Depois de um longo dia na rua, fui pra casa ao escurecer, cheguei em casa cansado, joguei as chaves em uma mesa que fica no centro da sala e me joguei no sofá, por ali não havia ninguém, Bill deve estar no quarto cuidando do cabelo, ou sei lá. Nunca vi um cara tão vaidoso.

O motivo de passar o dia fora de casa foi pra pensar melhor sobre um assunto que me preocupa muito, não é um assunto tão normal, estou apaixonado por meu irmão, meu irmão gêmeo, ele não sabe disso, não contei, tenho medo, medo dele não me corresponder ou de se afastar de mim, isso me assusta e me deixa confuso, eu precisava sair de casa, pensar sobre isso sem ter ele por perto, mas isso não ajudou em nada, só me fez querer ouvir mais sua voz, ver ele me olhando com aqueles olhos castanhos marcados por uma forte maquiagem.

Uma palavra me atormenta todos os dias, a palavra que resume tudo isso, “INCESTO”, ainda não me acostumei com ela, mesmo não querendo ainda sigo um pouco do pensamento da maioria das pessoas, a do ato incestuoso ser errado, mas também por outro lado penso o contrário, não mando em meu coração, me apaixonei por ele como podia também me apaixonar por uma mulher, ou até mesmo outro homem.

Acho que vou guardar isso pra mim por mais algum tempo, até eu me acostumar e ter coragem de falar pra ele, sem nenhum medo, e pronto pra receber qualquer resposta.

Enquanto essa hora não chega, preciso encarar ele como sempre, só como irmão.

Levantei do sofá e subi as escadas calmamente, cheguei à porta do quarto do Bill e chamei por seu nome.

– Bill? Está aí?

– Oi Tom – uma voz doce respondeu, a voz do meu amor proibido.

Entrei no quarto, ele estava sentado na enorme poltrona mexendo em vários pacotes de maquiagem. Errei no cabelo, mas disse que ele era vaidoso.

– Onde estava? Passou o dia todo fora – ele falou sem me olhar, ainda entretido com as maquiagens.

– Andando por aí, queria sair um pouco de casa – falei deitando na cama de casal que Bill não tinha arrumado, parecia que tinha acabado de acordar naquele momento.

Ele olhou pra mim, sorriu e voltou o olhar para os pacotes.

– Tá enjoado de mim, né? – ele falou brincando.

– Não, nunca enjoaria de você, eu só queria passar um tempo fora mesmo – eu olhava para o teto.

Voltei a pensar como seria se eu falasse pra ele toda a verdade, a verdade de ter saído para não olhar pra ele com desejo, a vontade de segurá-lo e o beijar com loucamente fazendo ele corresponder ao meu beijo.

Ficamos um bom tempo em silêncio, voltando de meus pensamentos percebi que Bill tinha parado o que fazia e estava olhando pra mim, como se quisesse decifrar as expressões que aparecia em minha face .

– O que foi? – perguntei.

– Por que está tão pensativo? – Ele não me respondeu, me fazendo outra pergunta – Na verdade faz uns dias que você está assim, e você parece preocupado com isso, o que foi Tom?

O nervosismo bateu na minha porta da minha alma e eu sem cuidado nenhum o deixei entrar.

– É...na-nada Bill – Fiquei tão nervoso, e eu demonstrava isso, precisava me acalmar.

– Tem algo sim, você ficou nervoso Tom, você nunca escondeu nada de mim, porque esconder agora?

Não falei nada, fiquei calado olhando-o, ele me olhava esperando uma resposta, mas como não teve uma ele se levantou e sentou do meu lado.Ele precisava fazer isso?!

Estou tão nervoso que nem consigo me mexer, fiquei parado, deitado na cama olhando-o, ele me olhava sério, me deixando desconfortável.

– Tom... – não tirando os olhos de mim – somo gêmeos, você sabe que desde que nós nascemos a maioria das coisas que você sente eu sinto, e eu estou sentindo isso também – ele falou e continuou ali sentado ao meu lado.

Ele disse que estava sentido o mesmo que eu... como assim? Isso seria uma indireta? Será que ele esta sentido o mesmo que eu sinto por ele?

– O que você quer dizer com isso Bill?

Der repente ele me surpreende, aproximando o seu rosto ao meu, dava pra sentir sua respiração quente se chocar com a minha, e ele continuava a me olhar nos olhos fixamente e eu fazia o mesmo.

– Eu sei o que você quer Tom, pra mim está muito óbvio... – ele sussurrou, eu estava enlouquecendo por dentro, estava fervendo e fazendo de tudo pra não atacar logo aqueles lábios carnudos que estavam tão próximos a minha boca.

Ele aproximou vagarosamente seu rosto do meu, senti seus lábios encostar-se aos meus de forma delicada, começamos um beijo doce, aqueles lábios que eu tanto desejei estavam coladinhos com meus lábios, em meio ao beijo eu pensava “Não acredito que ele sente o mesmo que sinto por ele!”, era quase inacreditável, nossos lábios se moviam sincronizados, aquele era o nosso momento, o momento que eu queria ter com ele. Rompemos o beijo, ele olhou pra mim ainda próximo ao meu rosto.

– Porque nunca me contou? – perguntei olhando bem nos olhos dele.

– Pelo mesmo motivo que você, iria te contar quando fosse a melhor hora, mas não consegui te ver assim, e resolvi acabar logo com isso, demorei um tempo pra perceber que você queria o mesmo que eu – ele se levantou e foi em direção a porta, acho que deve ter ficado com vergonha, ou se arrependeu.

Levantei-me rapidamente, e segurei-o pelo braço e puxei-o pra perto de mim, o corpo dele ficou colado com o meu, envolvi meus braços em volta da cintura dele, o deixando bem pressionado a mim.

– Mas agora você me deixou com mais vontade... – sussurrei em seu ouvido, percebi ele arrepiar- se, o que me fez dar um sorriso malicioso e dar uma leve mordida em seu lóbulo esquerdo.

Voltei meu olhar para sua face, e vi que ele estava com o mesmo sorriso malicioso estampado em seu rosto, eu estava adorando.

– Ah, é? E o que pretende fazer? – perguntou provocativo.

– Fazer você ser meu... Agora... – disse em um tom malicioso em minha voz.

– Só agora? – perguntou fazendo manha.

– Agora e sempre – encostei mais sua cintura com a minha, se possível.

Ataquei aqueles lábios agora com mais intensidade, pedi passagem pra minha língua, e ele permitiu, fazendo nossas línguas se enroscarem, sentia seu piercing se mover, roçando em minha língua, o beijo dele era realmente muito bom, sinceramente foi o melhor que já recebi em minha vida, melhor do que todas as garotas que já namorei. Ele segurava minha cintura e apertava de lave, movia suas mãos por toda minha costa passando levemente suas unhas em minha pele me fazendo arrepiar por inteiro. Rompemos o beijo e desci meus lábios para seu pescoço, o beijando e dando mordidas leves, fui abaixando minha mão, parando em sua pequena bunda, apertando-a, o ouvi soltar um gemido baixo, sorri maliciosamente outra vez, senti um volume em sua calça, eu também já estava excitado, resolvi agir.

Tirei minha larga camisa com a ajuda dele, fiz o mesmo com ele, tirei sua justa camisa preta, deixando a mostra suas tatuagens e seu corpo magro e delicado que eu acho tão sexy, mordendo o lábio inferior dele fui levando-o até a cama, o deitei ficando sobre ele, e voltei a beijá-lo, mas ele interrompeu, estranhei.

– O que foi? – perguntei.

– Ér... Tom, não estamos indo rápido demais? – perguntou com uma expressão de preocupação.

Saí de cima dele, e deitei ao seu lado.

– É que eu não quero isso agora, entende? Vamos mais devagar... Preciso me acostumar mais com isso...Desculpa.

– Tudo bem, eu que devo me desculpar, sou muito...

– Apresado. – falou completando minha frase – É o costume de fazer isso, faz isso com as garotas todo tempo.

– Fazia, agora só quero você do meu lado.

Ele sorriu, e retribuí com um selinho. Ficamos abraçados na forma de conchinha.

– Tom... – ele falou baixinho.

– Hum?

– Eu amo você – falou no mesmo tom de voz.

Foi tão bom ouvir isso, saber que a pessoa que você tanto ama corresponde ao seu amor.

– Também te amo Bill – falei dando um beijo em seu ombro.

Ali ficamos, conversamos e pegamos no sono, até pensei se era sonho, fiquei com medo de acordar e estragar tudo, mais não, era tudo real.