O Retorno escrita por Abraxas


Capítulo 7
Capítulo 7: O triunfo do herói.




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Sentado no chão e entre as pernas da criatura, Eric fica chocado ante a força extraordinária do ser. Em seguida, ele escuta do seu empregado, Nicolai, o seguinte conselho:

— Eric... Se tem uma carta na manga, use agora. Pelo amor de Deus!!!

— Que carta?! - devolve. Eu não sou nenhum trapaceiro! Eu jogo segundo é apresentado o jogo. - ainda encarando o monstro que baba de raiva.

— Então jogue, Eric!!! Eu não quero morrer aqui!

Neste exato momento, a criatura soca o local onde Eric estava. Foi tão rápido o movimento do gigante que só se via a poeira levantando depois do golpe. Assim que a poeira abaixa, constata-se que o cavaleiro tinha sumido.

O ser urra de raiva.

— Acho que precisa ser mais rápido que isso, grandalhão. - desafia Eric com aquela pose típica dos super-heróis de HQs.

O empresário nem sente o golpe, só soube que o atingiu quando nota que atravessou a parede.

— Esse cara me atingiu?! Como?! - exclama Eric.

Uma fração de segundo depois, o empresário estava em outra parede, ou melhor, coluna, e colado nela.

Surpreso, a criatura diz:

— Ainda está vivo, verme?!

— Sou muito mais forte do que imagina, idiota! - e sai da coluna de sustentação semi-destruida.

— Ótimo! Assim eu não preciso me conter...

— Como?! Conter?! - descrê no que ouviu.

No momento seguinte, o empresário descobre que está voando e fora do palácio, ou melhor, nos céus da capital do Império. Antes que pudesse fazer qualquer coisa, o ser aparece e o soca novamente.

Instantaneamente, Eric está enterrado a uns noventa centimentros de profundidade no solo.

Exatamente, dois quilômetros longe do palácio.

O empresário observa que sua aura o protegeu dos golpes do monstro, mas não sabe por quanto tempo poderá resistir. Nisto Eric saca a sua espada e invoca a armadura e escudo.

Em segundos, o ser fica diante do cavaleiro.

— Estou surpreso. Uma aura mágica. Devia ter imaginado...

— Acho que agora podemos lutar de igual para igual. - diz o empresário.

Segundos depois, Eric descobre que sua espada tinha se partido em mil pedaços.

Ele fica estarrecido.

— Acho que nunca!!! - e o ser ri.

Em outro momento, Eric sente que o seu escudo enverga-se devido a um golpe, que não viu, e o seu corpo voar, chocar-se em várias paredes e parar em outro extremo da cidade.

O empresário descobre que o seu braço esquerdo está quebrado.

Eric urra de dor.

— Então começou a doer, verme? Tudo tem limite, exceto, claro, eu! - e ergue o empresário e com uma das mãos livres. Olhe só isto! - e mostra a sua espada. Esta arma é capaz de destruir qualquer coisa. Basta um golpe. - e dá um toque de leve com a lâmina da espada no elmo de Eric.

Acredite, o elmo parte-se ao meio.

Quando o cavaleiro vê que um filete de sangue atrapalha a sua visão, ele aponta o dedo indicador para o rosto do monstro.

— Adeus, babaca! - e simula um tiro com o polegar.

O ser, simplesmente, desaparece.

Ao cair no chão, Eric descobre que também tinha quebrado as duas pernas e não consegue ficar em pé.

— Desgraçado!!! Ele quebrou a minha espada!!! - e um palavrão ecoa, depois uma sonora risada.

Contrariando todas as expectativas, ele tinha vencido a luta...

Diante o rastro de destroços, Nicolai Garacosi investiga sobre a localização do corpo do seu patrão. Afinal, quando viu o ser que o Eric estava enfrentando, o romeno tinha uma única certeza.
O empresário está morto ou agonizando. Mas ileso, impossível.

Depois de uma meia hora de uma busca incessante, Nicolai observa, de longe, uma espécie de silueta feminina de cabelos longos e brancos. De súbito, alguém se levanta e fica de pé. Amparado pela mulher, outra silueta, agora masculina, começa a caminhar.

Nicolai reconhece aquela segunda silueta e começa a correr em direção dela. Assim que chega bem perto, porque é de noite, reconhece o seu patrão.

E o mais incrível, ileso.

— Eric! Você está vivo?! - pergunta emocionado.

— O que esperava? O coelhinho da Pascoa?

— Eu pensei que estivesse...

— Morto?! Qual é, Nicolai?! Sou mais durão que imagina. - e sorri.

Apesar da resposta confiante, Nicolai não ficou muito convencido. Além do mais, Eric está vivo. E é isso que importa para o romeno.

— Chefe... Quem é aquela mulher de corpo maravilhoso e cabelos brancos que estava amparando-o?

— Quem? - pergunta fingindo ignorar o ocorrido.

— A moça que estava aqui agora pouco? - insiste.

O empresário olha para atrás, depois encara o cientista e responde:

— No momento certo você irá descobrir... Agora, meu amigo, quero mostrar aqueles idiotas que estou vivo e derrotei o brutamontes deles.

Assim, Eric caminha lentamente em direção do palácio. Quando as pessoas o viam, davam um grito e, em seguida, ajoelhavam. Todos os habitantes da cidade estavam paralizados de surpresa e pavor. O cavaleiro, simplesmente, os ignorava, continuando a sua caminhada até a cerimônia, onde, em silêncio, vêem a entrada do usurpador no local do casamento.

Quando Eric entra no salão principal, a consorte fica catatônica, a sua mãe desmaia e os convidados começam a soluçar.

Finalmente, o cavaleiro sobe diante o altar e começa o seu discurso com uma pergunta:

— Será que existe mais alguém que possa me enfrentar?

Um silêncio sepultral ecoa no salão.

— Ótimo! - diz Eric. Quero comunicar que o campeão de vocês não está morto. Entretanto, estará incapacitado, no mínimo, um ano, pois ele está no espaço sideral, inerte, para esfriar um pouco a sua cabeça. Quero dizer a vocês, seus idiotas, que sou o novo monarca deste Império e vou deixa-lo quando for convenviente. Tenho responsabilidades em meu mundo. Como vocês vão resolver esse problema sucessório, não me interessa, o que quero é sossego para os meus homens possam trabalhar e, assim que conseguir o que quero, eu irei partir daqui o mais rápido possível. Neste periodo, espero a colaboração de todos... - e dá uma pausa.

— O que estou fazendo são apenas negócios... - mais uma pausa. Obrigado. - e pede a mão da consorte.

Ela nada diz, apenas obedece.

Em um mês de ocupação das forças de ocupação de Eric sobre o Império Aspisíneo, as coisas mudaram muito. A relação dos nobres com o empresário é de total subserviência. Até os mercenários são tratados como reis. O povo já sorri quando o "ocupante provisório do trono", assim que Eric gosta de ser tratado, passa pelas ruas da capital.

Já a consorte...

— O senhor deseja alguma coisa, senhor meu marido? - pergunta a garota de uma forma mecânica.

O cavaleiro olha para a garota, sentado no trono e lendo uns papeis, quando foi interrompido pela pergunta.

— Não, obrigado. - responde secamente.

A garota senta, silenciosamente, ao seu lado, do trono reservado a sua pessoa.

Eric não dá muita atenção a ela.

Asherat, a consorte, sem muito o que fazer observa o seu marido trabalhando. Ela fica curiosa, pois, acostumada com a antiga Imperatriz que debatia com os seus ministros, Eric apenas lê papeis e assina alguns.

Notando que recebe uma atenção inesperada, o empresário pergunta:

— O que foi?

— Eu estou observando-o, senhor meu marido. Pensei que fosse um barbaro selvagem, porém noto que és um administrador competente. Tu cometeste alguns erros, mas soube se sair muito bem. O Império está satisfeito com sua administração.

— Vocês pensaram que eu era um saqueador, um monstro, que roubaria o seu maravilhoso país e o levaria ao caos. Sou um executivo. Eu estou acostumado a administrar uma empresa de grande porte. E quase a mesma coisa que administrar um país. Além do mais, do jeito que os nobres estão com medo de mim certamente isto diminuirá o risco de corrupção. - e pisca o olho.

A garota sorri.

— Como é o seu mundo, senhor meu marido?

Eric pensa um pouco e diz:

— Um ótimo lugar para se visitar, mas péssimo para se morar nele.

— E tão ruim assim? - ela pergunta com uma inocência tão grande que Eric ficou surpreso.

Respirando fundo, o empresário apenas diz:

— Sim. É.

— Por quê?

Antes que pudesse responder, Nicolai Garacosi entra no salão imperial com mais papéis.

— Sr. Summers, os carregamentos estão estão dentro do previsto. Em breve... - aí nota a presença da consorte.

— Vossa Majestade. - saúda o cientista e interrompendo o seu discurso.

— Ministro. - respondendo a saudação.

— Ministro?! - exclama. Virei ministro?! Do que? - pergunta Nicolai.

— Cara, Asherat. Será que podia nos deixar a sós? E que vou ter uma reunião ministerial com os meus aliados.

— Caro, marido. Como sou casada com o ocupante provisório do trono, devo estar aparte dos assuntos do Estado.

— Como queria... - e pede para que todos os ministros entrem no salão Imperial.

Aos poucos, homens e mulheres vão entrando no local, uma mulher, em destaque, causa surpresa tanto para Nicolai quanto para a consorte.

— Eric?! Aquela não é mulher que estava com o senhor naquele dia?! - pergunta Nicolai.

Súbito, a voz da consorte se altera.

— Então foi assim que venceste o meu irmão! Vendendo a sua alma à maior inimiga de Gilgamesh, Kala Ishitar. - e aponta para a mulher que sorri para a garota.

Percebendo que o assunto é com ela mesma, a mulher de cabelos branquíssimos e longos que caiem até a cintura e de tão lisos chegam a brilhar. Os olhos de íris vermelha, corpo escultural ainda mais realçaldo com uma espécie de "macação" apertadíssimo, colado a pele, com estranhos circuitos pulsantes e brilhantes circulando em todo o seu corpo. Só o rosto e as mãos revelam que a tez é branca e pálida. Lábios escarlate e botas de salto baixo completam a endumentária da "boneca" em escala humana. ( Se o leitor quer uma idéia melhor da aparência da garota, basta observar o game KOF [ King of Fighters ] a lutadora, Kula Diammond. ) Ela sobe os degraus que levam até o trono.

A consorte "gela" diante a presença da arqui-inimiga do seu irmão.

— Olá, Asherat! - diz a garota de cabelos brancos. Quanto tempo...

Uma lágrima rola no rosto da adolescente.

— Com licença, senhor meu marido, vou-me ausentar dessa reunião. Estou indisposta. - e levanta do trono.

— Asherat... - diz Eric. Espere...

Já não conseguindo controlar o choro, a consorte responde ao seu marido:

— De todos os crimes que cometeu, este foi o mais grave deles, senhor meu marido. Eu entendo que estava lutando por sua vida, sei que não és tão má pessoa, afinal de contas, entretanto você conseguiu uma aliança que culminará na sua própria destruição como também de nosso Império. Tenho muita pena do senhor. Adeus! - e a consorte desce as escadas.

Kala, a mulher de cabelos brancos, segura a garota pelo braço direito.

— Asherat! Eu sou inimiga do seu irmão não por ódio, mas por amor. Ele sempre me rejeitou. Nasci e existo para ser dele. Por que ele me rejeita?

— Gilgamesh, Kala Ishitar, é um ser vivo puro e não um homúculo criado para gerar uma prole de monstros super-poderosos para conquistar o Universo. - e vira o seu rosto.

— Que fidelidade fraternal! Você não é a irmã biológica dele e sabe disso, tua mãe o adotou quando a nossa nave caiu neste mundo. Gilgamesh é o úlitmo de sua espécie e eu fui criada para ser apta a gerar a sua prole. Acha mesmo que ele vai te esperar "crescer" para tomar-te como esposa?! Na primeira cópula, tu irás...

Antes de terminar a frase, a consorte bate no rosto da mulher.

— Vadia!!! Eu não tenho a sua mente suja!!! Sou irmã dele e nada mais! Se ele a rejeita, porque sabes o que tu és!

Nisso a consorte consegue se desvenciliar da mulher.

— Além do mais, você matou o melhor amigo dele, "boneca"... - lembra Asherat.

— Ele era má influência para o seu irmão.

— Enkidu o alertou dos seus planos e de sua facção política do seu mundo extinto. Afinal, ele deveria ser o seu marido e não Gilgamesh.

— Tu não sabes de nada da programação original de nossa nave, pirralha! Somos Deuses comparados a vocês.

Em seguida, a consorte olha para Eric.

— Vê?! Isto que o espera! Tu serás escravo de uma máquina sexista e diabólica.

O empresário olha para a garota e diz:

— Se todos os problemas do meu mundo fossem esses... Realmente não conhece o meu mundo. Nós fazemos acordos com todos, até mesmo aqueles que tenham uma moral duvidosa.

Ao ouvir isto, Asherat responde:

— Agora entendo o porquê do seu mundo ser tão ruim. - e sai do salão.


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Notas finais do capítulo

( Fim do capítulo 7 )



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