Continuando...

- Samantha, eu... eu iria te contar mas Alice... – Eu o interrompi.

- Alice veio antes e acabou com a sua brincadeira idiota, não é? Eu quero que você morra, que você suma, eu to pouco me fudendo pra você, sai daqui!

- Samantha, notou o que está dizendo? Você acabou de desejar minha morte, supostamente você me amava, quer dizer, eu acho, não sei o que pensar mais. – Ele disse e foi se levantando quando eu me levantei também.

- Agora vai querer inverter a situação e ser vitima? – eu dizia aos prantos – Eu achei que você me amava, eu acreditei em você, eu aguentei tudo por todo esse tempo por que eu confiava e amava  você, e você? Notou o que fez? Você me enganou, me deu esperanças e... e era tudo mentira, Alice tem razão você não é capaz de amar ninguém além de si mesmo. Eu juro, nunca mais quero te ver, nunca mais quero ouvir sua voz, não quero saber de você... nunca mais. – Eu disse as ultimas palavras limpando as lagrimas e tentando me recompor, ele ficou em silêncio e apenas deixou algumas lagrimas escorrerem pelo rosto. Eu me controlei e abri a porta quando ele me olhou.

- Bill, vai embora...

- Sam, e-eu amo você.

- Vai embora! – Eu disse engolindo todo aquele desespero que estava dentro de mim. Então ele passou pela porta e olhou pra trás quando eu fechei a porta e me encostei nela, escorregando até o chão, abracei meus joelhos e comecei a chorar ali, encostada na porta como se fosse uma adolescente boba chorando por ter perdido seu primeiro namorado.

---------------------------------------- Bill.

Sai do apartamento de Samantha desesperado, era uma vontade de gritar, de chorar ou de fazer qualquer coisa que aliviasse a dor que me corroia por dentro. Quando sai do elevador liguei pro Tom e ele foi me buscar, entrei no carro em silêncio e olhando pra baixo, me mantendo em silencio.

- Bill, o que houve? Por me chamou assim, do nada?

- Nada. – Eu dizia tentando engolir o choro, que insistia em não querer desaparecer.

- Está chorando?

- Não.

- Está sim Bill, vamos, me conte o que houve?

- Tom, pode pelo menos ligar o carro e sair logo daqui?

- Sim, mas comece a contar.

- Elas descobriram... Alice apareceu lá e armou o maior escândalo, Samantha me disse coisas horríveis e praticamente me expulsou de lá... – Eu continuava tentando esconder a vontade de chorar.

- Eu te avisei sobre mulheres Bill, não se esconde nada delas por muito tempo, você acabou ficando sem as duas. – Fiquei em silencio - Desculpe dizer isso, falei sem pensar.

- Acha que eu me preocupo em ficar sem a Alice? Eu quero a Sam, só ela, e você não precisa me lembrar dos seus avisos.

- Você realmente a ama tanto assim? Não esperava tanto, agora vejo o quanto ela importa pra ti.

- Pois é...

- Não desista dela, bem, você vai pro meu apartamento?

-Não, vou pra casa...

- E Alice?

- Aquela casa não pertence só a ela, e eu posso voltar pra lá quando quiser, é minha também. E quanto a desistir da Sam: ela jamais vai me perdoar.

- Não desista Bill, se você a ama, não desiste por mais que tudo possa dar errado.

- Obrigado, você é um bom irmão quando quer.

- Sou seu irmão mais velho, é meu dever – ele riu e eu também  –  Cheguei em casa e Alice estava na sala com um pote gigante de sorvete de chocolate. De qualquer forma nem tentei puxar assunto, apenas me sentei no outro sofá e fiquei pensando na Samantha, era inevitável que algumas lagrimas escorressem pelo meu rosto.

- Ela te deixou? – Perguntou com uma voz calma.

- O que acha? O pior é que ela tem motivos pra isso... você tem razão Alice, acho que não sou capaz de amar ninguém além de mim mesmo, aliás, talvez nem a mim mesmo.

- É, sempre tenho razão. Me desculpe mas eu ainda estou com raiva e eu não vou te consolar por estar na minha casa chorando pela sua amante.

- Não esperava isso de você mesmo. Enfim... como descobriu tudo?