Dezessete. escrita por bananavicios


Capítulo 1
(1)




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Crianças são ruins e egoístas por natureza, mas a futilidade adolescente beira sobre qualquer coisa que a infantilidade permite, a necessidade de demonstrar superação sobre outros é o que os caracterizam.

Era um dia normal, manhã fria de vento travesso, ele sempre fazia questão de bagunçar todo seu rabo de cavalo, mas isso não a incomodava, por mais tempo que ela levasse arrumando suas madeixas negras, os sarros não cessavam, talvez nunca fossem.

Mônica ainda era dentucinha, os cabelos haviam crescido, estava por fim magra, usava um óculos para miopia do qual ela nunca tirava da face, mas a vaidade ainda não lhe caíra, mesmo com todas essas questões da idade, ela não era como as outras.

Ainda era geniosa, mais do que adiantava? Ela não era a mais forte da galera, muito menos a líder, todos riam do seu jeito, mas os anos a calejaram e fizeram-na aprender a guardar todas suas mágoas.

_Bom dia Mô! – Essa era Magali, sua melhor amiga. A menina tinha os cabelos longos, lisos e graciosamente cacheados na ponta, era linda.

_Bom dia Maga. – Disse retribuindo o abraço. A dentucinha sentia se pequena ao lado de uma garota tão linda, sentia uma pontada de inveja ruim, gostaria de ser assim, tão autentica como em algum tempo perdido no passado, mas ainda assim ela a amava com todas suas forças, Magali jamais a magoou, e nunca magoaria.

Cebola e Cascão ainda eram seus amigos, mas estes ainda curtiam zoar com a menina, não em uma intensidade tão absurda como os demais tinham hábito, eles apesar de tudo possuíam consideração. Os quatro haviam crescido juntos, e eram muito amigos, se conheciam de cabo a rabo, todos os pontos fortes e fracos, são a extensão uns dos braços dos outros, juntos, como se nada pudesse os separar.

_O que foi? – Disse o menino de cabelos espetados ao olhar a menina com preocupação.

_Nada Cebolinha. – Retorceu a boca em sorrisinho fajuto, incapaz de convencer alguém.

_É Cebola, gorducha. – Um dia ela teria batido nele, mas agora já não queria, afinal, o que aquela menina de olhos tristes vidrados na janela poderia querer?

Tinha tantos sonhos lapidados no peito cansado, seu coração acelerava as batidas quando ele e sua turma atravessavam a porta da sala. Tânia, Do Contra, Irene e Toni, o ultimo do qual nem se quer arriscava lhe olhar mexia com seus sonhos e desejos conturbados, ela o amava em segredo, mesmo sem nunca ter lhe dito um oi, vivia um platonismo. Os quatro eram lindos, os mais populares no colégio, e apesar disso nunca lhe agrediram com ofensas.

_Não vai responder? – Grunhiu o menino irritado, e Mônica permitiu que o ar adentrasse seus pulmões, desviando o olhar do loiro lindo.

_Hoje não Cê. – Cada dia mais estranha mais fria, mais descuidada e mais encantadora. Era assim, Cebola desde pequenino admirava tanto a forçuda, lhe amou por anos em silencio, e a cada dia que passava vê-la se distanciar mais e mais do que Mônica realmente foi um dia lhe doía, mas assumir o que sentia era muito mais complicado. Negou para si mais de uma vez o sentimento, tentou se enganar e não conseguiu, escolheu acreditar que não, mesmo quando o coração batia mais forte.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, até mesmo dessa nova Mônica que apresento, tão fora do habitual.
Vou fazer Cáps. menores, por questão da preguiça alheia, rs
Até o próximo *-*



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