Meu escrita por Bruhth


Capítulo 3
Meu Amor.




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            A confusão em minha cabeça estava feita, e essa foi a minha grande besteira. Eu achei que o tinha pra mim, que ele seria meu e fim, mas as coisas não funcionam assim. Bill não poderia ser todo meu, ele tinha a banda e uma vida bastante agitada.

Meus estudos começaram a exigir muito de mim, e eu queria o Bill sempre disponível pra quando eu tinha tempo, mas os horários nunca batiam, e agente quase não se via. E eu me irritei, e fiz minha segunda besteira.

                - Eu não aguento mais ficar longe de você Bill... – Disse toda manhosa, eu estava em seu colo, estávamos em seu apartamento. – Você bem que poderia deixar de ir nessa viagem e curtir o final de semana comigo, já que adiantei a pesquisa teórica e só precisarei ir ao laboratório de Richard amanhã de manhã adiantar a parte prática...

                - Me perdoa Bruna, mas não dá, tenho mesmo que ir agora pra Los Angeles, prometo que assim que eu chegar iremos matar todas as saudades... – Bill dava beijinhos em meu pescoço enquanto falava. Mas desde que pronunciara a palavra “não” meu sangue havia fervido.

                - Você nunca tem tempo pra gente, sempre está viajando – levantei de seu colo, Bill arregalou os olhos – eu preciso de você aqui, você é meu e assim não dá Bill.

                - O que? Eu sou seu? Assim não dá? – Bill levantou do sofá e parou na minha frente de braços cruzados. – Nesses últimos dois meses tudo o que eu tenho feito é estar atrás de você, é saber como você está, e fazer os seus caprichos, Bruna eu gosto de você, mas não posso viver em sua função...

                - Como não pode? Você não é meu namorado? Eu amo você, e você me ama e é meu... – será que era tão difícil ele entender isso?

                - Eu era seu namorado, me desculpe, mas assim não dá, eu não sou sua propriedade, e eu não te amo, eu... Bom eu gostava de você, mas depois de ouvir isso nem sei se algum dia eu cheguei a realmente gostar de você.

                Meu coração quebrou, virou mil caquinhos, ele não era mais meu? Ele não queria ser meu? Ele não me amava? Sai correndo de seu apartamento, entrei no apartamento em que morava e Gabi me olhou com raiva, era assim que ela me olhava toda vez que eu voltava do apartamento de Bill.

                Desta vez eu estava chorando, e ela ao invés de me encarar torto, sorriu. Este era o meu fim.

                Este foi o meu fim, passei o final de semana trancada em meu quarto chorando, Bill me mandou mensagens pedindo desculpa por ter falado daquela forma comigo, e que era pra eu esperá-lo voltar de Los Angeles para conversarmos.

                Já fazem duas semanas que Bill viajou, e uma semana que ele não me manda mais mensagens, o apartamento está vazio outra vez, seus moveis foram retirados de lá a dois dias. E eu estou aqui no mesmo lugar onde Bill disse que gostava de mim, onde ele disse o que eu mais queria ouvir.

                Mas agora estou sozinha, estou nas ruínas do meu abismo, e não quero mais ficar aqui pra assistir minha solidão. Não quero mais que tenham pena de mim, não suporto mais olhar o apartamento ao lado e me lembrar dele.

                Tudo o que vivemos foi perfeito, foram dois meses que eu o tive, e o deixei ir por egoísmo, e foi a forma mais dolorosa que me fez aprender a não ser assim. Mas agora ele foi embora, agora ele não me quer mais, não se importa.

                E eu não sei mais o que estou fazendo da minha vida sem ele, não encontro sentido para isto. Richard diz que todas as minhas pesquisas pararam no dia em que perdi o “cara do apartamento ao lado”, sem ele nem consigo seguir meus estudos. Sem ele eu não sou ninguém, e o mundo está cheio de ninguém, eu seria apenas mais uma a desocupar um espaço no mundo. Eu apenas daria lugar a alguém.

                Subi no banco em que ele havia sentando no dia mais lindo da minha vida. Senti as lágrimas em meu rosto se tornarem mais cruéis, elas queimavam. Respirei fundo e subi no parapeito. Abri os braços e olhei pro céu, fechei os olhos. Senti o vento gelado da noite bater em meu rosto.

                - Bill, eu te amo, e sem você nada faz sentido, me perdoe por tudo que lhe fiz, eu errei com você, e hoje vejo que você nunca foi meu, e nunca será. Adeus...

                -Não! – Ouço um grito um pouco distante. Olho pra trás e Bill está parado na porta de saída da escada.

                Ele veio, ele está aqui. Meu coração bate forte, e minhas lágrimas teimam em queimar minha face. Viro-me lentamente em sua direção, ainda em cima do parapeito. Ele se aproxima vagarosamente de mim.

                - Me perdoe por tudo Bill, eu nunca quis te fazer mal algum, você me fez feliz e eu fui egoísta com você, agora eu sei o meu lugar, agora eu sei o que fazer. Eu te amo! E sempre vou te amar!

                Arrastei meu pé lentamente para trás, estava sentindo o final do concreto, quando ouço a voz Bill.

                - I scream into the night for you, don't make it true, don't jump, the lights will not guide you through, they're deceiving you, don't jump, don't let memories go, of me and you, the world is down there, out of view… Please don't jump… - Ele caiu de joelhos, estava chorando.

                Firmei meu pé novamente no parapeito, eu ainda não acreditava no que estava ouvindo, ele estava me pedindo pra não pular, como ele sabia que eu ia fazer isto? Como ele sabia que eu estaria aqui, como?

                Olho para a porta que dá acesso a escada e vejo Gabi também chorando, só podia ser ela, mas porque ela avisaria ele? Porque ele viria? Eu tinha certeza que ele não me amava, que ele nem se quer havia gostado de mim...

                Fechei meus olhos novamente e tentei organizar meus pensamentos, tentei procurar detalhes que escaparam de meus pensamentos, mas nada, nada explicava aquilo. Eu não achei uma explicação que me fizesse pular diante o pedido do Bill, ele queria que eu não pulasse e eu iria obedecê-lo, eu o amava, eu era dele, mesmo ele não sendo meu.

                Aos poucos arrastei meu pé para frente e assim que encontrei o final do concreto passei a descer meu pé até encontrar o banco, o firmei e puxei meu segundo pé. Pronto eu estava novamente no banco. Ainda estava de olhos fechados.

                Senti uma mão segurar a minha, era a mão delicada e macia de Bill, eu ouvia seu choro baixo, eu tinha medo de abrir os olhos e ouvi-lo dizer que apenas não queria me ver estragando minha vida, mas que tudo permaneceria igual. Desci para o chão com sua ajuda, e me neguei a abrir os olhos.

                - Eu te amo! – A voz tremula de Bill balbuciou estas palavras com dificuldade, e meus ouvidos ficaram atentos a identificar se era isto mesmo que ele havia dito. – Eu amo você Bruna, eu não sei ficar sem você, eu quero sua mania de posse de volta, eu quero seus beijos de volta, eu quero todo o seu controle da situação de volta, eu quero você de volta, eu preciso de você...

                Abri meus olhos lentamente enquanto ouvia suas palavras, Bill estava com sua maquiagem toda borrada, e sua expressão era de medo, será que ele teve medo de me perder? Senti sua mão se soltar da minha e acariciar o meu rosto levemente, seus olhos estavam presos aos meus e aos poucos nossos rostos se encontraram. E nos beijamos.

                   Eu o amava, ele me amava, eu tinha errado, e ele estava com medo de me perder. Foi assim que entendi que ele era meu, mas que não tinha a obrigação de me pertencer, e eu também era dele, mas eu queria pertencê-lo. Eu já o pertencia.


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Notas finais do capítulo

Bom está ai..o Final!
hihi
espero que gostem..
a idéia é que ninguem pertence a ninguem..a não ser que queira pertencer!
mas que o Amor não significa isso, que o Amor é muito mais!
♥"
xD
então é isso..!
Beijos!



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