Somebody To Love escrita por firecracker


Capítulo 10
Baby, Be Mine


Notas iniciais do capítulo

um a menos pro final da história.. two to go.



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Rachel acordou mais tarde que o normal no dia seguinte. Abrindo a porta do quarto, pode ouvir os dois pais conversando à mesa do café da manhã. Mandou uma mensagem para Quinn, avisando do que havia acontecido. “Meu pai Leroy nos viu ontem a noite. Vou conversar com os dois sobre isso agora. Fique calma. Depois nos falamos. s2 

Ela hesitou antes de adicionar o emoticon de coração no fim da mensagem, mas logo depois, censurou a própria insegurança. Depois da noite anterior, não havia ter medo de demonstrar qualquer sentimento por Quinn. Principalmente depois de admitirem uma para a outra que estavam apaixonadas. Não que houvesse algum motivo para não terem falado antes.. Certo, era um pouco cedo demais, mas elas já estavam realmente sentindo aquilo, então, pensou Rachel, tempo era uma questão relativa.

Sentou-se na mesa, olhando apreensiva para os pais, que pararam de conversar assim que ela chegou à cozinha. Se preparou para começar a falar, mas o instrumental de Don’t Rain On My Parade começou a tocar no quarto, avisando que o seu celular estava tocando.

- Eu.. desculpem, eu vou atender e já volto.. com licença.

Ela correu até o quarto. Como imaginava, era Quinn ligando.

- Bom dia. Te acordei com a mensagem?

- Rachel! Como você pode estar calma assim? Já conversou com seus pais? O que eles falaram?

- Calma, Quinn.. Ainda não conversamos.. estava indo falar com eles agora.

- Como você está se sentindo? Quer que eu esteja ai?

- Quinn.. não precisa.. é um tanto quanto improvável que eles briguem comigo por isso, né..

- Mas.. você não está nervosa? Com medo?

- Um pouco.. É, acho que eu estou meio nervosa com isso.. acho que eu não sabia como contar isso pra eles.. mas agora eles já sabem, então..

- Você é incrível, Rachel.. – Quinn disse, muito mais aliviada agora.

- Você fica falando isso sempre.. vou acabar acreditando..

- Mas é pra acreditar..

- Quinn, eu tenho que ir.. meus pais estão me esperando..

- Ta, vai lá.. vou voltar a dormir, então..

- Isso.. não se preocupe..

- Boa sorte, Rach..

- Obrigada – ela riu do medo da outra.

Voltou pra mesa com um sorriso culpado.

- Perdão.. – ela sorriu para o próprio prato, ainda sem encarar os pais. – era Quinn no telefone e eu não podia deixar de atender..

Ela levantou os olhos a tempo de ver os pais trocando um olhar significativo. Hiram tomou a iniciativa de começar a conversa com a filha, sendo apenas observado pelo marido.

- Desde quando isso vem acontecendo, Rachel?

- Menos de um mês..  mas só tornou-se realmente sério na ultima semana..

- E Finn? Você não nos contou que havia terminado com ele.

- Eu.. fiquei com vergonha, por isso. Finn e eu erramos um com o outro.. Ele meio que me traiu, eu revidei.. Não foi isso que vocês me ensinaram, então eu tive vergonha de contar o que havia acontecido..

- Nós também te ensinamos a contar sempre a verdade, Rachel..

- Eu.. – ela abaixou a cabeça. Sabia que estava errada em ter escondido tudo aquilo. Rachel podia ser arrogante e um tanto quanto egoísta as vezes, mas seus pais sempre a educaram para ser um exemplo de garota. – Eu sei. Me desculpem, papais.

- Quando foi que você começou a sentir atração por garotas, Rachel? – o outro pai se manifestou.

- Eu.. não sei.. as coisas ainda estão muito novas na minha mente...

- Você está confusa?

- Não é bem uma confusão.. eu só estou.. tentando lidar com as coisas na medida que elas vão acontecendo. Vocês sempre me ensinaram que o amor não dependia de gênero.. de cor.. de nada.. porque eu deveria me preocupar com isso? Eu era apaixonada por Finn.. terminamos, agora eu estou apaixonada pela Quinn.. parece bem simples para mim..

Os dois homens trocaram um sorriso, orgulhosos da mentalidade da filha.

- Nós não estamos te cobrando um rótulo, Rachel, mas outras pessoas farão isso em algum momento. Se você não se apaixona por gênero, o que isso a torna? Bissexual?

- Eu.. acho que sim... Ou talvez eu seja hetero.. Quinn é a primeira garota pela qual eu realmente sinto atração, eu acho.. Ela me disse que sempre... soube que havia algo de diferente com ela.. sempre sentiu atração por garotas, entende? Desde pequena.. E eu não me lembro de ter me sentido assim antes.. ou, talvez, se me senti, não me importei com isso.. provavelmente eu devo ter achado normal.

- É normal, Rachel. – Hiram advertiu.

- Sim. Eu sei que é, papai. Enfim, nunca tive a consciência de sentir atração por outra garota. Mas eu realmente me sinto atraída por Quinn. Muito. – um flash da noite anterior passou pela cabeça de Rachel por um instante. Ela sorriu – Talvez eu seja gay só pela Quinn. Ou talvez eu esteja me descobrindo agora.. Isso é realmente importante?

- Não, filha. De maneira nenhuma.

Rachel levantou-se da mesa, indo abraçar os dois pais. Sorriu, sabendo que ela tinha sorte em ter uma família como aquela.

- Ah, Rach! Não se esqueça, hoje é feriado, eu e seu pai não trabalhamos, o que significa...

- Maratona de Friends! – Leroy exclamou, erguendo os braços em comemoração.

--

Quinn passou o dia inteiro dormindo. Ao contrário do que havia ameaçado, Judy só voltou para casa no fim do dia. Quinn checou o celular, lendo as mensagens que Rachel havia enviado, contando detalhadamente tudo o que havia acontecido na casa dos Berry e avisando que iria ficar com os pais o dia inteiro.

Quinn estava na sala com a mãe, entediada. Sentia saudade de Rachel e queria ver a menina. Mas, por outro lado, isso deu a ela tempo para pensar.

Ela havia relatado para a mãe quase tudo o que havia acontecido na festa, mas sem muitos detalhes. Contou que havia terminado com Sam, o que, ela percebeu, deixou a mãe um pouco chateada. Infelizmente, ela não poderia fazer nada sobre isso. A mãe certamente estaria mais feliz vendo ela com algum garoto, mas aquilo não ia acontecer. Não mais.

Contou que havia conhecido os pais de Rachel, mas distorceu um pouco a história, dizendo que eles a haviam trazido até em casa. Fez isso por pura culpa, ao pensar que a mãe odiaria saber o quão próximas ela e Rachel haviam ficado na noite anterior.

No fim, Judy apenas concluiu a contragosto, dizendo “É, então as coisas entre vocês estão realmente sérias agora, não é?” Foi uma pergunta retórica, e Quinn ficou em silencio, pensando sobre isso. As coisas realmente estavam sérias. Elas meio que já agiam como namoradas, mas não havia existido um pedido oficial. Lembrou do cordão de Sam e aquilo lhe deu uma idéia. No fim, até havia sido bom não ter visto Rachel naquele dia. Daria mais tempo a ela de organizar as coisas.

Conversou com a mãe. Precisaria de um adiantamento de mesada para o que estava planejando e, além do mais, não havia porque esconder aquilo, já que o objetivo era tornar a coisa toda mais séria ainda. Contou o plano para a mãe e se surpreendeu ao ver que ela aprovava. Assim, no dia seguinte cedo Quinn foi até a cidade, passando lá toda a manhã e uma parte da tarde. Tinha combinado de buscar Rachel algumas horas antes do por do sol. A neve da semana anterior já havia derretido, e o sol finalmente começava a aparecer novamente.

Estava na cozinha, arrumando uma cesta de piquenique com algumas frutas, enquanto conversava com a mãe.

- Então, Quinney, quais são os planos de vocês duas pra hoje?

- Nada demais.. só um piquenique no parque, por do sol..

- E.. você vai pedi-la em namoro lá?

- Sim.. – ela respondeu, evitando o olhar da mãe.

- Quinn, eu não sei se é uma boa opção..

- Porque não, mãe?

- É o primeiro dia realmente ensolarado do ano, provavelmente vai haver algum movimento no local.. e se alguém vir vocês duas?

- Mãe. – Ela olhou nos olhos da mulher mais velha. Estava se cansando daquilo. – pra começar, eu sei ser discreta. Eu consegui ser, na festa.. eu não gosto de me expor. E nós vamos pra um parque afastado da cidade, não vai ter muita gente conhecida por lá..

- Não importa, Quinn.. as pessoas podem ver vocês do mesmo jeito..

- É mãe, não importa. Eu não me importo se ninguém nos vir. – ela deu um sorriso triste. – olha, mãe.. Rachel vai ser minha namorada. Eu gosto muito dela, e não tenho porque esconder isso. Nós não estamos planejando nos assumirmos na escola ou coisa assim, até porque, sabemos muito bem o quanto os alunos do McKinley podem ser intolerantes. Já passamos por isso só por sermos parte do Glee Club. Mas eu não quero ter que sentir medo, mãe. Eu não quero ter que me esconder. Você tem noção do quanto foi horrível pra mim crescer sentindo essas coisas? Com medo do que eu poderia ser? Com medo da reação do papai?

- Exatamente, Quinn..

- Me deixa terminar. Eu tive muito medo, mãe. E agora.. eu encontrei alguém que está realmente me ajudando a vencer esse medo. Se as pessoas descobrirem, vai ser de maneira natural, assim como você descobriu só de nos observar. Eu não vou sair por ai gritando isso, mas eu também não vou esconder. Se alguém me perguntar, eu vou confirmar. Foi a forma que eu escolhi de lidar com isso. Eu espero que você entenda.

- Mas, minha filha.. e se você sofrer algum tipo de preconceito? Eu não suportaria ver você passando por isso.. – as lagrimas começaram a escorrer do rosto de Judy. – E se fizerem alguma coisa com você? E se te machucarem?

- Mãe.. – ela andou em direção a Judy, abraçando-a forte. – Eu não posso te assegurar que nada vá acontecer comigo.. mas se acontecer, eu vou lidar com isso, mãe.. Eu e Rachel vamos lidar com isso, juntas.

- Eu não quero as pessoas te tratando diferente, só pelo que você é..

- Então comece por você, mãe! Se eu estivesse namorando um garoto, você nunca seria tão rigorosa quanto está sendo em relação a Rachel. Eu percebi, ela também percebeu..

- Eu.. – ela suspirou – é, você tem razão, eu tenho feito isso. Eu achei que, se isso fosse pra acontecer, que fosse melhor acontecer aqui, dentro de casa, aonde eu possa ter controle sobre vocês.. aonde eu saiba o que está acontecendo, e garanta que ninguém mais saiba..

- Mãe, eu entendo que você queira me proteger. E eu não estou reclamando da sua proteção. Eu adoro a sua companhia.. Rachel também gosta muito da senhora, sabia? Mas eu preciso que você não surte toda vez que nós vamos sair pra algum lugar..

- Tudo bem. Eu vou tentar não ser mais tão controladora. Me desculpe, Quinn.. eu só quero o seu bem. O bem de vocês duas.

Quinn assentiu, dando um novo abraço na mãe. A essa altura as duas choravam. Se afastaram momentos depois, secando os olhos.

- Me deixa ver o que você comprou, filha..

Quinn sorriu, abrindo a caixinha e passando pra mãe.

- Você tinha razão. São realmente discretos.. – ela disse, com um sorriso cúmplice.

--

Quinn estava pensativa, dentro do carro, enquanto esperava Rachel finalmente sair de casa. A conversa com a mãe, apesar do resultado positivo, a havia deixado um pouco triste. Mas quando a morena, dona do sorriso mais contagiante do mundo entrou no carro, a abraçando forte e distribuindo selinhos pelo seu ombro, não pode deixar de se sentir feliz.

- E então, pra onde você vai me levar hoje? – o famoso sorriso despontou no rosto de Rachel ao fazer a pergunta, e Quinn não pode segurar o próprio.

- Collett Street Park. Você conhece?

- Só de nome..

- É bem bonito.. vamos fazer um piquenique lá, o que acha?

- O que você quiser, Quinn..

Quinn dirigia distraidamente, ouvindo Rachel repetir as piadas da maratona de Friends, rindo com a garota.

- E depois, eu e meus pais assistimos This Is It. O tributo a Michael Jackson, sabe?

- Sim! Eu já assisti duas vezes. Na verdade, eu sou meio que fã dele..

- Você? Fã de Michael Jackson? Estranho..

- Porque?

- Achei que seu gosto musical se resumia a Madonna e algumas outras divas do pop..

- Ei! Não é bem assim, ok?

- Ah, não? – ela tentou arquear a sobrancelha da mesma forma que Quinn fazia, mas o resultado não foi tão bom.

- Eu gosto de algumas.. Madonna, obviamente.. Britney, Gaga.. Mas eu também gosto de Michael Jackson, Bowie, Rolling Stones, Blondie, The Cure.. algumas cantoras mais antigas, como Cindy Lauper, Kylie Minogue, Cher.. Depeche Mode, The Smiths...

- Sr Schuester, é você? – ela tocou no rosto de Quinn, brincando, que deu um leve tapa na mão dela, rindo. A risada contagiou as duas por alguns minutos, até Rachel recobrar a seriedade. – Enfim, depois de assistir o tributo eu tive essa inspiração.. Quinn, o Glee Club precisa fazer uma homenagem a Michael Jackson também! O que você acha?

- Eu.. bom, parece legal, Rach..

- Eu baixei toda a discografia dele para o meu iPod ontem. Nós podemos ouvir algumas músicas, quando chegarmos ao parque, e ai você pode me ajudar a elaborar uma lista de possíveis músicas e pensamos na coreografia.. – ela tinha o mesmo brilho nos olhos de quando tomava a frente do grupo, e Quinn não pode deixar de a admirar.

- Rachel.. eu não sei se sou a melhor pessoa pra fazer isso.. Você e.. Finn.. é que são os capitães, eu não estou acostumada com isso.. – ela sentiu um leve incomodo ao tocar no nome do garoto. O incidente da festa ainda era recente, afinal de contas.

- Ah, Finn não é muito inteligente.. quando eu decidia essas coisas com ele, ele só concordava com tudo que eu dizia.. E o gosto musical dele não é lá tão bom assim.. O seu é meio estranho também, mas ainda assim é razoavelmente bom.. – Quinn deu outro tapa leve nela, e novamente caíram no riso.

Chegaram no parque a tempo de ainda aproveitar o sol. Esticaram a toalha de piquenique numa das partes mais escondidas do local, para ficarem mais a vontade. Quinn retirou as frutas da cesta, mantendo a caixinha preta cuidadosamente escondida.

- Hmm, só frutas? Que saudável.. estou gostando de ver, Quinney..

- Você vai continuar me chamando assim, é? – ela não conseguia parar de sorrir.

- Só quando eu quiser implicar com você..

Quinn, que havia substituído os tradicionais vestidos por um short jeans e camiseta, sentou-se por trás de Rachel, trazendo o corpo da garota pra junto do seu. Beliscavam algumas frutas. Quinn chegou a arriscar o gesto de dar um morango na boca de Rachel, que mordeu a fruta, deixando a ponta da língua deslizar pelo dedo de Quinn. A loira levou o pedaço restante a própria boca, provocante. Rachel não resistiu a tentação de juntar suas bocas num beijo leve. Ameaçou mudar de posição, para aprofundar o beijo, mas Quinn se afastou gentilmente.

- Aqui não, Rach..

Rachel pareceu um pouco contrariada, mas entendeu. Duas velhinhas, que antes já a olhavam com certa desconfiança, agora haviam fechado o rosto para elas. Ela revirou os olhos, bufando.

- E então, Rach, e essas tais músicas, você vai me mostrar ou não? – Quinn desviou a atenção dela, já que Rachel parecia prestes a ir tirar satisfações com as senhoras.

- Ah! É mesmo!

Ela procurou o iPod na bolsa, colocando um fone em seu próprio ouvido e oferecendo o outro a Quinn. Elas ouviram algumas músicas. Quinn opinava de vez em quando, enquanto Rachel falava sobre os acordes e outras coisas que Quinn não dominava tão bem quanto ela. O sol já estava baixando. Quinn sutilmente buscou a caixinha dentro da cesta, sem que Rachel percebesse o que ela estava fazendo. Segurou a mão da garota, pegando o iPod dela.

- Posso escolher a próxima música?

- Claro..

Ela correu os dedos pela lista de música, torcendo para que a discografia estivesse realmente completa e ela achasse a música que queria. Graças a Deus, ela achou. Deu play, ouvindo a batida começar.

- Conhece essa?

- Não..

Quinn levou os lábios até o ouvido livre de Rachel. Enquanto a música rolava, ela começou a declamar os versos para a garota, num sussurro.

I don't need no dreams when i'm by your side

Every moment takes me to paradise

Darlin', let me hold you

Warm you in my arms and melt your fears away

Show you all the magic that a perfect love can

Make

I need you night and day

So baby, be mine

And girl i'll give you all i got to give

So baby, be my girl

And we can share this ecstasy

As long as we believe in Love

I won't give you reason to change your mind

You are all the future that i desire

Girl, i need to hold you

Share my feelings in the heat of love's embrace

Show you all the passion burning in my heart

Today

It's never gonna fade

So baby, be mine..

Rachel havia se afastado um pouco de Quinn. Mas só o suficiente para olhar a outra garota nos olhos, enquanto ouvia a letra da música sendo dita por ela. Sua boca estava entreaberta, mas ela sorria. Quinn desistiu do resto da música. Segurou as mãos da cantora, tremendo levemente, antes de tomar fôlego e perguntar:

- Rachel, quer ser minha namorada?

Rachel piscou algumas vezes, absorvendo o pedido. O sorriso só aumentava em seu rosto. Elas se olhavam em silencio, enquanto a música ainda rolava ao fundo.

- Rach..? – ela temeu, por um momento, a resposta da garota.

- Você me pegou de surpresa.. – ela sacudiu a cabeça, tentando clarear os pensamentos – é claro que eu quero, Quinn.

Elas trocaram um selinho demorado. Quinn a abraçava forte. Se separaram um pouco. Rachel ainda a olhava surpresa.

- Você me deixou sem palavras, Quinn. Eu não sei o que dizer. Eu não esperava isso, de verdade..

- Hm, acho que você vai ficar um pouco mais surpresa, então.. – ela pegou a caixinha misteriosa, abrindo e revelando dois colares de ouro, com dois pingentes distintos. Um tinha o formato de um pequeno coração. O outro, claro, era uma estrela dourada. Uma lágrima escorreu do olho de Rachel. – Eu queria uma coisa bem discreta.. eles são parecidos, são do mesmo material, mesmo tamanho.. mas acho que ninguém vai ser capaz de associar-los.. – Ela contornou o pescoço de Rachel com o colar – Posso?

- Claro.. – ela fechou os olhos, sentindo a proximidade de Quinn..

- E, se você olhar atrás.. Eu roubei a idéia do cordão do Sam.. tem um F gravado. E no meu tem um B. São quase imperceptíveis.. mas, mesmo assim, eu tive medo de gravar a inicial do meu nome.. Q ficaria muito na cara.. Então eu preferi o F, de Fabray.. – ela deu um sorriso torto – se alguém perceber, você pode dar uma desculpa.. Poderia ser F de Finn.. – ela disse, testando Rachel.

- Poderia..

- Resposta errada, Rachel Berry. – ela arqueou uma das sobrancelhas, ameaçadoramente.

- Tem razão. Não, não poderia. – ela inspirou profundamente. – Porque é F de Quinn Fabray. A garota que eu amo.

A intensidade daquelas palavras acertaram Quinn em cheio. Era a vez dela estar atordoada. Rachel observou a garota, vendo a reação dela a declaração. Olhou ao redor.

- Dane-se. – Ela puxou Quinn pra perto, deixando suas bocas a milímetros de distancia. – eu quero um beijo de verdade agora.

E Quinn a beijou com vontade. Afinal, estava apenas beijando sua namorada.. Qualquer um podia olhar feio o quanto quisesse. Aquela era a coisa mais certa que já havia feito em toda a sua vida, e a prova disso é que ela nunca se sentira tão feliz antes. Terminaram o beijo devagar. Quinn voltou a sustentar o olhar de Rachel, admirada, mas a garota corou e abaixou os olhos.

- Rach.. – ela chamou baixinho, fazendo carinho na bochecha e buscando os olhos dela novamente – Eu também te amo. Muito.

Elas continuaram se olhando fixamente, hipnotizadas. O iPod já havia sido esquecido. Uma nova música começou a tocar e Rachel pareceu acordar, voltando a olhar pra caixinha e pegando o outro cordão, com o pingente de coração.

- Posso colocar em você?

Quinn afirmou com a cabeça, tirando o cordão de crucifixo que usava. Olhou pra ele por um momento, insegura. Rachel entendeu. A garota, afinal, era realmente religiosa.

- Quer por os dois pingentes num cordão só?

- Você não se incomoda?

- Claro que não, Quinn. Eu respeito a sua religião. Mas.. nossos filhos serão criados na tradição judaica, ok?

- Filhos, Rachel? – ela arqueou as sobrancelhas, rindo.

- Agora que estamos em um compromisso sério, Fabray, nós podemos começar a pensar sobre o nosso futuro juntas, programar as coisas daqui pra frente e – Quinn roubou um beijo rápido dela, a calando. Se afastaram sorrindo. Quinn olhou pra ela com ar de duvida. – Eu só estou brincando, Quinney..

- Eu sei.. – ela juntou os dois pingentes em um só cordão, entregando a Rachel – Poe pra mim?

Rachel fechou o cordão em torno do pescoço de Quinn, deixando a sua mão descansar ali. Correu os dedos pela pequena cruz. Mordeu o lábio, analisando o rosto da outra.

- Você não tem problemas com isso?

- Isso o que?

- Você sabe... religião.. a bíblia dizendo que.. ser gay é errado e tal..

- Ah, isso. Bom, eu tive. Eu me torturei muito com isso.. com a idéia de ser errado, entende? Acho que, depois do medo do meu pai, o maior medo que eu sentia era de estar entrando em algo que ia contra a minha religião.. que era considerado errado. Teve um tempo em que eu tentei combater isso dentro de mim.. eu estava confusa, sem entender o que eu sentia.. eu só ficava repetindo pra mim mesma que aquilo ia passar, que eu não deveria me sentir assim.. me recriminando.. Foi mais ou menos na época que eu comecei a namorar o Finn.. – Rachel assentiu. Não ia interrompê-la. Pelo jeito que Quinn falava, aquilo estava sufocado dentro dela a muito tempo. – E eu comecei a perceber que não estava feliz reprimindo aquilo.. E me aproximei de Kurt.. E eu só percebi que.. Deus não seria capaz de fazer as pessoas assim, se isso fosse fazer ele odiá-las. Então eu decidi que eu deveria parar de lutar contra.. Me aceitar, entende? Desde então.. eu não acho que.. sei lá.. Deus odeie os gays, ou coisa assim.

- Você está certa, Quinn.. – Rachel deslizou as costas da mão pelo rosto da namorada, que moveu o rosto, depositando um beijo no local. – Você é incrível..

- Essa fala é minha, Rachel.. Você é incrível. Eu nem imagino como você deve se sentir.. você trata isso de maneira tão natural..

- Porque é natural, pra mim. Eu estava conversando sobre isso com meus pais ontem.. Eles me perguntaram, sabe, a quanto tempo eu sinto atração por garotas.. E eu não soube responder.. Porque, mesmo se eu tivesse percebido isso antes, eu não teria me importado tanto, sabe?

- Bom, você não se importou nem quando uma maluca te agarrou no corredor da escola e te beijou.. – elas riram. – Sério, Rachel, como você lidou tão bem com aquilo? Até eu estava surtando..

- Hm.. não sei.. o beijo foi bom.. E você estava precisando de ajuda, então eu não poderia simplesmente ficar descontrolada também.. – a mão de Rachel continuou o carinho pelo rosto da loira, que se aproximou pra mais um beijo.

Quinn não estava mais se importando com as pessoas ao redor. Rachel tinha um efeito completamente calmante sobre ela. Não se atreveu a aprofundar muito o beijo, levando em conta a recente descoberta do poder de Rachel em tirar ela do controle com provocações. Se afastou, algum tempo depois, voltando a abraçar a garota por trás. O sol já começava a se por. Rachel se recostou em Quinn, assistindo.

- Isso é lindo, Quinn..

- Não é? Eu adoro o por do sol do inverno.. as cores são muito mais bonitas.. Os tons de roxo e rosa... – ela buscou o celular, fotografando a paisagem.

- Ei! Eu achei que você ia bater uma foto nossa..

Quinn gargalhou, antes de entregar o celular para Rachel e passar os braços em torno dos ombros da namorada, posando. Rachel bateu a foto, mostrando o resultado para Quinn.

- Hmm.. nós fazemos um lindo casal, Rachel..

- Você é linda..

- Você também.

- Não tem nem comparação, Quinn..

Quinn afundou o rosto contra o pescoço da garota, sentindo o cheiro bom do cabelo dela. Não resistiu. Passou o nariz pela lateral do pescoço dela, chegando até a sua orelha.

- Rachel... – ela começou a sussurrar – Você é linda. Eu amo o seu sorriso. Eu adoro o seu cabelo.. principalmente agora, com a franja.. Eu adoro a sua pele bronzeada.. Eu sou completamente fascinada pelo seu corpo.. desculpe pelo adjetivo machista, mas.. você tem noção do quanto eu te acho gostosa? – Ela corou um pouco, e afundou novamente o rosto contra o pescoço dela, depositando um leve beijo no local.

- Quiiiiiinn.. Aqui não, lembra?

As duas suspiraram, se controlando. O sol terminava de sumir no horizonte. Elas admiraram a cena, em silencio.

- Foi realmente lindo, Quinn.. como você descobriu um lugar desses?

- Eu.. – Quinn corou, constrangida. – Puck me trouxe aqui, uma vez, pouco antes de Beth nascer..

Rachel se afastou um pouco, virando-se para Quinn, para encará-la.

- Noah te trouxe aqui?

- Sim.. ele é romântico, você sabe.. – ela deu um pequeno sorriso.

- Sei.. – hesitou, estudando a expressão da outra. – Você realmente gostava dele, não é?

- Eu.. acho que sim. Acho que ele foi o único garoto que eu realmente cheguei a gostar, na vida..

- Sério?

- Sim.. ele me fazia me sentir a vontade.. E apesar dele ser um garoto muito irritante, que só sabe falar de video-game, e ser realmente galinha.. não sei, ele me divertia.. mas acho que eu sempre soube que não poderia levá-lo a sério..

- Noah é um bom rapaz.

- Sim. Ele só não é um bom namorado.. ele é romântico o suficiente pra alguns encontros, mas nada além disso..

- É, ele tem um certo problema com comprometimento..

- Mas, mesmo assim, eu acho que ele teria sido um ótimo pai, sabia? – ela hesitou, antes de continuar falando. Aquele assunto era realmente delicado para ela. – quando ele me trouxe aqui, ele disse que, quando Beth nascesse, se decidíssemos ficar com ela, ele a traria pra brincar aqui todo fim de semana.. – uma lágrima escorreu dos olhos castanhos esverdeados.

- Quinn.. – Rachel segurou a mão dela. – Não precisamos falar disso, se você não quiser..

- Eu não me importo de falar sobre isso com você.. você tem o dom de me deixar confortável pra falar sobre tudo, eu acho.. – Rachel sorriu, confidente. – Não tem muito o que ser falado. Aquilo que você me disse, no hospital.. é a mais pura verdade. Eu fiz a coisa certa. Não por mim, entende? Por ela. Ela está bem com a sua mãe..

- Sim.. – Rachel deu um sorriso meio triste.

- Você está bem com isso, Rachel? Com sua mãe? Quer falar sobre?

- Eu.. não sei.. acho que não existe forma de recuperarmos o que perdemos nesses anos afastadas.. Eu gostaria que as coisas tivessem sido diferentes, mas não foram, e agora não a nada que possa ser feito..

- É.. – ela refletiu sobre a fala da namorada, sabendo que ela pensava na mesma coisa.

- Quinn, você deveria falar com a Shelby sobre visitar a Beth.

- Eu estava pensando nisso exatamente nesse momento. Eu.. vou falar com Puck assim que voltarmos as aulas, e se Shelby concordar, eu irei vê-la.

Elas ficaram ai por um tempo, apenas sorrindo uma pra outra. Quinn fazia carinho na mão da namorada. Só de pensar em toda a compreensão que recebia dela.. E o amor, agora. E todos os sentimentos bons que Rachel despertava nela. Ela sorria bobamente, seu olhar perdido nos traços da morena.

- O que foi, Quinn?

- Nada, ué..

- E esse sorriso bobo ai?

- Pessoas apaixonadas sorriem assim, Rachel.. – a diva sacudiu a cabeça em negação, rindo dela. – Sabe, antes de te ver, hoje, eu estava realmente preocupada, triste... Como você faz isso? Agora eu estou.. assim, com esse sorriso bobo aqui..

- Quinn.. – ela deu um leve selinho na loira. – Eu percebi que você estava estranha, quando entrei no carro, hoje.. o que aconteceu?

- Tive uma conversa com minha mãe. Sobre te pedir em namoro, entre outras coisas.. Ela falou algumas coisas que me deixaram triste.. e outras que me fizeram pensar..

- O que ela falou?

- Basicamente, que não queria que ninguém nos visse.. que ninguém soubesse disso, entende? Como se tivesse vergonha.. como se fosse algo sujo, que as pessoas não pudessem descobrir..

- E isso te deixou triste?

- Sim..

- Quinn, já é um passo enorme ela te aceitar, falar com você sobre isso.. você não deveria cobrar tanto assim dela.. deixe ela se acostumar com a idéia..

- É.. sei lá.. enfim, ela disse que não vai mais ser tão rigorosa conosco..

- Hmm, isso é bom.. E o que foi que te fez pensar?

- Ela falou.. que tem medo de que eu sofra preconceito. Tem medo de que alguém me machuque, ou faça alguma coisa contra mim.. E isso me deixou preocupada. Eu nunca havia pensado sobre isso...

- Quinn, você sabe que isso pode acontecer, não sabe? Principalmente aqui em Lima.. Principalmente na nossa escola.. Kurt foi ameaçado de morte, você sabia disso?

- O q-que? – ela ameaçou se levantar, ficando de joelhos. Os olhos preocupados. - Como assim?

- Finn me contou, porque a mãe contou pra ele.. Karofsky o ameaçou.

- Meu Deus.. Rach, isso é horrível..  – ela estava chocada. Seus olhos se encheram de lágrimas sem ela ao menos perceber. Rachel gentilmente a puxou para se sentar de novo, tentando acalma-la. 

- Pois é.. ele sofre por ter escolhido não se esconder.. Pelo menos ele está seguro na Dalton. Não se preocupe com isso.. não era nem pra você saber sobre.. – Quinn assentiu, ainda preocupada com o amigo, mas tentou esquecer aquilo. Falaria com ele depois. – E eu acho que.. agora que estamos juntas oficialmente, deveríamos conversar sobre como vamos nos comportar na escola.

- Eu.. o que você achar melhor, Rachel, realmente..

- Não precisamos esconder nossa amizade.. se você não se incomodar de ser amiga da grande perdedora do colégio..

- Não fale assim. Você não é.. isso. E é lógico que eu não me importo. Nossos amigos vão estranhar, mas se precisarmos argumentar.. podemos dizer que nas férias, descobrimos o quanto tínhamos em comum.. afinal, nós duas tomamos um fora do Finn ao trair ele com o Puck.. – ela ergueu a mão pra Rachel, batendo um high-five. As duas riram por um momento, antes de voltarem para a conversa.

- Bom.. algumas pessoas já sabem.. Eu sei que você não gosta de mentir.. Acho que, se alguém do Glee Club perceber alguma coisa e perguntar, devemos contar a verdade aos nossos amigos. Mas vamos tentar ser discretas.. E, fora do Glee, devemos manter segredo. O que acha?

- Como eu disse, o que você achar melhor.. eu só quero te proteger..

- Eu agradeço, amor, mas acho que é você quem precisa ser protegida nessa situação.. Eu sou um tanto quanto invisível naquela escola.. E, pelo pouco que sou enxergada, já sou considerada.. tudo aquilo que você já sabe. Acho que faria pouca diferença pra minha popularidade ser hetero ou gay. Eu tomaria raspadinhas diariamente do mesmo jeito.. Mas você é a capitã das Cheerios. Você é a garota mais popular da escola. Imagine o escândalo que seria se você se assumisse... Todos saberiam..

- É.. acho que você tem razão..

- As pessoas que realmente importam já sabem.. Nossos pais, amigos.. acho que deveríamos nos preservar um pouco, pelo menos por enquanto..

- Eu concordo..

- E ai, quando nos mudarmos para Nova York, poderemos finalmente nos assumir completamente.. e termos nossos filhos.

- Rach.. – ela riu, arqueando a sobrancelha pra namorada.

- Desculpa.. desculpa.. Você sabe que eu gosto de planejar bem as coisas, Quinney..

As duas riram por longos minutos. Rachel, novamente, tinha conseguido deixar Quinn mais calma. A garota podia irritar as vezes, com a sua mania de planejamento, mas naquele momento Quinn estava feliz em ter acertado como seria a volta as aulas.

- Ah, e mais uma coisa, Quinn.

- O que?

- Eu quero que você jante lá em casa hoje.

- Certo.. Porque?

- Porque, primeiro, você tem que pedir autorização aos meus pais pra me namorar. Segundo porque eu acho que deveríamos conversar com eles sobre isso tudo..

- A parte de pedir autorização é brincadeira, né?

- Quinney, Quinney.. Não vai ser tão fácil assim, garota...

Elas foram embora logo em seguida, já que a noite já havia caído. Quinn estava mais relaxada. Conversar com Rachel sobre todas as coisas que a incomodavam faziam com que elas quase desaparecessem. Chegaram a casa dos Berry bem na hora do jantar. Quinn olhou pra Rachel, ansiosa.

- Tem certeza que é o melhor a fazer? Estou nervosa. – ela admitiu. – Nunca tive que lidar com sogros me perguntando sobre minhas intenções e tal.. Geralmente era meu pai quem fazia isso, e eu via o quanto os meninos ficavam assustados..

- Quinn, meus pais não vão fazer isso com você, eu estava brincando.. provavelmente eles vão agir naturalmente..

- Hm, ok então.. – ela mordeu o lábio inferior – Só mais uma coisa, Rachel..

- Sim?

- Como e aonde exatamente seu pai nos viu?

- Na hora em que você foi pegar o táxi.. nós nos beijamos na sala, e ele estava saindo da cozinha.. Por que?

- Só pra confirmar. Achei mesmo que fosse, mas.. se ele tivesse nos flagrado no quarto.. – ela corou violentamente – eu nunca entraria ai.

- Sentindo-se culpada, Fabray? – ela brincou, repetindo a fala de Quinn, no dia em que ela teve que encontrar Judy.

- Um pouco. – ela desviou os olhos, um sorriso safado despontando nos lábios.

Rachel retribuiu o sorriso, a puxando para um beijo cheio de vontade, antes de entrarem em casa.

O jantar foi bem descontraído. Rachel de cara anunciou o pedido de namoro de Quinn, fazendo a garota corar novamente. Receberam comprimentos dos dois homens, que parabenizavam as duas. Leroy fez questão de abrir um vinho, dizendo que aquela era uma ocasião especial, mas Quinn e Rachel só tomaram o suficiente para o brinde. O casal era extremamente alegre, o que deixava Quinn a vontade. No fim do jantar, Quinn já discutia com um dos sogros sobre arte contemporânea. O assunto começou com Rachel mencionando o por do sol do parque, evoluiu para fotografia, e quando Leroy perguntou se Quinn considerava fotografia como obra de arte, a conversa de desenrolou por muito tempo. Leroy levantou-se para buscar um livro sobre Andy Warhol, fazendo os olhos de Quinn brilharem. O sogro gentilmente o emprestou para a garota. O outro sogro ousou mencionar Lady Gaga e sua inspiração, e então Rachel dominou a conversa até o fim.

Conversaram sobre o problema da escola também. Sobre tudo o que Kurt sofrera e como evitar aquilo. O próprio Hiram contou histórias tristes sobre o seu ensino médio. As meninas contaram como pretendiam lidar com o relacionamento delas perante o resto da escola, e foram aprovadas pelo casal mais velho. Terminaram o jantar. Quinn ameaçou ir embora, mas os três Berry reclamaram.

- Fique mais um pouco, Quinn! – pediu Hiram – nós vamos assistir alguns episódios de Friends antes de dormir..

- Ah.. não sei..

- Fique! Só dois episódios. Estamos revendo desde o começo, já estamos na quarta temporada..

- Eles são realmente viciados, né? – ela perguntou pra Rachel, que estava ao seu lado na porta da sala, segurando sua mão.

- Sim, são. – ela riu – fica, Quinn.

E ela ficou. A sala de TV da casa não tinha sofás, apenas um futon e um enorme pufe. Os dois homens ocuparam o futon, Leroy deitando-se sobre o peito de Hiram. Rachel e Quinn ocuparam o pufe, sentando-se comportadamente na ponta. Rachel descansou a cabeça no ombro da namorada, que pareceu ainda um pouco constrangida. Com o decorrer do episódio, Quinn relaxou de vez com a presença dos sogros, deitando-se no pufe e trazendo Rachel para perto dela. A morena aninhou-se a ela, a cabeça encostada no colo da loira, numa posição parecida com a dos pais. Quinn começou um cafuné no cabelo dela, e Rachel puxou o queixo da loira para um beijo. Quinn não fugiu, deixando o beijo fluir suavemente. Sentia-se incrivelmente a vontade ao lado deles.

Quando o segundo episódio acabou, os dois homens se levantaram, desejando boa noite as duas e avisando para Rachel não dormir muito tarde. Quinn se sentou, puxando Rachel para se sentar de lado entre as pernas dela. Recomeçaram a se a beijar. A mão de Rachel rapidamente deslizou pela parte exterior da perna de Quinn, as pontas dos dedos entrando pelo short dela em direção ao quadril. Quinn sorriu, interrompendo o beijo e levando a boca até a orelha de Rachel, expirando ar quente ali. Rachel jogou a cabeça pra trás, aproveitando a sensação. Quinn passou a ponta do dedo pelo rosto da namorada, a trazendo para um novo beijo. Se deitou no pufe, puxando Rachel para sentar-se em cima da cintura dela. Os beijos tinham um ritmo lento e sensual. As mãos de Quinn viajavam pelas costas de Rachel, descendo ocasionalmente para o quadril e as pernas. Poderiam ficar ali a noite toda, mas o celular de Quinn tocou, trazendo-as de volta pra realidade.

- Mãe! – ela estava ligeiramente ofegante – o que foi?

- Quinney, aonde você está? Está tudo bem? São quase meia noite!

- Eu.. estou na casa de Rachel, mãe.. Os pais dela me convidaram para jantar, ficamos conversando e assistindo TV.. me desculpa, eu deveria ter avisado..

- Só.. só venha pra casa, assim que possível, Quinn. Eu fiquei preocupada com o que poderia ter acontecido a vocês..

- Tudo bem.. já estou saindo daqui, mãe.. desculpa, de novo.

Ela desligou, insegura.

- Eu acho melhor eu ir, Rach.. Minha mãe ficou preocupada..

- Ela tem razão, olha só a hora..

- Acho que ela ficou assustada.. sabe.. achando que tivesse acontecido algo com a gente, por estarmos em público..

- É. Vai pra casa, Quinn..

As duas se levantaram, e Rachel a levou até a porta, trocando um ultimo beijo. Quinn deu um forte abraço na namorada, antes de a encarar, sorrindo.

- O que foi, Quinn?

- Eu só queria dizer de novo.. – ela inspirou fundo – Eu te amo, Rachel.

Rachel abriu um enorme sorriso. Abraçou Quinn, dando leves beijos no pescoço dela, antes de se afastar.

- Eu também te amo, Quinn.. 


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Notas finais do capítulo

hm, então, a música do capitulo foi um verdadeiro achado.. eu não conhecia também, ouvi sem querer enquanto começava escrever e procurava uma música pro capitulo do pedido de namoro.. e me deparei com essa. e como Glee vai realmente fazer uma homenagem ao Michael Jackson, achei legal encaixar isso na história.
acho que de tanto ler fics faberry eu acabei construindo essa imagem da Quinn gostando de arte, fotografia e tal.. nessa não poderia ser diferente :D
eu não gosto tanto assim de Michael Jackson.. na verdade, eu tenho uma amiga meio patricinha que gosta MUITO.. e eu fiquei surpresa ao receber uma ligação dela hoje, enquanto eu escrevia.. tinha tempo que a gente não se falava.. enfim.. todas as outras bandas citadas são, na verdade, algumas das minhas preferidas.. HAHAHAHA
além dessas, claro, entram Maroon 5 e New Order, que já foram músicas dos outros capitulos.. e Owl City, que eu queria muito por na fic, mas não consegui encaixar.. o capitulo que inicialmente ia ter como trilha sonora "Meteor Shower" foi dividido em cenas soltas pelos outros capitulos.. fica na vontade :(
enfim, só a titulo de curiosidade mesmo :P HAHAHAHA
acho que já tô entrando em clima de despedida da história >< HAHAHAHAAHHAHAHA
reviews, por favor, gente!



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