Lizzie acordou extremamente feliz. No dia anterior havia sido quase impossível inventar desculpas para os seus pais, já que eles estavam curiosos em saber o motivo de tanta alegria vindo da filha.  Lizzie mal conseguia conter o sorriso e, apesar de ser uma segunda-feira, ela estava feliz.

– Eu ainda vou descobrir o motivo de tanta alegria – Isabela falou assim que viu a filha chegando à cozinha, com aquele sorriso bobo que não saia de seu rosto há muito tempo.

– Não é nada demais, mãe, você que está ficando paranóica – Lizzie sorri divertida. Adorava ver a confusão estampada na cara da mãe.

– Eu tenho um palpite, Isabela – Richard, o pai de Lizzie, falou entrando na cozinha, já quase pronto para ir trabalhar – Acho que tem alguma coisa a ver com um tal de John... – Eles sorriram cúmplices e Lizzie ficou meio envergonhada.

– Porque você nunca ajeita a gravata? – Isabela perguntou indo até o marido e arrumando a gravata dele.

– Por que eu tenho uma mulher para fazer isso – Richard deu um selinho nela, mas logo o selinho se transformou em um beijo mais profundo.

– Arrumem um quarto – Lizzie falou rindo.

– Certo, voltamos já – Richard pegou a mulher no colo, que riu alto, e deu um selinho.

– Amor, você tem que trabalhar – Isabela falou sorrindo, segurada ao pescoço do marido.

– O trabalho pode esperar mais um pouquinho - Richard falou enquanto saia da cozinha, fazendo Isabela rir alto.

– Eu estava brincando – Lizzie grita rindo – Eu não quero ter um irmãozinho, ok?

Como Lizzie adorava a relação dos pais, sempre unidos e pareciam cada vez mais felizes, eles se entendiam e respeitavam o limite de cada um. Um relacionamento perfeito, na opinião de Lizzie.

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– Bom dia – John cumprimentou Lizzie no corredor com um selinho e Clara a cumprimentou de longe, apenas sorrindo.

– Bom dia – Lizzie sorriu meio envergonhada pelo beijo em público, ainda não havia se acostumado com a idéia de John poder beijá-la na frente de muita gente.

– Não precisa ficar vermelha, Liz – John riu passando a mão pela bochecha da garota.

– E você ainda ri, não é?

– Claro que sim, você fica ainda mais fofa vermelinha! – John riu quando Lizzie sentia suas bochechas pegarem fogo.

– Ai, vocês estão um grude hoje! – Clara comentou sorrindo fraco.

– E como vai sua mãe? – Lizzie perguntou preocupada, enquanto John a abraçava por trás.

– Er... Eu não sei... Não falo com ela desde aquele dia no hospital, ela também não me ligou – O sorriso de Clara desapareceu.

– Eu sinto muito – Lizzie falou triste pela amiga.

– Não tem problema, afinal, ela quis que fosse assim. – Clara desviou o olhar, demonstrando que não queria mais falar sobre aquele assunto e Lizzie entendeu.

– O Mike ainda não chegou? – John perguntou estranhando já que Mike, assim como eles, era sempre um dos primeiros a chegar.

– Espero que ele falte hoje – Clara comentou sem perceber.

– Sua sensibilidade me comove, Clara – John comentou irônico.

– Vadias Detected – Clara falou de repente, deixando John e Lizzie sem entender (N/A: Desculpa o jeito de falar >.<’). Até que o casal de virou e viu Blair caminhando junto com Catherine. O que parecia cômico era o modo como as duas andavam, se achando as rainhas da escola, rebolando com o nariz empinado, o que fez Clara rir, tamanha a prepotência. As duas pararem em frente à Clara, John e Lizzie, porém nada falaram.

– Vocês não têm senso do ridículo,não? – Clara perguntou por fim, acabando com aquele silêncio constrangedor.

– E vocês? Não tem sendo do ridículo? – Blair perguntou olhando diretamente para John e Lizzie.

– Ah Blair, hoje não! – Lizzie falou cansada das briguinhas estúpidas de Blair e Catherine.

– Porque vocês não assumem logo de uma vez que estão namorando? – Catherine falou com desprezo.

– Certo, a gente tá namorando. Mudou alguma coisa na vida de vocês? – John admitiu também cansado daquelas cenas provocadas por Blair e Catherine.

– Vocês não se tocam não é? – Blair falou, ou melhor, cuspiu veneno – Esse namoro de vocês nunca vai dar certo!

– Porque não vai dar certo? Só porque você quer? – Clara também entrou na pequena discussão – Sabe, Blair, eu cheguei a uma pequena conclusão em relação à você e a Catherine... Vocês duas têm inveja da Lizzie... Só pode ser isso.

– Eu não tenho inveja dela – Blair falou com desprezo e John apertou ainda mais Lizzie contra seu peito.

– Ah não? E porque você quer o namorado dela? – Clara perguntou direta.

– Hey, espera um pouco, desde quando estamos falando com você? A conversa ainda não chegou nesse nível, ok? – Catherine declarou pela primeira vez.

– Que nível? – Clara perguntou sem entender.

– Nesse seu nível baixo! – Catherine falou como se fosse óbvio.

– Como assim? – Clara perguntou não conseguindo disfarçar a surpresa, quase gritando. Nesse momento um pequeno circulo de pessoas havia sido formado.

– Oh, Clara, poupe-me. Todos nós sabemos que sua mãe é uma desequilibrada assim como você. Você não tem moral para falar de ninguém aqui, porque você é pior que todas nós juntas – Catherine falou com desprezo.

Clara estava se controlando, ela olhou para John e ele falou baixinho:

– Não faça isso.

– Você não pode falar de sendo do ridículo porque isso é uma coisa que você não tem... Você não pode falar que a Blair quer o John, sendo que todos nós aqui sabemos que você roubou o namorado da sua melhor amiga, lá em Miami. Você sempre faz isso, você não consegue ver ninguém feliz, que você desmancha a alegria dessa pessoa. Você é exatamente como a sua mãe, tão ridícula quanto... –Aquilo que Catherine havia falado foi como uma bomba para Clara. Como ela sabia de tantas coisas assim?

Clara não agüentou nem mais um minuto, não ia deixar Catherine com todo aquele ar de vencedora, nem que para isso tivesse que partir para a violência. E foi isso que ela fez.

Clara pulou em cima de Catherine derrubando-a no chão, fazendo todos gritarem, inclusive Lizzie e Blair.

– O que ela está fazendo? – Lizzie perguntou para John.

Clara ficou por cima de Catherine e começou a estapeá-la e puxar os cabelos da garota violentamente, batendo algumas vezes a cabeça dela no chão. Catherine gritava e tentava impedir Clara de acertar seu rosto, mas isso era quase impossível, já que Clara fazia questão de bater e arranhar o rosto da garota. Uma rodinha já havia sido formada, as pessoas gritavam e incentivavam as duas a brigarem ainda mais. De vez em quando ainda se ouvia alguém gritar: “Briga de mulheres!!”.

– John, faz alguma coisa – Lizzie falou olhando assustada para tudo aquilo.

– Eu não vou conseguir resolver isso sozinho – John se defendeu, mas logo avistou Mike por entre as pessoas da rodinha, ele o chamou e apontou para as duas brigando.

Mike entendeu e afastou algumas pessoas, chegou perto das duas garotas, que ainda estava no chão e puxou Clara pelo braço, enquanto John se soltou de Lizzie e segurou Catherine.

– Solte-me, Mike!! – Clara gritava enquanto fazia força para sair dos braços de Mike, que a segurava fortemente.

– Clara, calma. Não que eu não queira ver você quebrando a cara da Catherine, mas eu não quero que você se ferre ainda mais – Mike falava baixo no ouvido de Clara, tentando acalmá-la.

Do outro lado da pequena rodinha, uma completamente assanhada Catherine gritava e fazia manha:

– Ela me atacou! Eu estou toda arranhada!! Ela tentou me matar! – Catherine falava enquanto Blair apenas a apoiava.

– Você mereceu, Catherine – John falou soltando a garota.

– Mike, me solta, por favor – Clara pediu sentindo seus olhos encherem de lágrimas.

– Promete que não vai fazer nada – Mike perguntou.

– Prometo – Clara falou com a voz falhando. Mike a soltou, ela apenas olhou para ele, olhou para a rodinha que havia se formado e saiu correndo, passando por Blair e batendo em seu ombro.

– Eu cuido dela – Mike falou olhando para John, que balançou a cabeça positivamente, e depois saiu correndo atrás de Clara.

A rodinha já havia sido desfeita, só restava Blair e Catherine reclamando.

– Catherine, só vou te avisar uma coisa: próxima vez, quem vai fazer questão de te bater, vai ser eu – John falou e saiu, sendo seguido por Lizzie.

– Eu não estou me sentindo confortável – Lizzie falou enquanto os dois andavam calmamente em um corredor.

– Porque? – John perguntou sem entender.

– Por que eu sinto como se a culpa de toda aquela briga fosse eu... – Lizzie falou abraçando John.

– Não foi Lizzie. A Catherine ultrapassou os limites e ela recebeu em troca por isso.

– É, mas agora a Clara não está nada bem. E ainda pode se meter em uma encrenca se essa briga chegar ao ouvido da diretora, o que eu tenho certeza que vai acontecer.

– Não se preocupa, Liz, sério. – John falou dando um selinho na namorada.

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Clara corria pelos corredores, tentando enxugar algumas lágrimas, quando sentiu seu braço ser puxado.

– O que você quer? – Clara perguntou rudemente.

– Quero saber porque você está chorando? – Mike perguntou também um pouco rude, mas logo se conteve.

– Por que eu fui humilhada, você não estava lá?- Clara perguntou gesticulando muito.

– Clara... – Mike a chamou.

– Mike, tudo que a Catherine falou é verdade... Tudo! – Clara finalmente desabafou, sentindo novas lágrimas caírem – Eu sou uma ridícula, eu roubei um namorado da minha melhor amiga em Miami... Eu sou exatamente como minha mãe, eu não sei ter limites.

– Clara, não faz isso...

– Ela era minha melhor amiga, sabe? A gente era como se fossemos irmãs, contávamos tudo uma para a outra. Porém, ela começou a gostar de um garoto, e ela não sabia que eu também gostava dele. E quando eles começaram a namorar, eu fiz de tudo para separá-los, e o pior, eu consegui. E sabe o que aconteceu? Eu fiquei sem a amiga e sem o namorado. Eu sou mimada, sempre quero tudo para mim, quero todas as atenções voltadas para mim... Eu já cheguei a me drogar para que minha mãe pudesse me notar! A Catherine tem razão, eu sou pior do que todas elas juntas!! – Clara chorava e Mike não sabia o que fazer.

– Clara, você não é assim! Você sabe que não é assim! Você é uma menina inteligente, simpática, pode até ser meio doida, mas isso é o que é melhor em você. Quanto a esse negócio da sua amiga, todos nós cometemos erros. O que nos difere é o que nós aprendemos com ele e sabemos nós perdoar por isso. Olha, eu não estaria aqui perdendo meu tempo falando essas coisas de livro de auto-ajuda se eu não achasse que você mereceria um pouco da minha atenção. Olha para a Lizzie, ela é muito sua amiga, ela te adora, Clara. Você é amiga de uma garota incrível, assim como você também é incrível. Não deixe que a Blair ou a Catherine te rebaixem porque elas não têm esse direito. Elas são um ‘nada’ comparado à você. – Mike falou abraçando Clara, tentando consolá-la.

– Obrigada, Mike.

– Ah sim, da próxima vez que for bater na Catherine ou na Blair, não esquece de me chamar para ajudar, ok? – Mike falou fazendo graça e Clara sorriu.

– Eu posso ser suspensa por isso – Clara comentou saindo do abraço de Mike, mas querendo voltar para lá.

– Bem, e dái? Valeu ou não valeu a pena ver a Catherine com todas aquelas marcas no rosto? Ela vai precisar de muita maquiagem para disfarçar tudo aquilo – Mike comentou e Clara riu alto.

– Srta. Spencer? – Uma voz chamou por Clara, que se virou e viu a secretária da diretora na sua frente.

– Sim? – Clara engoliu em seco.

– A diretora que vê-la... Agora!