Skater Girl escrita por sisfics


Capítulo 8
Capítulo Sete: Pressão.


Notas iniciais do capítulo

Em um certo trecho do capítulo, haverá música, então ouça, pois assim terá mais graça, tudo bem? Boa leitura.



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Jacob Pov


A dor de cabeça não me deixava raciocinar. A música alta também não.


- Hey, Jake. – abri os olhos encontrando os de Paul.
- Que que você quer, filho-da-puta? – perguntei mais alto que a música.
- Nada, esquece. – deu de ombros e se deitou mais no sofá de couro vermelho.
- Jared? – chamei.


Ele andou até mim e se sentou ao meu lado.

- Fala.
- Me lembra de matar aquele desgraçado se ele não aparecer nos próximos vinte minutos e com o pedido todo certo. - riu baixo - Não estou brincando. – rosnei, mas ele continuou rindo o que me fez fechar um pouco os olhos rir também da minha situação.

Tentei ter paciência e não pensar demais na arma na minha cintura ajudava. Senti alguém sentar no meu colo e me beijar.
- Tão sozinho hoje o meu Jake. Porque? – Emily sussurrou no meu ouvido.


Mas eu não estava aqui para isso.

- Hoje não. – tentei ser claro, mas o som estava alto.
- Jake, você vai recusar tudo isso? – perguntou fazendo manha.

Abri os olhos e a segurei pelos cabelos, fazendo seu tronco arquear para trás. Ela agarrou minha mão e choramingou de dor.


- Se você não sair daqui agora, acabo com tua raça, cachorra.
- Por favor, me larga? – pediu tentando se levantar.
- Então vai embora, porra. – rosnei.


Ela saiu cambaleando em cima do salto e ajeitando a saia de couro preta, tentando não chamar atenção dos seguranças da boate.


- Tá foda hoje, hein Jake? – Jared comentou.
- Tá ainda mais foda porque aquele idiota ainda não chegou. – gritei.
- De que idiota está falando mesmo? – a voz veio de trás de mim e me virei sorrindo.
- Você mesmo. – respondi Felix.

- Quanta pressa, Jacob. Eu disse que viria e traria tudo que me pediu. Porque toda essa irritação?. – riu e jogou a bolsa no meu colo – O que tem para beber? - uma stripper morena passou do nosso lado, atraindo sua atenção - Ou pra comer. Tanto faz.

- Senta aí. – ele deu de ombros e me obedeceu.
- Tudo calmo? – perguntou esfregando uma mão nas outra, o que sempre fazia quando queria dinheiro.
- Mais ou menos. – abri a jaqueta e mostrei meu ombro enfaixado.
- O que aconteceu?
-  Engraçado, era isso mesmo que queria saber, achei que você podia me ajudar. - enrugou o cenho - Não se faça de desentendido comigo, Felix – se ajeitou desconfortavelmente no sofá quando Jared se sentou de um lado e Paul do outro.
- Hey, Jake. O que você está pensando?
- Pensando que você é um belo filho-da-puta e armou aquilo tudo com a polícia pra gente.
- Polícia? Mas o quê? Claro que não, cara. – respondeu nervoso – Eu não ganharia nada com isso. Você sabe que eu sou fiél.
- Cala a boca que eu não estou com paciência pra ladainha hoje. – rosnei vestindo o casaco de novo.
- Entendo que você deve estar puto por causa do tiro e-
- Caralho. – levantei com raiva – Rapazes, lá para fora, por favor?


Paul tirou a arma debaixo da camisa e encostou nas costas de Felix.

- Quietinho ou eu atiro aqui mesmo. – rosnou.


Os três se levantaram e me seguiram para os fundos da boate. aminhamos até uma parte mais escura da viela, mas antes de dar qualquer ordem, vasculhei com meus próprios olhos o lugar para ter certeza que ninguém nos ouvia ou espiava.


- Põe ele ali. – falei quando terminei a busca.


Jared e Paul passaram na minha frente jogando Felix contra o muro com bastante força.


- Hey, Jake. Calma, cara. Não é o que você está pensando. Você está muito enganado.
- Nem tenta se defender. Eu sei de tudo.
- Tudo o que, cara?
- Vamos economizar um pouco, okay? – saquei a arma e encaixei o silenciador no cano.
- Não, Jake. Por favor, cara, me escuta?
- Terá bastante tempo para falar com os espíritos, não fique ansioso. – apontei a arma na direção de sua cabeça.
- Por favor, cara, sabe que eu tenho família.
- Aquela prostituta e aquela cria de capeta? – dei uma risada alta – Estarei te livrando de grandes problemas futuros, amigão.
- Por favor, cara. – choramingou ajoelhando no chão.

- Para com isso. – gritei lhe dando um chute com a perna boa - Odeio quem implora pela própria vida.


Ele caiu se escorando numa lata de lixo.

- Vou dar uma ultima chance. Vai falar ou não?


Senti meu dedo queimar de vontade para apertar o gatilho. Eu queria tanto estourar a cabeça daquele traidor filho-da-puta.


- Não sei o que você quer saber.
- Haja paciência. – resmunguei – Paul? – ele atendeu vindo para o meu lado – Mudei de idéia. Por enquanto, cuida dele, estou ainda com um pouco de dor. Quando o sangue refrescar as idéias, a gente volta a conversar. 
- Faço com prazer. – anunciou rindo e estalando os dedos das mãos fechadas em punho.


Os gritos não foram altos o suficiente para chamar atenção de ninguém. Paul socou a cara dele, até que o sangue começou a jorrar de sua boca a cada novo soco. Foi quando pedi que parasse.


- Vai falar agora? – se engasgou com o próprio sangue.
- Eu... não-
- Pode continuar, Paul. – antes que mais um soco fosse dado na sua cara, ele tentou gritar e fez um sinal com as mãos.
- Tudo bem, eu falo, eu falo. - nós três rimos.
- Agora a mocinha quer ser corajosa. – me aproximei e agachei levantando seu rosto pelos cabelos – Pode começar.
- Eles me pagaram para fazer aquilo. – sussurrou.
- Mais alto, Felix.
- Me pagaram, os homens do Mario, pagaram para entregar vocês na polícia. Eu dei a dica para os tiras. Foi só. – rosnou decidido – Eu não queria porque sabia que você ia descobrir, mais cedo ou mais tarde, mas eles ameaçaram me matar.
- Você sabe que eu vou te matar do mesmo jeito, com ou sem confissão. Preferiu vir morrer em casa, amigo?

- Vai se fuder. Quer saber, só fiz o que você merecia.
- Eu também só dou o que merecem. Por isso vou acabar com a sua raça bem devagar.
- Jake? – Jared chamou.
- O que você quer? – rosnei me virando, ele acenou com a cabeça para o canto, chamando para uma conversa - Fala logo. Está interrompendo. Não viu o quanto estamos nos divertindo aqui? – apontei para mim e Felix.
- Vem aqui, rapidinho.

- Jared, eu. – pensei melhor, talvez fosse sério – Tá. – resmunguei soltando a cara de Felix com toda força no chão.


Se o nariz dele ainda não estava quebrado com os socos de Paul, com certeza tinha quebrado agora. Fui até onde Jared me esperava.


- O que quer?
- Tem uma oportunidade nas suas mãos. Será que não entendeu ainda?
- O que?
- Se você matar o Felix, eles vem atrás da gente de novo. Mas você pode aproveitar que ele não quer morrer e pedir aquele “favor” a ele, em troca da vida e isso também vai fazer com que os caras do Mario não nos procurem tão cedo.
- Hum. Parece interessante. Será que consegue? – perguntei debochado olhando para ele que nos observava com medo - Talvez a gente possa ser um pouquinho caridosos com ele. – Felix ergueu a sobrancelha - Será que você é capaz de fazer um favor para mim pela sua vida? – voltei a ficar perto.
- O... que...- dei um chute na sua barriga o impedindo de completar a frase.
- Quem fala aqui sou eu, caralho. Será que ainda não entendeu? - assentiu amedrontado - Muito bem, vou pedir uma parada, porque sei que você consegue “rápido” esse tipo de informação. – entendi o gemido dele como um sim – E, é claro, se você conseguir tudo que quero em pouco tempo você vai ser merecedor da sua vida.


Arregalou os olhos me fazendo rir.


- Acha que não consegue?
- Consigo. Seja o que for, eu consigo. – gemeu segurando a barriga.
- Okay. O Paul vai te dar uma ajudinha. A gente se vê mais tarde, Felix.


Me levantei e dei dois passos até estar do lado de Paul.

- Leve-o para as docas. Mais tarde eu dou um jeito.

Sai andando na direção da porta da boate com Jared, enquanto Paul tentava colocá-lo de pé.

- Gostou da minha idéia? – perguntou animado.
- É. Tenho certeza que ele vai conseguir descobrir tudo da vida do tal Edward.
- É.
- E depois que descobrir o que quero, vou matá-lo. – arregalou os olhos – Ou você achou o que? – perguntei abrindo a porta.
- Mas eu pensei que-
- Cara, esquece esse assunto. Vamos entrar. A Emily está esperando.

Edward Pov

Duas batidas na porta chamaram minha atenção.


- Quem é? – perguntei tirando o fone do ouvido.
- Rose. – a voz veio do corredor.
- Entra. – desliguei o ipod e me sentei enquanto ela entrava no quarto.
- Aconteceu alguma coisa? – perguntei quando se sentou ao meu lado.
- Aconteceu.
- Pode falar.

- Atrapalhei você, certo? – se encostou a cabeceira.
- Atrapalhou?

- Sim. Você estava aqui em cima com a garota. Vi vocês dois indo embora depois que a escandalosa da Tanya saiu. Não devia ter deixado ela entrar, mas sabe, ficou me pressionando, quase suplicando para subir comigo. Eu não sabia que você estava bem, er, acompanhado. – terminou a frase gesticulando de forma engraçada.
- Rose, não fiquei chateado por você ter deixado a Tanya entrar. Só, por favor, não faça de novo. – respondi rindo e ela suspirou de alívio.
- Então? Quer dizer que teve coragem de ir atrás dela depois do que conversamos naquele dia?

- Não, quero dizer, sim. – gaguejei um pouco.
- Seja claro, Edward.
- Não fui atrás dela, mas por alguma explicação inexplicável, nós nos encontramos.
- Uau. – exclamou – É o destino.
- Calada ou não conto mais nada. – ordenei.

Ela arregalou os olhos e depois percorreu os lábios com o dedão, indicando que havia fechado com um “zíper”.

- Bem, normalmente, quando quero pensar, eu vou até a Baía e fico lá, simplesmente olhando a paisagem e imaginando soluções para as coisas, mas dessa vez foi diferente, eu a vi quando ainda passava de carro, estacionei e fui ao seu encontro.

- Vocês tem alguma coisa com pontos turísticos? – me interrompeu.


A olhei em reprovação.

- Er, desculpa?
- Tudo bem.
- Mas depois você vai me responder. – avisou.
- Continuando: por coincidência, nós nos encontramos.
- Rum... coincidência.
- Rosalie, se ficar interrompendo, vou parar. Sabe que não gosto de ficar falando desses assuntos. – e não gostava mesmo.

Só estava fazendo agora porque ela me ajudou bastante no dia que contei toda a nossa situação.

- Tudo bem. Fala logo.
- Então, a gente teve o início de uma ligeira discussão e por acidente ela caiu e cortou a mão.
- Ela está bem?
- Sim, está bem. A trouxe aqui para casa e cuidei dela.
- Deu pra perceber. – debochou.
- Rosalie, sai do quarto. – ordenei furioso.
- Ah, não. Desculpa? Eu juro que vou ficar quieta. Juro jurado.
- Bem, aí então, você já sabe o que aconteceu. – resmunguei.
- Não sei o que aconteceu aqui no quarto depois que Tanya apareceu. – observou piscando os olhos com um sorriso estranho.
- E nem vai ficar sabendo.
- Poxa, maninho. – choramingou.


Depois de muita insistência e bicos, decidi contar.

- A Bella deu um belo soco... na Tanya.
- Ah. – Rosalie gritou batendo palmas, deixando ainda mais claro que ela não suportava minha ex.

- Você é má. – concluí.
- Sempre disse que não ia com a cara dela. Nunca gostei daquelazinha. – rosnou mas ainda assim segurando um riso.


Bateram de novo na porta nos interrompendo.

- Entra. – Rose gritou me abraçando.
- A reunião dos irmãos Cullen está incompleta, perceberam? – Alice comentou entrando no quarto.
- Vou me sentir num salão de beleza agora. – resmunguei.
- Argh. Eu só vim aqui para fazer um convitinho.
- E qual seria?

- Uma festa amanhã. Os Cullen foram convidados.
- Sempre somos. – sussurrei.
E éramos mesmo.
- Eu estou nessa ou os dois colegiais vão excluir a veterana aqui?
- Não, Rose, é claro que você está nessa, queridinha. – Alice brincou a abraçando.
- Onde? – perguntei.
- Surpresinha. – Alice dançou na direção da porta – Mas vou logo avisando que todo mundo vai estar lá. Todo mundo.


Era tudo que eu precisava. Só mais um pouquinho de falsidade.

Bella Pov

No dia seguinte

- Está ou não? – Nessie entortou a cabeça.
- Hora de dormir e sem discussão.

- Mas, Bells, diz, por favor?
- Dormir, Rennesme.
- Porque você não me conta se está namorando o Edward ou não? Isso é injustiça. – fez um enorme bico e cruzou os braços com birra.
- Aiin, Ness. Você está começando a me irritar. – ameacei.
- Namorando quem? – a voz do meu pai veio do portal.


Não tinha percebido que ele estava ali ouvindo a conversa.

- Charlie? – me surpreendi.
- Sobre o que vocês falavam?
- Quando começou a escutar atrás da porta?
- Pensei que fosse minha casa.
- Pensei que fosse meu quarto. – retruquei.
- Boa noite, Nessie. – falou alto o suficiente antes de sair na direção da sala.
- Ouviu, né? Boa noite, Nessie. – fui até a cama onde lhe dei um beijo na testa e a cobri.


Depois, verifiquei se a janela estava mesmo fechada.

” Você nunca se olhou de fora, Bella. Mais cedo quando te vi ali perto da ponte... você parecia assustada. Olhava para os lados como se esperasse uma facada a cada instante.” – a voz de Edward ressoou na minha cabeça.
Sai do quarto em direção a sala onde meu pai assistia tv, resolvi passar direto para cozinha, mas ele não deixou.


- Hey, Bella, volte aqui. - resmungou, então voltei a passos firmes - Sobre quem a Nessie estava falando?
- Sobre ninguém. - disse de má vontade.

Ele ergueu uma sobrancelha.
- Não sou idiota, Bella. - rosnou.


Ótimo, o instinto paterno resolveu aflorar tardiamente

Edward Pov

Abri a porta e Rosalie desceu da sua Ferrari. Entreguei a chave para um rapaz uniformizado e fomos direto para a porta da festa.


- Acho que assim vou tirar os olhos de você. - Rosalie comentou por estarmos abraçados.
- Não se preocupe irmãzinha. Não quero atrair olhares de nenhuma garota. - sussurrei no seu ouvido.


Ela sorriu maliciosa.

- Depois você me conta a graça que viu andar sobre aquela prancha. - respondeu dando um tapinha nas minhas costas.
- É mais que isso. Muito mais.


Eu mesmo não acreditava nas minhas palavras. Como eu podia estar tão apaixonado assim? Entramos e instantaneamente o clima começou a ficar mais quente. Um garçom passou do nosso lado com o champagne. A festa estava boa, a música começou a aumentar conforme entravamos mais e mais.

Já estávamos no salão principal, quando percebi que estavam nos olhando mais que o normal. Quem não olharia para os Cullen? Só os idiotas, só que agora até eles olhavam. E dessa vez era diferente, como se estranhassem minha presença ali.


- Rose, lembra que você queria tirar olhares de cima de mim? Pode começar. - brinquei não entendendo nada.


Ela olhou em volta e pegou uma champagne.


- Esquece isso. - disse me entregando a taça, mas se notava o quanto a mesma estava curiosa demais.


Já entrou num salão lotado onde todos conversam sobre alguma coisa, e quando você chega, todos se calam? Você sabe que é o assunto principal.


- O que está acontecendo?
- Pelo visto não sou só eu com mania de perseguição. - ela sussurrou.
- Vamos achar Alice. - sugeri.


Ela me puxou pela mão e ficamos naquela procura por algum tempo, até que achamos... e eu me arrependi bastante disso.

Como se eu não fosse esperar encontrá-la aqui, mas aquela sua maneira. Era quase inevitável vir numa festa e não ver Tanya, mas o sorriso triunfante no seu rosto quando me viu, foi de dar náuzeas. Rosalie segurou minha mão, parou de andar e assim como eu encarou a ruiva e seu sorriso debochado.


- Algo me diz que... - a frase morreu nos seus lábios, quando a outra parte do trio Cullen se aproximou carregando o namorado a tira colo.


Uma cena não anormal, mas preocupante por causa das feições de Alice. Eu via um misto de ódio, raiva e vergonha. Era só isso que se via naqueles olhos negros.


- Pensei que não viriam. - disse baixo ao se aproximar nos surpreendendo.
- Você está bem, Alice? - Rose perguntou.
- Não poderia estar melhor. Agora, será que podemos conversar Edward? - se virou na minha direção.
- Alice, deixa isso para lá. - Jasper sussurrou.
- Deixa o que? - perguntei a ele mas nem olhou nos meus olhos.

- Aconteceu alguma coisa que não ficamos sabendo? - Rose tentou mais uma vez.
- Talvez sim, talvez não. Pelo visto você já sabia de toda a história, aliás que canalhice da parte dos dois não nos contar. - Alice riu nervosa.


Entendi sobre o que ela estava falando e no mesmo instante porque todos estavam nos olhando.


- O que Tanya disse? - rosnei alto demais.
- A verdade, ora. - a voz veio de trás de mim.


Rosalie se virou antes e ficou na minha frente.


- Boa noite. - sussurrou brincando com o dedo na taça.
- Sempre soube que você era cara-de-pau, mas nunca desse jeito. - Rose comentou.
- O que você falou Tanya? - rosnei empurrando minha irmã da frente.


Tudo que eu via era vermelho, não ligava para os olhares indiscretos, os cochichos mau aldíveis, ou a música alta em algum canto do grande salão, simplesmente fiz o que mais tinha vontade. A segurei pelo braço e aproximei de mim.


- Vamos ter um conversa agora. - minha voz saiu num rosnado.

- Eu sabia que você iria mesmo ter essa reação. - sussurrou - Mas pensei que seria mais delicado, amorzinho. - debochou.
- Cala a boc-
- Não seja grosseiro, Edward. Ainda mais agora que metade de Manhatthan sabe tudo sobre os seus podres. - riu, mas não havia graça nenhuma.
- Ou você começa a andar lá pra fora, ou não vou me arrepender em te arrastar.
- Quer mesmo fazer isso? Agora que todos sabem com o tipinho de gente que você anda, vão chamar a polícia em cinco minutos. - afrouxei um pouco a mão ao redor de seu braço.


Ela parecia sincera, e por um segundo consegui ser racional e pensar que confusão não era o mais apropriado para o momento, então a soltei, mesmo não querendo. Percebi que com meu gesto, o burburinho em torno de nós diminuiu, inclusive a voz irritante e initerrupta de Alice.


- Muito bem, amorzinho. - gemeu -  Juízo você nunca teve, mas agora sabemos que tem raciocínio lógico. .
- Nunca pensei que você fosse tão baixa.
- Nossa, que surpresa isso vir de você. - fingiu-se de ofendida - Mas será que aquela marginal com quem te peguei na cama ontem é tão melhor do que eu quanto  pensa? - sua voz era tão baixa que eu mesmo tive dificuldade de ouvir.
- Com certeza. - afirmei.
- Uau! Sua confiança me inspira. Quer dizer que você já conhece tudo da vida da sujinha.
- Claro que sim. - menti - E acho que esse não é o melhor adjetivo para dar, talvez com você, mas ela? Bem, eu não sei.
- Claro, claro. - seus olhos fulmegavam de raiva apesar da conversa aparentemente "amigável" - Então, vocês já são tão íntimos que ela já te contou até a ficha criminal, não é mesmo?
- Víbora. - chinguei sorrindo.
- Idiota, ela só está te usando. - respondeu da mesma forma, tomando um gole de sua bebida.

- Como você sempre fez? - debochei ao pé do seu ouvido.
- Pior, querido. Bem pior. Quando você menos esperar vai ter uma arma apontada para sua cabeça.
- Prefiro a sinceridade dela do que seus interesses no meu dinheiro e n...
- No meu Status? - completou minha frase de forma errada fazendo bico.

Sua cara de anjo me dava enjoô.

- Acha mesmo que preciso de você para alguma coisa, Edward?
- Hoje não. Mas quando não passava de uma idiota bem que gostou de se submeter aos joguinhos sujos das suas "amigas" para ser quem é hoje.
- Não devo isso a você. - foi grossa pela primeira vez.
- Com certeza não. Nunca duvidei da sua capacidade de achar outro idiota para se enganchar.
- Pelo menos você sabe para que serviu pra mim. Apenas um idiota. - seu sorriso debochado encheu o rosto com sardas e seus olhos verdes se fecharam um pouco.
- E você sabe para que serviu? -  se surpreendeu por não ter me ofendido, mas ia se arrepender por cada uma daquelas palavras - Apenas uma prostituta. - respondi à altura - Se aproveitando do meu dinheiro enquanto eu te comia por todos os lados. Será que valeu a pena? O pequeno anjo dos Denali não passa do demônio em pessoa na cama. Seus papais ficariam orgulhosos da criança deles.

Como eu podia ser tão sujo? Me comparar a ela. Chegar ao seu patamar. Ameaçar com essa estupidez. Mas estava com tanta raiva daquela garota que falaria de novo. Seu sorriso se desmanchou e sua pele rosou forte de raiva.

Sua boca se abriu num vazio interminável, mas o som não saía, e assim ela ficou por alguns minutos.


- O que houve Tanya? Não sabe brincar com fogo?
- Melhor que você. - voltou a vestir uma máscara fria - Engraçado como as pessoas não pensam antes de falar. Será que Dr. Cullen e Esme ficariam felizes em saber que o filhinho deles está usando drogas? - e com a pergunta de impacto, deu as costas e saiu andando na direção da porta.
Mas eu não deixaria barato.


Rosalie tentou segurar meu braço, mas puxei de volta e segui Tanya que andava com firmeza e velocidade sobre os saltos. Passei pelo bar e ouvi alguém fofocando:


- Aposto que a Tanya saiu com uma frase de impacto.
- E eu torço para o Edward acabar com a raça daquela vadia.

Esbarrei num garçom, mas não diminui o ritmo até estar do lado de fora sobre o céu frio de Nova Iorque. Vi do outro lado da calçada que Tanya entrava num táxi e corri até lá abrindo a porta do carro e entrando com ela sem avisos.
Tomou um pequeno susto, mas se sentou calmamente.


- Central Park. - disse ao motorista - Vamos deixar o rapaz primeiro. - riu amarga.


Segurei seu braço com força de novo, enquanto o motorista arrancava.

- O que você vai fazer?
- Talvez nada, talvez tudo. E você? Planos para essa noite?
- Quer me ver perdendo a paciência?
- A sanidade já se foi há muito tempo. - respondeu estalando os dedos.
- Tanya, se você contar todas essas mentiras para os meus pais... - ameacei.
- Mentiras? Até parece que você nunca usou drogas mesmo. Ou se esqueceu de todas as nossas noites em que eu era um demônio na cama, Edward? Papai e mamãe ficariam muito felizes em saber que o pequeno Cullen anda com uma marginal para cima e para baixo. - riu quase se engasgando.

- Eu não uso nada faz muito tempo e a Bê não é uma marginal - gritei a sacudindo.

O motorista acelerou para que chegássemos ao destino mais rápido e acabasse a discussão do mesmo jeito.

- Não estaria dizendo isso se a conhecesse de verdade. - gritou tentando puxar o braço, mas a segurei firme e empurrei seu tronco contra o banco.
- Se você disser tudo isso para os meus pais eu acabo com você, Tanya.

- E quem disse que eles já não sabem? - riu debochada - Fiz questão de contar para todos, logo chegará ao ouvido de algum pai fofoqueiro assim como toda aquela gente imunda que ficou na festa. É questão de tempo até chegar ao Dr. Cullen. Logo essa linda família deserdará o filho do meio. - riu alto.
- O que você ganha com isso, sua idiota? - gritei de novo.
- Nada. - gritou também muito próxima do meu rosto - Mas, pelo menos, tenho certeza de que pensará duas vezes da próxima vez antes de fazer com alguém o que fez comigo. Cachorro. - a empurrei contra o banco.
- Para o carro. - ordenei.


Menos de dois segundos depois o carro encostou e pulei a deixando sozinha.

Bella Pov

Sequei as lágrimas com a manga da blusa antes que alguém me visse daquele jeito. Olhei para a janela do quarto que estava acima de mim e imaginei se Nessie estaria mesmo dormindo. Ali sentada na escada de incêndio, pude pensar um pouco sobre a discussão que tinha tido com meu pai. Tanto tempo até tudo caminhar para uma normalidade aparente e então ele volta com esse assunto.


Algo que não conseguia esquecer em nenhum momento, mas que eu preferia não tocar. Tive medo de que Nessie ouvisse a conversa, mas assim que Emmett chegou, o papo terminou. Com apenas uma frase dele: "Não me importo. Já me esqueci que tenho irmã!". Meu pai também preferiu dar a discussão como encerrada e mandou que eu viesse para o quarto.
Apesar de não me importar nem um pouco com o que Emmett havia dito a idéia de ser culpada pela morte da minha mãe voltou para me assombrar.


Mas uma vez as imagens das besteiras que eu tinha feito vieram para me atormentar. Todas de uma vez passando na frente dos meus olhos, então meu celular vibrou no bolso do short. Tive dificuldade até pegar o aparelho e atendi ainda com a voz embargada.


- Alô?
- Está em casa? - a voz dele parecia estranha.
- Edward? - Subi o tronco me encostando na parede.
- Está chorando, Bella?
- Claro que não. - rosnei tentando fazer minha voz voltar ao normal - O que aconteceu?
- Nada. Só queria falar contigo. - a voz dele não me enganou muito.
- Falar? Às duas e meia da manhã?

- Er... eu...
- Está aonde? - perguntei só por perguntar.
- Eu? Er, Bella, vem me encontrar, por favor?
- Como?
- Eu estou na baía. Bem onde nos vimos pela primeira vez, no atropelamento, vem me ver.
- Tipo, agora?
- É. Agora. Eu preciso conversar com alguém e sei que só você pode me ouvir.

[...]


Pisei no rabo da prancha, fazendo o skate raspar a parte de baixo no asfalto e parar. Desci o pegando nas mãos e dei mais dois passos na direção do Volvo prata na minha frente. Edward estava sentado no capô e parecia tenso de costas.


- Não devia estar aqui. É perigoso para alguém como você, sabia? - resmunguei me aproximando.


Ele levantou o rosto atordoado e sem me dar chances de protestar passou suas mãos pelo meu quadril e me puxou para um abraço. Me colou no seu peito e encaixou o rosto no vão do meu pescoço. O abraço era apertado, quase tirando todo o ar de mim.


- Porque demorou tanto? - brigou sem deixar de me envolver.


Respirou forte o perfume dos meus cabelos e apertou as mãos com força na minha cintura até me causar dor.


- Eu vim de skate até aqui. Atravessei meia Nova Iorque para te ver. Achou que eu ia chegar em cinco minutos? - ralhei também.
- Então porque veio?
- Você está bem? - perguntei assustada.


Tentei o afastar, mas ele ainda me manteve próxima o bastante para colar nossas testas.

- Não.
- Percebe-se. - seus olhos fitaram os meus com uma grande mistura de sentimentos.

Edward abaixou a cabeça olhando para o asfalto e ficamos em silêncio por vários minutos. Só conseguia pensar no que o estava deixando tão preocupado e transtornado. Queria tirar aquele peso dele. Queria saber sobre o que queria falar comigo e porque cedi tão rápido ao seu pedido. Estupidez a minha, mas estava irritada comigo mesma por ter vindo tão rápido.

- Sua mão está melhor? - perguntou me puxando de volta para a realidade.
- Como?
- Sua mão. Melhorou? - minha expressão devia estar tão confusa quanto eu - O corte, Bê.
- Ah, tá. Er, está melhor sim. - mostrei o curativo, tirando a mão do bolso do casaco.


Deu uma olhada e depois voltou suas esmeraldas para mim. Senti minha perna bambeando e meu sangue correr em jatos pelas minhas veias.
"Ah, Bella! Deixe de burrice!" - gritei comigo mesma.


- Me chamou aqui para quê, hein? - tentei ser o mais seca possível.


Ele deu um sorriso torto e parecia se acalmar a cada vez que sentia meu perfume.


- Quero que você me faça esquecer tudo que passou hoje. - sussurrou com um olhar que me fez estremecer.
"É o frio. Só frio." - pensei.

- Como?
- Assim. - sussurrou envolvendo meu rosto com as duas mãos.

Seus lábios colaram nos meus, roçando de leve na minha pele. Ondas de calor atravessaram todo o meu corpo, enquanto sua língua se mexia com pressa com a minha. Suas mãos escorregaram pelas laterais do meu corpo até alcançarem o bolso do meu casaco. Ele tirou minhas mãos dali de dentro e fez com que eu passasse meus braços em torno de seu pescoço.
Assim fiquei mais vulnerável ao seu abraço. O fôlego já tinha acabado, mas eu continuava o puxando mais para mim, até que não aguentei e nos separei ofegante. Edward ainda selou meus lábios mais uma vez e então deitou sua cabeça no meu ombro.


- Eu precisava mesmo disso. - sussurrou no meu ouvido.

Sorri quando o ouvi dizer aquilo. Podia parecer idiotice, mas fiquei feliz em saber que ele precisava de mim. Distribuiu alguns beijos no meu pescoço, me fazendo derreter em seus braços e recomeçou:


- Precisava conversar contigo.
- O que aconteceu? - perguntei brincando com os cabelos da sua nuca.
- Muita coisa.
- Comigo também.
- Estou me sentindo muito pressionado.
- Tem um mundo nas minhas costas.
- E que parece ficar mais pesado a cada cinco minutos. - colou sua testa na minha.
- Suas pernas não aguentam mais todo o peso sozinho(?).
- E você só quer fugir pra bem longe(?). - pareceu uma sugestão.
- Isso é uma proposta?
- Queria mesmo que fosse, mas aí penso na metade da frota policial de Nova Iorque indo atrás de mim com meus pais no comando.
- E o meu pai no meio da operação de resgate. - brinquei.


Ele riu baixo e roçou os lábios nos meus.

- O que houve para você me procurar tão desesperado? - perguntei me sentando em sua coxa.
- Juro que já esqueci. - respondeu dando um beijo no meu pescoço.


Bufei com a estupidez do assunto.

- Se arrependeu de ter vindo?
- Não. - confessei mais baixo que o normal.

Senti seu sorriso crescendo atrás de mim.

- E o que foi contigo?

Engoli em seco em pensar na discussão que tinha tido com meu pai e o principal assunto: Nessie.


- Nada de muito interessante. Também prefiro dizer que esqueci. - dei de ombros.


Ele ficou por silêncio longos minutos, apenas abraçados, até que fez um som parecido com um gemido ou rosnado. Olhei para trás assustada.


- Que foi isso?
- Tinha que vir com um short tão pequeno, Bella? - engoliu em seco, olhando para minhas pernas.
- Te incomoda? - mordi o lábio.


Me ajeitei melhor no seu colo, o fazendo gemer de novo.

- Bella. - era para ser um aviso, mas saiu como um pedido.
- Sabe o que acabei de lembrar? - perguntei como quem não quer nada.
- O que? - ainda engolia com dificuldade.
- Daqui a pouco vai amanhecer. Ainda quer fugir comigo?
- Como assim?
- Só nós dois.
- Agora?
- Já estamos atrasados - virei de frente para ele - Topa ou não?
- Topo.
- Mas é sem o Volvo. Vamos a pé. - seus olhos se arregalaram - Medo de andar mauricinho?
- Claro que não, mas onde você pretende me levar?
- Ora, só vamos atravessar a ponte do Brooklyn.
- O que?
- Sem preocupação. Vamos sobre quatro rodas. - brinquei o puxando para fora do capô.
- Você quer dizer o... - apontou para o skate no chão.
- Prefere que eu te leve no colo?

Ouçam 'Hot - Avril Lavigne' para esse trecho.

[...]


O empurrei para fora do skate, e dei impulso. Ouvi um grito de protesto e depois seu vulto correndo atrás de mim. Peguei mais e mais impulso, mas até que o mauricinho era rápido e pulou em meus ombros me tirando da prancha.


I want to lock you up in my closet, where no one's around
Eu quero te trancar no meu armário, onde não há ninguém por perto
I want to put your hand in my pocket, because you're allowed
Eu quero colocar a sua mão no meu bolso, pois você tem permissão
I want to drive you into the corner, and kiss you without a sound
Eu quero lhe puxar no canto, e te beijar sem fazer barulho
I want to stay this way forever, I'll say it loud
Eu quero ficar assim pra sempre, eu vou dizer isso alto
Now you're in and you can't get out
Agora você está na minha e não pode sair

Saímos catando cavaco, tentando evitar um maldito tombo e conseguimos parando em um cruzamento onde segurei o skate com o pé. Ele continuou abraçado comigo, colocou a mão dentro do meu bolso e me deu uma mordida no pescoço, o que me fez ferver. Olhei para um lado e para o outro antes de atravessar.


Subimos de novo no skate e demos impulso de leve. Até que ele levava jeito e eu era mesmo uma ótima professora. Queria tanto levá-lo ao céu, mas a gente precisava correr. Queria mostrá-lo uma liberdade que o faria bem, que ele nunca experimentou. Uma liberdade dele mesmo.


I can make you feel all better, just take it in
Eu posso fazer você se sentir totalmente melhor, apenas aceite
And I can show you all the places, you've never been
E eu posso te mostrar todos os lugares, que você nunca esteve
And I can make you say everything, that you never said
E eu posso fazer você dizer tudo, o que você nunca disse
And I will let you do anything, again and again
E eu te permitirei fazer tudo, novamente e novamente
Now you're in and you can't get out.
Agora você está na minha e não pode sair

Vi o prédio de longe e sai correndo com ele segurando minha mão. A idéia de que agora ele estava ali era tão prazerosa. Na minha mão. Meu.
Consegui abrir o portão apertando vários botões do interfone ao mesmo tempo e criando uma pequena confusão com os moradores. Corremos ainda mais ao subir a escada, mas valeu a pena ao chegarmos no telhado.

- Vem. - chamei para mais perto.

Cheguei bem na beira do telhado. Percebi que os dois estavam ofegantes. Não sei pela correria de quase duas horas até chegar aqui ou se pela linda imagem que estava na nossa frente. O sol nascendo atrás de Nova Iorque. O alaranjado cobrindo os prédios como um tapete. Edward me abraçou por trás com força, me fazendo ficar ainda mais sem ar. Porque ele tinha que ser assim tão bom comigo? Ia ser meu próximo vício. Era inevitável.


- Obrigado Bella. - sussurrou, me causando arrepios.


Kiss me gently
Me beije gentilmente
Always I know
Eu sempre sei
Hold me love me
Me abrace, me ame
Don't ever go
Não se vá nunca.

Aceitei o carinho e resolvi agradecer também, mas com um beijo. Não o deixei respirar. Não o deixei pensar. Agora era meu. O idiota do mauricinho que tinha fisgado meu coração. Se tornado necessário. Ele me deixava quente e eu não ia mais deixá-lo escapar. Custe o preço que custar.


You make me so hot
Você me deixa fervendo
You make me wanna drop
Você me faz suar
You're so ridiculous
Você é tão ridículo
I can't barely stop
Eu dificilmente consigo parar
I can't breath
Eu não consigo respirar
You make me wanna SCREAM.
Você me faz querer gritar
You're so fabulous
Você é tão fabuloso
You're so good to me, baby, baby.
Você é tão bom para mim
You're so good...

Edward Pov

Fechei a porta com cuidado. Mal acreditava que tinha passado pela sala com meus pais tomando café da manhã e ninguém me notara. Respirei aliviado.


- Onde estava até agora?
- Merda! - gritei me virando.


Rosalie saiu do banheiro com os braços cruzados.

- O que você está fazendo no meu quarto Rose? - rosnei.
- Eu é que pergunto: Onde esteve até agora? São oito da manhã, Edward. Eu tive que dizer que viria te acordar e fiquei aqui no seu quarto te esperando feito uma idiota. - esperniou.


Ela parecia um passarinho nervoso se debatendo nas laterais da gaiola, foi inevitável não rir de suas feições aborrecidas e rosadas.


- Agora ri da minha cara? - quase gritou.
- Achei que estaria mais encrencado com Alice, mas você também não é fácil.
- Tem sorte de Alice não estar aqui. Ela ficou muito aborrecida ontem com aquela maldita festa que fomos. Sua sorte é que ela foi dormir na casa do Jasper. - falou alto demais.
- Hey, não precisa ficar mais nervosa desse jeito, maninha. - me aproximei e segurei seu rosto com as duas mãos, apertando bem suas bochechas - Eu estou aqui, tud bem? Papai e mamãe não me viram subindo. Então, respira, conta até três e relaxa.


Ela fez o que eu pedi e depois a soltei. Tirei o casaco e a blusa, os jogando em cima da cama.


- Estava aonde até agora? - perguntou andando atrás de mim.

Entrei no banheiro e me apoiei na pia para lavar o rosto.

- Com ela. - respondi sorrindo, Rosalie abriu a boca num pequeno "o".
- Mas e a Tanya?


Terminei de lavar o rosto e o sequei.

- Nós discutimos feio. Ela ameaçou contar para os nossos pais, mas, quer saber? Não me importo se ela contar. Eu vou ficar com a Bella assim mesmo. - dei de ombros.

Minha irmã ficou boquiaberta mais uma vez.


- Pode fechar a boca, Rose. - bati no seu queixo, enquanto voltava para o meu quarto.
- Eu não acredito que estou vendo meu irmão falar uma coisa dessas. Esse é mesmo Edward Cullen?


Deitei na cama, me esparramando e abrindo o zíper da calça.

- Sim, sou eu mesmo. Não precisa se preocupar, okay? - caminhou até se sentar ao meu lado.
- E depois que discutiu com Tanya, você... (?)
- Liguei para Bella e a gente se encontrou.
- E passaram a noite juntos?
- Olha a maldade nessa mente. - repreendi.
- Maldade está em quem me ouve. - deu de ombros.


Senti que ela estava com a língua coçando para perguntar, mas ainda assim fiquei quieto no meu canto.


- Ah, tudo bem, eu cansei. Conta logo. Eu sou mesmo curiosa, admito. - disse me sacudindo.
- Tudo bem. Ela me levou para ver o nascer do sol, em cima daquele skate. - ri sozinho ao lembrar dos tombos que tomei até chegar no nosso destino - Eu nunca tinha me sentido tão livre, tão bem, tão feliz.

Isabella Pov

Tirei o casaco e o joguei dentro do armário. Senti um pouco de frio por estar apenas de top por debaixo do moleton, então peguei uma blusa o mais rápido que pude e me vesti. Corri para desarrumar a cama, para que ninguém desconfiasse que passei a noite fora e então fui até a cozinha. No corredor ouvi barulho no banheiro. Provavelmente, era meu pai.


Consegui chegar na hora. - pensei aliviada.

Tentei encenar a cara de sono mais convincente possível, mas não foi uma missão muito difícil já que passei a noite em branco.


- Bom dia. - desejou quando entrou na cozinha e sentou numa cadeira de frente para mim.
- Bom dia, pai. Quer café? - perguntei por educação.
- Não precisa. - pareceu pensar alguma coisa, enquanto olhava além de mim - Na verdade, eu queria conversar sobre ontem.


Bufei em resposta. Eu não queria discutir de novo. Não depois da noite que tive com Edward.


- Não estou com humor para discutir, valeu?
- Mas aí é que está o detalhe. Você não precisa falar, só ouvir. - rosnou.


Olhei para o teto e esperei que ele terminasse com o sermão.

- Bella, eu acho que ultrapassei alguns limites ontem. Não é que eu queira me intrometer na sua vida.
- Como já está fazendo. - interrompi baixo.

Ele preferiu ignorar o que eu tinha dito e continuou:
- A vida é sua e sempre foi. Não te proíbo de namorar ninguém, só não quero que você cometa os mesmos-
- Erros? - cruzei os braços impaciente.
- Deslizes. - me corrigiu.


Olhei pela primeira vez em seus olhos.

- Onde quer chegar Charlie?
- Só quero pedir desculpas, filha. Disse coisas ontem completamente desnecessárias. Admito que você tem sido uma filha melhor do que eu esperava.


O remorso me atingiu em cheio. Eu não era nem de longe um exemplo de nada. Se meu pai soubesse tudo que eu tinha feito. Se ele soubesse de tudo mesmo da minha vida, talvez já não fosse mais sua filha.

- Tudo bem. - dei de ombros, sentindo o nó se formar na minha garganta.
- E quanto ao que o seu irmão disse... - tentou ser cuidadoso.
- Já disse que tudo bem, pai. Eu também já me esqueci que tenho irmão. - sussurrei antes de sair da cozinha.


Assim que passei pela porta, encontrei de frente com Emmett que vinha para o café-da-manhã. Não achei nenhuma emoção nos seus olhos.

- Você tava ouvindo a conversa? - perguntei num rosnado.

Ele me olhou de cima a baixo, me avaliando com rancor e depois entrou na cozinha, sem ao menos me responder. Antes eu tivesse ficado na rua. Sem precisar encará-los. Atravessei a sala e o corredor, tentei não fazer barulho quando entrei no quarto, mas não era preciso, pois percebi em seguida que Nessie já estava acordada.


- Bom dia, pequena. - falei me sentando no chão de frente para sua cama.
Ela sorriu de leve e entrelaçou os dedos em torno da fronha.
- Bom dia, Bells. - respondeu sonolenta.
- Acordou agora?
- Não. - negou com a cabeça - Acordei quando você entrou pela janela. - sussurrou - Passou a noite aonde?
- Não te interessa, Nessie. E não vamos começar com esse assunto, se o papai descobrir, ele me come viva.

Ela riu baixinho e depois fez bico.

- Conta, por favor?
- Não. - tentei ser dura.

Desceu da cama e veio até mim, se sentando no chão ao meu lado.

- Poxa, eu só quero saber se vou poder chamá-lo de cunhado. O que custa?
- Que cunhado o que. - a peguei no colo - Olha a graça, hein garota? - lhe fiz cócegas na barriga e ela jogou o tronco para trás, enquanto gargalhava.
- Aiin, para. - pediu já vermelha.


Parei com as cócegas e a firmei nos meus braços como se voltasse a ser aquele minúsculo bebê.


- Hora de tomar café, não acha? - ela assentiu - Pede para o papai te dar café hoje, okay? Eu preciso trabalhar.
- Onde?

- No James. - expliquei, prendendo um de seus cachinhos atrás da orelha.
- Ah, tá. - deu de ombros - Vai agora? - assenti - Então, bom trabalho, Bella. - desejou me dando um beijo na bochecha.

Logo em seguida, saiu do quarto. Troquei de roupa e sai. Fui até a oficina a pé, não tive cabeça de andar de skate. Às vezes precisava colocar um pouco os pés no chão. Cheguei na oficina e encontrei James embaixo de um carro.


- Estou aqui. - reclamei, dando um chute na sua perna.

Ele saiu debaixo do carro com um sorriso lindo.

- Bom dia. - estendeu a mão para mim e o ajudei a se levantar.

Acabei me sujando um pouco com a graxa que estava no pano em sua mão e esfreguei o dedo no lugar sujo do meu braço.

- Desculpa?
- Tudo bem. - dei de ombros - Porque tão cedo na oficina? Pensei que ia chegar aqui e te encontrar dormindo.
- Não dormi essa noite. Muitas coisas na cabeça, então vim trabalhar.
- Também não dormi essa noite.
- Porque? - perguntou, levantando o capô do carro.
- Umas brigas em casa. Nada demais. - menti.

Ele acreditou e apoiou as duas mãos perto do motor.

- O que é? - perguntei.
- Carburador. - sussurrou - Quer resolver para mim? Acho que vou subir e pegar um café.
- A vicky está em casa?
- Dormindo com o bebê. - respondeu sorrindo.
- Estão bem? - assentiu desanimado - Com essa cara não parece. - reclamei.
- Eu e Vicky não estamos nos dando muito bem ultimamente. Mas não é nada que queira conversar agora, tudo bem? - me olhou tristonho.
- Okay, James. - ele deu um beijo no alto da minha cabeça e foi na direção da escada - Hey?! - olhou para trás - Traz um café pra mim também.
- Tudo bem.


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