Wait For Me. escrita por Shinobu


Capítulo 1
I am so, so sorry.


Notas iniciais do capítulo

Para poupar o trabalho...

http://www.youtube.com/watch?v=AHjBf2p0dq0
http://www.youtube.com/watch?v=Te92Oz2fcCQ

Oneshot escrita a ouvir essas duas themes do jogo. Qualquer pessoa que o conheça também conhece essas músicas ~

As partes dentro das aspas são retiradas do próprio jogo.



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“ – Tu…

– O-O que é que se passa contigo? Estás a assustar-me, coel–

– Agora não. Ouve-me. Nunca admitas uma derrota. Aguenta toda a dor que encontrares, e luta até ao teu último suspiro como um ser humano. Mesmo que estejas feio, e patético, e partido…

– Rachel…

– Por favor, Ragna. ”

Rachel suspirou. Depois de tantos mundos por onde ela havia passado, tinha acabado por criar uma ligação com Ragna, por muito que ela detestasse a ideia. Não se recordava de todos os momentos que passou a tentar fazer com que os outros quebrassem o ciclo do tempo.

Mas sem dúvida alguma, recordava-se de todos os momentos que havia passado a incomodar Ragna.

Ela deu um riso discreto. Ragna era tão ingénuo. Recordara-se de quando lhe havia colocado os Spectacles of Eros e todos se haviam apaixonado por Ragna. A expressão dele a ouvir tantas confissões fora, de facto, incalculável.

No entanto, havia uma coisa que ela nunca havia entendido, mesmo depois de todas as suas viagens pelo tempo. Se, de facto, aquele artigo era forte o suficiente para fazer com que Jin passasse a adorar o seu irmão que anteriormente odiava…porque é que ele não havia resultado com ela? Não fazia sentido.

– O que raios estás aqui a fazer, coelha?!

Rachel esboçou o seu habitual riso sarcástico ao ver Ragna parado à sua frente, de braços cruzados. Com aquela expressão aborrecida que tanto a fascinava.

– Bom dia, Ragna. Estou a ver que continuas tão idiota como sempre.

– Gah, sua coelha irritante! Acabaste por não me responder!

– Que pergunta tola. Porque é que eu te havia de dizer quando é que faço algo? Tenho sempre que te informar de onde estou?

– Não…mas…

Silêncio. Rachel afastou os seus cabelos loiros da cara delicadamente, fechando os olhos. Ela sabia exactamente qual iria ser a história de Ragna neste mundo, e qual o final. Mesmo que ela alterasse as suas palavras e as respostas de Ragna não fossem exactamente iguais…ela sabia o quanto ele iria sofrer.

Mas ela também sofria, porque ele acabava por se esquecer sempre dela.

“ – Ragna...desculpa-me. Mais uma vez eu não pude fazer nada e tu agora tens que sofrer por isso. Desculpa-me, desculpa-me. Tudo o que eu posso fazer é observar, enquanto tudo termina...mesmo que te esqueças de mim, eu nunca me esquecerei de ti. Ver-nos-emos de novo, noutro mundo. ”

– Outra vez o tratamento do silêncio?!

– Ragna. Não trates o poder do Azure Grimoire como se fosse o teu próprio.

– Hã?! Para que é que estás a repetir a frase do mestre? Não que importe muito. Eu vou utilizar o MEU poder para fazer o meu próprio destino.

Não…não de novo. Rachel olhou para os olhos de Ragna melancolicamente. Ela já deveria estar habituada a todas as repetições e à impotência que ela sentia depois de observar o mundo a desmoronar-se, sem poder fazer nada.

Mas por muitos mundos que ela atravessasse, ela nunca conseguiria habituar-se a ver aquele tolo magoar-se.

– Gostaria de ter o poder de te salvar nas minhas mãos, Ragna. Mas já cometi esse erro uma vez. – Murmurou, suspirando em seguida.

– Q-Quê?! Não preciso que uma coelha idiota me salve! Eu mesmo sei cuidar-me.

– Claro. Uma criatura tão lenta como tu…espera, não. Criatura é demasiado simpático. Algo ainda pior que isso. Algo que nem pareça vivo…

– Que raios?! Sua coelha distorcida, sugadora de sangue!

Rachel levou a sua mão até à face de Ragna, que sentiu a sua face relaxar com o toque suave da mão dela.

– Ra-Rachel…o que é qu–

Antes que ele pudesse acabar a sua frase, Rachel puxou a sua mão atrás e acertou-lhe no rosto.

– Gah, o que raios pensas que estás a fazer?!

– Isso é por todas as vezes que te atreveste referir-te a mim como coelha, idiota e distorcida. Neste mundo…e nos outros.

Um sorriso formou-se nos lábios dela. Não era o seu sorriso sarcástico que ela costumava dar como quem demonstra que é superior, mas sim algo genuíno.

– E claro, é um castigo pela tua estupidez.

– És totalmente insuportável! Só sabes vir para onde eu estou e insultar-me–

Não que Ragna reparasse que o sorriso dela estava…diferente. Ou assim ela sempre achara. Ragna era decifrável e, ao mesmo tempo, indecifrável.

Talvez fosse esse o motivo pelo qual ela o achava tão interessante. Enquanto que os humanos eram totalmente previsíveis, Ragna era capaz de a surpreender de várias maneiras. Mesmo que ela soubesse que ele ia sempre responder a todos os insultos, Rachel não era capaz de prever as palavras que saiam da boca dele.

Não que ela se importasse…até pelo contrário. Estava farta daquela rotina que ela fora obrigada a seguir durante muitos anos.

– Oh. Estás a insinuar que eu vou para os sítios onde tu estás de propósito?

– Claro! Aposto que te estás a divertir com toda esta situação!

E de facto, ela estava, apesar de que nunca o admitiria. Mesmo que eles estivessem sempre a discutir, ela divertia-se sempre quando estava com Ragna. E o facto de ele nunca se recordar dos mundos antigos onde eles estiveram era proveitoso para ela, já que ela aprendia sempre algo novo que servia para o irritar. Como, por exemplo, o medo dele por fantasmas.

– Eu salvo-te a vida e este é o tratamento que eu recebo? Realmente, deveria  ter-te deixado morrer. Nem sequer um obrigado foste capaz de dizer. Mas não me admiro. Um tolo como tu não tem a menor delicadeza, ao contrário de mim. – Rachel cruzou os braços e olhou para Ragna de lado.

– …coelha idiota.

– Incrível como tens sempre alguma resposta para dar. Custa muito ficares em silêncio por uns segundos?

Ela arrependia-se todos os dias de ter seguido o seu instinto de vampira e o ter salvado. Por culpa dela, em todos os mundos ele acabava para sofrer, de uma maneira ou de outra, sem que ela pudesse fazer nada sem ser observar. Mas sem dúvida, no fundo…talvez ela se sentisse feliz por o ter feito.

– Por favor, Ragna. Lembra-te que o poder do Azure Grimoire não é o teu.

Ragna pegou na sua espada e tentou cortar Rachel, que desapareceu por entre a lâmina.

– Desculpa-me, Ragna…

Apenas a voz dela ecoava naquele sítio, mas Ragna não se importava com isso. Rachel era nada mais que um segundo plano para ele agora.

– Coelha…não apareças a dar-me lições de moral como se soubesses de tudo!

E ela sempre soubera que era apenas o segundo plano dele.

Ah, quanto ela gostaria de ficar a observá-lo a ser consumido pelo Azure Grimoire por ser idiota. Seria o pagamento por ser tão retardado e tratar uma rainha como ela daquele modo tolo dele.

Mas ela sabia, bem no fundo, que a culpa era dela. E por esse motivo, ela desaparecia sempre que sabia o que se ia dar. Não aguentava ficar a vê-lo sofrer por culpa dela.

A partida era pregada pelo tempo, mas era ela que somente podia observar. Se ela pudesse lutar contra o destino, será que as coisas seriam diferentes? Será que Ragna não sofreria mais?

Ela não podia interferir. Arrependia-se da última vez que o havia feito, e nunca se perdoaria se trouxesse mais sofrimento ainda para Ragna.

Oh…agora ela finalmente percebera…

– Ra…chel…

Porque é que o Spectacles of Eros não havia funcionado nela.

– Des…culpa. E…obrigada.

Ela já o amava.

– Ragna…a culpa é minha. Se eu pudesse fazer alguma coisa, eu…

Ela aproximou-se do corpo dele que estava deitado no chão, pousando os joelhos no chão sobre o sangue espalhado.

Rachel sabia que Ragna não iria durar muito mais com aquelas feridas no seu corpo.

Ragna levantou a sua mão na direcção da cara de Rachel, o que ela não esperava. Ela não alcançou a face dela como ele gostaria. Tentou pronunciar algo que Rachel não entendera, já que estava demasiado fraco. E a sua mão caiu lentamente, por culpa da força da gravidade e da fraqueza do corpo dele…até ser segurada pela da própria Rachel.

– Descansa, Ragna. Voltaremos a ver-nos…

E mesmo na altura de partir, ele esboçava aquele sorriso que ela aprendera a apreciar. Lentamente os olhos deles fecharam-se e Rachel sabia que a voz dela já era inaudível para ele.

Mas o sorriso continuava lá.

Oh…não valia a pena ela sentir-se triste. Ela iria voltar a vê-lo dentro de pouco tempo. Sempre havia sido assim.

E se neste mundo um pequeno gesto inesperado como o que Ragna havia feito, ao estender a sua mão para ela, havia acontecido…

Quem sabe se outros gestos não aconteceriam noutro mundo, que permitissem que ela fosse capaz de revelar o quanto ela se importava com ele?

Largou a mão de Ragna e levantou-se, sacudindo o seu vestido cheio do sangue dele. Se fosse outra pessoa, Rachel recusaria sujar o seu vestido. Mas ele…o sangue dele valia muito mais do que qualquer vestido que ela pudesse comprar.

Descansa Ragna, e espera por mim. Eu voltarei sempre para discutir contigo.


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Notas finais do capítulo

Por muito que eu gostasse de criar uma história em que a Rachel e o Ragna andassem aos amassos, não o consigo fazer. Não quis estragar a relação que eles têm por fazer alguma confissão OOC entre eles. D:

...espero sinceramente que os criadores de BlazBlue tornem Rachel x Ragna cannon. Apesar de ser quase impossível. OTL

Enfim. Até a uma outra fic ♥



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