Mit Dir escrita por Chiisana Hana


Capítulo 5
Capítulo 4 - Mãos




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MIT DIR

Chiisana Hana

Beta-reader: Nina Neviani

Consultoria para assuntos asgardianos, dramáticos e geográficos: Fiat Noctum

Consultoria para assuntos hospitalares: Juli EG

Capítulo 4 - Mãos

Hilda corre desesperadamente pelo bosque atrás do palácio de Valhalla. Vez ou outra, chama por Siegfried. Escuta a resposta dele ao longe, entretanto, não consegue identificar de onde vem o som. O homem que a persegue se aproxima cada vez mais. A única vantagem que ela tem a seu favor é conhecer bem o lugar. Por isso, corre pelos caminhos mais traiçoeiros. É arriscado, mas ele, por supostamente não conhecer tão bem o lugar, é quem corre mais riscos. Com o vestido levantado até os joelhos, a princesa segue correndo. Já perto do palácio, acaba por cair ao tropeçar numa raiz e o homem consegue alcançá-la.

–Você não vai escapar, princesa Hilda de Asgard – o homem diz, jogando-se sobre ela e segurando-lhe os braços.

–Afaste-se!– Hilda brada.

–Agora eu dito as regras! Você vai ser minha, princesa – ele sorri com malícia.

Nunca!ela responde, cuspindo na face do homem.

Adoro moças rebeldes. São as melhores – ele diz,rasgando vestido de Hilda. – Princesa, princesa, pensou mesmo que ia conseguir fugir de mim? Esse frio todo aqui fora, seu corpo tremendo sob meu... é uma sensação tão inexplicavelmente boa.

O homem amarra as mãos de Hilda atrás do corpo dela, afasta os pedaços do vestido rasgado dela, e encosta os lábios num dos seios da princesa.

Tire suas patas de cima dela, animal – ordena uma voz atrás do homem, que sente uma lâmina fria encostar em sua nuca.

– Siegfried ele pronuncia calmamente. – É esse seu nome, não é? Conseguiu se libertar?

– Aquelas correntes jamais seriam suficientes para mim. Saia de cima dela.

– Sabe que eu não estou sozinho, não sabe? Logo virão para acabar com você – homem diz, ainda muito calmo.

– Levante-se devagar vire-se para mim. Qualquer movimento brusco eu arranco sua cabeça.

Em silêncio, o homem levanta-se conforme a ordem de Siegfried. Ao voltar seu rosto para o guerreiro-deus, ele tem um enorme sorriso.

– Está preparado para morrer? – ele pergunta ainda sorrindo. No mesmo momento, Siegfried sente um objeto pontiagudo cravar-se em suas costas. Num movimento único, Siegfried corta cabeça do homem à sua frente, gira atinge mortalmente homem que havia ferido.

– vocês, estavam preparados...? – Siegfried murmura.

– Siegfried!Hilda grita, levantando-se correndo até ele, sem se importar com corpo exposto pelo vestido rasgado.

– Princesa...– ele murmura, caindo de joelhos sobre neve tinta de sangue dos dois homens dele próprio.

Ah, Siegfried. Não fale, temos que chegar ao palácio. – ela diz, amparando-o.

Não dá tempo. Estou partindo. Mas antes de ir, quero dizer que amo, Hilda. Sempre amei...– ele diz desfalece nos braços dela.

Não! Não!

– Princesa! – Bado exclama ao ver Hilda acordar do pesadelo. – O que há?

– Bado... mil perdões. Eu não queria incomodá-lo...

– Tudo bem, eu estava acordado, senhorita. Algum problema?

– Não... foi só um pesadelo.

– Quer conversar?

– Não... não foi nada. Já passou – ela diz, repassando o sonho mentalmente. Não conseguia lembrar do rosto do homem que a perseguia no sonho, mas lhe parecia alguém familiar. – Já amanheceu – ela continua, tentando retomar o controle sobre si mesma. Precisa de alguma coisa, Bado?

– Bom, preciso... –Bado diz, e cora. – Preciso ir ao banheiro.

Hilda também cora e respira fundo.

– Eu vou ajudá-lo. Você precisa fazer exatamente o quê?

– Bom... Tudo...

– Certo. Apóie-se em mim e eu te ajudo a ir ao banheiro. Isso. Cuidado com o soro.

Bado sai da cama com a ajuda de Hilda. Se houvesse alguém atrás dele, veria suas nádegas brancas descobertas por causa do avental que usava. Hilda ampara-o até o banheiro, levando o soro em uma das mãos. Lá, enquanto ele faz o que precisava fazer, ela mantém-se virada de costas, o olhar fixo na parede a sua frente.

"Preciso encarar essa situação normalmente. Bado pôde vir ao banheiro... mas certamente algum deles não poderá vir... por Odin... Não vai ser nada fácil... Eu, Freya e Judith para cuidarmos de oito homens..." ela pensa, ainda constrangida.

– Pronto, senhorita... – Bado diz, desconfortável com aquela situação. Hilda ampara o guerreiro de volta ao leito.

-M -I -T -D -I -R -

No hotel, Freya e Judith conversam enquanto a criada arruma o cabelo da princesa.

– Judith, estou tão feliz por estar aqui! Dá muito trabalho arrumar esse cabelo sozinha.

– Então só está feliz porque arrumo seu cabelo?

– Não! Você é minha grande amiga! A melhor de todas!

– Será que é por que eu sou a única?

– Não vai me contar direito essa história com o Shido?

– Não tem história nenhuma, senhorita Freya – Judith nega, pouco convincente.

– Já falou com ele?

– Claro que não! Ele é um guerreiro-deus. E além disso, é de família rica.

– E daí? Ele é um homem, você é uma mulher. Um é feito para o outro!

– Eu sou uma criada, senhorita!

– Não seja boba. Se ele gostar de você, isso não vai fazer diferença.

– Ele não gosta de mim...

– Como sabe?

– Ele nem sabe que eu existo.

– Porque você não se mostra! Tem que falar com ele. Agora está mais fácil. Assim que ele sair da UTI você vai falar com ele. Ou melhor, você vai ficar cuidando dele! Vai cuidar exclusivamente dele!

– Senhorita, por favor, não! Não posso ter esse tipo de intimidade com ele!

– É, não é? Melhor não ter muitas intimidades antes, né? Eu cuido dele. Mas você vai falar com ele, sim! Não quero desculpas.

– Depois veremos, senhorita...

– Como será que Hilda está? Será que já ajudou Bado a fazer xixi? – Freya riu com uma deliciosa malícia quase infantil.

– Ai, senhorita! É cada coisa que sai dessa sua cabecinha!

-M -I -T -D -I -R -

Hospital de Narvik.

Ann acaba de chegar. Com o prontuário de Hagen na mão, ela chama uma das enfermeiras.

– Prepare o centro cirúrgico. Não há mais o que fazer. Vou amputar os dedos do loiro bronzeado.

A moça responde afirmativamente, já saindo para cumprir a ordem de Ann.

Mais tarde, com o centro cirúrgico pronto, Ann começa a cirurgia. Sua previsão inicial era amputar apenas o dedo mindinho esquerdo de Hagen. Entretanto, durante o procedimento, ela reavalia a extensão dos danos e decide que o seguro é amputar também o dedo vizinho, que também já começava a necrosar.

"Melhor remover esse logo do que ter que fazer o paciente voltar para a mesa de cirurgia mais tarde", pensa a médica. Concentrada, Ann conclui o procedimento.

– Todo cuidado é pouco agora. Não me façam ter que cortar mais dedos desse infeliz – ela avisa à equipe e sai do centro cirúrgico. Em sua sala, ela liga para a recepção.

– Alguém avise às princesas que amputei dois dedos do loiro bronzeado: mindinho e anelar esquerdos. Ele ficou uma graça com oito dedos. Hehe!

– Sim, senhora – diz a recepcionista e desliga. – Ai, como a doutora pode brincar com coisa tão séria? Coitado do rapaz.

De pronto, a recepcionista vai até a enfermaria avisar a Hilda sobre a cirurgia. Com uma expressão de dó, a moça conta o acontecido a Hilda.

– Ah, Freya ficará muito triste – lamenta-se a princesa.

– E Hagen vai ficar enfurecido quando tiver consciência de que perdeu dois dedos – Bado se manifesta.

– Se foi um mal necessário, não há do que reclamar.

– Ainda assim. Pelo que vi, ele é bem nervosinho.

– Um pouco. Mas ele terá todo nosso apoio. Certamente isso contará para deixá-lo tranqüilo.

– Certamente – Bado afirma, mesmo sem ter tanta certeza assim.

O prefeito Linus entra na enfermaria com um ramalhete de flores.

– Bom dia, princesa Hilda! – ele diz, exageradamente alegre.

– Bom dia, senhor prefeito – ela responde, intrigada com tanta alegria. – Como vai?

– Muito bem! Muito bem! E a senhorita?

– Estou bem – ela responde sem entusiasmo. – Um pouco triste, é verdade. A doutora Dagsland acaba de amputar dois dedos de um dos meus guerreiros.

– Oh, que lástima – ele diz, num falso tom de lamento, que tanto Hilda quanto Bado percebem. – Este é o guerreiro que já saiu da UTI?

– Sim – Bado responde. – Bado Aekersen.

– Linus Jensen. Muito prazer.

– O prazer é todo meu, senhor.

– Então é um guerreiro-deus?

– Sou – Bado diz sem esticar a conversa.

– E como é ser um guerreiro-deus? – Linus tenta puxar conversa mais uma vez.

– É uma honra, senhor.

Ao ver que Bado não cederia facilmente, Linus desiste e volta sua atenção para Hilda.

– Precisa de alguma coisa, alteza?

– Não, senhor. Apenas quero devolver-lhe isto – ela diz, estendendo-lhe um pequeno maço de dinheiro. – É o que o senhor gastou conosco nos primeiros dias.

– Não precisa devolver, senhorita Hilda. Foi um presente meu.

– Faço questão. As roupas serão devolvidas mais tarde. Nossa criada ainda está cuidando delas.

– Realmente não precisa devolver nada, senhorita!

– Por favor, senhor Linus. Não me faça essa desfeita.

– Se a senhorita insiste... – Linus diz, aceitando o maço de dinheiro. – Bom, preciso me retirar.

– À vontade, senhor. Obrigada pela visita – Hilda diz.

– Estimo melhoras – ele diz a Bado e sai.

– Obrigado – Bado responde, fazendo uma ligeira careta. – Não gostei dele. É falso. Parece um boneco de cera.

– Eu também não gosto, Bado... Ah, seu café-da-manhã chegou!

– Só o meu? E o da senhorita?

– As acompanhantes não têm direito a café, Bado! Mas não se preocupe. Freya já deve estar chegando para eu poder voltar ao hotel.

– Ah, sim.

– Precisa de ajuda para comer?

– Acho que consigo sozinho, obrigado. Mas o sujeito lá no último leito precisa – Bado diz, ao perceber o homem que tentava segurar o copo de suco com a mão toda enfaixada.

– Eu vou lá... – Hilda diz, e se dirige até o homem. – Bom dia, senhor.

– Bom dia... – ele responde num fio de voz.

– Deixe-me ajudá-lo – ela diz, segurando o copo de suco e levando-o até a boca do homem. Não devia ter mais que vinte anos e estava bem machucado.

– Não tenho acompanhante... – ele diz baixinho.

– Quando precisar de alguma coisa pode me chamar.

– Obrigado.

– Agora as torradas. Consegue mordê-las?

– Acho que sim.

Enquanto come, Bado observa Hilda ajudando o rapaz tão pacientemente. "É uma verdadeira princesa. Admiro-a muito."

Freya chega à enfermaria com Judith e se aproxima de Hilda.

– Bom dia, irmã!

– Bom dia, Freya!

– Como passou a noite?

– Bem. Esta é a minha irmã – Hilda explica ao homem. – Pode chamá-la também.

– Claro – consente Freya.

– Obrigado... – ele murmura.

Depois de dar o café ao homem, Hilda chama Freya a um canto.

– Preciso contar uma coisa para você – ela diz com tom pesaroso.

– Não... é o Hagen, não é? Ele piorou? – preocupa-se Freya.

– Calma. Ele foi operado. Amputaram-lhe dois dedos...

– Dois?

– É...

– Ai, mas ele vai ficar bem?

– Tudo indica que sim.

– Então está bom. O importante é que ele fique bem.

– Isso mesmo, querida.

– Será que posso vê-lo?

– Podemos pedir à doutora Ann.

– Aff... aquele monstro... vamos lá enfrentá-la!

– Vamos. Judith, cuide dos rapazes, por favor. Voltamos já.

– Sim, senhora.

Continua...



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Notas finais do capítulo

Aekersen, o sobrenome do Bado, e Bendiksen, sobrenome do Siegfried, são meus! E todos os outros sobrenomes que aparecerem também, exceto Folker, que é o nome do pai adotivo do Mime no anime e eu vou usar como sobrenome dele.
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Mais um!Ufaaaaaaaaa! Sinceramente, não sei como estou conseguindo manter a periodicidade das fics! Estou no meio da monografia, gente!Quando meu pai foi operado, ele passou cinco dias na enfermaria, e era bem comum eu ou minha mãe ajudarmos a dar comida aos outros pacientes que não tinham acompanhante ou quando eles estavam fora. Não dói, não mata, só faz bem pro coração. Só não ajudei ninguém a fazer xixi... vergonhaaaaaaaaaaa...Um beijão pra minha amiga Juli EG, que é Farmacêutica e fez estágio na UTI. Foi ela quem respondeu minhas dúvidas indiscretas sobre os pacientes em tratamento intensivo. (Não falei que ia botar agradecimento pra você??)Beijão também para a Priss, minha amigona do coração que tá longe de mim agora, mas está acompanhando essa fic no meu blog, mesmo sem conhecer CDZ!!Bom, já que é dia de falar das amigas, beijos também para a minha beta e para a minha consultora!!Beijins pra todo mundo e até mais!Chiisana Hana



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