Dark World escrita por Neko D Lully


Capítulo 3
Cap. 2: Se conhecendo. Perigo a espreita!


Notas iniciais do capítulo

Aqui tem mais um capitulo pra vocês. Esse daqui eu quiz fazer um pouco mais emocionante e ate mesmo com um dialogo mais amigavel em relação ao relacionamente da Maka e da Chrona. Espero que gostem e já avisamdo: vou diminuir um pouco a velocidade já que semana que vem vou ir para praia! *pulando de alegria*! E todos vocês sabem que temos que aproveitar quando viajamos.

Bom... Sem mais enrolação e vamos direto a fic. Aproveitem!!



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Dark World

Cap. 2: Se conhecendo. O perigo espreita!

Correram por um tempo ate encontrarem uma arvore cujas raízes ficavam completamente do lado de fora formando assim uma espécie de buraco entre elas, que dava muito em para entrarem por uma pequena abertura entre duas raízes. E já que elas eram grossas e bem pequenas em tamanho, sendo em relação as que estavam fora da terra, nenhum daqueles monstros terríveis conseguiria entrar e atacá-las.

Entraram rapidamente nesse pequeno esconderijo e se acomodaram no mesmo, sentando no chão para acalmar suas respirações agitadas e descompassadas e seus corações aloucados e cheios de medo. Não havia meio de luz alguma no local, por isso estavam na mais completa escuridão, sem falar no vento frio que passava por alguns buracos entre as raízes que faziam as duas tremerem de frio.

Maka acabou perdendo a paciência e arrancou algumas raízes pequenas que tinham ramificado das mais grossas. As colocou no chão e usando uma de suas flechas começou a girar o cabo com rapidez por cima das raízes para causar uma fagulha e assim terem fogo. Demorou um pouco, com algumas tentativas falhas, mas finalmente uma pequena fagulha acendeu e deu inicio a uma pequena fogueira. Maka ainda cortou mais algumas raízes para poder aumentar o fogo ou permanecer com ele aceso.

Suas mãos estavam doendo e tinham algumas bolhas e ferimentos, mas não se importava muito. Já tinha tido ferimentos maiores em uma de suas aulas de luta e em um dos intentos de assassinato contra ela que milagrosamente havia saído com vida. Deixou-se relaxar no chão lamacento tirando as luvas de treino e vendo o estado de suas mãos para logo depois rasgar um pouco da saia e enrolar o tecido na mão para tampar os ferimentos. Claro que isso deixou a saia um pouco mais curta, quase chegando ao inicio das cochas, mas isso não importava, não agora.

- C-como aprendeu a f-faze t-tudo i-isso? – perguntou Chrona incrédula, observando tudo que Maka fazia com suma atenção, os olhos se arregalando a cada feito que ela fazia com impressionante destreza, como se tudo aquilo fosse muito fácil.

- Tive treinamento de sobrevivência, afinal quando se é muito sozinha sempre é bom estar preparado para quando não tenha ninguém para te ajudar. – falou com um ligeiro sorrido no rosto, colocando as luvas novamente e colocando seu arco e suas flechas perto de si enquanto se acomodava em uma das raízes. – Ah! E meu nome é Maka Albarm.

- C-chrona M-makenshi. – disse Chrona apertando a mão que Maka havia erguido em sua direção em um comprimento amigável que durou apenas alguns segundos. – U-um minuto! V-você d-disse A-a-albarm? – Maka apenas assentiu sem entender a pergunta. – M-meu D-deus! V-você é f-filha d-daquele e-e-empresario f-famoso!

- Unf! Infelizmente sim. – disse Maka fazendo uma careta de desgosto. – Essa fama do meu pai só me traz problemas. Você nem queira saber de quantos intentos de assassinato eu escapei.

- I-intentos d-d-de a-assassinato? – Chrona ecoou morta de pavor. Não agüentava nem ver filme de aventura, imagina viver isso tudo! Estaria morta mesmo antes de começar.

- Isso. De vez em quando eu queria ate ser uma garota normal. – falou Maka aparecendo um sorriso sonhador em sua face. Chrona apenas a mirou sem entender. Normalmente as pessoas queriam ser ricas iguais a ela então por que ela queria o contrario? Alem dos assassinatos é claro. – Ir a escola junto com outras pessoas. Passar os feriados com a família unida. Não ter que andar na rua rodeada de seguranças... Ah! Como queria ser uma garota normal com amigos.

Chrona apenas a mirou sem entender muito bem. Ela não tinha amigos? Não tinha uma família unida? Será que ser rico era mesmo tão bom como todos dizem? Ou era como Maka falava e não valia a pena ter tanto dinheiro?

- Posso te fazer uma pergunta? – disse Maka chamando a atenção de Chrona que apenas assentiu. – Como foi que você chegou aqui?

- N-não sei muito bem. – falou Chrona tentando se lembrar do que havia acontecido exatamente para chegar naquele mundo horrível. – L-lembro de t-ter ido pegar o p-presente d-de aniversario q-que meus tios me deram l-logo d-depois u-uma espécie d-de vórtice a-apareceu e m-me sugou p-para dentro. E-e guando eu a-abri os o-olhos e-estava a-aqui.

- Que estranho. Comigo foi quase a mesma coisa. – falou Maka pensativa. – A propósito seu aniversario foi hoje? – Chrona assentiu. – Que coincidência o meu também foi! Quantos anos você fez?

- 16. – respondeu Chrona um pouco insegura.

- Credo. Isso é mais do que uma coincidência. – Maka colocou uma mão no queixo e começou a pensar – Não pode ser apenas isso. Você e eu fomos mandadas para cá no mesmo dia, em situações semelhantes, no dia do nosso aniversario que por acaso é o mesmo e sendo que nós duas completamos 16 anos. Tem semelhanças de mais para ser apenas coincidências. Será que isso tudo tem alguma ligação?

- T-talvez tenha algo haver c-com e-essa c-criaturas. – disse Chrona tentando fazer parte do raciocínio.

- Talvez. – concordou Maka, mas logo soltou um bocejo alto junto com Chrona que começara a sentir as pálpebras pesarem. – Melhor irmos descansar. Seria mais apropriado que revezássemos para cuidar do fogo e garantimos que nenhuma dessas criaturas ataque de surpresa. – Chrona assentiu já se deitando na lama macia e fria para poder descansar.

Maka sorriu e deixou Chrona dormir. Era duro para as duas, mas ao parecer à garota não teve o mesmo treinamento que Maka fazendo ser mais difícil para ela. Maka se ajeitou na lama e pegou uma de suas flechas, para logo depois sair rapidamente e pegar alguns pedaços de madeira e algumas pedras. Voltou rapidamente para dentro do abrigo improvisado e voltou a se sentar.

Utilizou a ponta afiada da flecha para poder moldar a madeira e batendo uma pedra na outra conseguiu apontá-las e torná-las afiadas como facas. Usando alguns cipós que encontrara no chão para prender a pedra em um pedaço de madeira e torná-lo uma faca. Precisariam se defender das criaturas que tinham aqui e para isso precisariam mais do que apenas um arco e flecha. Só esperava que conseguissem sobreviver ate arrumar uma maneira de voltar para casa, se é que isso era possível.

Saiu mais uma vez e procurou alguns cipós mais grossos e maiores junto com alguns mais finos, mas também resistentes. Voltou para dentro se posicionando perto da porta para logo depois começar a trançar os cipós uns nos outros e amarrando as duas pontas, formando uma espécie de cinto onde poderia colocar as facas que havia feito. Fez um para si e um para Chrona, mesmo sabendo que a mesma não devia ter tanto manejo com armas quanto ela. Mas mesmo assim seria bom ela ter já que não poderia proteger as duas por muito tempo.

Colocou mais algumas raízes na fogueira para mantê-la acesa para logo depois olhar para o lado de fora. Muitas das coisas que fazia ali agora, ela aprendera na marra já que seu pai muitas vezes a deixou perdida em floresta porque a deixava sozinha para dar cantadas nas guias. Sempre odiou isso nele e por isso muitas vezes muitas pessoas, como concorrentes, traficantes, entre outros tentavam matá-la.

Suspirou e olhou mais atentamente entre as arvores. Podia ver um seu azulado cheio de estrelas que pareciam ate formar uma espécie de caminho pelo céu. Era o mesmo céu, a mesma estrelas, então porque todo o resto era diferente? Por que esse mundo era tão sombrio? Será que não havia ordem nem justiça nesse lugar? Era tudo pela lei da sobrevivência?

Olhou mais atentamente e viu, não uma, mas três luas de cores e tamanhos diferentes. A maior que pairava por baixo das outras, tendo sua metade tampada pelas montanhas rochosas no horizonte e que mais parecia um planeta de tão grande era roxa brilhante. A de tamanho medio que estava do seu lado esquerdo a poucos metros pela vista de onde estava era de um azul claro tão bonito quanto o próprio céu, e mesmo sendo media, ela devia ter dez vezes o tamanho da lua de seu mundo. A terceira e menor de todas estava a vários metros da lua maior e tinha um brilho prata, era a que mais brilhava das três, em compensação seu tamanho que não chegava a um quarto da lua media. As três formavam uma combinação extraordinariamente bonita e com o céu tão estrelado parecia ate mesmo que esse mundo não era tão ruim.

Respirou fundo. O ar aqui parecia ser bem mais leve do que lá onde vivia, talvez fosse por causa das varias arvores que rodeavam tudo e davam essa atmosfera tão relaxante. Isso a fez lembrar do símbolo chinês Yin e Yang: “todo mal tem um pouco do bem. E todo bem tem um pouco do mal” E esse mundo representava isso direitinho.

De repente ouviu um pequeno barulho de algo se movendo na mata. Ficou alerta no mesmo momento, pegou o arco e flecha colocando a mochica que guardava as flechas nas costas e tirando uma das flechas a colocando no arco já preparado para atirar. Começou a arredar para trás na direção de Chrona para acordá-la, sem tirar os olhos da passagem entre as raízes e sem se amolecer nem um minuto o braço que preparava a flecha para atirar.

Mas quando estava prestes a acordar Chrona alguma coisa a puxou para fora fazendo com que a bolsa de flechas saísse de suas costas e que o arco caísse de duas mãos. Percebeu tempos depois que o que há segurava era uma espécie de tentáculo negro que saia do chão junto com vários outros que balançavam para todos os lados.

Era difícil descrever o que realmente a havia atacado, já que tudo o que conseguia ver eram tentáculos e mais tentáculos negros balançando para todos os lados enquanto um a segurava e a deixava levantada no ar de cabeça para baixo. Tentou pegar uma das facas que tinha no cinto de cipós que havia feito, mas sempre que chegava perto o tentáculo ou a tacava no chão ou a tacava em algumas das arvores, isso sem soltar seu tornozelo.

- Chrona! – gritou vendo que essa era sua única chance. A mesma despertou na mesma hora e foi para fora gritando de horror ao ver o enorme monstro de sombras que as atacavam. – Pege uma faca!

Chrona procurou pelo chão do esconderijo onde estavam as facas que Maka havia falado. Demorou alguns minutos para Chrona encontrar a tal faca que na verdade era uma pedra bem afiada presa em um pedaço de madeira com um cipó. Mas não se importou e correu de volta para onde estava o monstro bem no momento em que o monstro tacava Maka com força no chão e a mesma esculpia um pouco de sangue e gritava de dor.

  - Maka! – Chrona gritou chamando a atenção da loira que virou o rosto para ver a companheira que agora tacara a faca em sua direção e a qual foi pega por Maka bem a tempo.

Ela não perdeu tempo e inclinou o corpo para cima, já que voltara a ficar de cabeça para baixo, e cortou o tentáculo que segurava seu tornozelo. Maka caiu no chão em um golpe seco perdendo o ar no impacto, mas logo se levantou enquanto o monstro ainda agonizava por seu tentáculo perdido, sendo que no local saia uma espécie de líquido preto viscoso que escorria livremente.

Chrona foi ajudar a Maka apoiando seu braço em seu ombro enquanto segurava sua cintura, fazendo-a se levantar e começar a andar na direção da floresta.

- Espera! Meu arco e flecha. – falou Maka se separando e indo pegar suas coisas. Pegou seu arco e as flechas junto com o sinto que fez para Chrona, mas quando estava prestes a sair novamente o mostro mandou um de seus tentáculos no local.

Chrona foi rápida o bastante para puxar Maka para fora e fazer com que o monstro só conseguisse acertar a fogueira que ainda trepidava dentro da arvore. O monstro soltou um guinchado alto de dor e voltou o tentáculo que agora queimava com as chamas agora negras e azuladas. Maka raciocinou rápido e pegou uma pequena raiz que havia sobrado com fogo e colocou perto de um galho maior fazendo a chama aumentar. Logo depois o tacou no monstro que de repente se encheu com as chamas negras e agonizava de dor, fazendo guinchados agudos que doíam os ouvidos.

- Vem!  - gritou Maka para Chrona puxando-a para dentro da floresta afastando ainda mais das chamas e do monstro que parecia diminuir cada vez mais.

Elas correram mata adentro tropeçando de vez em quando, mas não pararam ate chegar ao ponto mais distante que conseguiam. As respirações agitadas e os corações já quase não suportando de tão acelerados. Deixaram-se cair no chão, Maka apoiada em uma arvore e Chrona de joelhos no chão.

- Essa foi quase. – disse Maka com a voz meio rouca e entrecortada, mas com um ligeiro sorriso no rosto. Mas logo esse sorriso desapareceu e deu espaço para uma forte tosse que deixou escapar um pouco de sangue. Ela já tinha o ferimento nas costas e ser jogada de um lado para o outro não deve ter feito muito bem para suas costelas e muito menos para seus pulmões.

Chrona a mirou, preocupada. Sabia que Maka havia sofrido bem mais ferimentos que ela e que estava se esforçando muito mais, mas não podia fazer nada por ela, afinal não sabia nada em relação a sobrevivência e muito menos em lidar com animais normais imagina aqueles monstros.

Perdeu a linha de pensamento quando alguma coisa caiu em seu colo assustando-a. Olhou pra a pequena bolinha que tinha em seu colo, era meio amarronzada, parecia ter pequenos pelinhos a tornando macia e boa de pegar. Pegou-a e analisou-a bem, supondo que era uma fruta que devia ter caído de alguma arvore. Olhou para cima procurando essa arvore e percebeu que aquela que estava bem em cima de sua cabeça estava cheia desses pequenos frutos.

Mas ainda não sabia se podiam comê-las. Então aproveitou que Maka estava distraída e deu uma pequena mordida na fruta. Não seria de muita importância para Maka, só a estava atrapalhando e seria bem melhor que não a atrapalhasse mais. Mas ao sentir o doce gosto da fruta percebeu ao estante que não tinha perigo nenhum e que podiam comê-la.

- Maka. – a chamou ainda com a boca cheia de mais um pedaço da fruta que havia acabado de dar mais uma mordida. Maka a mirou e Chrona engoliu com um sorriso no rosto o pedaço que tinha na boca. – Prova.

Maka olhou meio desconfiada para o que estava na mão de Chrona, mas logo o pegou e deu uma pequena mordida meio duvidosa. Logo que sentiu o maravilho sabor da fruta não pode evitar sorrir e dar mais uma mordida na pequena fruta que já começara a acabar.

Chrona sorriu e se levantou, sendo observada atentamente por Maka. Chrona se posicionou perto do tronco da arvore e começou a subir sem dificuldade alguma, Maka apenas mirava impressionada. Chrona podia não ser a melhor caçadora do mundo, mas sabia escalar muito bem. Chrona chegou na copa da arvore com muita agilidade e começou a atirar as frutas e tacá-las na direção de Maka que as pegava e colocava em cima de uma parte com grama para que não sujasse.

- Acho que já ta bom!  - falou Maka fazendo Chrona parar de tacar e começasse a descer. – Mas como vamos carregá-las?

Chrona olhou para todos os lados ate encontrar uma arvore grande em que as folhas que estavam tombadas para baixo e eram grandes ao ponto de ser do tamanho da ponta de seu dedo ate um pouco acima de seu cotovelo. Olhou mais um pouco e viu alguns cipós que poderiam servir para prender as folhas.

- Acho que aquelas folhas e aqueles cipós servem. – disse já começando a subir na arvore e recolher os cipós e as folhas, logo depois que Chrona desceu as duas começaram a colocar as folhas no chão uma em cima da outro ate formar uma espécie de colchão fino bem pequeno.

Colocaram as frutas por cima, empilhadas uma em cima da outra para ocupar menos espaço e logo depois levantaram todas as folhas fechando as frutas dentro delas. Logo depois passaram o cipó em volta prendendo as folhas e mantendo-as no lugar, deixando um pequeno pedaço de cipó sobrando para que pudessem carregar. Chrona pegou mais algumas frutas para se servirem agora e depois voltarem a andar para achar um lugar seguro.

- E para onde vamos? – perguntou Chrona dando mais uma mordida na sua fruta. Já havia perdido completamente sua timidez com Maka, afinal estavam juntas nessa e depois de tudo o que haviam passado criaram uma pequena intimidade entre se.

- Estava pensando em ir para aquelas montanhas. – Maka apontou para as montanhas alem da floresta onde estava paradas as três luas. – Tenho a impressão que lá será mais seguro. Sinto-me muito observada aqui e lá pelo menos teremos mais lugares para nos defender.

Chrona assentiu e as duas continuaram comendo. Logo depois que acabaram se levantaram e começaram a viajem. Tudo era muito escuro e denso e parecia que qualquer coisa ia sair e atacá-las. Maka sempre andava com seu arco e flecha preparado enquanto Chrona carregava as frutas já usando o sinto que Maka havia feito com duas facas presas nele.

Caminharam por algumas horas ate chegarem a um pequeno lago cristalino onde a pequena lua prata brilhava exatamente encima dele. Chrona se aproximou e tomou um pouco da água verificando se dava para beber. Não parecia ter nada de ruim, só o cristalino dela já mostrava que não havia nenhuma sujeira. Nem peixes existiam no lago.

Maka ao perceber que não tinha nenhum risco cortou dois galhos grossos das arvores e o partiu em dois pedaços. Tirou um pouco da parte de dentro deixando os dois tocos ocos. Utilizou os pedaços que sobraram e fez uma pequena tampa que era a conta de tampar o buraco do meio. Colocou a água dentro dos dois cantis e os tampou. Tomaram um pouco da água, lavaram o rosto e iam voltar a andar quando um rugido as fez parar e o sangue gelar.

Olharam para trás e lá estava uma espécie de lobo, só que ele se pendurava nas patas traseiras ficando meio corcunda, mas em pé. Suas patas eram maiores que a de um lobo normal, e as garras tão grandes quanto a de qualquer lobo. O corpo era todo coberto com um pelo castanho meio curto, ele era encurvado e longo dando um aspecto meio humano, mas ao mesmo tempo animalesco. O focinho era longo com o nariz molhado preto que fungava sem parar, os olhos vermelhos e a boca cheia de dentes escorrendo baba.

Antes que as duas tivessem tempo de raciocinar aquele lobo se lançou contra elas que só conseguiram pular para os lados, cada uma para um, enquanto o animal saia arrastando as garras no chão tentando parar. Maka preparou o arco para atirar, mas o lobo foi mais rápido e lhe deu uma patada que lhe mandou do outro lado de onde estava. Logo depois o lobo se dirigiu na direção de Chrona que já tinha se levantado e tinha uma faca na mão e preparava para achar o momento de atacar.

O lobo pulou em cima dela e Chrona caiu no chão se esquivando dos dentes que ele tentava ficar em sua cabeça. Pensou rápido e fincou a faca bem no peito do “animal” que soltou um uivo de dor e saiu de cima de Chrona que rolou para longe. Maka viu o lobo tirar a faca com uma de suas patas e o ferimento se curar ao instante. Foi quando uma coisa veio a sua mente.

Aparência humana e de lobo ao mesmo tempo, se cura com coisas simples... Era só um palpite, mas talvez aquela coisa fosse um lobisomem. Não seria tão improvável levando em conta onde estavam.

- Chrona sobe em uma arvore alta! – gritou para ela que a mirou um pouco confusa, mas fez o que pediu subindo o mais auto que conseguia em uma arvore ali perto. O lobisomem foi em sua direção pulando e encravando suas garras no tronco da arvore tentando inutilmente pegar Chrona que sempre subia mais um pouco.

Maka pegou uma de suas flechas e olhou a ponta. Deu graças a deus por seu pai ter dado um conjunto de flechas com pontas de prata e que estivesse usando ele no momento em que foi arrastada para dentro do portal. Preparou a flecha e fechou um olho para mirar certeiro na cabeça do lobisomem. Soltou um assobio alto chamando a atenção da criatura que virou a cabeça bem no momento em que Maka soltava a flecha que saiu em uma velocidade impressionante e atingiu certeiro na cabeça da besta, atravessando o crânio e fincando no tronco da arvore logo atrás.

Um sangue negro começou a escorrer pela cabeça manchando o pelo marrom do animal que agora tinha o corpo mole, sem vida. Chrona desceu da arvore pelo outro lado e andou ate ficar de frente para a criatura, a poucos metros da mesma. Maka também se aproximou apontando mais uma flecha para ele só para garantir.

Relaxou ao garantir que a besta estava morta e retirou sua flecha da cabeça da mesma vendo o corpo cair sem fida para o lado. Limpou a flecha na água do lago que de repente voltou a ser a mesma água cristalina que era antes. Assustou-se no inicio, mas não era tempo para isso pegaram suas coisas, que milagrosamente haviam ficado inteiras no ataque e voltaram a andar na direção que estava planejada. Dessa vez andavam mais atentas tentando não trombar com nada que pudesse ser um risco eminente.

- O que faremos quando chegarmos as montanhas? – perguntou Chrona carregando a sacola de frutas com uma mão e a faca com outra.

- Procuraremos pessoas, humanos que possam nos informar onde estamos, nos dar abrigo por pelo menos uma noite, um pouco de alimento e água e armas para nos defender. – falou Maka determinada carregando seu arco e flecha e a bolsa de flechas que agora também tinha os dois cantis cheios de água.

- Acha mesmo que possa ter outras pessoas aqui? – perguntou Chrona já um pouco animada. Só de pensar que podia não serem as únicas nesse mundo já a deixava mais animada.

- Mas é claro! – exclamou Maka sorrindo extensamente para Chrona. – Se estamos aqui quer dizer que também tem outras pessoas.

  - E você sabe o que era aquela coisa que nos atacou? – perguntou Chrona pensativa, já que Maka matara o bicho enquanto ela que o atacara direto no coração não tinha feito nenhum efeito.

- Tenho uma suspeita que era um lobisomem. – disse fazendo os olhos da rosada se arregalarem. – Se fosse nomear cada coisa que enfrentamos aqui seria o seguinte: as primeiras que nos atacaram seriam monstros. A segunda eu chamaria de Shadow já que pareceu mais uma sombra que um monstro como os outros. E esse ultimo um lobisomem.

- Será que tem coisas piores por ai? – voltou a perguntar Chrona já começando a tremer de medo.

- Seria o mais provável. – falou Maka sem deixar de mirar a sua frente. – Não acredito que só tenha isso, já que esse mundo parece ser muito grande para que só tenha esse tipo de coisa. Ah! Lembrei-me de uma coisa! Chrona, onde aprendeu a escalar tão bem?

- Com meu irmão. – falou Chrona com um sorriso nostálgico. – Ele adora implicar comigo e muitas vezes tinha que arrumar um jeito de escapar, então escalava muros, arvores, qualquer coisa que tinha na reta.

Maka sorriu pra ela meio tristemente. Muitas vezes sonhara em ter um irmão, ma como sua mãe morrera e seu pai nunca tinha um relacionamento muito serio desistira um pouco dessa probabilidade.

O resto da caminhada foi em silencio, cada uma presa em seus próprios pensamentos. Chrona pensava em como sentia falta de seu irmão e de sua mãe, daquele jeito zombeteiro e tenebroso de seu irmão, e do jeito sinistro de sua mãe que mais parecia. Enquanto isso Maka pensava em Blair e em seu pai. Sentia falta do jeito esquecido e pervertido de seu pai, e do jeito brincalhão e divertido de Blair que normalmente puxava para o lado pervertido. Como sentiam falta de seus lares!

Passaram horas andando novamente, cada um em seu mundo sem perceber o tempo passar. Era como se o tempo realmente não chegasse a se mover já que as luas nem se moviam e o sol nunca chegava a brilhar naquele seu. Maka olhou para cima encarando o céu estralado e as três luas brilhantes que pareciam estar cada vez mais perto. Ao parecer o dia nunca iria raiar, nesse mundo a noite era eterna e isso a preocupava. Os monstros parecia ser bem mais forte no escuro o que significa que elas teriam que enfrentá-los na maior parte de seu tempo.

Levou uma mão ate o colar de ouro que usava. Lembrou de sua mãe, de como ela costumava confortá-la em horas difíceis e como a animava nos piores momentos. Sentia falta dela e nesse momento tudo que queria era sentir o calor materno novamente. Aquele doce abraço que espantava todos os males e a fazia se sentir bem mais confortável com a situação.

De repente ouviram vários uivos. As duas pararam em seco sentindo o pelo dos braços e da nuca se enrijecerem e o sangue gelar. Ouviram novamente os uivos seguidos de ladros e rosnados. Maka percebeu na hora o que eram e pela quantidade de vozes e os passos que se aproximavam velozmente podia ter certeza que não eram poucos.

- Chrona corre!  - gritou puxando o pulso da mesma e começando a correr a toda velocidade. Pulavam de raízes prestavam atenção para não cair e nem tropeçar em lugar algum.

Podiam ouvir os passos se aproximando e ate mesmo as respirações agitadas dos lobisomens que as perseguiam. As duas corriam o máximo que podiam, mas mesmo assim parecia que não adiantava nada e que iam acabar sendo mortas por aqueles animais selvagens, parecia ate que a montanha parecia estar cada vez mais distante e que nunca iriam chegar.

Já estavam perdendo as forças quando a floresta acabou e as rochas começavam a tomar conta da paisagem. Quando já tinha entrado na parte da montanha Chrona tropeçou em uma pedra e caiu de cara no chão. Maka voltou para ajudá-la, mas quando tentou levantá-la para que voltassem a correr os lobisomens aparecerem revelando milhares a mais do que previam. Sabiam que era o fim das duas e que dessa vez não teriam escapatória. Chrona fechou os olhos, se abraçou a Maka e escondendo a o rosto no peito da mesma.

Mas ao invés de atacarem os lobisomens pararam na entrada da montanha, soltando grunhidos, chiados e ladrados enquanto se acumulavam na entrada e tentavam evitar entrar, mesmo que quisessem.  Chrona e Maka viram sem entender os lobisomens se dispersando lentamente da entrada voltando a floresta que haviam vindo, sumindo um por um.

As duas olharam para trás e viram as montanhas rochosas com pedras de diversas cores escuras, desde o cinza mais claro ate o preto mais escuro. Formavam formações estranhas e sombrias enquanto ecos estranhos passavam pelas paredes frias e arrepiantes transmitindo calafrios profundos por todo o corpo. As duas miraram todo o local com determinação. O que teria ai dentro para assustar uma manada de lobisomens? Será que saíram de uma enrascada para parar em outra?


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Fiz um pouco estilo planet survival, mas acho que ficou bem realista. Para queles que querem que as duas encontrem logo os garotos, é melhor ter um pouco mais de paciencia porque ainda tem muita coisa pela frente ate elas chegarem lá.

Para queles que tem um humor songuinolento (igual a mim) e acha que isso ta meio fraquinho é só avisar que eu tem melhorar, tá ok?

Bjsss e ate o proximo capitulo!



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