Ela gira. Rodopia na neve branca e respira o ar frio de inverno daquela manhã de Natal e se pergunta se iria continuar a nevar por muito tempo. Sorri e fecha os olhos, sentindo os flocos de neve acariciando sua pele.

E, por um momento, ela esquece.

Não há mais guerra, não há mais akumas. Não há mais Conde, noahs, exorcistas ou corpos ensangüentados. Tudo isso se dissolveu naquela neve branca, por um breve momento.

De repente, ela passa a ser apenas uma garota de dezesseis anos, andando pelas ruas de uma cidade qualquer e se perguntando que tipo de presentes deveria comprar para seus amigos. Apreciando o Natal e o clima agradável que a estação do ano proporcionava. Corando ao se perguntar se o garoto por quem era apaixonada gostaria dos biscoitos que havia assado para ele.

A música natalina alcança seus ouvidos. Imagina sua família (eles não compartilham o mesmo sangue, mas o laço entre eles vai muito além disso), em uma típica ceia, conversando como pessoas normais, vivendo experiências normais. Uma existência a qual não girava em torno de um Deus que nunca aparecia, nem para dizer “Bom trabalho.”. Mesmo o natal sendo uma comemoração religiosa, não precisava girar em torno Dele. Lenalee não queria mais que sua vida girasse em torno Dele. Queria vivê-la, aproveitar cada minuto que ainda restava.

Porque, se todas as baixas sofridas e as innocences perdidas fossem alguma indicação, ela não teria muitos minutos sobrando.

Não, não. Franziu o cenho levemente e buscou focar novamente sua atenção em um Natal perfeito. Em um mundo perfeito.

Seu castelo de sonhos.

Nada mais de soldados. Nada mais de batalhas. Lenalee Lee respira novamente, contente por não sentir mais aquele cheiro tão familiar de sangue e carne queimada.

Mas esse momento logo acaba. O seu castelo de sonhos desmorona e o peso em seus ombros volta assim que Allen põe uma mão em seu ombro e informa a localização do próximo batalhão de akumas.