Num Velho Carvalho... escrita por Pati_BlackLion


Capítulo 1
Capítulo 1 Lenda?




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Num velho carvalho...

Cap1 Lenda?

Ele caminhava para aquele mesmo lugar.

Desde que vira aquela cerejeira sentira alguma coisa que não sabia explicar.

Gostava de ficar horas deitado a sua sombra olhando seus galhos e folhas se mexerem calmamente ao sopro do vento.

Havia outras pela cidade, mas só naquela sentia a paz que em nenhum outro lugar sentia. Ali esquecia da vida, dos problemas, de tudo, só queria ficar na companhia daquela linda e frondosa árvore.

Acompanhava o cair de suas folhas o nascer delas, mas o que mais gostava era quando ela ficava coberta de sua linda flor rosa.

A árvore nunca lhe pareceu feia, sempre bonita, mesmo quando não avia nada alem de ganhos enquanto as outras não pareciam ter essa mesma beleza.

Achava que ela sempre estaria segura já que as construções de prédios e casa estava mais ao longe.

Num dia quando só restava uma ultima flor pra cair, ficou a admira-la, e pensando nela. Aquela avia sido o ultimo botão a abrir e parecia ser a mais linda de todas quando finalmente se abriu e agora estava preste a cair.

-Gostaria de poder eterniza-la, mas não vou arranca-la não quero estraga-la e isso dizem que machuca a planta – falava com a árvore.

Fazia isso, era como se ela o entende-se e o escutasse. Não tinha amigos com quem conversar, só a árvore.

Um vento leve soprou e a flor se desprendeu e flutuou até cair na cabeça dele.

-Pensei que iria demorar mais uns dias até cair... – pegou a flor com cuidado e a olhou depois olhou para a árvore e sorrindo disse – Obrigado, vou dar um jeito de deixa-la sempre assim.

E num salto se levantou segurando com o maior cuidado a flor.

E conforme dissera o fez e a transformou numa pulseira.

No outro dia quando voltara a árvore.

-Consegui – mostrava a pulseira para a árvore como se ela pudesse ver – mas não vou usa-la – sorria – espero que não se incomode se eu der uma subida.

Subiu na árvore e foi até o galho onde a flor estava antes de cair e ali a prendeu.

-Agora você sempre vai ter uma flor – falou enquanto descia.

O tempo passava e a pulseira continuava lá. Alem de estava num galho difícil de se chegar estava num galho alto.

Mas alem disso as construções de casa e prédios começavam a avançar.

Durante um tempo tivera que parar de ir até a cerejeira e sentiu como se estivesse incompleto durante esse tempo.

Até o dia em que finalmente voltara e teve um choque.

A cerejeira e as árvores por perto estavam pra ser derrubadas.

-Por favor não derrubem essa árvore – estava na frente dela a falar com um operário que viera o tirar dali.

-Desculpa, mas temos que derrubar essa, uma mais a frente não vai ser derrubada, acho que isso te satisfaz não?

-Eu não quero saber da outra eu quero é essa.

-Anda logo que o patrão já ta reclamando – gritara um ao longe.

-Não to querendo usar a força, mas se insistir daqui apouco não vou ter escolha.

-Não podem construir envolta dela?

-Não dá rapaz...

-Por que essa demora pra tira esse ousado daqui? – perguntou um homem que se aproximava, pareia ser o chefe.

-Ele não quer que derrubemos a árvore – respondeu o operário.

-Tem muitas outras por ai uma amenos não faz diferença.

-Faz sim, eu não quero saber das outras, eu quero é que essa continue viva.

-Pelo amor de todos os santos, olha aqui eu tenho que derruba-la se não a cidade não vai pra frente. E estou sendo pago pra isso.

-Quanto que eu tenho que te pagar para manter essa cerejeira em pé? – perguntou esperançoso.

-Olha nem todo o dinheiro do mundo manteria essa árvore em pé pra sempre.

-Por favor deve haver um jeito...

-Pare de insistir! Tire-o da frente – falou paro o operário que parecia que não ia se mexer – amenos que queira ser despedido – e finalmente o homem se mexeu – assim que ele o tirar vá com tudo e derrube essa maldita árvore – gritou para o outro operário.

O rapaz se agarrou a cerejeira com tal força que chegava a ser assombroso.

O homem o puxava, puxava e nada.

-Alguém vá ajuda-lo a tirar aquele rapaz de lá – gritou o chefe.

Outro foi e nem isso adiantou.

-Temos um prazo a cumprir será que da pra bota força nisso? Ou alguém mais quer ser despedido?

Isso foi o suficiente para metade dos operários se mexer e ir ajudar a tirar o rapaz de lá.

Finalmente conseguiram tirar o garoto da frente e com isso derrubar a árvore.

Ele não parava de se debater até finalmente a cerejeira tombar.

-Continuem com o seu trabalho e não quero ver mais o seu rosto por aqui – falou para o rapaz, que estava parado olhando para a árvore caída, antes de sumir.

Os operários começaram a derrubar as outras árvores que tinha. Resolveram deixar o garoto com a cerejeira mais um pouco antes de reboca-la.

Ele se aproximou vacilante da cerejeira e tocou seus galhos e meio que acariciou.

-O que ela representava pra você?

Ao olhar de canto de olho viu dois operários o olhando, sabia que aqueles dois tinham ficado parados. Mas não respondeu a pergunta.

-Não deviam estar trabalhando? – falou friamente.

-Pausa – respondeu simplesmente o outro operário.

-Por que o interessa? – ainda mantendo o tom frio.

-Você a trata como se fosse um amigo, um familiar – voltara a falar o primeiro.

-E? – parecia indiferente com o que o cara achava.

-Não sei se você sabe de uma lenda antiga que existe – falou o segundo.

-Que lenda?

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Ela estava desolada.

Acabava de sair do enterro de seu pai.

Caminhava sem rumo e acabou adentrando na floresta. Caminhava sem realmente ver pra onde ia. Só queria se afastar de todos e tudo.

Sua mãe já avia morrido quando ela era muito pequena e agora seu pai. Tentava pensar pelo lado positivo de ainda ter seu irmão, mas não conseguia não ficar triste.

Tropeçou em uma raiz e foi ao chão ao mesmo tempo que ouviu o som de um tirou e um latido de dor.

Ao olhar entre as folhas do arbusto viu um cachorro tombando num bac surdo.

Um caçador saiu dentre as árvores e foi ate um buraco que avia numa delas onde alguns filhotes estavam.

Alguns correram pra dentro outros ficaram ‘latindo’ para o caçador.

Logo outros caçadores apareceram.

-Não precisava ter matado a mãe era só ter atirado um dardo tranqüilizante –falou um que olhava com pena a cadela.

-Se eu não matasse algo isso aqui não se chamaria caçada – reclamou aquele que atirara, ainda podia se ver uma fumaça na boca da espingarda.

Este tentava pegar os filhotes e botar dentro de uma gaiola. Alguns tentavam escapar, mas sem sucesso. Até ele tentar pegar o que não parava de latir. Esse se contorcera e mordeu com tudo a mão do homem que deu um berro e o tocou perto de onde a garota estava escondida sem ser notada.

-É hoje que ele morre! - falou furioso pegando a espingarda e apontando para o filhote que correu para dentro dos arbustos.

Assim que o filhote deu de cara com a garotinha a principio tomou um susto, mas ao olhar nos olhos da garota não hesitou em ir pra perto dela.

Ela assim como ele não hesitou em pegá-lo quando ele veio para perto e sair correndo e ao ouvir um tiro correu mais ainda.

Não parou de correr nem por um segundo. Corria e corria até que começou a ficar cansada.

Já estava perto da cidade, podia ouvir o barulho de carros.

Botou o lobo no chão e se deitou. Arfava.

O filho só a observava sem sair de perto dela.

-Você consegue se virar sozinho? – olhou para o lobinho que a encarava – acho que não... – se sentou – não creio que o meu irmão vá me deixar ter um cachorro... mas vamos tentar – se levantou animada – vamos...hmmm... que nome eu posso te dar?

O filhote só a olhava.

-Bem vamos indo....Lobo.

O filhote abanou o rabo e assim que ela começou a andar ele a seguiu.

Como havia previsto o irmão não permitiu, mas deixou ele ficar lá até crescer o suficiente para se virar.

Assim o fez, mas quando o soltou na floresta teve um trabalhão pra faze-lo ficar lá.

Quando finalmente conseguira ao ir andando pra casa sentiu um aperto no coração.

-No que eu tava pensando, não posso simplesmente deixa-lo lá desse jeito - deu meia volta e voltou pra floresta e o encontrou parado no mesmo lugar que avia deixado – Lobo – correu ate ele e o abraçou.

Ele a lambeu fazendo-a sorrir.

-Vamos procurar um abrigo pra você ficar aqui.

Depois de arranjar um buraco ao pé de uma arvore.

-Fica se abrigando ai. Eu volto amanha com comida e mais algumas coisas...

Lobo só a olhava e viu ela partir.

No outro dia ela voltara com o que dissera que traria e ajeitou as coisas ali.

E assim os dias passaram. Ela indo até a floresta.

No inicio seu irmão não aprovava, mas não pode impedi-la de ir.

Lobo era um consolo que ala tinha. Um amigo muito querido, um familiar. Sempre que queria consolo ia até ele. Adorava olhar os olhos dele.

E acabo virando rotina ela chegar tarde em casa.

Um dia ela conseguiu um colar pra ele. Era todo feito com argolinhas que se separavam, assim quando ele crescesse mais era só adicionar mais argolas, e tinha uma placa escrita Lobo entre as argolas.

-Assim saberão que você tem dono e não te caçarão ^-^

A idéia funcionou até certo dia...

Ela chegou no lugar em que ele sempre estava e empalideceu ao ver tal cena.

O mesmo caçador que matara a mãe dele e pegara seus irmãos e irmãs e os outros caçadores.

-Ele tinha dono... – falou um que analisava o colar.

-Eu disse que ele tinha algo no pescoço – falou o mesmo que falara na outra vez ‘ não precisava ter matado a mãe’.

-Tanto faz, era só um animal estúpido ninguém sentiria falta dele – falara o que matara a mãe dele

-E a pessoa que deu-lhe o colar? – falara um outro.

-Pode ter abandonado ele aqui, as pessoas fazem muito isso – falara com a maior indiferença.

-Mas tiram as coleiras...

Ela não conseguiu segurar o soluço o que chamou a atenção dos homens.

Ela foi ate o lobo e se ajoelhou ao lado e o abraçou chorando.

-Ta certo menina, foi uma pena sinto muito, mas agora ele já ta morto então será que posso pegar a pele dele?

-Seja mais sensível – reclamou um.

-Ele também me atacou o que você queria que eu fizesse? Ficasse parado olhando?

-Ele te atacou com razão – falou ela.

-Não diga coisa sem sentido.

-Tem sentido sim! – largou ele e se levantou e fuzilou com o olhar, ainda derramava lagrimas.

-E qual seria?

-Você matou a mãe dele! E fez sabe-se lá o que com seus irmãos!

Aquilo deixara todos surpresos.

-Então foi você que saiu correndo... e foi esse desgraçado que mordeu minha mão 2 vezes ainda por cima.

Só ai ela notou o ferimento na mão dele, mas nem por isso sentiu pena dele.

-Você mereceu.

-Olha aqui garota não venha me dizer se eu mereci ou não e eu vou levar a minha caça – foi em direção a Lobo.

-Não! Não vou deixar! - ficou na frente dele.

-Não me faça usar a força –falou ameaçadoramente.

-Já chega! Deixa ele de lado foi só uma mordida – o que falara pra não matar a mãe.

-Já tinha feito estrago na primeira vez que ele me mordeu agora deve ter danificado permanentemente. E se eu não conseguir mais caçar?

-Melhor! – gritou a garota – Um caçador a menos no mundo.

-Garotinha você é tão irritante quanto esse lobo.

-Ele nunca te fez nada.

-E morder a minha mão é nada pra você?

-E matar a mãe dele também não é nada?!

-Deixe-a. Não faz sentido ficar discutindo por isso – falou um outro.

O homem-malvado bufou antes de sair andando.

Ela voltou sua atenção para o Lobo se ajoelhando novamente ao seu lado e o acariciou.

-Se quiser podemos ajudar a fazer um tumulo? – se ofereceu dois caçadores que ficaram.

Ela simplesmente assentiu.

Eles foram buscar pás e começaram a cavar um buraco.

Antes de botar Lobo lá dentro ela tiro o colar dele, seria tudo que ele deixara de lembrança.

Ela ainda continuava a chorar.

-Sabe isso me lembrou uma velha lenda.

-Que lenda?


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Notas finais do capítulo

#No próximo cap saberemos que lenda é essa. Uma historia que podia ter sido esquecida com o tempo...
Descubram no próximo cap. fim? #

Até a próxima o/ e digam o que acharam



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