My Chemical Romance – Dead!

(Morto)

E se seu coração parar de bater

Estarei aqui me perguntando

Você teve o que merecia?

O fim de sua vida

E se você for para o céu

Estarei aqui esperando, baby

Você teve o que merecia?

O fim, e se sua vida não esperar,

Então seu coração não pode aguentar isso

Darkness

Capitulo 01

- Onde está indo Sasuke? – Uma garota de cabelos e olhos tão negros quanto os dele perguntou.

- Não interessa. – Disse dando as costas para a irmã. – Eu estarei em casa antes do amanhecer.

- Idiota. – Murmurou a garota.

Ela não entendia porque diabos os irmãos tinham que ser tão mulherengos e festeiros. Completamente idiotas. O que mais a incomodava era Sasuke. Ele era apenas um ano mais velho que ela, eles sempre estiveram de bem. Mas ultimamente ele andava estranho com ela, talvez seu pai estivesse o pressionando novamente.

- Onde Sasuke foi? – Mikoto olhou para filha deitada no sofá.

- Eu não sei, ele apenas disse que estaria em casa antes do amanhecer.

- E Itachi? – Mikoto passou as mãos pelos cabelos da filha.

- O outro idiota, não falou nada só saiu com um sorrido pervertido estampado no rosto. – Rolou os olhos.

.::oOo::.

Olhou para o homem na sua frente. Ele estava escorado na parede, com os braços cruzados e um sorriso sacana no rosto. Escroto. Não acreditava que tinha se rebaixei ao ponto de ser vigiada por aquilo. Se Luz estivesse ali ela riria da sua cara e diria algo como “Congratulations” [N/a: Parabéns]. Ela iria a caçoar por um bom tempo, como se ser capturada e estar acorrentada a uma parede não fosse ruim o suficiente.

- Você é muito bonita, eu não poderia esperar menos de uma integrante da Darkness. - O ótimo o chefe do cara escroto estava aqui, vestido com seu terno branco de cafetão. Pensou. Ficou apenas o encarando, ela conhecia esse tipo, daqui a pouco ele começaria a revelar seus segredos dizendo “Já que você vai morrer mesmo eu vou te contar meu plano...” eles sempre falam isso.

- Obrigada, mas essa cantada não cola comigo. – Lhe lançou um sorriso cinicamente doce.

- Se você aprendesse boas maneiras poderia trabalhar comigo. – Claro, lá estava ela sendo convidada para ser, como diria Kurenai, uma meretriz.

- Porque você não se aproxima para eu te mostrar um truque.

- Pelo visto você está interessada na minha oferta.

Ele lançou um olhar para o seu corpo, isso é o que ela chamaria de analisar o produto. Agachou-se, lançando um sorriso sedutor e a fitou. Ela olhou acima de sua cabeça, o capanga não estava mais lá. Ele estava tornando as coisas fáceis, muito fáceis. O homem aproximou seu rosto do dela, acho que esperava que o beijasse.

Arrebentou as correntes que a prendiam a parede rapidamente. Quebrando o pescoço do homem logo depois. Ela não entendia como o mundo é patriarca, homens sempre pensam com a cabeça de baixo. Aquele homem era um ótimo exemplo se ele não tentasse se aproximar dela, não teria morrido.

Achou todos os documentos que ele havia roubado delas dentro do seu paletó. A cada dia ficava mais impressionada com a burrice masculina. Pegou também a identidade entre outras coisas que ele guardava consigo.

Concentrou-se fitando seu punho direito, acertando a parede logo em seguida fazendo com que a mesma desmoronasse. Passou pelo buraco que havia feito logo os parceiros, ou o que fossem do homem viriam atrás dela. Pulou de prédio em prédio, até chegar ao apartamento onde morava com Kurenai e Luz, para em seguida entrar na janela, do vigésimo andar.

Jogou os documentos em cima da mesa da sala. Tirou as botas sem salto pretas, passou a mão direita pelos seus cabelos negros. Quando chegou ao seu quarto viu-a sentada em sua cama. Seus cabelos que até agora estavam brancos platinados, pouco a pouco se transformavam em cinza quase negro com apenas uma mexa na franja da cor anterior. Seus olhos antes confundidos com ônix negros, agora eram perolas brancas.

- Você demorou. – Hinata, antes Luz, disse com olhos preocupados.

- Me descuidei, fui capturada. No entanto consegui mais informações sobre a Akatisuki. – Suas mãos estavam tentando soltar a espécie de espartilho que era sua blusa. – Me ajuda?

- Claro. – Se levantou e foi até Sakura.

Hinata a virou de frente para o espelho. Ficou fitando sua imagem, era impressionante antigamente, hoje não passava de rotina. Suas madeixas negras voltaram ao seu tom natural, rosa, uma misera mexa estava na cor anterior. Isso sempre acontecia. Os olhos que até o momento eram azul safira mudaram para o seu verde esmeralda. É Escuridão te vejo amanhã, Sakura está de volta. Pensou.

- Temos quatro horas pra dormir, amanhã será nosso primeiro dia como alunas do segundo ano da Konoha High. – Hinata falou, para depois suspirar.

- É meio irônico não?

- Como assim?

- Seu pai mora aqui, você decidiu ficar com sua mãe. Eu fiz a mesma coisa. Nós estudávamos naquela escola, com quatro anos de idade, saímos de lá, pra só agora doze anos depois voltarmos, para exatamente o mesmo lugar. – Bufou. – Odeio esse lugar

- Sakura-chan, eu odeio tanto quanto você. Pelos mesmos motivos, mas agora teremos que enfrentar isso, nossa missão sempre vem em primeiro lugar.

- Sakura, Hinata. - Yuuhi Kurenai estava escorada na porta as fitando. – Hei, vão dormir. Amanhã, ou melhor, hoje mais tarde, vai ser um longo dia para todas nós.

- Ok. – Hinata e Sakura falaram e uníssono.

Kurenai sorriu e saiu do quarto. Hinata deu um beijo na bochecha de Sakura e também foi se deitar. Na Darkness desde pequenas foram criadas e treinadas por ela. A mãe da rosada havia morrido, assim como há de Hinata, ambas têm certo rancor por seus pais, esse é um dos motivos para viverem com ela.

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Acordou mais cedo que o normal, estava preocupada com Sakura. Mais uma vez ela acordou no meio da noite gritando “Por favor!Não me deixe!”. Desde que chegaram a Konoha - Japão, há um mês ela vinha tendo esses tipos de sonhos.

Levantou-se arrastando os pés, passou por seu quarto e a viu deitada abraçada ao travesseiro. Suspirou pelo menos ela estava bem. Voltou para o seu quarto para tomar um bom banho. Olhou para as paredes lilases, e a cama de madeira branca com flores incrustadas. Aquilo tudo parecia muito com ela. Pegou uma toalha e seguiu para seu banho.

Saiu do banheiro com uma toalha envolta do corpo, ao entrar novamente no quarto se deparou com Kurenai sentada na sua cama. Ela fitava o amanhecer pela janela aberta, seu rosto demostrava preocupação. Ela também deveria estar preocupada com Sakura.

- Ohayo. – Hinata falou sorrindo levemente.

- Ohayo. – Kurenai a cumprimentou sem tirar os olhos do céu.

Foi até seu guarda-roupa e pegou um jeans claro, blusa azul escura, casaco xadrez preto, e um all star preto de cano baixo. Trocou-se rapidamente, quando estava passando a escova pelos seus cabelos viu Kurenai finalmente a encarar.

- Não se preocupe, ela vai ficar bem. – Sorriu sentando ao seu lado na cama.

- Eu insisti para que ela fosse falar com Tsunade, descobrir o motivo dos seus sonhos, mas ela não quis. – Kurenai falou passando as mãos pelos cabelos negros.

- Você acha que os sonhos dela estão ligados a alguma coisa? – Hinata perguntou fitando o chão.

- Com toda a certeza. – Suspirou e depois a encarou seria. – Você sabe que Sakura tem algo especial nela, mas só Tsunade-sama sabe o que é.

Assentiu. A maioria das kunoichis da Darkness são feministas, mas nenhuma tanto quanto Sakura, ela tem um ódio enorme pelos homens. Hinata achava que era pelo fato de quando ela tinha quatro anos sua mãe morreu esfaqueada por um homem diante dos seus olhos, e se Tsunade não tivesse a encontrado ela estaria morta agora. O que mais marcava o ocorrido era que o homem que matou sua mãe era seu próprio pai.

- Hinata. – Kurenai a chamou.

- Hai?

- Eu sei que nenhuma de vocês duas está contente com o fato de voltar para essa cidade. Tanto vocês quanto eu, queríamos estar em Nova Iorque. – Suas rubis a encaravam. – Mas vocês teriam que voltar uma hora ou outra. E agora temos uma missão a cumprir.

- Eu sei. – Disse sorrindo. – Eu te prometo que vou fazer o possível e o impossível para que ela fique bem.

- Obrigada. – Sorriu e se levantou. – Termine de se trocar e depois vá tomar um bom café da manhã.

- Ok.

Suspirou. Ela estava preocupada com Sakura, o que ela mais queria era que ela ficasse bem, era como uma irmã para ela. O seu medo era de fraquejar, ela nunca teve a determinação de Sakura. Hinata sabia que uma hora ou outra iria se encontrar com seu pai. Seu primo Neji estudava na Konoha High, e sua meia irmã também.

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Terminou de vestir as botas, e se levantou da cama. Parou em frente do espelho se visualizando. Quem diria que aquela garota, que parecia delicada, era uma matadora profissional à noite. Calças jeans justa, botas sem salto pretas até o joelho, blusa simples branca, maquiagem escura, mas com uma sombra rosa clara, casaco rosa bebê, bolsa Prada, e óculos escuros D&G.

Parou na porta do quarto olhando-o pela ultima vez antes de ir para o inferno que ela chamava ensino médio. As paredes eram rosa claro, com apenas uma em preto que tinha desenhos de flores de cerejeira. Nessa mesma parede havia sua cama de cor branca com detalhes em roxo, coberta por um edredom de corações. Um roupeiro branco, um enorme espelho e sua parte preferida a varanda. Não era exatamente uma varanda, mas sim uma janela enorme com um sofá cheio de almofadas coloridas. Era tentador demais ir para escola, sendo que ela poderia ficar ali.

- Odeio esse lugar. – Murmurou antes de sair do quarto.

O apartamento tinha dois andares, Kurenai fez questão de comprar todo o andar da cobertura cobertura e o inferior a este. Desceu as escadas e foi até a cozinha. Hinata estava sentada lá com Kurenai enquanto tomavam café da manhã. Sakura apenas pegou uma maça, não estava com animo para comer algo mais que isso.

- Darkness mandou um carro pra vocês. – Kurenai fitava sua xicara de café. – Sabem que teriam que enfrentar esse lugar, uma hora ou outra.

- Eu sei. – Hinata suspirou.

- Eu ainda assim preferia ter ficado em Nova Iorque.

- O dever sempre vem primeiro, Sakura. – Kurenai disse com um sorriso triste.

- Está pronta Hina? – A rosada perguntou.

- Estou. – Hinata deu um beijo na testa de Kurenai e foi pegar sua bolsa.

- Você vai conseguir Sakura. – Kurenai passou os braços pelos seus ombros pequenos, um gesto muito materno da parte dela.

- Você sabe o quanto eu odeio esse lugar. – Sakura falou. – E agora no meio do ano letivo tivemos que nos mudar para cá. Konoha trás as piores lembranças da minha vida...

- Todas nós temos que passar por isso em algum momento, te conheço bem o suficiente pra saber que você se sairá bem. – Beijou sua testa.

- Obrigada.

- Vamos? – Hinata perguntou aparecendo na porta.

- Vamos. – Sakura pegou a chave em cima da bancada e saiu com Hinata.

Pegaram o elevador e desceram até o subsolo, onde ficava o estacionamento.  Nunca foi muito fã de carros, mas ela sabia reconhecer um porche. Meu kami! Isso sim que é carro. Correu ouvindo a risada de Hinata. Abriu a porta do carro e jogou sua bolsa no banco traseiro. Depois que Hinata entrou, ela deu a partida.

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Aquele parecia ser um dia como qualquer outro. Levantar, tomar banho, se trocar, tomar café da manha, discutir com seu pai, ser comparado com meu irmão, ir para escola, morrer de tédio. Sempre era assim, já havia virado rotina. Todos os seus dezesseis anos tiveram a mesma merda de rotina.

Saiu de casa irritado, com sua irmã Ayame no banco do passageiro do seu carro. Dizendo que não era para ele se intrometer nos assuntos amorosos dela, ou ela falaria ao Otou-san sobre suas saídas noturnas. Quando chegaram à escola teve que aturar Karin. Só ficou com ela uma vez e a ruiva acha que tinha algum poder sobre ele.

Estava escorado no seu carro, com seu amigo dobe o seu lado, não estava prestando nem um pouco de atenção no que ele dizia. Provavelmente era sobre lámen. Pelo canto do olho viu Ayame, sua irmã um ano mais nova falando com o vira-lata do Kiba. O que diabos ela via nele? Pensou revirando os olhos.

Encarou um porche entrando na escola, a música alta de Smells Like Teen Spirit ecoava pelos alto falantes do carro. Para a sua surpresa não eram dois caras, mais sim duas garotas. Uma de cabelos negros acinzentados, e a outra com cabelos cor-de-rosa ela tinha uma mexa em cor diferente, na cor preta.

Viu a garota de cabelos róseos resmungar alguma coisa para a outra, que deu apenas uma pequena risada. Quando saíram do carro pode ver que “pedaço de mau caminho” eram as duas. Quem o chamou a atenção mesmo foi à rosada, ela tinha um corpo perfeito; dez vezes mais gostosa que a Karin.

Não era só ele que as encaravam, todos no estacionamento estavam atentos a elas. Os caras olhavam com desejo e as garotas com inveja. A rosada olhava com ódio para aquele lugar, enquanto a outra garota tinha o rosto vermelho de vergonha por chamar a atenção. Dupla interessante. Pensou.

- Teme. – Naruto o chamou.

- O que Dobe?

- Acho que arranjamos algo para nos distrair pelo resto do ano. – Ele gargalhou colocando as mãos atrás da cabeça. – A rosada é a sobrinha da Tsunade-obaachan, mas eu não sei quem é a outra com ela.

Ele apenas assentiu. O sinal tocou infelizmente as aulas começavam agora. Sasuke e Naruto estavam na mesma turma, como sempre. Nunca admitiria, mas estava torcendo para aquela rosada ser da mesma classe que ele.

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Sakura foi reclamando do apartamento até a escola. Hinata tentava acalmá-la, às vezes ria do seu cenho franzido. Quando ela estacionou o carro, Hinata ficou prestando atenção nela. Suas mãos estavam em punhos, seus olhos estavam fechados e ela respirava profundamente. A música alta ecoava pelo carro.

- Hei, você está bem? – Hinata perguntou.

- Sim. – Assentiu. – Inferno, aqui estamos nós.

Hinata riu dela e seu humor negro. Sakura sempre seria Sakura. Pegou sua bolsa, e pode ver que Sakura fez o mesmo que ela. Quando saíram do carro, sentiu suas bochechas corarem. Droga, todos estavam as olhando, ela detestava excesso de atenção.

- Hina-chan, não esquenta vai dar tudo certo. – Sakura sorriu para ela e enganchou seu braço.

Assentiu e a segui até o prédio da secretaria. Sabiam que Tsunade era a nova diretora, e Kurenai daria aula naquela escola. Tudo para que sua missão desse certo. Tinham que descobrir tudo que pudessem sobre a organização Akatisuki.

Levantou seu rosto e se deparou com um par de safiras a encarando. Sentiu suas bochechas mais quentes. Aquele garoto de cabelos loiros era o mais bonito que já havia visto, ele tinha um sorriso perfeito, mostrando todos os seus dentes brancos. Desviou o olhar, envergonhada, era muito raro ela conversar com garotos. Só fazia isso quando a “Luz” estava agindo. E para piorar sua situação todos estavam vestidos com o uniforme da escola, menos elas. As meninas lhe direcionavam olhares irritados.

- Ohayo. – Uma mulher de cabelos negros e curtos as cumprimentou, sem as encarar.

- Ohayo. – Falaram em uníssono.

- Hei meninas. – Shizune as reconheceu na hora, Hinata não esperava que ela trabalhasse ali também.

- Viemos buscar nossos horários. - Sakura falou sorrindo.

- Aqui estão. – Shizune disse. – Nós colocamos vocês juntas em quase todas as aulas, só não conseguimos para história. Sakura você terá essa disciplina com Kakashi e Hinata você terá essa aula com Kurenai. Mas não se preocupem ela dará aula de inglês para as duas.

- Obrigada Shizune-san. – Agradeceu e segurou a mão de Sakura, puxando-a para fora dali.

Sakura suspirou e ajeitou a bolsa no ombro. Ela a encarou, com um pequeno biquinho nos lábios. Hinata conhecia aquele gesto, ela queria matar aula. Ela também queria, mas havia feito uma promessa a Kurenai e iria cumpri-la.

- Hoje não Sakura-chan. – Disse a puxando. – Vamos para aula.

- Odeio esse lugar!

O que Sakura mais queria no momento era matar aula, relaxar, tomar alguma coisa. Mas não, ela tinha que ir para aula, porque sua melhor amiga a Senhorita Certinha ali queria ver a cara de professores demasiadamente chatos pelo resto da manhã.

Hinata a arrastou para sua primeira aula. Advinha? Era história a única aula que não teriam juntas. Guardou seus óculos escuros na bolsa, enquanto se separava de Hinata no corredor ela foi para direita e Sakura para esquerda. Parou ao lado da porta, graças aos seus treinos na Darkness ela podia ouvir a voz do professor dentro do local. Quando Sakura ia se virar para sair dali a maldita porta se abriu.

- Onde pensa que vai Senhorita? – Se virou para dar de cara com um homem de cabelos cinza e uma mascara cobrindo seu rosto. Bizarro, nunca havia visto aquele tipo de coisa em Nova Iorque.

- Em lugar nenhum...

- Hatake Kakashi. – Falou cruzando os braços.

Ele abriu espaço para que ela entrasse. Maravilhoso! Pensou. Todos aqueles metidinhos japoneses estavam a encarando, não que ela não fosse japonesa, mas ainda sim odiava aquele lugar. Kakashi fechou a porta e a encarou, esperando que a mesma falasse algo. Levantou a sobrancelha em desafio.

- Se apresente Senhorita. – Sakura tinha certeza que ele estava sorrindo por baixo daquela mascara. Rolou os olhos.

- Haruno Sakura.

- De onde é Sakura? – Um garoto com sorriso pervertido a perguntou no fundo da sala. – Você não parece ser daqui, a poucas garotas desse jeito em Konoha.

- Sou de Nova Iorque. – O olhou com desprezo, podia ver seus olhos descerem pelo corpo dela.

- Você não tem sotaque. – O mesmo garoto afirmou.

- Eu sei. – Deu de ombros – Minha mãe era daqui.

- Pode se sentar Sakura. – Kakashi meio que a ordenou.

Caminhou até o fundo da sala. Na sua frente só havia um garoto de cabelos negros e bagunçados. Odiava admitir, mas ele era extremamente sexy. Não prestou muita atenção na aula, às coisas nos Estados Unidos eram tão evoluídas como no Japão. Ela podia ter nascido em Konoha, mas somente se sentia em casa em Nova Iorque.

- Senhorita Haruno. – Kakashi a chamou.

- Sim? – A classe toda a fitava naquele momento.

- Você sabe-me dizer sobre quem fundou Konoha e o que é Darkness? – Sentou-se à mesa com os braços cruzados.

- Konoha foi fundada por japoneses e ingleses, a mais de mil anos atrás. – Fitou a janela atrás de Kakashi, onde o vento balançava as ameixeiras. – E Darkness foi uma fundação formada por apenas mulheres, que estavam cansadas de serem capachos dos homens e ver crianças morrendo por culpa de guerras estúpidas. A organização tem esse nome, porque a primeira delas e fundadora lutou a vida inteira contra as trevas que dominavam o coração do homem que amava.

- Correto. – Ele sorria por debaixo da mascara. – Você sabia que a chamavam de “a flor de cerejeira”?

- Não sensei. – Mentiu.

A aula prosseguiu e Sakura não estava prestando a mínima atenção. Não gostava nem um pouco de estar ali, lembrava demais o passado. Ninguém se lembrava dela naquele lugar, havia ido embora com quatro anos, nem teria como.

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O lado bom daquele primeiro dia era que sua primeira aula seria com Kurenai. Por isso caminhou tranquilo até a sala de numero “21” batendo na porta logo em seguida. Sorriu ao ver Kurenai abrindo a porta. Ela fez um breve aceno indicando para que Hinata entrasse.

- Bom, turma essa é Hyuuga Hinata. – Kurenai apontou para ela. – Ela veio transferida de Nova Iorque, junto com Haruno Sakura, sobrinha da Godaime.

- Ohayo. – Disse sorrindo fracamente.

Kurenai apontou para um lugar vago logo a frente de sua mesa. Hinata se sentou rapidamente, sentindo vários olhares nas suas costas. Era a segunda vez que ela mudara de escola na vida. E nas última vez foi no jardim de infância, Sakura estava do lado dela naquele momento. Queria que sua melhor amiga estivesse ali também.

Olhou para o pátio e arregalou os olhos levemente. Uma garota de coques estava se amassando com um garoto bonito, eles estavam se escondendo atrás da arvore próxima à janela. Aquele era Hyuuga Neji seu primo! Não esperava o encontrar tão cedo. Suspirou. Hinata sabia que se seu primo a visse iria contar para seu pai, e ele era a última pessoa que ela queria encontrar. Hinata, assim como Sakura, era emancipada, seu pai não teria direito algum sobre ela. Aquilo seria algo bom agora.

Não deixaria Sakura saber, mas ela odiava aquele lugar tanto quando a rosada.

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O sinal de termino do segundo tempo tocou. Sakura se levantou, colocando a bolsa sobre o ombro e se dirigindo até a porta. Duas horas de aula de história, a matéria que ela mais odiava foi torturante. Sua antiga escola era uma espécie de elite, apenas moças com boas notas podiam entrar, fora que todos os funcionários da escola eram mulheres. Já em Konoha não era assim.

Claro, sempre era bom ver os rapazes admirando sua beleza exótica, mas era irritante a forma vulgar que a encaravam. Revirou os olhos ao fitar uma garota ruiva, com um uniforme de líder de torcida demasiadamente pequeno. A ruiva tentava ser sensual, mas aquela roupa era extremamente vulgar para uma escola.

Esbarrou com as costas de alguém. Seu fichário caiu no chão junto com alguns de seus livros. O garoto se abaixou para junta-los ao mesmo tempo em que ela. Quando levantou a cabeça, se deparou com um par de brilhantes olhos negros, tinha a sensação de já conhecer o rapaz e não era só porque ele estava sentado a sua frente na sala de aula.

- Arigatou. - Disse enquanto o moreno lhe entregava os livros. Ele estava com um sorriso de canto que faria o coração de qualquer garota palpitar mais forte. Com ela era diferente, ela não se derreteu com o olhar dele, apenas sentiu seu peito quente. Pode notar as garotas ao seu redor lhe lançando olhares de desprezo.

- Não foi nada. - Falou dando de ombros.

Sakura pode ver que aquele garoto era do tipo galanteador, ou pegador como preferir. Ela se afastou indo até sua próxima aula, matemática. Para sua sorte a aula seria com Hinata, o que já era um avanço. Ela prendeu seu cabelo rosado em um coque frouxo. O tempo era quente em Konoha, ela estava com calor por causa do clima quente, ou por causa do garoto de olhos vibrantes.

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Olhou para o relógio na parede, três horas da tarde. Suspirou e se encaminhou para cama. Havia dormido muito pouco, e teria que cumprir seus deveres à noite. Pegou o controle ao lado da cama, e fechou as venezianas, apagou as luzes, finalmente fechando os olhos com a esperança de dormir sem sonhos. Engano dela, por mais uma vez ela teria pesadelos, aos seus olhos eles eram reais.

Estava ensanguentada com um homem que era lindo, só de olhar seu coração palpitava mais forte. Ela estava em um campo aberto, ao seu redor parecia ter ocorrido uma batalha de mil homens. Mas somente ela e o homem a sua frente se encontravam no lugar.

- Você não vai... Desistir de me matar Sakura? – A voz dele era fraca, mas de longe se via que ele tentava soar forte.

Ela sorriu fracamente e se rastejou até onde ele estava ajoelhado com uma das mãos segurando o ferimento em seu abdômen. Sakura se sentia como se tudo aquilo já tivesse acontecido antes, e não era somente pelo fato do mesmo sonho ter se repetido diariamente no ultimo mês.

- Sabe à noite que nós reencontramos há dez meses? – Ela perguntou

- Como poderia me esquecer. – Ele tocou o rosto dela. – Foi à melhor noite da minha vida.

Sakura segurou a mão dele, Sasuke entrelaçou seus dedos nos dela. Ambos sabiam que em pouco tempo iriam morrer. Perderam muito sangue, todo o corpo doía, gastaram chakra de mais. Mas havia um lado bom naquilo... Estavam juntos. Morreriam juntos.

- Sasuke-kun. – Ela deitou a cabeça no peito dele. – Naquele dia eu engravidei e um mês atrás dei a luz a nossa filha. Não foram todos os Uchihas que morreram, eu descobri que Itachi teve um filho. Agora Mikoto nossa filha e Kenji filho de Itachi estão em Konoha aos cuidados de Tsunade-shishou.

- Nós temos uma filha? – Ele estava com o sorriso de canto que ela tanto amava. – Sakura... Agora todos os meus objetivos estão completos... É uma pena que não seremos capazes de vê-la crescer...

Sentou-se na cama ofegante, seus olhos estavam molhados pelas lágrimas. Quem era aquele homem? Não conseguia mais lembrar direito dele, só de seus olhos tão negros quanto onixes, e que ao estar próxima dele seu coração batia mais forte.

Seus cabelos róseos estavam grudados na sua testa devido ao suor. Ficou de pé rapidamente se encaminhando ao banheiro. Olhou-se no espelho que cobria toda a parede. O pijama de seda azul bebê tinha grudado em seu corpo, olheiras estavam bem destacadas abaixo de seus olhos verdes. Despiu-se e entrou debaixo da água morna do chuveiro.

Entrou no quarto, enrolada na toalha, parando em frente ao espelho do guarda-roupa. Fitou seus cabelos róseos com apenas uma mecha negra que caiam até a metade de suas costas, seus olhos de um verde esmeralda que fazia qualquer um se perder neles. Fechou os olhos deixando seu outro eu se mostrar. Os abriu, vendo agora seus olhos cor azul safira, seu cabelo estava negro e a mecha que antes estava negra se tornou rósea.

- Bons sonhos Sakura... “Escuridão” está de volta. – Disse ao seu reflexo com sarcasmo.

Jogou a toalha em cima da cama e abriu o roupeiro. Pegando ali um espartilho negro, calças jeans escuras e uma bota sem salto de couro que ia até um pouco acima de seu joelho. Olhou mais uma vez para o relógio, oito da noite. Logo teria que ir cumprir seu trabalho. Após fechar o zíper lateral da bota, pegou sua espada que estava guardada abaixo da cama e a colocou na bainha.