Tempo escrita por chu


Capítulo 1
Time




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/117958/chapter/1

Já faz um mês desde que deixei a minha era e consequentemente minha família tudo para viver ao lado do Inuyasha. Eu me ausentei dessa era por três anos e tanta coisa mudou, não estou falando do lugar, ele continua o mesmo, mas o Inuyasha mudou tanto.

  Agora estou aqui sentada ao lado dele enquanto faço meu trabalho, pego ervas medicinais. A grande cesta em meu colo já está quase cheia quando percebo o olhar do Inuyasha sob mim, ultimamente ele tem ficado distante apenas me encarando, como se estivesse receoso sobre algo e eu não entendo o porquê, pois para mim nós somos um casal, mas nem chegamos perto de nos beijar

  —Hoje é véspera de natal, Inuyasha—Levantei meus olhos e o encarei sorrindo.

  —O que é natal?—Perguntou ele com uma expressão confusa nos olhos.

  Soltei uma risada suave.

  —Nada, esqueça—eu respondi quando percebi que ele franzia a testa e fazia uma cara de bravo.

  Ele sustentou meu olhar por um tempo até que cruzou as mãos sobre o peito, virou rosto e gemeu um “RUM”.

  —Só quero que... —Olhei para o horizonte, o sol estava quase se pondo—Que hoje seja uma noite especial—Senti meu rosto ficar quente e corado.

  Ele se levantou rapidamente e eu o olhei surpresa. Não consegui identificar a expressão em seu rosto, pois ele estava de cabeça baixa e a franja cobria seu rosto, ouvi um estralo e percebi que seus punhos estavam cerrados com força.

  —Cale a boca!Você me irrita!—Sua voz era grossa e me assustou.

  Arregalei os olhos e senti pontadas de dor no meu peito, aquelas palavras me machucavam mais do que qualquer coisa.

  Não tive tempo de responder ou de fazer qualquer pergunta, pois o Inuyasha saiu correndo. Coloquei a cesta do lado e me levantei rapidamente olhando para trás, na direção em que ele correu, agora eu quase nem o via mais.

  Levei as mãos aos olhos e não pude mais conter as lágrimas que escorriam junto com um turbilhão de sentimentos. Agora eu pensava que não tinha feito o certo ao voltar, isso não parecia ser o que o Inuyasha queria talvez o que ele queria mesmo é que eu ficasse na minha era.   

  —Kagome-chan?—Ouvi uma voz me chamando.

  Sango se aproximava enquanto segurava seu bebê no colo, olhei para ela e senti que agora as lágrimas escorriam com mais frequencia.

  —E. Eu... —Minha voz falhou e eu puxei o ar entre os dentes—Eu preciso de ajuda, Sango...

  Agora as lágrimas corriam rapidamente e senti o rosto encharcado enquanto corria para perto de Sango.

  —Kagome-chan—Ela não podia me abraçar, pois segurava o bebê, mas percebi em sua voz o quanto ela estava preocupada e o quanto ela queria me ajudar, me reconfortar. —O que houve hein?—Ela disse com uma voz terna.

  Eu não conseguia falar, pois em parte o choro não me permitia e em parte a dor que eu sentia era tanta que eu queria me encolher em algum canto escuro e ficar lá olhando o nada. Senti todo o meu corpo tremer enquanto o medo me tomava, eu temia que o Inuyasha pudesse não me querer e eu nem tinha como voltar para minha era. Por mais que ele nunca tenha se declarado para mim eu sempre achei que ele sentia o mesmo que eu sentia por ele.

  —Sango, você acha que o Inuyasha sente algo por mim?—Mesmo entre soluços consegui reunir forças para falar.

  —O que o Inuyasha fez dessa vez?—Ela mudou sua expressão para algo bravo e protetor.

  —E-Ele... Ele me mandou calar a boca, Sango-chan!—Pelo modo em que eu estava acho que a Sango percebeu a imensa dor que eu sentia—E ainda disse que sou irritante... —A verdade e a dor daquelas palavras me atingiram com força no peito e senti meus joelhos cedendo até que eu cai bruscamente sentada. —Se ele não me quer... Para onde eu vou?—Olhei nos olhos dela—Eu larguei tudo para ficar ao lado dele... —Mordi o lábio inferior com força numa tentativa desesperada de segurar o choro e abaixei a cabeça.

  —Kagome-Chan... —Pude sentir em sua voz que ela estava quase chorando também, então ela se sentou ao meu lado e por um momento senti que ela entendi a imensa dor que eu sentia.

  Ficamos em silêncio, uma ao lado da outra, até o anoitecer.

  Um pouco mais tarde fui procurar o Inuyasha, eu levava um relógio nas mãos e estava surpresa que ele ainda funcionasse, mesmo já fazendo mais de três anos desde que o deixei aqui.

  —Inuyasha, desça já daí!—Ordenei a ele, enquanto olhava para uma árvore onde ele estava sentado.

  —Bah!—Resmungou ele virando o rosto.

  —Osuwari!—Gritei juntando toda a dor que eu sentia.

  Inuyasha caiu de cara no chão e soltou um gemido que ecoou pela floresta, até os pássaros que estavam nos topos das árvores fugiram assustados.

  Aproximei-me dele e me agachei ao seu lado.

  —O que há com você, Inuyasha?!—Fiquei séria enquanto o encarava, ele ainda estava com a cabeça afundada no chão—Eu não gostei nada do jeito com que falou comigo hoje.

  Inuyasha fez força para levantar e conseguiu, ele me encarou e toda sua expressão transparecia o quão furioso ele estava.

  —Acha que me importo?—Ele sustentou meu olhar e nem mesmo piscou o que me deu um pouco de medo, pois ele só agia dessa maneira quando estava decidido sobre algo.

  —Para de ser assim, Inuyasha!—Levei as mãos ao rosto e não pude conter o choro novamente, as palavras dele eram como cortes profundos no meu peito.

  Ele sentou ao meu lado e pude sentir seu olhar sobre mim.

    —Pare de chorar!—Inuyasha pegou uma das minhas mãos de uma forma carinhosa. Seu gesto fez com que uma pequena parte do meu rosto ficasse descoberta e quando seu olhar encontrou o meu então sua expressão mudou e ele voltou a falar—Eu quero você longe de mim, está entendendo?—Ele se aproximou um pouco mais de mim—Po... —Não deixei que ele voltasse a falar, eu não podia mais ser esmagada por suas palavras, então o abracei.

  —Mandei parar... —Escondi meu rosto no peito dele enquanto chorava.

  Senti seu cheiro e aquilo me trouxe uma felicidade e paz, mas logo tudo aquilo foi quebrado.

  —Kagome, pare com isso!—Inuyasha me afastou de uma forma bruta e se levantou—Quero que me escute!

  —Não!—Olhei para baixo chorando e tampei meus ouvidos com as mãos, eu não podia ouvir mais nada, não queria que a dor ficasse pior.

  Ele se curvou um pouco, pegou meu braço e me puxou para cima.

  —Olhe para mim!—Sua voz era arrogante e ele parecia não ter o mínimo de paciência.

  Fiquei assustada, mas fiz o que ele pediu.

  —Entenda... Eu não quero você!—Sua voz era séria e determinada. Mais uma vez senti pontadas de dor no peito.

  —Pare Inuyasha!—Tentei me soltar, mas foi em vão. Eu não o queria escutar, só queria acordar logo daquele pesadelo.

  —Eu sinto muito por ter feito você deixar tudo por mim, mas... —Ele olhou para baixo e suspirou.

  —Eu já entendi!—Não consegui me conter, agora eu estava furiosa e também estava gritando—Solte-me!

  Então ele me abraçou. Eu não entendia mais nada, apenas chorei, retribui o abraço com força e desejei que ele nunca me soltasse.

  —Eu... Eu tenho medo—Murmurou ele.

  Eu não estava entendo nada, apenas arregalei os olhos.

  —Eu não quero sofrer mais, Kagome... —Ele me abraçou mais forte numa tentativa em vão de conter as lágrimas—Eu já perdi a Kikyo e se eu te perder também?Não quero passar por isso de novo, nunca mais!—Ele se afastou com cuidado e rapidamente.

  Olhei para o relógio em minha mão, faltavam poucos minutos para o natal.

  —Inuyasha... Eu vou tentar compreender você, mas eu quero lhe pedir uma coisa— Voltei a encará-lo na espera que ele aceite o meu pedido.

   —O que?—Perguntou ele, olhando em meus olhos.

  —Fique comigo... Apenas por esta noite—Abaixei a cabeça e suspirei—Quero que seja especial... Para nós dois—Ergui a cabeça e voltei a encará-lo—Pode ser uma despedida... Só quero que aceite—Limpei as lágrimas para escondê-las do Inuyasha.

  —Tá—Ele suspirou.

  Não pude evitar o sorriso, pois parecia que meu peito ia explodir de felicidade, toda a dor e a tristeza se transformaram em alegria e amor. Mesmo que isso fosse uma despedida, mesmo que eu nunca mais o tivesse... Tê-lo ao meu lado, nós dois, sozinhos... Seria mais do que um sonho.

  Desde o dia em que conheci eu tenho esperado tanto por esse dia e agora, por mais momentâneo que fosse, aquilo iria se realizar.

  —Vamos!—Peguei em sua mão e comecei a puxá-lo. Eu não sabia para onde iria levá-lo, mas isso nem importa, eu só queria estar com ele. Isso já basta.

  Paramos em um lugar lindo, deserto e bem iluminado. Ficamos em frente a um rio que refletia em suas águas a lua cheia, o som borbulhante que vinha do rio era tranquilizador e uma leve brisa saia de dentro dos espaços das grandes árvores que ficavam próximas ao leito do rio.

  Olhei para o relógio e notei que agora faltavam apenas alguns segundos, o depositei na relva e corri em direção ao rio.

  —Kagome!—Ele me olha assustado—O que está fazendo?

  A água estava numa temperatura agradável e refrescante. Comecei a rir e a jogar água no Inuyasha.

  —Venha, Inuyasha!—Me virei e corri mais para o fundo até que cheguei numa profundidade ideal e mergulhei.

  —Você vai se afogar!—Gritou ele, como eu estava embaixo das águas sua voz saiu distorcida.

   Voltei a superfície e percebi que ele tinha entrado no rio e estava nadando até mim, fiquei observando e sorrindo até que ele se aproximou perto o suficiente e então eu o abracei.

  —Feliz natal, Inuyasha... —Olhei para ele.

   Ele ficou vermelho e sem jeito, o rubor em seu rosto era lindo. Inuyasha fez cara de emburrado e virou o rosto.

  —Olha para mim, vai... —Depositei um beijo carinhoso em sua bochecha.

  Inuyasha suspirou e se afastou.

  —Eu não consigo Kagome—Ele me disse isso e logo em seguida saiu do rio.

  Olhei para baixo e senti uma enorme tristeza, então sai de dentro das águas também.

  —Você não me ama, Inuyasha?—Fiquei encarando suas costas.

  Ele não respondeu, nem ao menos se deu ao capricho de me olhar, apenas ficou de cabeça baixa.

  —Eu voltei, pois pensei que me amasse... Foi você quem me fez acreditar nisso!—Continuei e senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto molhado—O que vou fazer agora?Para onde vou?

  Por alguns minutos tudo ficou silencioso, apenas a musica borbulhante da água fazia barulho, eu não iria dizer mais nada, pois eu queria uma resposta dele.

  —Eu realmente sinto muito—Disse ele e depois saiu correndo, me deixando sozinha no meio do nada.

  —Inuyasha!—gritei—OSUWARI!—Usei todas as minhas forças para mandá-lo sentar que até meus joelhos cederam e cai sentada no chão.

  Levantei-me e corri até ele.

  Toda minha paciência havia sumido. Se eu não estivesse tão triste juro que teria o mandado sentar até o matar.

  —Já chega Inuyasha!Chega!—O ajudei a se levantar e fiquei bem próxima, o olhando—Eu não vou esperar mais... —Apoiei as mãos em seus ombros, fiquei nas pontas dos pés e o beijei.

  Inuyasha retribuiu ao beijo e colocou as mãos em minha cintura, me trazendo mais para perto dele. Sua língua invadiu minha boca, no começo o beijo começou delicado e suave e depois foi ficando cada vez mais apaixonado, seu hálito era doce e quente e cada vez que sua língua encontrava a minha eu estremecia e todos os pelos do meu corpo se arrepiavam, nos breves segundos em que seus lábios se libertaram ele sussurrou meu nome. Minha respiração se transformou em um arquejo. Pude sentir seu corpo quente contra cada linha do meu.

  Meu coração estava martelando num ritmo tão acelerado que pensei que fosse ter um enfarte, minhas pernas estavam tão bambas que se não fossem pelas mãos firmes do Inuyasha em minha cintura acho que poderia despencar. Temi que ele pudesse ouvir meu coração pulsando e parasse de me beijar.

  Este era meu primeiro beijo e eu não imaginava que beijar fosse tão bom assim, até lágrimas de emoção escorreram pelo meu rosto. Eu finalmente sentia que nós pertencíamos um ao outro.

  Quando eu estava começando a ficar tonta ele se afastou, mas ficamos um com o rosto próximo do outro, senti minhas bochechas corarem. Olhei para ele e percebi que suas bochechas também estavam coradas e um sorriso começava a se formar em seus lábios, o que me deixou ainda mais envergonhada.

  Encostei a cabeça no peito dele e fechei os olhos, desejando que logo meu arfar se acalmasse. Consegui ouvir o coração dele bater tão rápido quanto o meu, isso me deixa tão feliz.

  Suas mãos estavam em volta do meu corpo e ele me apertou mais forte, eu senti que ele me queria por perto, me queria só para ele e para sempre.

  —Arigatou, Inuyasha—sussurrei.

  Ele se afastou lentamente e continuou a me olhar.

  Fiquei mais corada ainda, pois o Inuyasha estava com uma expressão que eu nunca havia visto antes.

  —Quero você só para mim está noite, Kagome.

  Suas palavras me fizeram cair sentada no chão, será que eu tinha entendido direito?

  —Q-que?—Engoli em seco.

  Inuyasha se sentou na minha frente e abriu delicadamente a parte de cima do próprio kimono. Tapei os olhos com as mãos.

  —O que está fazendo Inuyasha?!—Meu corpo todo tremia de vergonha.

  —Não quer que essa noite seja especial, Kagome?

  Voltei a olhar para ele e senti meu coração começando a disparar novamente.

  —Sabe que sim—O beijei novamente e o ajudei a tirar a parte de cima de seu kimono.

   Ele tirou a parte de cima do meu kimono enquanto me beijava mais intensamente.

  Depois que terminamos de fazer amor ficamos deitados de conchinha por cima do kimono do Inuyasha.

  —Eu te amo... —murmurou ele bem perto do meu ouvido me fazendo sentir calafrios na nuca.

  Aquilo quase fez meu coração sair pela boca, meus olhos se arregalaram e todo o meu corpo tremia.

  —Q-que...? —Meus olhos se encheram de lágrimas.

  —Eu te amo, Kagome—Ele me abraçou mais forte.

  Quase não pude me conter de felicidade, se eu não estivesse cansada juro que teria girado no ar de tanta alegria. Eu esperei tanto para ouvir isso dele e agora que ele finalmente me disse eu não sabia o que fazer as palavras simplesmente fugiram da minha mente. Era maravilhoso estar ali com ele e saber que ele realmente me ama.

  —É muito bom ouvir isso... —Consegui dizer por fim.

  Fechei os olhos, respirei fundo para sentir o aroma do seu corpo e peguei no sono.

  Acordei com a luz quente do sol batendo no meu rosto, eu nem podia acreditar na noite passada, parecia um sonho.

  Virei-me e percebi que o meu Inuyasha não estava ali, senti o desespero me atingir como um soco no estomago, me levantei, olhei para os lados e gritei por ele, mas não recebi nenhuma resposta. Tive a certeza de que ele foi embora para sempre e as lágrimas foram escorrendo rapidamente.

  Nada é pior do que a dor de um abandono e eu me sinto tão usada. Eu estava tonta e minha respiração não estava num ritmo normal, era difícil me concentrar para encontrar uma forma de sair daquele pesadelo. Ondas de dor me atingiam com força e inundavam minha cabeça, o amor da minha vida havia me deixado e nada mudaria esse fato.

  Se a parte de cima do kimono do Inuyasha não estivesse ali eu poderia jurar que tudo não passou de um terrível pesadelo.

  —Não... —Arfei.

  Primeiro senti o chão sob meus joelhos e depois sob a palma da mão, agarrei a parte de cima do seu kimono e chorei ainda mais. A dor era pior do que antes, era como se eu estivesse a beira da morte depois de ser torturada. Saber que eu não o veria era chocante, era como se ele morresse.

  Levantei-me, corri até o rio e fui em direção a parte mais funda. Eu estava decidida: Eu iria morrer.

  Deixei meu corpo afundar, não queria mais lutar contra a dor. Enquanto estava em baixo das águas foi como se um filme passasse na minha cabeça, um filme dedicado aos momentos que passei ao lado do Inuyasha.

  Enquanto me restava um pouco de ar comecei a pensar:” O Inuyasha me fez a garota mais feliz do mundo, devo muito a ele. Se ao menos pudesse me despedir, se ao menos ele tivesse mudado de idéia. Por que, hein Inuyasha? Não acredito que deixou-se ser levado pelo medo, me deixou... Por medo, medo da dor. Você me deu a melhor noite e o melhor natal que eu poderia ter... Eu descobri o que é a felicidade; descobri o que é perder alguém, alguém que se ama. Eu nunca vou lhe esquecer, Inuyasha.”.

  Soltei o resto do ar e o meu pulmão ardeu pedindo por mais ar, abri a boca e a água inundou minha garganta, me sufocando e queimando. Era uma morte mais fácil do que as outras que enfrentei, era uma morte calma e em paz.

  Pensei no rosto do Inuyasha sorrindo e segundos depois tudo se tornou apenas escuridão.

  POV (Inuyasha)

  —Kagome, e... —Eu estava com um buque nas mãos e pretendia entregar a Kagome, mas ela havia sumido. Fiquei preocupado e larguei as flores no chão—Kagome?

Olhei em volta e não vi ninguém, então resolvi usar meu faro, fui farejando até chegar ao rio e... Encontrei um corpo boiando. Arregalei os olhos e a angustia e o medo foram tomando meu coração. Eu não podia acreditar, eu não queria aceitar. Aquela não era a Kagome, aquela não podia ser a minha Kagome.

  —NÃO... NÃO!—Gritei e sai correndo em disparada em direção ao corpo da minha Kagome—KAGOME!—Eu estava desesperado, a peguei no colo e a retirei do rio, depositando-a cuidadosamente no chão. Meus olhos se encheram de lágrimas, mordi o lábio tentando segurar o choro enquanto a sacudia. —Acorda... —Mas era tarde demais, seu corpo sem vida pendia, agora, nos meus braços e eu não podia mais segurar o choro, eu não queria segurar o choro então deixei que as lágrimas caíssem.

  Eu nunca havia sentido tanta dor como agora, nem quando perdi a Kikyo, não essa dor era gigantesca e esmagadora.

  —Porque Kagome?—Eu a abracei e a apertei bem forte.

  Eu... Eu falhei novamente. Não consegui salvar a mulher que eu amo, ela partiu e eu nem pude dizer adeus.

  Tive certeza de que nada tiraria aquela dor e aquela culpa. Eu deveria ter fugido, deveria ter sumido da vida da Kagome... Assim eu teria evitado toda essa dor, que agora nada será capaz de curar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!