It's so complicated

É tão complicado

I'm so frustrated

Tão frustrante

I wanna hold you close

Eu quero te abraçar forte

I wanna push you away

Eu quero afastá-la

I wanna make you go

Quero fazer você ir,

I wanna make you stay

Quero fazer você ficar

Should I say it

Quero fazer você ficar

Should I say it?

Eu deveria dizer isso?

Should I tell you how I feel?

Eu deveria dizer como me sinto?

Oh I want you to know

Ok, Eu não quero que você saiba

But then again I don't

Mas eu não digo novamente

So complicated.

É tão complicado

Novamente perdida em meus próprios caminhos sem rumo... Até que ponto minha confusão me levaria? Essa era um pergunta que não teria resposta, e se tivesse demoraria muito para chegar...

Parei meu carro no acostamento.

“Não deixe o pessoal invadir o profissional, seja a Dama de Ferro a altura”.

Aquela frase girava em minha mente e me fazia acreditar que eu estava fazendo a atitude certa.

Liguei as luzes internas do carro e com o celular em mãos, ignorando seu aviso de três mensagens disquei um número. A conversa foi breve e no que eu achei que me acalmaria só fez aumentar minha incerteza.

A frase voltou a latejar na minha memória... Não, eu precisava daquilo, mesmo que fosse por apenas dois dias... Engatei a primeira marcha e voltei para meu caminho...

Enquanto estacionava meu carro meu telefone volta a tocar...

–O que foi Greg? – Atendi saindo do carro e atravessando o hall do estacionamento para o elevador.

–Não recebeu minhas mensagens?

–Normalmente que fica me ligando e sendo meu guarda-costas é o Grissom... Às vezes o Nick ou Brass... Saia desse papel já! – Disse rindo e apertando o botão que chamava o elevador.

–Não brinque Sara! Por que você saiu que nem uma doida daqui? O que aconteceu? O que deu em você? - Talvez eu já seja doida!

–Greg, eu vou entrar no elevador, o sinal vai cortar. Depois a gente se fala! – Menti desligando a ligação e em seguida o celular. Eu ia falar sim com o Greg depois... Depois que eu soubesse responder aquelas perguntas para mim mesma... Só assim eu iria poder falar com ele.

Peguei as primeiras roupas que vi na gaveta e joguei na minha mochila cinza. No banheiro peguei o essencial, escova de dentes, pente, sabonete, shampo... Essas besteiras... Encarei de novo o relógio... Já passavam das dez horas, duas de viagem... Chegaria lá meia noite.

Dane-se! Quem mandou me convidar?

O pensamento me casou um pouco de revolta, mas estava certa, eu poderia aproveitar de duas relaxantes horas debatendo com meus fantasmas interiores sobre o que revoltava mais na infeliz e acidental descoberta que eu estava louca pelo meu chefe...

Quando terminei de arrumar minhas coisas vi em cima da mesa meu celular... Tinha me esquecido que havia jogado lá assim que entrei no apartamento...

–Seja franca consigo mesma... – Falei voltando da porta para a mesa... Desci pelas escadas me amaldiçoando em pensamento...

Eu sabia que não conseguiria ficar longe, eu sabia que no primeiro toque eu voltaria desesperada, eu sabia que querendo ou não eu não conseguiria dormir sem aquele telefone perto de mim... E era uma questão de lógica o motivo daquela minha dependência toda...

O vento frio do ar industrial no meu rosto, minhas mãos trêmulas no volante e uma música melancólica no rádio... Eu deveria mesmo acreditar que forças maiores gostavam de mim?... A resposta era meio óbvia, mas não ia perder meu tempo tentado aceitar ou não esse fato...

Um telefone que você dorme em paz...

Voltei a parar no acostamento... Peguei meu celular... A novidade? Ele estava no outro banco... Meus olhos giraram, eu realmente precisava parar de conviver com Catherine, seu sarcasmo estava começando a agir em mim!

O nome dele é com G... E mesmo assim era o primeiro da minha lista... Arthur... Eu merecia o inferno!

Se sorte ou azar, coisas que eu não acredito, ainda havia sinal.

Tum... Tum... Tum...

–Grissom? – A voz me causou um frio na espinha.

–É a Sara, eu acho que Greg já deve ter te dito que saí mais cedo e...

–Aconteceu alguma coisa? – Você!

–Não, é que só faltavam algumas horas para o turno acabar, eu já havia dormido eu pensei que não havia problema em sair mais cedo.

–Da próxima vez fale comigo. - A voz foi série, mas não rude.

–Certo, desculpa.

–Tudo bem.

–Ok então, nos vemos na terça.

–Você não vem amanhã? – As voz dele agora havia soado áspera.

–Amanhã é domingo.

–Ah... - Ele soltou sem ânimo.

–Ah! – A linha ficou muda... Ele tinha desligado?

–Sara, ainda está aí? - Fiquei em silêncio, queria escutar ele chamando meu nome... - Sara? - Por favor, não desliga! -Alô, Sara?

–Sim, desculpa a ligação está muito ruim! -Soltei sem perceber. DROGA, APRENDE A CALAR A BOCA!

–Tudo bem mesmo? Você anda diferente.

Eu podia dizer que era por culpa dele, que ele era o pivô de tudo, que graças a ele eu desejava que coisas ruins acontecessem a Vegas só para poder ir e ficar ao seu lado, nós dois juntos com um cadáver ao lado...

–Não. Eu só acho que tentar ser sua melhor aluna está me cansando. – Outra vez silêncio. –Então se está tudo certo... Até terça.

–Até.

Desliguei o celular na mais completa calma, coloquei-o em cima do banco e no meu mais pacato momento de fúria soquei com toda a raiva a buzina do carro... O barulho escandaloso só serviu para fazer meus tímpanos latejarem e minha mão doer...

Era frustrante me sentir daquela forma!

Pelo menos ele ficou na linha mais tempo do que eu imaginava que acontecesse...

Eu liguei o carro e voltei para meu caminho...

Grissom podia até merecer cobrir meus pensamentos e me tirar do sério... Mas não iria fazer isso!

Não eu querendo e sabendo que isso seria quase impossível...