The Red Jumpsuit Apparatus - Your Guardian Angel

(Seu Anjo da Guarda)

Nunca deixarei você cair

Eu estarei de pé com você eternamente

Eu estarei lá por você do começo ao fim de tudo

Mesmo se salvar você me envie para o céu

Darkness

Capitulo 07

O carro andava rápido pela estrada, mas o motor fazia um barulho suave, se não olhasse para a janela jamais se saberia que ele estava em movimento. Uma música um tanto leve saia pelos autos-falantes do carro. Sakura estava sentindo-se confortável ali, apenas olhando as árvores com as folhas alaranjadas por culpa do outono, e ouvindo a suave melodia.

Sasuke a fitou pelo canto do olho por diversas vezes, estava um tanto preocupado com a garota que conhecia a pouco mais de um mês. Sakura parecia o tipo de pessoa que escondia muitos segredos, e ele podia ver o quanto aquilo estava a agoniando, ainda mais depois do que acontecera na escola. A estranha mudança que ela teve de raiva para tristeza foi algo realmente estranho para ele. Não era algo que ele estava acostumado a lidar.

Ele havia saído da escola sem rumo, apenas queria tirá-la de lá. Notou que estavam perto da reserva histórica de Konoha, era um lugar realmente bonito, apenas com vegetação e algumas casas abandonadas que pertenceram aos colonizadores ingleses. Ele entrou em uma estrada de terra, estacionando em um campo aberto, próximo a um lago de águas claras.

- Chegamos. - Falou abrindo a porta do carro para que ela saísse.

Sakura lhe lançou um sorriso triste, aceitando a mão dele. Ele caminhou com ela ao seu lado, guiando-a até uma grande elevação, de onde se podia ver grande parte da cidade. Eles sentaram-se na grama verde, apenas observando a beleza do lugar.

- Sasuke-kun...

- Hum?

- Desculpe-me por antes. - Sakura disse arrancando a grama que estava entre seus dedos. - Eu não queria ter descontado em você, mas...

-... Eu fui a primeira pessoa que apareceu na sua frente. - Supôs encarando-a.

- Bem... É. - Sorriu sem graça. - De qualquer forma, me desculpe.

- Sem problemas. - Sasuke falou fitando o céu com uma leve ruga na testa. - Você não é a única a fazer isso.

- Isso significa que você se irrita muito. - Sakura disse. - Posso saber com o que?

- Meu pai. - Sasuke não gostava nem um pouco de falar sobre seus problemas, mas de alguma forma se sentia bem desabafando com Sakura. - Ele quer que eu seja como meu irmão, um exemplo de filho perfeito. Mas eu não consigo ser assim.

- Bem vindo ao clube, bonitão. - Sorriu triste para ele. - Desde que minha mãe morreu, Tsunade vem me criando... Sabe, eu e minha mãe somos muito parecidas fisicamente falando. E ela era uma filha para Tsunade, é mais do que obvio para mim que ela quer que eu seja igual a Okaa-san.

- Mas e o seu pai?

- Ele é o motivo dos meus problemas. - Se deitou na grama verde, fitando o céu. - Ele matou minha mãe, e eu não sei o real motivo até hoje. Nem sei como ele é, ou do que gosta. Eu só consigo ter raiva dele.

Ela nunca havia conversado sobre aquilo com ninguém. Já tinha falado um pouco sobre isso com Hinata, mas nada comparado ao que estava falando com Sasuke ali e agora. Era tão estranha a forma como se sentia segura ao lado dele, as visões do passado... Tudo.

Sakura jamais acreditou nas histórias que contavam na Darkness. Como que em um determinado ponto da sua vida, você conseguir ver o seu passado, ou que a troca da cor dos olhos e dos cabelos fosse magia ao invés de alguma coisa em seu DNA. Agora ela estava acreditando naquilo tudo, só não entendia o porquê daquilo estar acontecendo.

Sentiu Sasuke se deitando ao lado dela, colocando seus braços atrás da cabeça como um travesseiro. Novamente sentiu o calor confortável do corpo dele aquecendo-a. Em sua mente veio a imagem de uma cabana cheia de neve branca a sua volta, com uma lareira, o barulho do fogo estalando, uma xícara de chocolate quente. Um lugar realmente agradável. Perfeito para um dia de inverno.

Ela gostava daquela estação - inverno. Era tão bom poder ficar debaixo das cobertas, tomar bebidas quentes, ter uma desculpa para ficar abraçado com alguém que você gosta. Se divertir na neve branquinha, apesar de que em Nova Iorque raramente nevava. Para ela, era o melhor clima no ano.

Pensando naquilo, notou que Sasuke era como o inverno. Era frio, mas por dentro era quente e confortável. As pessoas que viam o seu interior sabiam os motivos dele ter uma "casca fria". Era mais ou menos o que ela mesma fazia, era uma defesa, uma forma de não se machucar novamente. Um menino se escondendo no corpo de um homem forte.

- Eu me machuquei.

- Hum? - Sasuke levantou a cabeça sem entender.

- Você me perguntou antes por que eu me afastei... - Sakura respondeu o fitando. - Eu me afastei porque eu me machuquei seriamente uma vez.

- E você vai sempre se afastar? - A encarou. - Às vezes é melhor correr o risco de se machucar, do que ficar sozinha para sempre.

- Eu sei. - Sorriu um tanto corada.

- O que esse cara fez para você, Sakura?

- Me usou, e depois me humilhou na frente de uma multidão. - Fechou os olhos em um impulso de impedir as lágrimas. - Digamos que depois que isso aconteceu, eu não tive mais nenhum namorado. Só alguns casos de algumas semanas, mas nada mais do que isso.

Como ela era frágil. Uma menina escondida dentro da face de frieza. Por Deus! Ele sentiu uma raiva demasiada ao vê-la daquela forma, se xingou por ter perguntado antes o motivo dela ter hesitado. Ainda mais por causa daquela maldita aposta que fizera com Naruto. Se alguém fizesse a Ayame - sua irmã caçula - o que haviam feito com Sakura, o tal sujeito já estaria morto há muito tempo.

Sasuke a abraçou mais uma vez naquele dia, aquela garota realmente mexia com ele. Sakura hesitou por um momento, mas depois descansou a cabeça no peito dele. Ainda com os olhos fechados tentando secar as lágrimas. Suas mãos pequenas seguraram a camiseta dele, respirava profundamente tentando conter as malditas lágrimas.

- Shhh. - Disse passando as mãos pelo cabelo dela. - Eu estou aqui. Tudo vai ficar bem.

Ela levantou a cabeça, com os olhos um tanto umedecidos. Suas esmeraldas se focaram nos olhos ônix de Sasuke. Ela sempre havia o visto como um garoto rico e mimado, que apenas queria se divertir com os sete pecados capitais. Mas não... Ele não era assim. Talvez em algum momento da sua vida fora desta forma, mas não agora.

Pelo pouco tempo em que Sakura realmente conheceu Sasuke, ela pode dizer que ele não era daquela forma. Ele era um garoto com problemas familiares, que tentava esconder seus sentimentos - bons e ruins - de todos. Provavelmente não tentando demonstrar fraqueza, ou não querendo que os outros se preocupassem com ele.

Sakura sentia a mão quente dele acariciar seu rosto, ao mesmo tempo secando as poucas lágrimas que escorreram dos seus olhos esmeraldinos. Ela sentiu uma vontade demasiada de beijá-lo. Sua mão que antes estava segurando a camisa branca dele, subiu tocando a pele exposta do pescoço, deixando seus dedos pequenos entrelaçarem-se no cabelo negro.

Seu nariz roçou com o dele, seus olhos se fechando e um suspiro saindo de seus lábios avermelhados quando se encontraram com os dele. Naquele momento ela pensou no que antes ele havia dito. Sim, sempre é bom correr o risco. Não choraria para sempre por causa de alguém que não merecia suas lágrimas. Seguiria em frente e tentaria ter algo além de um caso de poucas semanas. Quem sabe com Sasuke valesse a pena?

.::oOo::.

- Como é que é? - Perguntou com os olhos arregalados.

- O que você ouviu, Hinata. - Hiashi disse suspirando. - Eu quero que você more comigo.

- Por que diabos eu iria fazer isso? - A normalmente calma Hinata estava enfurecida.

- Olhe, o que aconteceu comigo e a sua mãe foi uma coisa. - O pai encarava a filha com demasiada tristeza no rosto. - Mas em nenhum momento eu queria que ela me afastasse de você.

- Oh my God! Are you kidding with me? - Às vezes Hinata se esquecia que não estava mais em Nova Iorque, ocorria que a mesma, assim como Sakura, falavam no idioma que estavam acostumadas, no caso o inglês.

- Não, Hinata, não estou brincando. - Hiashi agora estava sério, mas a preocupação não deixava sua face. - Você é minha filha, eu tenho direito da sua guarda.

- Não tem, não. - A garota disse com o cenho franzido. - Eu sou emancipada.

- Apenas se os documentos forem falsificados. - Hiashi falou. - Você precisa da assinatura dos seus pais para que isso ocorra.

Neji encarava a cena atento. Desde que se conhecia por gente, seu tio estava procurando a filha até então desaparecida, ele sempre se martirizava por ter deixado a esposa a levar embora. Neji sabia de toda a história, da amante de Hiashi, a mãe de Hinata os encontrando na cama. Toda a confusão que aconteceu. Ele sempre soube que seu tio havia feito coisas erradas, mas ele estava do lado de Hiashi. Ele havia o criado como filho desde seus quatro anos, quando seu pai havia falecido.

O que realmente não entendia era como Hinata estava viva. Quando encontraram o corpo da mãe dela envolta de uma poça de sangue e segurando o ursinho de pelúcia da garota, pensaram que ela havia feito algo com ela antes. Geralmente, era o que suicidas faziam, daquele tipo ao menos. Hinata estava muito diferente de quando era pequena, onde antes existia timidez, agora estava determinação. Aquilo apenas o deixava mais curioso sobre esses doze anos sem saber sobre a prima.

- Eu. Não. Vou. Morar. Com. Você. - Hinata disse pausadamente.

- Hinata, eu estou tentando fazer isso de uma forma amigável. - O Hyuuga mais velho a encarou. - Mas posso muito bem contatar meu advogado. Por favor, filha, eu não vou te fazer mal. Eu só quero você perto de mim.

- Claro, e eu sou a chapeuzinho vermelho e Neji é o lobo mal. - Falou se colocando de pé e pegando sua bolsa. - Só fique longe de mim.

Saiu da sala, batendo a porta. Eu sabia, sabia que não deveria ter vindo até aqui, Hinata pensou raivosa. Por Deus! Ela não conseguiria viver com o homem que causou a morte de sua mãe! Ela não iria morar com ele, de forma alguma. Daria um jeito, falaria novamente com Tsunade-sama, talvez mentisse que Kurenai fosse irmã de sua mãe ou coisa do tipo. Não interessava de que forma, ela apenas tinha que dar um jeito naquilo.

Enquanto passava pelas portas de vidro do prédio, sentiu seu corpo se chocar com algo. Por pouco não caiu no chão. Olhou para cima, vendo o loiro de olhos azuis que a segurava um tanto surpreso. Ele a colocou de pé e sorriu colocando as mãos atrás da cabeça. Secretamente Hinata havia achado aquilo a coisa mais fofa do mundo.

- Hei, desculpe. - Naruto falou sorrindo. - Você está bem?

- Hai. - Sorriu sem graça. - Não es-esperava te ver por aqui, Naruto-kun.

- Meu pai. - Deu de ombros. - Ele quer que eu trabalhe nos negócios da família. Hinata...

- S-sim? - Hinata se xingou mentalmente. Por que ele a fazia gaguejar daquela forma?!

- O que você acha de almoçar comigo? - Perguntou sorriso.

- Tu-tudo bem. - Ela hesitou por um momento, mas depois pensou que era uma ótima forma de se distrair. - Onde vamos?

- Já ouviu falar no Ichiraku Lámen?

.

Estavam sentados em uma mesa um tanto afastada da multidão. Hinata estava comendo um lámen de vegetais, enquanto Naruto degustava o seu de porco. Hinata sorria muito, Naruto sempre falava sobre coisas alegres e divertidas, ela gostava disso nele.

- Você ficou sabendo sobre o que Sakura fez na escola? - Naruto perguntou um tanto hesitaste.

- Não. O que?

- Ela brigou com Karin. - Naruto segurou a mão dela, vendo que a garota estava em choque. - Acho que Sakura fez certo, levando em consideração que Karin ofendeu a mãe dela.

- E essa tal de Karin... Ficou muito machucada?

- Não está preocupada com a Sakura?

- Nem um pouco, ela jamais se feriria. É faixa preta na maioria das artes marciais, fora que um dos namorados dela a ensinou a lutar box.

- Wow. - O loiro disse impressionado. - Karin só levou um soco e apagou. Sasuke está com a Sakura agora, pelo menos foi o que ele disse quando eu liguei para ele.

- Conhecendo Tsunade-sama, Sakura provavelmente está com problemas.

- Me fale sobre você, Hinata... Por que se mudou de Nova Iorque para Konoha?

- Não tive escolha. - Sorriu triste. - Eu realmente amo Nova Iorque, mas... Sakura e Kurenai são minha família, elas decidiram voltar para cá. Então resolvi vir junto.

Eles conversaram por algum tempo. Depois que saíram do restaurante, Naruto a convidou para caminhar no parque ali perto. Konoha não estava sendo tão ruim como ela imaginava que seria. A cidade era bonita, as pessoas eram amigáveis, talvez sua vida tivesse sido melhor se ela fosse criada ali.

.::oOo::.

- Está se sentindo melhor agora? - Ele a pergutou.

Ambos estavam deitados na grama verde, apenas fitando o céu azul e as nuvens a sua volta. Ela estava se sentindo mais do que bem, ali nos braços dele, uma sensação de paz havia dominado o seu corpo. Se sentia realmente bem, como a tempo não estava.

- Estou. - Sorriu o fitando. - Estaria mentindo se dissesse que não.