada por dois meses! – provoquei apontando para a porta; Itachi saiu do quarto, com a cara irritada, correndo atrás de mim, desci as escadas correndo.

– VOLTA AQUI! – ele gritou, me perseguindo.

– Itachi, o que eu disse sobre correr nas escadas? – minha mãe perguntou, colocando as mãos na cintura.

– A culpa é dele! – Itachi apontou para mim.

– Não, a culpa não é do Sasuke. Se arrume, você tem que ir para a escola. Anda! – minha mãe mandou. Itachi me fuzilou com o olhar. Ajeitei meus óculos. – E você, vai tomar seu café-da-manhã...

Fui para a cozinha, e o café já estava organizado. Peguei meus alimentos de preferência e me alimentei.

Itachi desceu as escadas, trajando com a camisa com botões abertos, a calça jeans escura, um all star surrado preto e com os cabelos bagunçados. Ele pegou um refrigerante na geladeira e tomou.

– Itachi, onde está sua mochila? – minha mãe perguntou.

– No quarto... – ele respondeu coçando os olhos.

– Posso saber aonde o senhor estava ontem a noite? – minha mãe questionou e o encarei.

– Na rua. – ele respondeu.

– Fazendo o que? – novamente minha mãe perguntou.

– Ah mãe, sabe como é né... – ele disse sorrindo de canto.

– Não. Não sei como é, não. Por que voltou para casa quase agora?

– Eu estava na rua. Não vi o horário... – ele deu os ombros. – Mas, olha o lado bom, estou em casa! São e salvo!

– E com ressaca. Vai tomar um comprimido para essa dor-de-cabeça e leva seu irmão para a escola. – minha mãe mandou. Itachi puxou uma gaveta e pegou dois comprimidos, ele os tomou rapidamente.

– Pronto... – Itachi disse.

– Agora, leva seu irmão pra escola. Já são quase sete horas. – minha mãe disse e levantei da cadeira, peguei minha mochila, que estava no sofá, e corri para fora.

– ANDA LOGO ITACHI! – gritei indo para a garagem. Itachi arrastou os pés, apenas para me irritar. Verifiquei no meu relógio de pulso o horário. Seis e quarenta. – Você quer ferrar com a minha lista de presença?! ANDA ITACHI!

Ele sorriu de canto.

– Lista de presença, hein? Acho que esqueci minha mochila! – ele deu os ombros. – Eu vou lá, no meu quarto, pegar...

– NÃO! EU VOU! – gritei e corri para dentro de casa. Subi as escadas aos pulos. Olhei no relógio. Seis e quarenta e dois. Me apressei e entrei no quarto do Itachi. Estava uma verdadeira bagunça! Procurei pela mochila, e a encontrei embaixo de uma pilha de meias sujas.

A peguei e corri escada abaixo, fui para a garagem e Itachi estava encostado em sua Mercedes.

– Pronto! – falei e joguei a mochila em sua direção. – Me leva pra escola, não posso me atrasar!

– Ah, acredita que esqueci as chaves? – ele deu os ombros. Eu o encarei; ele começou a rir. – Acho que vou buscar...

– Vai mesmo! – disse.

– Acho que vou demorar... Não sei onde coloquei... – ele deu os ombros novamente.

– MALDIÇÃO! – corri para dentro de casa, fui para a cozinha e comecei a procurar por lá.

– Sasuke? O que você está fazendo? – minha mãe perguntou, eu a encarei desesperado. Eu não podia me atrasar!

– Onde estão as chaves do Itachi? – perguntei.

– Com ele... Por quê? – corri para fora e Itachi estava dentro de sua Mercedes. Ele começou a rir. Me aproximei do carro, quando eu ia abrir a porta, ele acelerou e cai.

– ITACHI! VOLTA AQUI! – berrei. Ele acelerou mais ainda. Olhei em volta. Minha Ferrari estava coberta, mas eu não iria dirigir. Mesmo tendo carteira de motorista, ainda sou menor de idade! Olhei em volta e vi minha única solução para ir à escola...

* * *

Eu estava na metade do caminho, e olhei no relógio. Quase sete! Para minha sorte, o resto do caminho era uma ladeira. Parei de pedalar e observei a ladeira. Engoli seco e ajeitei meus óculos.

Desci a ladeira, à alta velocidade, e aquilo era contra minhas regras de velocidade. Comecei a gritar, já que eu não estava conseguindo parar. Minha única opção para parar era usar os pés, mas eu estava com os sapatos novos.

– Desculpa por isso, sapatos... – falei e coloquei os pés no asfalto, conseguindo parar. Desci da bicicleta e a coloquei perto de um poste, coloquei uma corrente em volta e um cadeado. Arrumei alguns fios que estavam rebeldes.

Me agachei e limpei meus sapatos o máximo que pude. Olhei no relógio. Um minuto para as sete. Sorri orgulhoso, ajeitei meus óculos e entrei na escola.

Comecei a andar pelos corredores, sem prestar atenção, olhando minha mochila, verificando se meus livros estavam todos ali.

Alguém esbarrou em mim, mas me xingou. Fechei minha mochila e continuei andando. Reconheci Naruto agachado, tentando pegar seus livros.

– EI! NÃO MEXA COM A QUÍMCA, É FALTA DE EDUCAÇÃO! – Naruto apontou para um garoto que chutou seu livro. – EI! PEÇA DESCULPAS! É FALTA DE EDUCAÇÃO FAZER ISSO COM OS LIVROS ALHEIOS! – ele apontou para uma garota que passou e riu.

Fui até onde ele estava, ele ajeitou seu suéter laranja, a camisa quadriculada branca, os sapatos e se levantou, segurando dois livros.

– E aí, teme? Você quase se atrasou! – ele disse, peguei seu livro que havia sido chutado.

– É, eu sei. – falei lhe entregando o livro.

– Eu vi o seu irmão não-normal aqui... O que aconteceu? – ele perguntou enquanto andávamos pelo corredor.

– Ele disse que tinha esquecido as chaves e... – falei e ele riu.

– Você caiu nessa de novo... Ainda bem que eu não tenho irmão. – ele disse.

– Nisso você tem sorte. – continuamos andando. – E o Gaara?

– Ainda não vi. – paramos de andar. Um grupo de garotas cercava Itachi e seus amigos. – Não sei o que elas vêem neles...

– Elas não vêem, elas só pensam em como podem se gabar se arrancarem a roupa deles ou se conseguirem beijar aqueles imbecis. – falei. Naruto ajeitou seus óculos e eu fiz o mesmo.

– Vai entender... – ele disse. Gaara apareceu, ajeitando seus óculos e sua gravata azul. Ele caminhou segurando seus dois livros, e com sua mochila nas costas.

– E aí? – ele disse nos cumprimentando.

– Cara, você quase se atrasou! Isso iria manchar feio sua lista de presença! – Naruto disse arrumando o cabelo para trás. Gaara fez o mesmo.

– Eu sei... O Kankurou ficou de me trazer para a escola... – ele disse encarando o grupo de garotas.

– Ele te enganou? – falei.

– É. Foi um... saco. Tive que vir de patinete pra escola. PATINETE! Dá pra entender o estado do meu sapato? – ele disse apontando para os sapatos sujos. Naruto e eu fizemos uma careta, como se ele estivesse mostrando uma ferida aberta.

– Tudo bem... Comigo foi a mesma coisa. Tive que vir com a bicicleta que eu tinha com oito anos... – falei. – Os freios não estão funcionando, tive que usar a maneira primitiva para parar.

O sinal bateu.

– Aula... – Naruto disse e começamos a andar, indo para a sala. Olhei uma vez para trás, e as garotas continuavam cercando Itachi e seus amigos idiotas. O que elas vêem nesses imbecis que não fazem bom uso da massa encefálica?

Continua...