O Amor Pode Dar Certo escrita por liz


Capítulo 47
Capítulo 27 - Parte 1




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Lizzie não demorou muito para chegar em casa. O pai de Mike a dera uma carona e depois fora deixar Clara no hotel. Mal Lizzie havia terminado de abrir a porta quando percebeu que algo estava errado. Ela percorreu o olhar pela sala e tudo parecia normal, foi nesse momento que ela viu: sua mãe estava sentada no chão, perto do sofá, toda encolhida, com as mãos segurando a cabeça, que estava um pouco abaixada, e com os olhos muito vermelhos. A garota saiu correndo ao encontro de Isabella.
- Mãe! O que houve, pelo amor de Deus? - Ela se ajoelhou ao lado da mãe, abraçando. Lizzie nunca vira Isabella tão abalada.
- O seu pai... - Isabella começou a falar, porém logo voltou a explodir em lágrimas. Lizzie já começava a temer o pior. Será que havia acontecido alguma coisas com o pai?
- O seu pai... Me traiu... O casamento acabou
"Impossível", foi o primeiro pensamento de Lizzie. O pai nunca teria coragem e nem motivo para fazer isso. Estava mais que claro que Richard amava imensamente Isabella.
- Tem certeza? Não é sua imaginação ou algum engano? Cade o papai?
- Liz, eu vi! Ele tava beijando a secretária! A SECRETÁRIAA! - E ela novamente começou a chorar. Lizzie não sabia o que fazer ou no que acreditar. Toda a sua vida ela vira a adoração e o amor que envolvia os pais, e agora toda aquela aurora de amor pareceu se desmanchar, tudo de repente pareceu uma fantasia, uma mentira.
E agora? Onde estava o seu pai? Como iria ficar a vida deles agora? O pai havia mesmo traído? As duvidas começaram a preencher a cabeça de Lizzie, porém ela decidiu deixar todos os questionamentos para depois. Estava mais do que claro que a prioridade era acalmar Isabella.
Isabella passará toda a noite chorando e, em nenhum momento, Lizzie saíra de perto da mãe. Quando Isabella não estava chorando, ela tentava explicar a situação para a filha, porém o  máximo que conseguia falar eram frases incoerentes. Lizzie apenas escutava e tentava consolar a mãe, apesar de, várias vezes acabar chorando também. Doi ver alguém que você ama sofrer. Somente quando Isabella dormiu, de tanto chorar, é que Lizzie pôde pensar direito.
Ela decidiu que iria descobrir onde o pai estava e ir falar com ele, queria saber os dois lados da história antes de tirar conclusões. Quanto a mãe, ela não sabia o que poderia fazer, teria que deixar as coisas acontecerem naturalmente.
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No dia seguinte, Clara ia em direção à escola, andando tranquilamente. Uma mistura de sentimentos a invadia: felicidade e apreensão. Felicidade em relação ao Mike. Finalmente as coisas entre os dois estavam começando a dar certo e parecia que ela não conseguia parar de sorrir. Mas, ao mesmo tempo, ela sentia apreensão em relação ao irmão. Ela tentara ligar na noite anterior para John, porém ele não atendera. Ela não fazia a mínima idéia do que havia acontecido entre Oliver e John depois que eles sairam das docas...
Nesse momento, Clara escutou uma buzina de carro seguida de um assobio. Decidiu ignorar, deveria ser mais um desses filhinhos de papai paqueradores. Continuou andando normalmente e retomou a sua linha de pensamento.
Será que John e Oliver haviam brigado ainda mais? Nesse caso, porque John continuava na casa do pai? Será que Oliver deixará o filho de castigo? Ou será que John havia conseguido acalmar o pai?...
Mais uma vez Clara escutara a buzina e o assobio. E mais uma vez ela decidira ignorar.
É, porque, ao contrário de Clara, John conseguia, às vezes, falar civilizadamente com o pai. Talvez John conseguisse que Oliver aprovasse o namoro do filho com Lizzie.  Afinal, ele mesmo entendia como era. Stella, a mãe de John, não era rica quando se casou com Oliver, era apenas uma professora de ensino médio, e, no começo, os pais dele não apoiavam o casamento...
E novamente a buzina seguida pelo assobio. Dessa vez Clara se virou bruscamente para enfim identificar o seu tão insistente e irritante paquerador. Foi nesse momento que viu Mike dirigindo, lentamente pelo acostamento, uma  Ferrari amarela.
- O que você está fazendo aqui? E ainda por cima dirigindo uma Ferrari? - A menina perguntou surpresa.
- E ai? Quer vir dar um passeio comigo, gata? - Mike perguntou no maior estilo 'sedutor de quinta', mas logo depois abriu um sorriso encantador.
- Claro, mas meu namorado não pode saber - Ela sorriu e pulou para dentro do conversível.
- Esse seu namorado deve ser um cara de sorte, além de ser muito lindo e charmoso, não é? - Ele brincou, sorrindo e voltando a dirigir.
- Hum... Não tenho tanta certeza. E você deixe de ser convencido! - Ela sorriu, dando um selinho no namorado.  - Alías, o que você está fazendo dirigindo uma Ferrari? Por favor, diga que você não a roubou.
- Tão engraçadinha você, Clara - Mike riu fingidamente. - Meu pai me deu.
- Sério? Caramba!
- Pois é. Por falar nisso, quero que você conheça meus pais. Tenho certeza que eles vão te amar.
- Não sei, Mike. A gente mal começou a namorar e eu acho que para chegar ao ponto de conhecer os pais, o relacionamente tem que estar um pouco mais avançado.
- Clara, meus pais sabem de você desde o momento que eu me apaixonei.
- Como assim? - Clara praticamente gritou, de surpresa
- Eu contei para os meus pais sobre você desde o momento que eu soube que eu estava apaixonado. Quando contei que a gente tava namorando, a única reação deles foi dizer: finalmente.  Eles estão doidos para te conhecer.
- Meu Deus, agora eu fiquei envergonhada.
- Ótimo, daqui há duas semanas é o aniversário da minha mãe, você é convidada de honra.
- Ok, pode confirmar minha presença - Clara falou sem muita certeza.
- Conseguiu falar com o John? - MIke perguntou, já chegando perto da escola.
- Não, passei a noite tentando ligar para ele. Será que aconteceu alguma coisa?
- Se ele não vier hoje para a aula, a gente tenta ligar de novo e se ele não atender a gente vai lá. Não precisa se preocupar, provalvemente não foi nada.
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Lizzie se levantou do chão, tentando não se mexer demais para não acordar a mãe. A garota estava toda quebrada, todos os seus ossos pareciam doer, afinal, dormir sentada no chão não é a posição mais confortável. Ela decidiu, então, fazer o café da manhã. Enquanto preparava café para ela e um chá para a mãe, lembrou-se de John e pegou o telefone, ligando para o celular dele. Ninguém atendeu. "Ele deve estar em aula", pensou. Como será que havia sido com Oliver? O fato de ele não ter ligado ontem a noite começou a preocupar a garota.
Isabella acordou quase uma hora depois, olhou para os lados e pareceu esquecer por um momento o porquê de ter dormido no chão. Porém, logo a realidade a atingiu. As lágrimas de humilhação, vergonha e decepção quiseram voltar a cair, mas ela as segurou, com esforço. Ela tinha que parar de agir como uma criança, tinha que ser forte por ela e por Lizzie. A filha logo apareceu, trazendo uma xícara com chá.
- Está se sentindo melhor? - Lizzie perguntou, preocupada.
- Não. - Isabella respondeu sincera - Não vai para a aula?
- Decidi tirar um dia de folga para ficar com você - Lizzie falou sentando-se ao lado da mãe. Aquele momento parecia cada vez mais com um sonho, um sonho ruim.
- Você não precisava, filha. O ano está acabando, é importante que você não falte. Eu vou ficar bem.
- Não tem problemas, mãe.
O silêncio se instaurou. Lizzie queria perguntar sobre o pai, mas tinha medo sobre que reação essa pergunta poderia causar em Isabella. Como se por transmissão de pensamentos, Isabella começou a falar:
- Eu estava resolvendo umas coisas no banco, perto do escritório do Richard - Lizzie percebeu o modo frio como Isabella disse o nome do marido - Como já estava por lá, resolvi passar para perguntar se ele queria almoçar comigo. Assim que entrei no escritório, percebi que a secretária dele não estava no lugar onde sempre estava. Decidi esperar ela chegar para perguntar se eu poderia entrar, afinal, ele poderia estar com algum cliente, ou algo assim. - Isabella parou para tomar ar e piscou os olhos repetidas vezes para as lágrimas não caírem. - Mas ela tava demorando demais a voltar e eu estava ficando sem paciência. Entrei abri a porta do escritório dele. E foi ai que eu vi... - Isabella não conseguiu mais segurar as lágrimas. - Ele beijando a secretária... E, a única coisa que ele disse foi: "não é nada disso que você está pensando."... A frase dos culpados.
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- Estranho, a Lizzie não veio hoje para a aula - Clara comentou já na hora do intervalo. - Será que aconteceu alguma coisa? - Ela perguntou à Mike. Os dois estavam sentados na arquibancada da quadra principal.
- Vai ver o Oliver resolveu aniquilar, literalmente, os seus problemas, e resolveu matar o John e a Liz. E jogou os corpos no lago da casa...- Mike quis continuar a sua teoria mirabolante, porém, a cara que Clara fez o impediu de terminar.
- Michael Scott, isso não tem graça! Eu realmente estou preocupada. - Clara se levantou rapidamente da arquibancada e saiu andando, deixando o namorado para trás.
- Clarinha, to brincando amor! - Mike falou, andando atrás dela. A garota parou de repente e sorriu, ainda de costas.  - Clara? - Mike a chamou novamente, estranhando a reação da garota. Ela se virou devagar, sorrindo.
- Sabe do que você acabou de me chamar?
- Clarinha? Desculpa... Eu disse que não ia mais te chamar assim, mas...
- Não, seu idiota, você me chamou de 'amor' - Clara sorriu, chegando mais perto do namorado e já colocando os braços ao redor do pescoço dele.
- Meu Deus, como vocês mulheres são românticas... - Ele virou os olhos, sorrindo e pegando a namorada pela cintura.
- Nada disso, não tente mudar de assunto. Você me ama, me ama - Clara começou a cantarolar - Não consegue viver sem mim, você passa o dia pensando em mim...
- Ok, agora você já está ficando muito convencida para o meu gosto.
- Mas você me ama mesmo assim!  - Clara rebateu, sem parar de sorrir.
- Alguma vez você duvidou disso? - Ele perguntou, sério de repente.
- Hum... Não! - Clara sorriu, deu um selinho rápido no namorado e desvencilhou dos braços dele.
- Ah não, Clara. Volte aqui. Agora tem que me dar um beijo de verdade! - Ele pediu, com cara de cachorro sem dono e Clara não resistiu e voltou para os braços de Mike.
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- Mãe, eu vou na casa da Clara e volto daqui há pouco tempo, prometo - Lizzie falou já procurando a bolsa para sair de casa.
- Não demore filha. - Isabella ainda estava na cama, descansando. Ainda não se recuperara toltalmente e as vezes ainda tinha uma crise de choro.
- Você vai ficar bem sem mim? - Lizzie perguntou preocupada.
- Não se preocupe, eu estou bem.
Lizzie saiu de casa e pegou um táxi, entregou o endereço de um hotel para o motorista e esperou. As ruas de Londres estavam, como sempre, muito movimentadas. O mundo parecia continuar girando, as pessoas pareciam continuar vivendo a sua vida, só mesmo Lizzie estava se sentindo distante, como se não fizesse parte da Terra. Todos os problemas resolveram aparecer de uma vez só. Como deveria estar John? Porque ele ainda não ligou? Será que havia acontecido alguma coisa?
O motorista parou em frente a um hotel, Lizzie pagou a corrida e o agradeceu. Disse seu nome a recepcionista e o número da reserva e, segundos depois, já estava em frente a porta
do quarto. Bateu levemente apenas uma vez. Logo seu pai apareceu, parecia cansado, com uma cara derrotada, abatido. Doeu em Lizzie vê-lo daquela forma, mas tinha que ser forte. Tinha que resolver as coisas logo de uma vez.
-Preciso falar com você.


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Notas finais do capítulo

Ok, dessa vez eu mereço. Podem me matar! SUAHSU Desculpaaaaaa mesmo a demora, está um pouco complicado as coisas aqui, mas enfim, pelo menos eu não abandonei a fic o/ Se quiserem não comentar como meu castigo eu aceito >.
Beijos e obrigada pelo paciência