Ghost escrita por bionicrevenge


Capítulo 5
Capítulo 4 – The day that starts it all


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada pelos reviews, eu fico M-U-I-T-O feliz que estejam gostando. Vocês estão sendo maravilhosos comigo!
Bem, agora sim que a história começa. Estou tentando não deixar os capítulos muito grandes e ficar cansativo de ler.
Acho que vocês já notaram também que os nomes dos capítulos são trechos da música tema, né? E essa capítulo é com a minha preferida do primeiro CD do MCR: Headfirst For Halos.

Tradução do nome: 'O dia onde isto tudo começou'



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Ter alguém para confiar

Te fará crescer, te fará mais forte,

Te poupará da dor da queda.

Tell me what you kill to save a life, tell me what you kill to prove you’re right!¹ O refrão da musica berrava nos meus ouvidos, mexia os lábios com a letra, mas não cantava. Gostava de cantar, mas desafinava a cada duas notas então eu prefiro apenas ouvir.

Entrei na sala de literatura, a segunda aula de segunda-feira, uma das minhas favoritas. Em breve, mostrarei o porquê. Sentei no meio da sala como sempre, meu lugar preferido, na carteira ainda tinha o meu desenho em pequeno de um olho no canto direito de cima.

Fiquei de bobeira – isso é realmente um saco, não? Ficar de bobeira é um saco – até o professor chegar.

– Bom dia, classe – o sr. Blackwood nos cumprimentou.

Ele era inglês. Os cabelos curtos e loiros, penteados de uma forma levemente bagunçada, sobrancelha levemente grossa, com os olhos verdes, brilhantes, os traços grossos e o charme europeu. Tinha um grande gosto para suas roupas. Filosofia... minha melhor matéria.

Tirei meus fones dos ouvidos tentando prestar atenção.

– Como vocês devem saber, está na hora do primeiro trabalho do semestre, o tema será: “Literatura atual”. Um tema fácil e por isso, exijo mais de vocês. Quero saber o que vocês julgam a nossa cultura atual, como vocês participam dela. Como disse, um tema fácil. Uma apresentação de 10 minutos com o manuscrito na minha mesa. Para segunda que vem... – ele sorriu – Em dupla. Podem começar a discutir o assunto com sua dupla, mas sem barulho.

Ótimo, eu provavelmente ficaria sozinha com o trabalho. Na verdade é bom, não queria fazer o trabalho com alguma idiota que pensasse que Edward Cullen era o novo Sr. Darcy², talvez fizesse sobre como Harry Potter se tornou um clássico na literatura inglesa. Ou falaria de filmes de Jane Austen na modernidade, como Orgulho e Preconceito ou Crime e Castigo – se esse livro fosse dela, claro.

Apoiei minha cabeça na minha mão sobre a carteira e fechei os olhos. Admito que foi para pensar, entretanto não havia dormido muito bem na noite anterior, tive um pesadelo que me fez ficar com os olhos pregados a noite inteira revirando na cama.

– Acho que deveríamos fazer o trabalho sobre algum livro inglês e puxar o saco do professor. – Uma voz conhecida me falou.

Abri os olhos rapidamente dando de cara com Gerard sentado na minha frente. Os olhos levemente superiores e os cabelos perfeitamente bagunçados. O queixo apoiado nas mãos abertas como uma criança posando para uma foto.

– O quê? – perguntei sem entender. Eu entendi, só queria ouvir mais uma vez.

– Nós vamos fazer o trabalho juntos – respondeu revirando os olhos. Chegou ainda mais perto do meu rosto e sussurrou. – Porque se o professor não nos der uma nota boa, nós podemos usar sua bola de cristal pra lançar uma maldição nele.

Fiquei séria no exato momento, ele estava gozando de mim.

– Claro, depois nós podemos viajar no meu tapete mágico e visitar o Aladdin – fui sarcástica, claro.

Gerard tirou a expressão de inocência do rosto.

– De qualquer jeito, do que vamos fazer o trabalho? – ele perguntou já mais sério.

Ele realmente queria fazer o trabalho comigo, sorri sem poder esconder minha felicidade, o meu pior sorriso, o sorriso sem forças, o inocente que há muito tempo eu não conseguia fazer. Gerard alinhou a mexa que caia sobre seus olhos.

– Eu ainda não sei. Não tenho idéias – respondi mais uma vez com preguiça.

– Poderíamos fazer sobre algum assunto chato e fingir que somos cultos o bastante para ler Jane Austen – ele foi irônico. Eu adorava sua ironia com o leve humor negro, algo que me fazia rir e ficar brava ao mesmo tempo.

– Eu já li Jane Austen.

– Ótimo por que o ultimo livro que eu li foi Contos Eróticos de Pablo Weder e foi péssimo – ele suspirou. Aquilo não era mentira.

Ajeitei-me na cadeira arrumando minha postura, eu não queria fazer o trabalho com ele. Fazer um trabalho ou conversar com ele, eu não queria! Desenvolver algo com ele, eu não queria. Doerá mais, doerá mais quando ele se for ou quando eu me lembrar. Eu o amava, mas não queria sofrer mais ainda. Criar elos com Gerard era o que eu mais queria, mas o que mais me assustava. Essa idéia de conversar com ele, de ele me procurar para fazer os trabalhos me assustava.

– Então? – Gerard perguntou estranhando meu silencio.

Mordi minha bochecha por dentro e lembrei de como ele tocou minha mão na semana passada, era isso. Eu temia, porém amava. Eu amava mais do que temia.

– Eu já disse que não sei! Eu não sei – falei com o tom um pouco mais alto.

– Já sei, estressadinha barra vidente vírgula cigana. Você prefere fazer o trabalho na minha casa ou na sua?

Na minha casa ou na sua? Repuxei os lábios pensando. Isso era novidade, essa pergunta era novidade. Eu não ficaria tão intimidada com apenas uma simples pergunta como essa se quem não perguntasse fosse um menino que admite ser ninfomaníaco. 

Gerard percebeu como eu fiquei incomodada com a pergunta e riu baixinho enquanto mordia o lábio inferior.

– Na sua – respondi com convicção –, meus pais ainda não estão em casa quando eu chego.

– Tudo bem, nem os meus – ele sorriu de canto.

Com um ato rápido, ele pegou minha lapiseira, escreveu seu endereço na folha do meu caderno e embaixo do endereço, o horário em que eu deveria estar lá, jogou minha lapiseira sobre o caderno e olhou mais uma vez pra mim.

Eu nunca poderia escrever de seus olhos perdendo o brilho no hospital, entretanto naquele momento, seus olhos brilhavam de um jeito único, de um jeito que superava minhas lembranças/visões sobre o futuro. Por um momento, eu me esqueci do Gerard fraco, como se ele nunca estivesse lá, como se nunca existisse, só havia o Gerard Way, o adolescente rebelde e quem eu amava.

Ele se levantou, caminhou até a mesa em que seus amigos conversavam, virou uma cadeira e sentou-se nela com as pernas abertas apoiando-se na madeira onde ele deveria encostar as costas. Logo depois gargalhou com alguma coisa que Frank falou.

Frank Iero e Ray Toro eram os únicos meninos com quem Gerard andava. Nunca o via com alguém a não ser aqueles dois.

Peguei meu celular escondido e mandei uma mensagem para minha mãe avisando que faria trabalho na casa de um amigo hoje, não que eu precisasse, pois quando eu chegasse em casa, meus pais ainda não estariam lá. Mas de qualquer jeito, eles saberiam que eu não estava em casa.

Puxei meu caderno pra mais perto para ver o endereço, eu conhecia o endereço, era perto da lanchonete que eu costumava ir junto a Ella para almoçarmos juntas.

Por que eu não consigo a deixar ir? Por que eu não consigo fazer isso parar?...

Por que eu não sou normal?

Na verdade, eu gosto de ficar sozinha.

Apertei a campainha e voltei com as mãos para a alça da minha bolsa. Ficava olhando a porta de madeira a minha frente como uma porta para outro mundo, não sabia o que encontraria depois dela, mas estava totalmente curiosa.

A casa era toda branca por fora, mostrava algumas janelas e uma porta de madeira bem escura. Era grande também, o jardim cuidado com flores coloridas de todos os tipos, menos rosas. Uma casa de família, uma casa normal com dois andares. Nada de mais.

Quem abriu a porta foi um menino alto, com o cabelo moreno estranho, uma grande franja jogada de lado e com atrás bagunçado e espetado. Usava óculos com armaduras grossas e pretas, os olhos pareciam se perder diante das lentes, mas a mescla deles era reconhecível, verde com castanho, os lábios pequenos e com o contorno perfeito parecendo vagamente um coração. Seu rosto era mais fino e o menino era bem magro com os joelhos estranhamente dobrados pra dentro. A beleza dele era reconhecível, aquele ar sinistro ao redor dele. Tenho que confessar que as sobrancelhas eram idênticas.

Usava um moletom do Smashing Pumpkins e um jeans colado aparecendo o elástico de sua cueca branca. Daria pra notar sua magreza de longe, mas de algum modo, ele era muito bonito. 

– Você deve ser Lilith – ele sorriu.

Era irmão de Gerard, com certeza. O som nasal das vozes era quase igual, porém a de Gerard era um pouco mais grossa.

– É – concordei com a cabeça.

– Vem, pode entrar, vou te levar até o quarto dele.

O menino me deu espaço para entrar, a sala era bonita, com tons claros variados entre o branco, cinza, pedra e mármore, muito moderno também. Segui o menino alto para o segundo andar da casa, ele bateu na primeira porta do corredor.

– Gee? – ele chamou alto.

– Pode entrar – a voz de Gerard abafada pela porta e bem baixa.

O menino abriu a porta do quarto pra mim e, no exato momento em que entrei, ele fechou a porta de novo.

O quarto era bem diferente do que eu tinha imaginado. Imaginava um quarto de um jovem rebelde com pôster de playboys ou bandas de metal espalhados junto com rabiscos nas paredes, uma cama desarrumada com comida onde eu pudesse pisar. Mas, Gerard é imprevisível, no fundo eu sabia que ele não era daquele jeito e não era mesmo.

Estava tudo limpo e arrumado, no lugar certo. A decoração seguia o mesmo estilo do resto da casa, moveis escuros e paredes claras, o modernismo. A cama impecavelmente arrumada com os lençóis brancos – a fronha do travesseiro estava vermelha, era a tinta do cabelo dele. As prateleiras com as “figuras de ação” (bonecos!) alinhados, bastante CDs e livros. Uma cômoda ao lado do guarda-roupa cheia de fotos, uma mesa com uma cadeira no canto do quarto com papeis e tintas para desenhar. Um rádio moderno demais para ser chamado de rádio ao lado das prateleiras e de uma outra porta. Imagino que era o banheiro.

O curioso era a parede vaga, nada a atrapalhando, coberta de desenhos e frases, uma parede só de criações de Gerard. Os traços grossos e violentos de seus desenhos com frases em outras línguas, uma parede só para expressar o que quisesse.

Sorri por dentro.

Gerard não estava no quarto, era estranho, mas vinha luz por baixo da outra porta, ele deveria estar ali.

Aproximei-me mais ainda da parede com os desenhos dele, li algumas frases. “Sonhar alto é maravilhoso, sonhar pequeno é menos doloroso quando não o alcançamos.”“Um dia, viver na miséria será tudo o que eu desejei, porém se você estiver junto.”. Elas soavam tristes como se não tivessem esperanças... eu... eu me familiarizei com elas...

– Não se preocupe, eu tirei os pôsters da Playboy das paredes, mas saiba que eles vão voltar assim que você for embora. Eu sinto falta das minhas garotas – Gerard surgiu do nada ao meu lado me assustando.

Rolei os olhos até ele, os cabelos vermelhos e desalinhados se destacavam no quarto, usava uma blusa dos Beatles quase tão colada quando seus jeans skinny pretos. Um chiclete na boca e os olhos traiçoeiros. Ver ele sem terno ou gravata era novo, suas roupas combinam muito mais com a sua personalidade do que o uniforme do colégio.

Ficamos assim por alguns segundos, nos encarando. Eu pensava nele como o menino que eu gostava do colégio, que eu adoraria beijar ou abraçar, mas o que ele pensava de mim? A menina vidente barra cigana? A menina que faria o trabalho com ele? A menina que não podia salvá-lo?

– Por que você escolheu fazer o trabalho comigo? – perguntei relaxando os dedos. Não sei se realmente queria ouvir a resposta.

Gerard mordeu o lábio inferior tirando o ar de superior de seus olhos e, pela segunda vez, eu vi seus olhos perdendo o brilho, mas de um jeito diferente. Este era doído, era triste.

– Porque você parecia sozinha – disse, olhando nos meus olhos.

Ouvir era diferente de sentir, eu sentia, não admitia. Ouvir é tão diferente, é tão... É tão real quanto sentir, porém pior, por que de algum modo, você assumiu e as pessoas notaram. Olhei pro chão. Era isso o que ele pensava que eu era, não o culpo. Eu sou sozinha, estava tudo bem ele pensar assim.

– Eu também já fui sozinho e ficar sozinho é uma merda – disse me fazendo voltar a olhá-lo, porém ele estava com o olhar nos desenhos – É chato, é agonizante e é uma merda.

Ficamos em silencio depois, eu o olhando e ele olhando seus desenhos.

O cheiro do quarto era de tinta e rosas, mas tinha algo estranho, eu sabia o que era.

Eu não acreditava! Eu sabia que cheiro era, com certeza, eu conhecia, estava tão perto de mim, aproximei minha cabeça bem de leve de Gerard e respirei profundamente.

– Eu não acredito! – falei um pouco alto, surpresa com a minha descoberta. Gerard olhou pra mim com o cenho enrugado – Você ainda está fumando!

Como ele ainda estava fazendo isso? Por que ele ainda estava fazendo isso? Queria explodir a cabeça dele, tirar o câncer pulmonar dele com as minhas próprias mãos a sangue frio – impossível –, bater tanto nele.

– E daí? – ele perguntou com as mãos na cintura.

– E daí?! – eu repeti, minha voz ficou levemente fina – Gerard, você tem câncer pulmonar! Como você ainda fuma? – perguntei indignada.

– É um vício! Eu não posso perder de um dia pro outro, menina! Você acha que é fácil perder um vício? – Gerard perguntou nervoso.

Vício.

Levei minha mão direita a minha barriga, por cima da blusa, perto do umbigo, por cima de uma das cicatrizes. Senti-me uma hipócrita, eu não larguei o meu vício sabendo o quando ele me prejudicara e fiquei nervosa ao saber que Gerard estava fazendo o mesmo.

– Nós podemos fazer o trabalho logo? – minha voz saiu normal, sem acusação e sem apressá-lo.

– Vem, Lilith, vamos fazer na sala – Gerard disse me chamando para fora do quarto mais calmo.

Fizemos o trabalho na sala, sentados no tapete com os cadernos e livros na mesinha de centro, eu estava confortável. Gerard pegou algo para nós comermos depois de algum tempo. Ele me trouxe Coca-Cola. Confesso que o clima ficou pesado depois da “conversa” sobre vícios no quarto, mas melhorou depois que o irmão de Gerard sentou-se junto a nós dois na mesinha do centro.

O nome dele era Michael, mais novo que Gerard e eu por um ano. Não o conhecia ou nem sabia da existência dele, pois ele freqüentava uma escola diferente, só de meninos. Aconteceu isso quando foi descoberto roubando uma calcinha do vestiário feminino na 8ª série. Gerard contava os fatos do irmão rindo enquanto Michael mantinha a expressão indefinida, não sabia se ele estava feliz, triste, envergonhado ou sem animo.

Ria baixinho com algumas piadinhas deles, eu nunca pensei que irmãos podiam se dar tão bem. Como Gerard poderia se sentir sozinho com Michael ao seu lado, como ele se atrevia a ficar sozinho com Michael do seu lado?

É fácil afastar as pessoas, tão fácil como você se sentir sozinho. Acho que esse é o ponto da solidão que você começa a ficar depressivo, no momento que você nota o quanto você sente falta das pessoas que você mesmo afastou.

Terminamos o trabalho as 19h, nós já estávamos cheios de escrever sobre Harry Potter virando literatura inglesa ou Jane Austen, eu não queria ir embora, eu não queria chegar em casa e ficar sozinha. Eu não queria deixar Gerard.

– O quê, Mikey? Isso é ridículo, ainda mais vindo do menino que roubou uma calcinha da menina que gostava! – Gerard disse gozador para o irmão.

Será que vai ser assim com a minha irmã? Ficaremos rindo uma com a outra, ensinando uma a outra, apoiando uma a outra... Seria assim ou eu a afastaria logo depois de ter a visão da morte dela?

Como seria ver minha irmã morrer? Iria doer tanto quanto dói agora ou ela faria a dor passar? Ela seria minha heroína com o tempo?

Eu preciso ser salva dos meus vícios e das minhas frustrações.

– Vem, Lilith, eu te acompanho até a porta – Gerard disse pegando as chaves na mesinha e levantando.

– Tchau, Michael – acenei para ele seguindo Gerard até a porta e ele retribuiu o aceno já subindo as escadas.

Gerard abriu a porta, eu sai – não queria, mas fiz, me virei para Gerard para me despedir e ele estava com os braços cruzados e encostado na abertura da porta de lado, o lábio inferior seriamente preso com os dentes, os brilhos dos seus olhos respondiam a Lua perfeitamente. Aquela pouca iluminação ao rosto dele fazia com que seus traços ficassem ainda mais rígidos e desejáveis.

– Hoje foi o primeiro dia em que eu vi você sorrir de verdade, sabia disso? – ele disse, sério.

– O que você quer dizer, Gerard?

Piscou lentamente e admiravelmente. Ele era tão bonito.

– Está tudo bem em ficar sozinho às vezes, mas você precisa de apoio uma hora, antes que você perceba que já caiu – do jeito que ele falou, eu não sabia se ele se referia a mim ou a ele mesmo.

Antes que eu me pudesse notar, já estava nos braços dele. Ele me envolveu tão prazerosamente que eu não pude revidar apenas ficar paralisada, eu sentia sua respiração, seus peitos crescerem entrando em contato com os meus, sentia uma grande mão envolver o meu ombro direito, e outra mão envolver minha cintura e a sua respiração perto do meu ouvido.

Gerard Way me abraçou.

Fechei os olhos, era confortante, gostoso e totalmente seguro. Eu me senti segura nos braços dele, a dor desapareceu por alguns segundos, o vazio não, mas a dor sim, o que mais importava estava fora de mim. Fechei os olhos e sorri. Ato errado, a primeira coisa que me veio a mente foi a minha visão sobre Gerard.

A dor voltou e Gerard me soltou do seu abraço.

– Boa noite, Lilith – ele se despediu.

– Boa noite, Gerard.

Me virei segurando cada lágrima que queria sair, respirava fundo andando até meu carro, entrei nele, o liguei, dei a partida e vi Gerard fechar a porta.

Cheguei em casa correndo, subi as escadas indo direito pro meu quarto, bati a porta, joguei minha bolsa no chão e gritei.

O mais alto que eu conseguia, que podia, seus peitos doíam, minha garganta ardia, mas eu continuava. Parecia que o quanto mais alto fosse, mas calma eu ficava. Só parei quando meus pulmões pediram.

Ofegante e desesperada. Cansada e frustrada. Sozinha e inútil.

Eu queria salvá-lo, mas o que eu poderia fazer? Nada.

Eu já vi, ele vai morrer. Gerard Way vai morrer não importa o quanto isso possa doer em qualquer pessoa. Eu não posso fazer nada.


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Notas finais do capítulo

¹- Música Hurricane de 30 Seconds To Mars²- Mr. Darcy é o protagonista de Orgulho e Preconceito de Jane AustenEntão, gostaram do capítulo 4?