Falling Inside The Black escrita por Enchantriz


Capítulo 4
Capítulo 04: A Realidade Fora de Controle!




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Alguns dias se passaram.

Não mudou muita coisa em minha vida depois que conhecei Marion. Os dias eram os mesmo, e a noite... a noite era sempre uma caixa de surpresas.

Durante esses dias eu descobri algumas coisas sobre aquela garota que "assombra" os meus sonhos. Por exemplo: Marion sempre está com algum tipo de vestido ou com uma capa. Ela não tem pais e vive naquele castelo gigante sozinha sabe-se lá por que. Gosta de flores, odeia claridade e tem um péssimo habito de responder as minhas perguntas com um "isso importa?".

Fora isso, tenho que realmente admitir que ela parece ser uma garota e tanto.

Mas... refletindo melhor...

Ela é apenas fruto da minha imaginação, criação do meu desespero por estar tanto tempo sozinho.


Ela não passa do meu remédio para a minha dor de cabeça!


Não há porque eu continuar com isso. Sei que é algo cruel e egoísta da minha parte, mas não quero depender de ninguém, eu não preciso dessas coisas pra sobreviver. Afinal, eu não aprendi a viver sozinho até agora pra nada...


- Ahh – fechei os olhos suspirando enquanto coçava a cabeça – Como é que eu vou explicar isso pra ela agora? Aquela garota vai querer me matar... – engoli seco e olhei pro relógio.


17h49min.



Lavei a louça e fui para o quarto estudar um pouco.

A partir de amanhã será uma semana inteira de provas. Eu sempre me dou bem em todas as matérias, menos uma...


- Aff's! Os números me odeiam! – me joguei na cadeira olhando pro teto cansado de ver o livro de matemática.


- Ou você que os odeia...


Ouvi uma voz feminina atrás de mim e me virei com tudo caindo da cadeira. Não havia ninguém no quarto, e aquela voz com certeza era de Marion!

Levantei-me e arrumei a cadeira.


- Humpf! Era só o que me faltava! Agora eu também a escuto fora da minha mente... É melhor eu terminar logo com isso antes que eu tenha problemas depois pra me livrar dela... – apaguei a luz do quarto e fui me deitar.


Poucos minutos depois adormeci.




Desta vez eu estava em frente a uma grande fonte de pedra que ficava na entrada do jardim que dava para o castelo. Era realmente bela a cor daquela água.

Avistei Marion a alguns passos a minha frente sentada num banco conversando alegremente com uma criança que aparentava ter uns 10 anos e ser aquele tipo de garota meiga. A menininha chorava com as duas mãos nos olhos enquanto minha fantasia sorria ao pegar as duas mãos dela.


Ela não estava chorando de tristeza, mas sim, de felicidade?


Eu não entendi mais nada! Como uma criança pode ficar feliz em estar aqui? O que é que estava acontecendo afinal!?


Parei de tentar desvendar o que se passava em frente a meus olhos e fiquei onde eu estava, apenas esperando pacientemente ela terminar de falar com a menina. Não demorou muito; e a pequena sumiu com um largo sorriso no rosto.


- "É agora..." – pensei ao vê-la se aproximar.  Marion...?

- Huh!? – ela parou e me olhou como se eu fosse algum estranho e depois deu mais alguns passos a frente. – É raro você me chamar pelo nome. O que quer?

- Precisamos conversar. – disse indo direto ao assunto.

- Pois então digas...


Meu sangue congelou...

Minhas mãos tremiam e eu senti como se estivesse perdendo o chão.

           

Como é que eu posso falar isso sem magoá-la?


Éh, acho que não tenho escolha...


Mas do que é que eu to falando, ela não é real!


- Não acha que isso esta indo longe demais?

- Do que esta falando?

- Você sabe... Essa história de você aparecer na minha mente toda noite. – tentei explicar. Marion fez cara de desentendida. – Olha, eu sei que você é apenas algo que eu criei para me sentir melhor, não precisa ficar escondendo isso de mim e aparecendo toda hora pra me consolar, eu não sou uma criança.


Marion estava de boca aberta.


- C-calma ae... Escondendo? E te consolando? – riu ironicamente. – Desculpe, acho que eu não ouvi direito... Repeti. – disse em tom firme.


Bom, aqui vou eu no objetivo de ter minha mente limpa e vazia novamente.


- Você não passa de um objeto pra me fazer melhor.

- Como é que é...!? – seus olhos ficaram vermelhos ao fechar a face com raiva.

- Você não é real, é apenas um fruto da minha mente e da minha imaginação! Como eu havia dito, você é apenas algo pra mim mesmo me sentir melhor e --


As duas estátuas atrás de mim explodiram em vários pedaços.


- Algo!? – uma aura negra formou-se em volta de si. O céu começou a escurecer ferozmente junto com um vento forte que se aproximava. – Eu não sou um objeto! - gritou fechando os punhos com força fazendo a fonte de pedra em questão de segundos virar cinzas. – Você ta achando que eu sou apenas um objeto que você usa pro seu próprio bem e depois me descarta?!

- Não foi isso que eu quis dizer! Só não tem futuro eu ficar conversando todas as noites com alguém que não passa de uma fantasia minha.


Ela deu uma grande gargalhada. 


- Agora eu virei fantasia?

- Já chega Marion! – gritei irritado. – Para de agir como se você fosse alguém! É obvio que você não existe!


Vi sangue escorrer dos olhos da garota por sua face.


- Eu vou acabar com a sua raça!


Ela estava tão demoníaca que chegava a dar medo só de respirar aquele ar. Meu estomago estava começando a embrulhar e a ânsia de vomito a ameaçar que nem da primeira vez que nos vimos.

O chão começou a tremer e as coisas ao seu redor a se quebrarem, explodirem e caírem.


- Não se preocupe, – a respondi – não vai ser necessário gastar seu tempo com isso, eu não vou voltar mais aqui! – sai andando lhe dando as costas. Era obvio que eu tinha que sair dali o mais rápido possível, mas como?

- Ótimo...!


Um largo sorriso apareceu nos lábios de Marion e de repente diante dos meus pés o chão se abriu mostrando o que aparentava ser um abismo.


Arregalei os olhos e acordei ofegante naquela madrugada.

Sentei na cama e respirei por alguns minutos, fechei o punho e soquei com força a escrivaninha ao lado. 

Era impressão minha ou eu acabei de ter uma discussão com um sonho? Mas no meu caso, isso era a coisa certa a se fazer, afinal, não sou mais uma criança para ter um amigo imaginário.


Uma coisa era correta afirmar: Division of Two Worlds provavelmente é movido às emoções dela. Se lá já é assustador com ela calma, nervosa então... aquilo deve ser o caos.


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