Já era de dia, quando Draco acordou. Se espreguiçou lentamente, olhando pela janela. Era cedo, ainda, a maioria dos estudantes estavam começando a acordar. Mas não ele, ele era o “rei de Hogwarts” no momento. Olhou para o lado, o amigo ainda dormia. Saltou para fora da cama e colocou as vestes de verão, a calça, a camisa e a gravata. Não abotoou a camisa, deixando o tórax-de-adolescente-perfeito aparecendo. Ele não tem do que se esconder, já que tem um corpo perfeito, segundo sua própria concepção. Os olhos azuis claros e a pele branca ajudavam com uma leve olheira, e o cabelo loiro estava completamente despenteado. Arrumou o mesmo em questão de segundos, e saiu do Dormitório Masculino com seu ar arrogante.

Desde a morte de Dumbleodore, Draco era considerado o dono de Hogwarts, o rei dos reis. Ele caminhava ainda sonolento pelos corredores, quando bateu com uma lufana que parecia atrasada.

- Ah, desculpa, Malfoy. - Foi o que ela dissera para o sonserino. Só isso? Sem nenhum beijo nos pés, ou uma desculpa melodramática e piedosa? Essa lufana iria sofrer nas mãos do garoto, se dependesse dele.

Caminhou até o Salão Principal, chutando tudo que havia no caminho e abrindo estrondosamente as portas. Quando todos se viraram para ele, lançou aquele olhar frio que diz: “Calem a boca, ou eu avado kedavro vocês todos.” A lufana estava na mesa da Lufa-Lufa, isso era óbvio. Draco sentou-se na mesa da Sonserina, ao lado de Pansy Parkinson. Nada parecia estar estranho entre os dois, nada.

( Narração pela Susanna )

Estranhei a chegada do Malfoy, nenhum grito de terror, nenhuma pessoa estuporada, por enquanto. Ele não tirava os olhos da mesa da Lufa-Lufa, acho que o alvo de hoje dele são os texugos. Será que nós seduzimos mais do que eles? Eu conversava animadamente com Ana Abott, que disse que deu um encontrão com o Malfoy de manhã, mas nada muito grave.

À minha frente estava Ernesto Macmillan, o garoto-sedução da Lufa-Lufa. Sinceramente, ele é meio galinha, mas ninguém liga para isso. Ele tem olhos castanhos, cabelos loiros e rebeldes e um corpo invejável por qualquer garoto de qualquer casa – menos pro James Lennard, nunca vi ele na vida, mas dizem que ele é melhor do que o Macmillan. Jamais usou suas vestes corretamente, e eu sempre tive que fazer o nó da gravata dele, mas ele sempre a colocava na testa depois disso. Virou até uma característica dele, vejam só. A camisa é sempre desabotoada até o segundo botão, e nunca está para dentro da calça. Claro, ele perderia todo o estilo se arrumasse a camisa.

Ana tem cabelos castanhos lisos e um corpo escultural, que até ME dá inveja. Os olhos dela são verdes, e eu sempre gostei de olhos verdes, portando, eu me apaixonei pelos olhos dela. Ela sempre deixa a saia perfeita, mas nunca coloca a gravata, assim como Macmillan, mas não faz igual ele e a deixa na testa, ela a usa para prender o cabelo. Estranho? É, talvez.

Ah, você quer saber de mim? Sem ser pessimista? Ok, ok. Eu não sou a garota exemplo, mas aí vai. Tenho cabelos ruivos e olhos azuis claros, tipo os do Malfoy, mas os meus não são frios como os dele. Meu cabelo é liso, mas não liso-lambido, e sim um liso normal, bem pouco ondulado, parecido com o da Ana.

Malfoy é quase um sonho de garoto, se não fosse pela personalidade dele. Ele tem cabelos loiros lisos, não muito compridos, perfeitos. Uma pele branca que parece que não toma sol há muito tempo, e olhos azuis parecidos com os meus, como disse anteriormente. Ele sempre andou com a camisa aberta, revelando um corpo melhor do que o do nosso Macmillan. A gravata dele… Bem, nunca o vi de gravata nesse ano. Nunca.

A namorada dele, a Parkinson, estranho eles namorarem. Ela estava sempre com as vestes perfeitamente certas, e seus longos cabelos negros e lisos muito bem escovados e com uma chapinha impecável. Acho que ela faz permanente, mas tudo bem.

Notei uma agitação na mesa da sonserina, isso é estranho, Malfoy normalmente age quando chega. Foi estranho quando ele se virou subitamente, a varinha em mãos, apontou para a Ana – que estava ao meu lado. Não disse isso, antes? – e lançou um feitiço.

- Estupefaça!

Ana estava tão distraída com o Macmillan e com o Gregory Lodgings, um texugo que pintou o cabelo de laranja para demonstrar seu ‘amor’ pela Lufa-Lufa, que é mais certinho do que duas Hermiones, e mais inteligente também e estava discutindo com o Macmillan pela gravata, de novo, que acabou sendo atingida. Me levantei, com a varinha em mãos e também e lancei um feitiço no Malfoy.

- Petrificus Totalus! - As pernas e os braços dele se juntaram ao corpo, e ele caiu do banco, ainda consciente. - Pense duas vezes antes de estuporar a minha amiga. - Eu tinha um sorrisinho cínico estampado no rosto. Fui até Ana, para ajuda-la. - Rennevarte.

Aprenda, sou uma lufana normal que sabe muitos feitiços. ALGUM PROBLEMA? Senti que Malfoy bufava de raiva internamente.

Tivemos um horário livre, e depois era Poções, com o Abominável Snape das Masmorras, vulgo seboso. Caminhamos até as Masmorras felizes, com Lodgings e Macmillan.

- Susanna, é melhor se cuidar. Malfoy anda meio irritadinho por causa da batalha no Salão Principal, então…

Ana estava muito feliz com a idéia de que eu tinha derrotado o Malfoy.

- Ah, vejam se não é aquela lufana de hoje cedo…

A minha resposta pronta era: “Malfoy…” seguida de uma cara de quem chupou limão. Mas não, hoje é diferente.

- Ah, vejam se não é aquele sonserino que foi derrotado pela lufana de hoje cedo… - Eu tinha um sorrisinho cínico, ele tinha uma cara de quem chupou limão.

- Acho melhor você se cuidar, Malfoy. Jamais se esqueça desses nomes: Ana Abott e Susanna Bones. - Queria entender o motivo de ela ter dito isso, queria mesmo.

O Abominável Snape das Masmorras ficou nos encarando de longe, achei melhor entrarmos. Puxei os três para dentro da sala de Poções. A aula foi passando muito calmamente, até demais. No final dela, tínhamos o caldeirão explodido pelo Thomas, como em todas as aulas. Ainda não entendia o que ele estava fazendo ali.

- Senhorita Bones. – O Abominável Snape das Masmorras me chamou. Fui até a mesa dele, enquanto Ana arrumava o nosso material para a aula de Feitiços que teria logo em seguida. Lodgings e Macmillan saíram correndo, seguindo o Malfoy de longe.

- S… Senhor… Aquele caldeirão… Não fui eu! Foi aquele grifo, o tal de Thomas…!

Ele me olhou com cara de ‘Não, não é nada disso’.

- Não, senhorita Bones. É um aviso. Cuidado com o Malfoy.

Hã? O que o Abominável Snape das Masmorras disse?

- Ele vai te perseguir, não adianta para onde vá, Bones. Acho bom se cuidar.

Quem é você e o que fez com o Abominável Snape das Masmorras?

- Pode deixar, senhor. Vou me cuidar.

Ou o Malfoy vem me pegar. ~♪