Another Sunny Day Of The Winter escrita por Shushure


Capítulo 1
And... Another luminous warm night


Notas iniciais do capítulo

Eu tinha esquecido o nome do capítulo e fui perguntar pra minha irmã, mals galerinha ^^'
Então, recomendarei pra quem quiser, uma música que me serviu de inspiração.

Sarasouju no Komori Uta - Kagrra,

Não sei se escreve assim, mas e dai?
Ouçam, é bem fofa, apesar da letra ser nada a ver.



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   - Hoje tem previsão de neve... – a voz grave e tão conhecida soou desinteressada enquanto sentava-se ao meu lado, tragando o cigarro que jazia entre seus dígitos. – Tá até um solzinho gostoso, o que é estranho se terá neve, né?

Não me importei em respondê-lo, o meu humor não era dos melhores e falar sobre a previsão do tempo não era algo que me interessava.

- Nee, ainda bem que tivemos uma folguinha, os próximos dois meses serão bem movimentados. – soprou a fumaça na minha direção, para que assim, eu lhe desse um pouco de atenção. – Eu to louco pra tocar no Budokan , e você Pon?

O moreno ajeitou-se melhor na mureta que estávamos sentados, colocando uma das pernas em cima do deste e me fitando persistente. E eu? Estava simulando uma lutinha entre minhas chaves de casa e da moto que eu comprara recentemente.

- Poxa, Hiroto, fala comigo...

- Sim, estranho. É, tô cansado também. Mal posso esperar. Estou falando – respondi todas as suas perguntas de uma só vez. Arrancando-lhe uma risada boba.

- Aconteceu alguma coisa? Você pode me falar, se quiser. – seu tom de voz quase que choroso me deu pena, então decidi por falar de uma vez.

Era Tora, meu amigo de longa data, no final das contas.

- Ahh, Tora... É o Mogu. Na verdade minha família também. E isso tá me deixando chateado.

- Isso o que? – apoiou-se no joelho me dando total atenção, e toda essa atenção não era algo comum, nem que estivéssemos falando da coisa que mais importava no mundo para ele.

- Decidiram me esquecer, todos de uma vez.

- Seja específico. – apagou seu vício de começou a brincar de abrir e fechar seu zippo, fazendo um ritmo irritante de ‘tic tac’.

- Mogu só fala comigo quando lhe convém, ele anda meio distante, sabe? E meus parentes nem se deram ao trabalho de ligar pra mim hoje para desejar feliz natal. Eu até entendo que possam estar frustrados por eu não passar lá com eles, mas uma ligação não mata ninguém. – encarei-o de esguelha, notando um sorriso vitorioso do tigre.

Filho da mãe. Sabia que não se importava.

- Tá rindo do que? É assim que ele ajuda alguém com problemas?

- Não, não! – falou em um desespero sincero – É que achei engraçado só... Você tá carente Pon, que fofo.  – riu – O Mogu deve estar estressado de tanta atenção de você dá. E seus pais... Dê um tempo para ligarem, ainda tá escurecendo.

- Eu tenho certeza que não ligarão. O E quanto ao Mogu eu sei o que fazer – apontei para uma pequena figura saltitante próxima há uma árvore. – eu vou pegá-lo.

- E do que vai adiantar você seqüestrar um gatinho de rua? Aliás, por aqui na PSC está cheio de gatos abandonados né? Que estranho – mudou de assunto, parando para refletir e entender a causa do seu grande mistério – Pensando bem, qual é o seu plano?

- Mogu morrerá de ciúmes e voltará para mim. – eu disse simplista, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, arrancando uma gargalhada inconformada do moreno tapado. – E eu mando você pegá-lo pra mim. Isso pode ser até um presente de natal, hein hein?

- Dá pra eu arranjar um felino maior e mais ameaçador, que daria mais ciúmes no Mogu... E também é bem mais fácil de te arranjar. – não entendi o que ele queria dizer com aquilo, mas eu não me importava; ser maltratado pelo Mogu estava me dando muita dor de cabeça.

Aquilo era a pior coisa do mundo.

- Mas eu quero aquele gato. Ele é lindo, grande e fofo. Mogu se sentirá trocado por algo melhor, não que eu ache isso, mas prefiro que ele ache. – ri de leve. – Ele é o cachorro mais fofo do mundo. – ouvi- o bufar com o que eu acabara de dizer.

Será que...

- Você não acha que ele é o cachorro mais fofo do mundo?! – virei-me e joguei as chaves, que antes estavam travando uma batalha épica, na cara daquele maldito herege. Apontei meu dedo acusatoriamente esperando que se defendesse.

Era bom que ele medisse as palavras pra falar do meu fofinho.

- Não é que... Afe. – deu um tapa de leve na própria testa, como se tivesse perdendo a paciência. Encarava-o incrédulo, só esperando a resposta errada para poder enfim, cometer um homicídio ali mesmo. – Ele é sim o bicho mais fofinho do mundo, pronto. Vai fazer o que mais tarde? – Mudou drasticamente de assunto, fazendo com que eu relaxasse um pouco.

Mogu é assunto sério, não tô brincando.

- Em casa. Sozinho. Totalmente sozinho.

- Já que o gatinho foi embora – apontou. – que tal eu te dar de presente outra coisa? Tipo andar de patins no gelo? – usava um tom persuasivo pra me convencer. Mas poxa, eu queria o gatinho... – É uma pista totalmente nova e decorada, dizem que é um lugar incrível e mágico; e como é novidade, não há muitas pessoas que freqüentam ainda, ein Pon? – pedinte, juntou as mãos em um gesto devoto. – E você pode dirigir. – deu sua cartada final jogando-me as chaves de volta e pondo-se em pé na minha frente.

Até que não era má ideia me divertir um pouco...

Tirando o fato que não sei patinar.

- Eu não sei nem colocar um patins no pé. Imagina eu me esborrachar no gelo.

- Ah, mas isso é bobeira. Lá tem um corrimão para iniciantes darem suas primeiras patinadas. – deu uma piscadela. – E eu também não sei, então combinou! Por favor, Pon... Eu sou um desastre naquele treco. – fez um bico totalmente infantil.

Ele foi bem afetado pelo natal.

- Tá, eu dirijo.

Fomos até onde minha moto novinha estava estacionada; aquele era meu novo xodó, uma Harley Davidson XL1200N Nightster, preta, fosca e a minha cara. Sempre que eu a via ficava empolgado em ligá-la e tê-la em minhas mãos, porém, o Tora não parecia tão empolgado quanto eu para fazer aquele motor ranger.

- Erm... Você sabe mesmo pilotar? Digo, se agüenta nosso peso... – vestia o único capacete que tínhamos, subindo na garupa. – Se alcança o pé no chão... – sussurrou para que eu não ouvisse muito.


- Não vou falar nada pra você. – virei a cara, colocando a chave na ignição do meu outro amor; ainda apertando a embreagem, girei o punho do acelerador ao máximo, assustando Tora com o ronco prepotente que ecoava do meu bebê.

Agradeci aos céus por Tora não se agarrar ao meu corpo enquanto estávamos a todo vapor - a cena seria tremendamente ridícula vista de fora. Porém, como a previsto, o frio apertou e precisamos passar em seu apartamento, que era mais perto do que o meu em relação ao nosso destino.

Quando chegamos ao dito cujo, não pude conter a surpresa e o sorriso maravilhado que escapou dos meus lábios.

O lugar não era deslumbrante, era tão magnífico que chegava a ser treslumbrante; havia copas de árvores enfeitadas com pequenos e luminosos enfeites natalinos, bancos, caminhos, exatamente tudo era decorado detalhadamente com o tema. Os tons vermelhos eram predominantes, mas tudo parecia tão balanceado e perfeito que não era cansativo como outras decorações que eu já vira.

Não era perfeito.

O branco que caía dos céus, o verde escuro acolhedor, e o dourado cintilante que ziguezagueava por cima da imensidão de gelo que as pessoas se divertiam.

Era genial.

Sem falar das barraquinhas cintilantes que serviam bebidas quentes e guloseimas açucaradas.

Tá bom, era foda.

- Eu sabia que ia gostar. – riu. – Haha, meu gorro ficou um pouquinho grande em você nee – puxou o acessório para baixo, cobrindo meu rosto completamente. – Na verdade está tudo grande em você. Pon, que nanico que você é.

Muito engraçado.

- Arrume. – falei por debaixo do pano trançado de lã. – O clima de natal te afetou mesmo hein? – continuei enquanto ele me arrumava devidamente. Tora estava muito estranho; seu cuidado e delicadeza comigo me assustava. Não era só no modo de agir, mas no de falar também.

Era totalmente oposto ao Tora individualista que eu conhecia.

- Eu cansei de psicologia reversa. – falou seriamente e com um ar brincalhão que não o abandonava um minuto sequer. – Melhor a gente ir colocando logo os patins logo, hm?

Concordei com um aceno e assim o fizemos, partindo diretamente para a superfície gelada.

- Olha, um pé antes do outro, tá? Nada de querer patinar como os outros estão fazendo, pelo menos por enquanto. – Instruiu

- Por que?

- Porque você vai cair feito um patinho. – Me encorajou a dar o primeiro passo, colocando a mão em um dos meus cotovelos. Quando o metal fino do patins foi de encontro àquele concreto branco uma onda gelada subiu pela minha coluna.

E não era por causa da temperatura.

Foi um completo desastre – como eu já previa, óbvio – e em 10 longos minutos eu tinha dado aproximadamente 30 passos e me descolado míseros 15 metros. Tora se mantinha ao meu lado livre acompanhando-me naquele ritmo ridiculamente lento.

Para impressioná-lo, arrisquei um movimento mais ousado – desrespeitando uma de suas recomendações – e imitei um cara que deslizava feito uma pena pela planície alva; mas como minhas pernas não eram tão flexíveis como as do bom rapaz, fui ao chão quase arrastando Tora comigo.

Foi um tombo memorável.

- POOON! Tá tudo bem? – apoiou-se no corrimão, que era o que eu deveria ter feito, e me arrastou para cima com um pouco de dificuldade. Quando viu que eu não tinha sofrido nada, começou a gargalhar histericamente.

- Muito engraçado. – Tentei sair correndo debilmente do seu alcance, dando micro-passinhos o mais rápido que eu podia. Tudo bem que tudo aquilo poderia ser muito engraçado, mas pra mim não havia graça alguma.

- Ow peraí Pon, eu só tava rindo porque você fez exatamente o que eu te disse pra não fazer. – Patinou de costas enquanto falava comigo.

Ah safado.

- “Eu sou um desastre naquele treco.” Né? – imitei o tom e a voz que usara pra me convencer. – Já chega de aula de patinação por hoje, eu vou é pra casa. Obrigado por me trazer aqui – fui empatado de continuar meu caminho, vendo pela primeira vez a o Tora sem um semblante divertido.

- Poxa, Pon, eu estou tentando te dar um natal um pouco mais digno e você não facilita as coisas em nada. É pedir muito que você se divirta um pouco comigo? – segurou meus ombros e fez encará-lo. – Tô sendo sincero, eu não mentiria pra você.

- Ah, Tora... Eu odeio o natal, é sempre tão... Verdadeiro. Ele mostra como as coisas realmente são. Que não tenho ninguém para dividir momentos felizes. Todos os anos são assim. – confessei.

Bom, e o que ele fez não foi completamente inesperado, mas foi altamente reconfortante. Abraçou-me firmemente e carinhoso, como quem gostaria de passar as melhores coisas que podia por um simples contado corporal; juntou nossos corpos o máximo que àquelas condições nos ofereciam, recostando minhas costas ao corrimão esverdeado. Naquele gesto não havia malícia, apenas um modo sublime de se mostrar presente para mim.

Até então eu não havia demonstrado nenhuma reação, mas acabei por me agarrar ao seu corpo, retribuindo tudo que ele me passava com a mesma intensidade.

O que o fez relaxar, como se tirasse um peso enorme de seus ombros.

- Por que nunca corresponde às minhas tentativas?

- Tentativas? – alarguei o abraço, tentando mirá-lo, mas fui impedido pelo moreno, parecia que ele preferia conversar daquele jeito.

- Você é muito lerdo. Ainda não sacou “desisti da psicologia reversa”?

- Eu não entendi, daí ignorei.

- Afe. – ouvi outro tapa sendo dado em sua testa. – Pon, Pon... Eu cansei de fingir que não me importo com você, então segui os conselhos do Saga. Não dá mais pra ser indiferente enquanto eu quero te abraçar assim – apertou os braços ao meu redor com todas suas forças. – não dá pra te dar as costas quando eu quero te beijar do modo mais carinhoso que eu posso.

Separou minimamente e me encarou por instantes – esperando alguma resposta, creio eu. Fechou os olhos e aproveitou o vento gelado que chicoteava os galhos das árvores que cercavam o perímetro, e assim, sorriu pra mim.

- E porque você não faz logo o que quer fazer? – falei divertido. – Não é o que você mais espera?

Na verdade... É o que eu mais espero.

Mas daí é detalhe.

Fez um aceno negativo com a cabeça e beijou o topo da minha. Eu estranhei é claro; pensei que fosse me tascar maior beijão e finalizar a noite em grande estilo. Porém, seus lábios gelados tomavam um caminho delicado pelo meus rosto, traçando um caminho desordenado, chegando ao canto da minha boca e sorrindo.

E pra falar a verdade, eu preferi assim.

Sorrimos, compartilhando um carinho mútuo; mas eu não queria que acabasse por ai não é?

Então eu o beijei, como nunca havia beijado ninguém. Como nunca havia me entregado a ninguém.

E a sensação, ninguém conseguira me proporcionar igual também.

Tora correspondia ao ósculo com um sorriso imenso, era até estranho beijá-lo assim. Nos afastamos e rimos de toda aquela situação, de todo aquele dia.

- Sabe, Pon... Se eu pudesse escolher um presente de natal, seria você.¹ –  abracei-o com toda força que eu tinha, que não era muita, e conclui que as coisas a partir dalí, seriam diferentes.

- Sabe, Tora... E se eu pudesse te levar pra minha casa hoje só pra fazer ciúmes no Mogu, seria ótimo. – E finalmente nos beijamos como deveria, como pessoas normais se beijavam né; até que fomos interrompidos por um zumbido insistente que vinha do meu bolso traseiro.

- Alô, mãe? Poxa... Valeu, feliz natal também!

Fim.


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Notas finais do capítulo

- ¹É a única frase base que a menines me deu. Facilitou e muito nas coisas ;-;

— A moto do Hiroto é uma que eu quero ter, aceito de natal. Caso não conheçam, tem um site muito bom que aparece o modelo da moto: www.google.com

E é isso, espero que tenham gostado. Compartilhem o que acharam comigo, ficarei muito feliz de saber a opinião de vocês. Eita, esqueci de dizer que eu amo muito as minhas amigas que tanto me apóiam. Poshi, m, amo vocês k3