You Are a Mean One, Mr Riddle escrita por themuggleriddle


Capítulo 1
You are a vile one, Mr Riddle




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Papai Noel não existia, isso era um fato.

É claro que ninguém havia lhe falado isso na cara, não, ninguém no orfanato seria tão insensível ao ponto de contar para uma criança que aquela fantasia natalina não existia. Tom tivera que juntar os fatos, como um quebra-cabeça, para chegar àquela conclusão quando ainda tinha cinco anos... Não fora muito difícil, era só pensa um pouco: a única coisa que ele sempre pedia de Natal era que seu pai aparecesse e o tirasse daquele orfanato, mas a única coisa que ele sempre ganhava era um cartão, um par de meias, sapatos usados ou alguma outra roupa de segunda mão. Tom parara de acreditar no velho de vermelho que trazia presentes depois de perceber que esse mesmo velho de vermelho se recusava a lhe dar a única coisa que ele queria. Papai Noel era uma pessoa boa, não? Então por que ele não atendia ao pedido dele? Fácil, porque ele não existia.

— Como se escreve “gato”?

— O que? – Tom desviara o olhar da janela pela qual estava olhando para fixar os olhos numa garotinha que estava parada a sua frente, segurando um pedaço de papel e um lápis nas mãos.

— Como se escreve “gato”?

— G-A-T-O – o menino de dez anos resmungou, vendo a menininha sorrir e abaixar a cabeça para escrever alguma coisa no papel.

‘brigada, Tommy.

O garoto de dez anos revirou os olhos e voltou a olhar para fora da janela, tentando ignorar as risadas vindas da menina, cujo nome ele achava que era Lucy ou coisa parecida, e de outra garota mais velha que agora conversava com ela. Ambas eram mais novas que ele, mas pareciam falar mais do que Martha e Susan, duas funcionárias do orfanato, quando descobriam que alguma garota da vizinhança estava de namorado novo.

— O que você pediu? – a outra garota perguntou.

— Um gato! Eu sempre quis ter um gato de verdade...

— Você acha que a Sra. Cole iria deixar alguém ter um gato dentro do orfanato?

— Billy Stubbs tem um coelho – Lucy deu de ombros e sorriu – E, também, se o Papai Noel trouxer um gato, nós não podemos devolvê-lo.

Tom não pôde conter uma risada debochada que escapou de seus lábios. As duas garotas pararam o que estavam fazendo para encará-lo. A menor, Lucy, com uma expressão confusa no rosto, e a outra com o rosto sério.

— O que foi, Riddle?

— Deixe ele, Sarah.

— Não, eu quero saber o que é tão engraçado – a menina colocou as mãos na cintura.

— Não é nada – o garoto murmurou, ainda sorrindo, debochado.

— Se não é nada então você devia tirar esse sorriso idiota da sua cara.

— A Sra. Cole não vai ficar muito feliz de ouvi-la falando assim.

— A Sra. Cole não vai ficar muito feliz de saber que você está nos irritando.

— Eu não estou fazendo nada, Sarah — Tom revirou os olhos – Estava apenas parado aqui.

— Você estava zombando de nós. Por quê?

— Não é óbvio? – o menino sussurrou mais para si mesmo do que para elas.

— O que é óbvio? – Lucy perguntou.

— Ele só está ficando maluco – a garota maior falou, dando as costas para ele – Você sabe que Tom Riddle é maluco, não? Ele deve estar surtando outra vez.

— Pelo menos eu não sou idiota o suficiente para acreditar em uma coisa tão sem sentido quanto isso – ele apontou para a carta que a menor tinha na mão.

— Sarah, do que ele está falando?

— Nada, Lucy, ignore-o.

— O que eu estou falando é que você só está gastando papel e lápis, garota. Ninguém vai responder essa sua carta e você não vai ganhar um maldito gato de Natal porque Martha tem alergia a gatos e também...

— Não ouse, Riddle! – a outra garota estufou o peito, aproximando-se dele.

— E também porque Papai Noel não existe!

Os três ficaram em silêncio. Riddle e Sarah se encaravam de uma maneira quase assassina, controlando-se para não partirem para uma briga... Riddle era contra bater em garotas, mas se aquela menina decidisse partir para cima dele, ele não iria pensar duas vezes antes de revidar... Ignorando o fato de que ela era maior do que ele e, muito provavelmente, mais forte. Enquanto isso, Lucy olhava para os dois com os olhos arregalados que se enchiam de lágrimas.

— S-Sarah? O que ele...?

— Você é um babaca, Riddle!

— Eu quis dizer exatamente o que eu disse: não existe uma coisa como Papai Noel – o garoto riu alto – Você realmente acha que uma coisa dessas iria existir? A probabilidade de Papai Noel existir é igual a probabilidade de todos nós sermos adotados um dia!

— THOMAS RIDDLE!

Tom e a garota mais velha se viraram para ver a Sra. Cole parada logo atrás de Lucy, que agora chorava copiosamente. A diretora do orfanato não parecia nada feliz quando andou até ele e o agarrou pelo braço, praticamente o arrastando até o seu quarto.

— O que foi aquilo? – a mulher perguntou, fechando a porta com força atrás de si.

— Eu só estava falando a verdade!

— Lucy tem cinco anos, Tom! Cinco! É normal que ela acredite nessas coisas! – a Sra. Cole estava perdendo a paciência – Você não tem o direito de estragar a fantasia dela!

— E por que essa fantasia tem direito de iludir ela!? – certo, agora era ele quem estava perdendo a paciência – Acreditar em uma coisa dessas só vai fazer com que ela fique decepcionada quando descobrir que isso não é verdade! Por que é que eu sou punido por tentar acabar logo com isso?!

— Tom, ela é uma criança, assim como você! Com o tempo ela iria descobrir a verdade sozinha, ela não precisava que alguém jogasse isso na sua cara!

— Descobrir a verdade por si mesmo não ajuda em nada!

— Tom... – a mulher perdera o tom irritado de sua voz.

— Acreditar em alguma coisa que não existe não ajuda em nada! Eu queria poder parar de acreditar que um dia eu vou sair daqui, porque eu sei que eu não vou, e, mesmo assim, tenho esperança de que vou – o garoto se amaldiçoou por estar falando coisas que provavelmente não faziam sentido e por estar começando a enxergar tudo embaçado. Aquilo era sinal de que ele estava prestes a chorar – Existem fatos e fantasia! Papai Noel não existe: fato! Lucy terá que parar de acreditar nessas bobagens um dia: fato! Meu pai um dia virá me tirar daqui: fantasia...! – ele soluçou e, novamente, amaldiçoou-se por estar perdendo o controle sobre si mesmo – E-Eu nunca vou sair daqui: fato...

Assim que a voz do garoto sumiu, ambos caíram em um silêncio desconfortável. A Sra. Cole o olhava de um jeito triste, mas se conteve para não amolecer na frente dele.

— Você está de castigo – a mulher falou – Não saia desse quarto a não ser que seja para comer ou ir ao banheiro.

A diretora o olhou uma última vez, antes de sair do quarto. Assim que ficou sozinho, Tom permitiu-se sentar na cama e chorar o quanto quisesse. Era ridículo fazer aquilo, ele sabia... Chorar não iria ajudar em nada, mas a única coisa que ele conseguia fazer no momento era chorar. Chorar e desejar que, no próximo Natal, ele não precisasse mais estar naquele orfanato.

Um ano depois, Lucy andava pelo ofanato com um gato gordo e alaranjado nos braços enquanto Tom Riddle sentava-se na frente de uma lareira, a quilômetros de distância, ouvindo fantasmas cantarem canções natalinas e finalmente sentindo-se em casa.


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Notas finais do capítulo

N/A: Eu precisava escrever alguma coisa com Tom Riddle e Natal :B

1- "Como se escreve “gato”?": isso foi mais pelo inglês que coloquei ai... Eu estava lendo uma fic onde o Tom pequenininho [ele tinha, o que? 3 anos na fic, eu acho] escrevia "cat" [gato] com "K", "Kat", e autora falou que é normal crianças alfabetizadas em inglês se confundirem com o C e o K quando são pequenas (:

2- You're a mean one, Mr Riddle: título inspirado pela música "You're a mean one, Mr Grinch" do... The Grinch, do Dr.Seuss (: [ou, se vc assiste Glee, foi tocada no ep. de Natal de Glee, como tema da Sue Sylvester no Natal]... Se você não sabe o que é o Grinch, entre no youtube e procure pela música, tem um vídeo com cenas da animação que é um amor :DD Um pedaço da letra pra vcs verem: You're a monster, Mr. Grinch / Your heart's an empty hole / Your brain is full of spiders / You've got garlic in your soul / Mr. Grinch.
I wouldn't touch you, with a / Thirty-nine-and-a-half foot pole. [ Você é um monstro, Sr Grinch/Seu coração é um buraco vazio/Seu cérebro é cheio de aranhas/Você tem alho em sua alma/Sr Grinch, eu não tocaria em você/nem com uma vara de 12 metros de comprimento]... é uma música linda.

Gostaria de desejar a todos vocês um feliz Natal e, se eu não postar mais, o que eu acho difícil, um ótimo Ano Novo :D


Nhoo, o que acharam? Espero que tenham gostado (:



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