Antes do capítulo gostaria de agradecer a todas as leitoras que se manifestaram em meu bog e aqui, me dando apoio. Vocês são espetaculares!

Leiam a nota final! É importante!

Agora vamos ao cap...

Encostado no beiral da janela do quarto que ocupava na casa de seus pais, observando a mãe cuidar do jardim logo abaixo, Edward suspirou, nem se dando conta da lágrima solitária que lhe escapava por um dos olhos.

Haviam se passado duas semanas desde que partira de Nova York, e a saudade, assim como a tristeza, só fazia aumentar.

Era como se todos aqueles anos entre eles não tivessem existido, como se o último encontro houvesse sido apenas alguns dias depois de sua despedida em Forks, como se o amor nunca antes tivesse sido perdido, a não ser agora.

Remexeu-se inquieto. A desolação era tamanha que lhe fazia faltar o ar.

Passou a ponta dos dedos na face, enxugando a umidade, fitando a palma da mão em seguida, se perguntando quanto tempo ainda lamentaria a falta daquela mulher em sua vida sem sentido.

- Filho? – Carlisle chamou da porta.

 Ele se virou rapidamente, não se preocupando em esconder seu pesar. O pai já sabia de tudo.

Edward decidira contar o que acontecera em Forks em seu último ano de escola, bem como tudo que ocorreu em Londres há pouco tempo e todos os fatos que culminaram em sua partida de volta ao seio familiar. Conhecia a sensibilidade de sua mãe aos seus gestos e a perspicácia do pai às suas ações. Eles notariam que algo muito sério estaria por trás de sua separação de Tânia depois de nove anos de relacionamento. Então, antecipando-se ao interrogatório, desabafou com as duas pessoas que mais confiava no mundo.

Carlisle e Esme ficaram estupefatos com a história de amor trágica entre ele e Bella, e compadeceram-se de sua dor.

Seu pai até tentou lhe convencer a lutar, a não desistir, mas Edward sabia que não tinha mais chance alguma. Finalmente, depois de tanto tempo de esperanças vãs, havia se deixado resignar com a perda daquela que sempre seria o amor de sua vida.

Carlisle caminhou até ele, a testa vincada em preocupação com o único e querido filho. Entregou-lhe o telefone sem nada dizer e, antes de lhe dar privacidade, tocou-lhe o ombro direcionando-lhe um olhar confortador que Edward agradeceu com um rápido aceno.

Não se preocupou em perguntar quem era, ultimamente nada fazia muita diferença em sua vida. Afinal Bella, se ligasse, seria para falar de trabalho.

Encarou o aparelho por rápidos segundos antes de cola-lo ao ouvido.

- Alô? – Perguntou com a voz apática.

- Edward! – Uma voz potente soou do outro lado – Como você está?

Ele suspirou, aliviado e atormentado ao mesmo tempo.

Era bom ouvir a voz do amigo, mas ele lembrava ela, e essa lembrança lhe causava muita dor.

- Estou tentando ficar bem, Emm... Mas está bem difícil.

Ouviu o amigo expirar com força.

- Fiquei realmente preocupado. Tentei falar com você desde que Be... – Se interrompeu rapidamente, mas Edward notou o nome que ele mencionaria e estremeceu – Desde que fiquei sabendo de sua partida, mas seu celular está desligado. Somente hoje consegui esse número com a Alice...

- É... Bem, eu não estava mesmo querendo ser encontrado.

- Então não vou tomar seu tempo... – Emmet disse depressa – Se precisar de mim basta ligar.

- Não, Emm, espera... – Edward pediu – Foi bom que ligou. Estava mesmo querendo conversar mas, acho que fiquei sem coragem de ligar pra você...

- Por causa de minha irmã, não é? – Ele perguntou cauteloso.

- Bem, sim... – Edward respondeu hesitante.

- Olha Ed, se quer saber da verdade, Bella não está muito bem com sua ausência... Na verdade ela já não estava muito bem há algum tempo e eu decidi falar com ela. – Suspirou, e Edward teve a impressão de que ele tinha algo muito importante para lhe contar – Sabe, eu disse que não iria interferir, porque eu conheço o Jake desde que éramos garotos, mas eu amo muito minha irmã, e ela é mais importante que qualquer amizade. Eu faço qualquer coisa pra que ela seja feliz, e... Eu sei que ela não estava feliz... Eu não conseguia entender por que... Mas...

Emmet pausou, escolhendo de que maneira contaria a Edward, enquanto ele esperava com uma crescente ansiedade.

- Eu a chamei para uma conversa e pressionei para me contar a verdade. Isso faz duas semanas. Depois que ela me contou tudo eu não tive dúvidas. – Continuou – Eu contei a ela tudo que sabia, todas as nossas conversas, tudo que você compartilhou comigo sobre seus sentimentos por ela.

Edward caminhou até a cama e se sentou na beira, aturdido.

Não sabia bem como se sentia em relação ao fato de Bella saber tudo que se passou em seu coração durante sua ausência.

- Eu vou entender se ficar chateado comigo... – Emmet falou ao notar o silêncio tenso do amigo – Mas ela precisava saber a verdade. Bella tinha uma noção completamente deturpada de seus sentimentos por ela.

Edward suspirou.

Finalmente ela conhecia a verdade que ele tentara tantas vezes lhe contar... Na época e em Londres, mas que ela nunca quis ouvir.

- Não estou chateado, Emm... Na verdade estou... Agradecido. Eu tentei muitas vezes explicar a ela o que senti, porque havia agido daquela forma, mas... Ela nunca me deu ouvidos. – Ele calou, cedendo à curiosidade – Como ela reagiu?

- Na verdade ela me pareceu em choque, principalmente depois que eu contei sobre o que você me disse da briga com a Tânia. Mas eu não tenho certeza. Ela saiu apressada sem me dar maiores explicações e desde então não consigo ver ou falar com ela. Sei que está me evitando, provavelmente para não ter que admitir pra mim o que está sentindo. Bella é muito orgulhosa.

Edward não sabia o que dizer.

Em seu íntimo uma batalha era travada entre sua esperança, que havia renascido subitamente, e a razão, que lhe afirmava não fazer diferença alguma se Bella sabia ou não da verdade.

- Eu não sei se ajudei ou atrapalhei você com isso, meu amigo... – Emmet continuou, alheio à confusão interna do outro – E eu devo te dizer que, apesar de nossa amizade e de gostar mesmo muito de você, não tomei partido  por preferência. Me posicionei por que tenho certeza. Conheço minha irmã melhor que ela mesma até... Ela ama você.

Edward expirou surpreso com a declaração de Emmet e não se conteve.

- Você acredita nisso? – Sua voz saiu sussurrada apesar da intensidade de sua emoção.

- Não acredito. Eu sei.

Por um momento Edward quis desligar o telefone e voar de volta a Nova York naquele segundo. Mas sua insegurança ainda o prendia.

Emmet sentiu sua hesitação.

- Olha, ela é muito orgulhosa, como eu te disse, e ela gosta muito do Jake, apesar de eu ter certeza que não é amor... E o senso de compromisso dela, de lealdade, pode estar fazendo com que ela deixe seu próprio sentimento à margem para não feri-lo.

- O que eu posso fazer, Emmet? – Edward perguntou urgente – Se ela ainda me ama, pode ser que eu ainda tenha uma chance, mas eu preciso que ela me perdoe pelo que fiz e admita o que sente... Eu não sei como posso fazer isso...

- Eu também não sei o que mais posso fazer para ajudar. Ela não me atende. Se eu conseguisse conversar com ela... Mas... Olha eu até falei com a Alice, mas ela me disse que Bella não quer tocar no assunto de maneira alguma.

- Você acha que... Se eu voltar... Será que se eu conversar com ela, desta vez, já conhecendo o meu lado... Você acha que ela me ouviria?

- Eu não tenho certeza, Ed... Na verdade eu acredito que é melhor você esperar mais alguns dias. Eu vou insistir... Se não conseguir falar com ela até o sábado... Então você volta e tenta convencer a cabeça dura.

Eles riram, o clima um pouco mais ameno.

- Obrigado, Emm – Edward falou sincero – Você é um grande amigo.

- E se tudo der certo, quem sabe, cunhado? – Brincou.

Edward sentiu seu coração aquecer.

- Eu adoraria...

Depois que se despediram, Edward resolveu descer e conversar com o pai sobre as novidades. Ele era um homem vivido, lhe daria sábios e valiosos conselhos.

- Está tudo providenciado, Ang? – Bella perguntou à Ângela naquela manhã de sexta-feira, antes de entrar na sala de Edward – Preciso partir ainda hoje.

- Sim Srta Swan. Já está tudo pronto. Às cinco o jatinho partirá. A srta precisa estar no aeroporto às quatro.

- Obrigada, Ang... E, por favor... Me chame de Bella.

- Ok, ok. – A garota respondeu sorridente.

Bella entrou no gabinete, ainda sentindo-se desconfortável por estar usando a sala dele para trabalhar. Mas em breve isso também estaria resolvido, assim como o resto de sua vida.

As últimas semanas haviam sido muito duras para ela, enquanto ela finalmente compreendia o que tinha de fazer.

Não foi das decisões mais fáceis de sua vida, mas também não foi tão complicado ceder ao que ela acreditava que era o melhor caminho para sua felicidade. O quase impossível foi manter tudo em segredo até aquele momento com Alice o tempo todo à sua espreita e Emmet tentando contata-la a todo o momento.

Precisava que sua decisão fosse absolutamente solitária, sem influências. Afinal isso atingiria a vida de várias pessoas.

As palavras de Emmet ainda ecoavam em seu pensamento.

Ele parecia um cara alegre, pegava muitas garotas e estava sempre em festas. Mas só eu sabia o que ele realmente sentia. Era pra mim que ele se lamentava todas as noites quando voltava de seus encontros, arrependido, achando que estava traindo você quando ele nem sabia por onde você andava.

Noite atrás de noite ele repetia esse ritual, festa, bebida, garotas, acreditando que em algum momento ele ia te esquecer.

Ele sofreu muito, Bella. Eu estava lá, eu vi.

Não foi uma vez só que eu tive de coloca-lo embaixo do chuveiro frio pra curar a bebedeira enquanto ele estava aos prantos...

... Quando ele me falou que estava namorando a Tânia firme, eu acreditei que ele ia se recuperar, mesmo ele me garantindo que o amor que sentia por você não tinha passado.

Veio o casamento, que eu não pude ir, apesar dele ter me convidado. Mas quando conversávamos ele ainda parecia estar sofrendo do mesmo jeito, mesmo com o passar dos anos.

...Então uma tarde ele me ligou, nervoso, dizendo que a garota da vida dele estava trabalhando em sua empresa, que era seu braço direito.

Ele me contou da viagem, de tudo que aconteceu e, você acreditaria em mim se tivesse ouvido ele falar, ele estava radiante. A voz dele era pura felicidade, Bella, pelo simples fato de ter você por perto.

... Não foi só sexo minha irmã... E ele não está sofrendo por causa da separação.

Ele me ligou ontem à noite... Pediu o divórcio a Tânia depois de contar a Alice tudo que tinha acontecido entre vocês e afirmar a ela que te amava. Ele se separou por te amar, mesmo tendo a certeza de que você não voltaria pra ele.

O som estridente do celular a tirou de seus devaneios, desmanchando o singelo sorriso que preenchia seus lábios.

Olhou a tela.

Atendeu suspirando.

- Oi Lup...

- Oi linda... – Jacob falou do outro lado, a voz suave – Só queria saber como você está.

- Estou bem na medida do possível. E você?

- Com saudades e um pouco triste ainda.

O semblante de Bella assumiu uma expressão melancólica.

- Me perdoe por ter escondido tudo aquilo de você, e por tanto tempo Jake... Eu...

Ele a interrompeu.

- Você não precisa se desculpar por isso, Bella... Essa parte eu compreendi, você sabe... Eu só, ainda não aceitei bem...

- Eu sei. – Ela falou rápido – E acho que não devíamos falar mais sobre isso. Eu não me orgulho de ter te traído, e sei que não mereço que você aceite meu pedido de perdão...

- Eu já te perdoei, Bella. Só é difícil pra mim lidar com a realidade. – Ele suspirou – Eu só liguei pra ter certeza de que está bem com tudo isso. Não vai voltar atrás? Não vai se arrepender de sua decisão?

- Não. – Ela falou categórica, apesar do tom delicado.

- Espero sinceramente que esteja certa disso.

- Quando eu voltar nós conversamos melhor. Você vai ficar bem?

- Vou sim. – Pausou, a respiração entrecortada – Eu te amo, Bella.

- Eu também te amo, Jake.

Depois de desligar ela resolveu dar noticias ao irmão.

Agora ele poderia saber o que se passava.

Era noite quando Esme entrou em seu quarto com a face lívida, e Edward acreditou que tinha acontecido alguma coisa com seu pai.

Correu para tomar-lhe as mãos entre as suas.

- O que foi Mãe? – Perguntou com urgência, perscrutando o olhar de esmeraldas idêntico ao seu.

- Filho... Ela... Ela está lá embaixo.

Edward não entendeu.

- Ela quem, mãe? Você está me assustando com essa cara!

- A moça... Isabella... Ela está... Lá embaixo. Quer falar com você.

Edward sentiu o chão fugir de seus pés. Agora conseguia compreender a aflição patente no rosto de sua mãe.

- B-Bella está aqui? – Perguntou incrédulo – Lá embaixo?

Esme apenas assentiu, o olhar preocupado em seu filho.

- Querido... – Chamou enquanto tomava o rosto do rapaz entre as mãos – Você está bem com isso? Acha que pode lidar com a presença dela agora? Você ainda está tão... Machucado, Edward...

Ele abraçou a mãe.

A amava tanto. Sempre preocupada com seu bem-estar.

- Eu sou um homem adulto, mãe... Não um rapazinho... – Falou num, tom divertido – Posso me manter de pé, ainda que esteja tão triste por dentro.

- Você pode ser um homem adulto, mas nunca vai deixar de ser o meu bebê. – Esme disse em seu tom maternal, enquanto acariciava-lhe a face.

Edward riu.

- Ela não vai me comer, mãe. Bella não é um bicho-papão. – Brincou, tentando contemporizar seu nervosismo súbito – Provavelmente veio até aqui por algum assunto urgente da empresa.

Ela assentiu mais uma vez, não querendo fazer brotar a esperança no filho. Mas ela sentia, pelo olhar no rosto de porcelana da moça, que ela não estava ali a trabalho.

Assim que colocou o primeiro pé na sala, Edward sentiu um estremecimento tomar-lhe o corpo.

Ele não conseguia disfarçar a alegria em tê-la ali, apesar de que sua consciência gritava que não era nada demais, ele não deveria ter falsas esperanças.

Mas seu coração, teimoso e apaixonado, batia descompassado com a suposta possibilidade.

Ela já sabia de tudo. Talvez tivesse ido até ali para conversar, ouvir dele o que já tinha ouvido do irmão. Quem sabe não teria vindo finalmente se entregar ao amor que ambos sentiam?

Sacudiu a cabeça levemente, tentando se manter lúcido.

Não poderia sonhar tão alto. A queda seria dolorosa.

Viu Bella em pé, olhando por uma das janelas para a noite, de costas para ele.

Suas roupas eram completamente informais, e por isso mesmo, a deixavam ainda mais bonita.

Observou a maneira como a calça jeans salientava suas curvas, e agradeceu a Deus por aquela blusa de mangas compridas não esconder-lhe parte dos ombros, tão pálidos e tão atraentes.

Desejou tocar-lhe os cabelos, que dançavam negros como o céu lá fora, completamente soltos, roçando sua cintura fina.

Ele se aproximou embevecido, perdido no desejo intenso de tê-la de novo.

Sentindo a aproximação, Bella se virou de frente para ele, seu coração e respiração automaticamente assumindo uma velocidade maior.

- Oi... – Edward falou, ainda deslumbrado.

- Oi, Edward. – Falou e sorriu.

Eles ficaram se encarando por minutos intermináveis, sem saber o que dizer, ou no caso de Bella, como dizer.

Ela respirou fundo, e decidiu que depois de onze anos, a última coisa que eles precisavam era perder tempo.

- Tem uma semana e meia que eu terminei com o Jacob. – Falou simplesmente, encarando fundo os olhos de Edward. – Não vou mais me casar.

Edward prendeu a respiração inconscientemente, surpreso demais com aquela noticia.

Bella não esperou que ele dissesse alguma coisa. Precisava dizer tudo antes que não pudesse mais se conter e pulasse em seu colo.

- O Emmet me contou tudo. – Falou se aproximando – Todas as palavras que você falou, tudo que ele viu você sentir... Até mesmo a sua briga com Tânia antes de vir pra cá. Eu sei de tudo agora... Eu... me sinto tão... – Sorriu ironicamente – Feliz... E tão idiota, também... Como eu não consegui enxergar? Se eu sinto o mesmo por você, como eu pude não ver que você me amava naquela época, e que ainda me ama?

Quando terminou de falar eles estavam a centímetros um do outro.

Edward sentiu as mãos formigarem, louco para abraça-la, mas se conteve. Tinham coisas a ser ditas.

- Eu fui imaturo, Bella... –Falou intenso – Mas sempre fui verdadeiro quanto ao que sentia por você...

- Eu sei. Agora eu sei disso...

- Você pode me perdoar? – Ele pediu com o olhar em brasa – Pelo que fiz com você? Por não ter sido corajoso o suficiente para enfrentar um bando de adolescentes prepotentes e assumir o meu amor por você?

Bella estendeu uma das mãos e tocou-lhe a face carinhosamente.

Edward cerrou os olhos, apreciando o toque, ainda descrente de que aquilo realmente acontecia.

- Eu te perdoo... Se você me perdoar também. – Bella murmurou.

Ele abriu os olhos em incredulidade.

- Pelo quê?

- Eu deveria ter te dado, ao menos, a chance de se explicar. Eu não quis te ouvir... Nem quando tudo aconteceu, nem depois, quando nos reencontramos. Fui estúpida.

- Você estava ferida... – Edward replicou amoroso, colocando ambas as mãos no queixo dela – Eu errei... Errei feio e mereci cada minuto de sofrimento por que passei. Você não tem que me pedir perdão.

- Por favor, Edward... Se vamos recomeçar... Tem que ser do zero, sem mágoas. E isso serve pra você também.

Ele arregalou só um pouco os olhos.

É claro que ele já tinha entendido que ela estava ali para que eles se acertassem. Soube disso quando ela informou do rompimento do noivado. Mas as palavras o surpreenderam de qualquer forma. Ele ainda tinha medo de ser só um sonho.

- Recomeçar? – Murmurou.

- E não é pra isso que estou aqui? Ou você não quer? – Perguntou com o ar confuso.

- Não! É claro que quero! – Edward respondeu, puxando o rosto dela para si – É só que... Eu desejei tanto isso... E por tanto tempo, que... Eu acho que estou delirando.

Bella riu baixo e passou os braços pela cintura dele, dando as boas-vindas à eletricidade que percorria seu corpo sempre que o tinha tão próximo.

Roçou de leve seus lábios.

- Isso é real... Você pode sentir?

Ele não respondeu.

Apenas tomou-lhe a boca com paixão e desespero antes que ela pudesse falar mais alguma coisa.

- Você pode me responder agora? – Bella perguntou, assim que quebraram o beijo em busca de ar.

- Responder o que? – Edward questionou absorto, ainda tocando os lábios dela com os seus.

- Pode me perdoar?

Ele se afastou, apenas o suficiente para que se encarassem.

- Eu te perdoo por ter me privado se sua presença todos esses anos... E perdoo você por ter me ignorado deliberadamente depois de nós termos nos reencontrado.

- Edward! – Choramingou.

- Isso é tudo pelo que tenho de lhe perdoar, Bella. – Cortou – E vamos encerrar esse assunto. Temos coisas melhores a fazer agora... Como recuperar o tempo perdido. – Falou com o olhar malicioso.

Puxando-a pela mão ao longo de toda a escada até seu quarto, sem estranhar o fato de que seus pais haviam desaparecido convenientemente, Edward não desligou seu olhar apaixonado dos olhos chocolates que tanto amava.

E depois de passarem pela porta, que foi trancada assim que eles a fecharam, abraçou o corpo pequeno e sinuoso de sua menina, tendo certeza de que agora sim, poderia ser feliz. Verdadeiramente feliz.

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