_Maka, vamos voltar pra casa... Já deve passar das três da manhã!
  _Não! Faltam poucas almas pra coletarmos e, além disso, sinto ondas de alma estranhas vindo daqui de perto.
  _Tanto faz... Se é assim que você quer...  – disse, em tom de deboche – Mas trate de não demorar muito.
  _Soul... – disse, parando no meio do caminho – Eu prometi que faria de você uma Death Scythe e não medirei esforços até que alcance essa meta.
  _Ainda assim... Não precisa se esforçar tanto.
  _Eu sei... Mas eu quero me esforçar! – disse, com o sorriso de sempre – Mas... já estivemos aqui antes?
  _Talvez, mas... esse lugar está destruído. – disse, olhando para a velha ponte, pela qual passava um rio de águas violentas.
  _ O que aconteceu aqui?
  _Eu não sei... mas não parece ser muito bom.
  _Soul, olha!
  _Um... sapo?
  _Saudações, gero! Que coincidência encontrar vocês por aqui. Free, acabamos com eles aqui ou deixamos um pouco para Medusa-sama?
  _Medusa não se contenta com tão pouco – disse o licantropo, saindo de um beco.
  _Soul!!
  _Já entendi! – e se transformou em foice.
  _Ora ora... sozinhos desta vez? Então não será grande coisa...
  _Seu... – disse Maka, com raiva estampada no olhar e o atacou.
  _ Você realmente acha que é tão fácil derrotar um imortal? – disse, bloqueando o ataque, como que brincasse com a situação – Vocês, sozinhos, realmente não são desafio pra mim – e a chutou longe.
  _Maka! – exclamou Soul, já em forma humana – Maka, você esta bem??
  _Soul... não precisa se preocupar...
  _Como eu não vou me preocupar? Olha seu estado!
  _Então as crianças não desistem fácil... – dizia enquanto se aproximava.
  _Soul... foge...
  _E te deixar aqui??
  _Mas...
  _Deixe-me terminar logo com isso... – disse erguendo Soul pela nuca, este lutando para se soltar.
  _Espera!! – exclamou Maka, que mal conseguia se mexer.
  _Acho que você não pode fazer nada quanto a isso... – disse Free, que num gesto rápido, arremessou Soul para fora da ponte, este que por sorte conseguiu se segurar na beirada.
  Maka se ergueu subitamente e foi com rapidez em direção a Soul, que lutava pra não cair. Maka segurou sua mão com toda força que lhe restava.
  _Você não vai conseguir Maka!
  _Eu não vou te deixar! Nem que tenha que ir junto com você!!
  _Eu não posso fazer isso com você... – e se soltou das mãos de Maka, que olhava a cena em choque, estática, mal conseguia acreditar no que via. Num ato de desespero, gritou o nome do companheiro com toda força que lhe cabia, companheiro cujo corpo sumia entre as águas.
  _Agora só falta uma... - disse e rapidamente direcionou um chute em direção à Maka, que só pode fechar os olhos e esperar pelo impacto, pensando no companheiro que, em horas como aquela, era o primeiro a se sacrificar por ela. Ficou estática, com a mão em frente ao rosto, segurando as lágrimas, até que... acordou. Se ergueu subitamente e respirou fundo, como quem estivesse abaixo d'água a algum tempo. Seu coração batia acelerado e sua respiração estava ofegante. Já se passavam das cinco da manhã e a lua ainda brilhava no céu.
  Antes mesmo de se recompor, se levantou e foi correndo até o quarto do parceiro.
  _Soul!!
  _Maka, mas o que... - foi interrompido por um abraço antes que se levantasse - O que houve? - perguntou preocupado.
  _Nada, foi só um pesadelo, mas estou melhor agora...
  _Então acho que já pode me soltar.
  _Ah... é, desculpa... - disse, um pouco vermelha - Mas...
  _O que é??
  _Eu... não quero voltar pro quarto. - dizia enquanto enrolava uma mecha de sua franja entre os dedos.
  _Qual é o problema com seu quarto??
  _É que... - se engasgava com as palavras.
  _Esquece, essa cama é muito pequena.
  _Ah... certo... - disse e se virou.
  _Espera! - disse, um pouco arrependido - Eu arrumo um jeito...
  _Sério?? - disse, com o sorriso contagiante. 
  _Claro... afinal, um cara maneiro nunca abandona sua parceira, não é? - sorriu.
  _Soul... eu...
  _Fala.
  _Eu... não sei o que eu faria se eu te perdesse...
  _É esse o motivo da preocupação? Esquece isso, Maka... você sabe que eu nunca vou te abandonar nem nada parecido...
  _Você promete? - perguntou enquanto se aproximava de Soul.
  _Eu prometo. Foi o que eu te prometi desde o começo, não foi??
  _Soul, eu... - correu e o abraçou novamente - Obrigada...
  _Você não precisa agradecer por isso... - "Afinal, eu faria tudo por você, Maka", pensou e a abraçou de volta.