Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são meus, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.

O CASAMENTO

Chiisana Hana

Capítulo XXIV

04 de outubro de 1987

Dia do casamento.

Os noivos acordam-se bem cedo e dirigem-se à cozinha. Com mais gente em casa, é preciso aprontar uma boa quantidade de comida para o café da manhã. Após ajudar Shunrei com as tarefas culinárias, Shiryu sai da casa.

Do lado de fora, ele observa o sol que acabara de nascer e depois, olha cuidadosamente para tudo a seu redor. Sentia que precisava guardar todas as imagens possíveis em sua mente, pois tinha certeza de que muito em breve retornaria à escuridão total. Seu olhar passa pelas mesas arrumadas, pelas flores vermelhas e brancas espalhadas por todos os lados. Dentro de poucas horas o juiz estaria ali, celebrando sua união com a mulher que ama, sua coisa mais preciosa.

-C-H-I-I-

Mais tarde. Todos começam a acordar. Shun vai direto para a cozinha ajudar Shunrei com o café, mas ao chegar lá encontra tudo pronto e os noivos conversando animadamente sobre o casamento.

(Shun) Vocês dois não têm jeito! Hoje é o dia em que se casarão e no entanto vocês ficam aqui fazendo o rango da galera!

(Shiryu) Não se preocupe, Shun. Estamos acostumados a acordar cedo.

(Shunrei) E já que é assim, viemos logo cuidar do café.

(Shiryu) Além disso, ela não consegue passar um dia sequer longe dessa cozinha, não é?

(Shunrei) É verdade! Adoro cozinhar!

(Shun, sorrindo) Bom, já que vocês cuidaram de tudo, eu pelo menos vou pôr a mesa.

(Shunrei) Obrigada, Shun.

Todos se sentam à mesa e tomam café. Tamanho prazer sentem nesse momento simples. Estão juntos, felizes e por isso, sentem-se leves. É como uma grande família desfrutando uma refeição. Demoram-se tanto saboreando esse pequeno prazer que quando finalmente terminam, já se aproxima o meio-dia.

Os retoques finais da arrumação da festa são realizados e então, tudo fica realmente pronto.

É hora de começarem a tomar banho e aí começa a confusão.

Organizadas, as mulheres definiram que cada uma teria no máximo 15 minutos. Somente a noiva teria mais tempo.

Os homens, confiando em sua fama de se arrumarem mais rápido, não se organizaram. Realmente homens se arrumam muito mais rápido, porém eles não contavam com duas coisas: Hyoga e Shun.

Hyoga é o primeiro a entrar no banheiro.

Vinte e cinco minutos depois...

(Shiryu) Por que deixamos o Hyoga ir logo?

(Ikki) Porque somos burros! Lógico que o metido a galã ia demorar!

(Shiryu) Maldição! Será que ele morreu aí dentro?

(Seiya) Deve estar retocando a tinta do cabelo.

(Shiryu) Vou chamar a Eiri para tirar ele daí...

Hyoga finalmente sai.

(Seiya) Pô, quase não saía mais, hein?

(Hyoga, indiferente) Eu demorei muito?

(Todos) Nãããããão, imagina.

(Seiya) Agora sou eu. Prometo que não vou demorar.

Ele cumpre a promessa e sai em menos de 5 minutos...

(Shiryu) Você tomou banho mesmo ou ainda continua com aquela mania de só molhar o cabelo?

(Seiya) Claro que eu tomei banho! É que eu sou muito ágil!

(Shiryu) Sei...

(Shun, chegando à fila) Pode ser eu agora?

(Shiryu) Tá, mas vê se não demora.

(Shun) Pode deixar! (tirando uma sacolinha que trazia enrolada na toalha)

(Ikki) O que é isso?

(Shun, fechando a porta) Ah, são meus cremes!

(Shiryu, desesperado) Cremes? Ah, meu Deus! Ele vai passar um ano aí dentro.

Meia hora depois, todos já estão arrancando os cabelos e Shun continua no banheiro, cantando alegremente.

(Ikki) Shun! Que merda você está fazendo aí? A gente também quer tomar banho!

(Shiryu) Sai logo, Shun! O noivo sou eu!

(Ikki) Shun, se você não abrir essa porta em trinta segundos, eu vou derrubá-la e arrancar você daí debaixo de porrada!

(Shun, abrindo a porta, com cara de inocente, enrolado numa toalha do Chococat, sob os olhares furiosos de Shiryu e Ikki) Que estresse!

(Ikki, dando um 'pedala' em Shun) Eu devia ter deixado que batessem mais em você.

(Shiryu) E eu estava quase indo tomar banho na cachoeira.

(Ikki) Shiryu! Está fazendo o quê aqui? (empurrando Shiryu para dentro do banheiro) Vai logo tomar seu banho!

Depois de Shiryu, Ikki também toma seu banho. Todos se arrumam. Quando estão finalmente prontos...

(Shun, olhando para Shiryu já arrumado) Está lindo, mas e o cabelo?

(Shiryu) O que tem meu cabelo?

(Shun) Vai ficar solto?

(Shiryu) Eu gosto dele assim.

(Shun) Você vai se casar de cabelo solto? Amarra!

(Seiya) Ah, Shiryu, até eu vou pentear o cabelo hoje! Você tem que dar um jeito nessa juba!

(Shiryu) Não quero amarrar.

(Shun) Ikki, o que você acha?

(Ikki) Acho que é coisa de boiola ficar discutindo sobre cabelo.

(Shun) Ah, deixa ele pra lá. Shiryu!Amarra esse cabelo!

(Hyoga) Não se deixe influenciar pelo Shun. Fique do jeito que você quiser.

(Shun) Hyoga! Se não quer ajudar, pelo menos não atrapalha.

E depois de muita confusão, Shiryu resolve amarrar o cabelo da discórdia.

(Shiryu) Está bem, eu me rendo. Amarrem, mas só um rabo de cavalo simples. Não comece a enfeitar, Shun!

(Shun) Ótimo! Vai ficar bem melhor assim.

(Shiryu, olhando-se no espelho) É...tenho que admitir... ficou bom.

(Seiya) Então vamos lá pra fora, não é?

(Shiryu) Vamos sim.

Todos saem. Enquanto isso, Saori acaba de chegar acompanhada de Julian, Tétis, Sorento e Tatsumi. Os quatro se acomodam na mesa que lhes fora designada, enquanto Saori vai ver a noiva.

(Saori, entrando no quarto e vendo Shunrei quase pronta) Olá, meninas. Shunrei,como você está bonita!

(Shunrei) Obrigada, Srta. Saori.

(Saori) Ora, não me chame de senhorita, sim?

(Shunrei, ansiosa) Está bem. Desculpe. Você viu Shiryu?

(Saori) Sim. Ele já está lá fora com os outros.

(Shunrei) O juiz já chegou?

(Saori) Ainda não.

(Shunrei, nervosa) Ai, meu Deus! Se o juiz não vier?

(Saori) Fique calma, ele vem. Ainda está cedo. Vai dar tudo certo!

(Shunrei) Assim espero!

Lá fora...

(Seiya, para Shiryu, depois de ver Saori chegar com Julian) Então era ele a visita misteriosa da Saori? Espere. Como assim visita? Eles se beijaram na boca! A Saori está namorando esse estrupício?

(Ikki) Quem namorou você, namora qualquer coisa.

(Seiya) O quê?

(Hyoga) Ele até que é bonito. Você está com ciúmes, isso sim.

(Seiya) Não é ciúme, tá? Eu quero proteger a Saori das garras desse sujeitinho.

(Ikki) Que proteger o quê? Você está é se mordendo porque ela mal acabou o namoro com você e já tratou de arrumar outro pateta.

(Seiya) Você está me provocando. Quer brigar, é?

(Ikki) Pode vir, nanico.

(Shiryu, afastando-se) Ah, não! Vamos parar com isso! Já está ficando chato isso de vocês quererem brigar a cada cinco palavras que trocam. Eu não quero mais saber!

(Ikki) Olha... Shiryu está nervosinho.

(Shun) Claro! O coitado vai se casar hoje e vocês ficam encrencando!

(Ikki) Ok, ok. Não vou começar.

(Seiya) Mas quando voltarmos para Tóquio você vai ver só.

(Shun) É, Seiya, não foi só a Saori. A Mino também já esqueceu você. Olha ela lá com o Jabu.

(Ikki, rindo) Coitada! Trocou um ruim por um pior ainda.

(Seiya) Dessa vez vou ter que concordar com o esquentadinho. Ninguém merece namorar o Jabu.

(Shun) Ela parece muito feliz.

(Seiya) Não sabe o que a aguarda.

Shiryu vai até a mesa onde estão Jabu e Mino, além dos outros cavaleiros de bronze 'menores'.

(Shiryu) Sejam bem vindos a Rozan!

(Jabu) Obrigado, Shiryu!

(Mino) Está tudo tão bonito!

(Shiryu) Nós fizemos tudo com muito cuidado.

(Mino) E você, como está se sentindo?

(Shiryu) Estou nervoso, ansioso, mas muito, muito feliz. É uma expectativa muito boa.

(Jabu, olhando para Mino) Acho que em breve sentirei isso.

(Shiryu) Será que em breve teremos mais um casamento para ir?

(Jabu) Se depender de mim, claro.

(Mino) Ah, Jabu, não seja tão apressado!

(Jabu) Não é pressa, é amor!

(Mino) Está vendo, Shiryu? Ele continua inconseqüente!

(Shiryu) É um passo importante. Deve ser bem pensado e desejado pelos dois. Se a Mino acha que ainda não é hora, o melhor a fazer é esperar. (ao ver outros convidados chegando, acompanhados de Mu) Bom, fiquem à vontade. Com licença.

Shiryu se dirige à mesa onde os convidados trazidos por Mu estão se acomodando.

(Shiryu) Hilda, Siegfried. Sinto-me muito honrado por vocês terem aceito meu convite.

(Hilda) Obrigada, Shiryu. Não poderíamos recusar um convite tão amável.

(Freya) E já faz tempo que não temos festas em Asgard!

(Hilda) Freya, querida, contenha-se.

(Haguen, vendo Hyoga ao longe e puxando Freya) É, fica aqui, Freya.

(Fenrir) Bom, Shiryu, esse lugar é mesmo muito bonito. Acho que eu teria gostado de crescer aqui.

(Shiryu, rindo) Pra ficar com um gosto bom?

(Hilda) Como?

(Fenrir) É que eu disse a ele que possivelmente sua carne teria um gosto bom porque ele cresceu numa terra ensolarada...

(Todos riem)

(Shiryu) Não foi muito agradável ser mordido por seus lobos, mas tudo bem. Parece que foi há tanto tempo. Tudo parece que foi há muito tempo.

(Alberich) O lugar é lindo, sim. Mas que calor infernal. Acho que vou derreter.

(Mime) Não está quente, Alberich. E é muito bonito.

(Alberich, resmungando baixinho) Ah, não, né? Nadinha.

(Thor) Pare de reclamar. Você sabe que a Hilda não gosta.

(Alberich, ainda sussurrando) E você sabe que ela vai se casar com o Siegfried, mas continua apaixonado por ela.

(Shido) Vai começar.

(Bado) Não quero nem saber. Por mim, que se matem.

(Mime) Não provoque, Alberich.

(Alberich) Eu não provoco. Eu só falo a verdade. Doa a quem doer.

Mais adiante, um grupo de pessoas se aproxima, liderados por alguém que Shiryu conhece muito bem.

(Shiryu) Mestre!

(Dohko, abraçando o discípulo) Shiryu!

(Shiryu, chorando) É tão bom revê-lo!

(Dohko) Estou muito orgulhoso de você. Já tive muitos sonhos nessa minha longa vida, mas o maior deles era ver você e Shunrei juntos, felizes. Agora eu sei muito bem o que um pai sente ao casar um filho. Sim, porque se eu tivesse um filho, eu gostaria que ele fosse exatamente igual a você.

(Shiryu, chorando) Mestre, o senhor sabe que sempre o considerei meu pai.

(Dohko) Eu sei. Agora pare de chorar. Não quero que se case com a cara vermelha.

(Shiryu, enxugando as lágrimas) Claro, mestre.

(Dohko) Agora vou lá dentro falar com Shunrei.

Com Dohko, vieram todos os cavaleiros de ouro, Marin, Shina e Orfeu, além de Lithos, que já estava bem crescidinha.

(Ikki, para Shaka) Ora, ora. Você também veio. Achei que não gostasse de festas. Vai um vinhozinho?

(Shaka) Eu não tenho o mau hábito de consumir álcool.

(Ikki) Toma um golinho. Isso não vai afetar a sua santidade.

(Shaka, afastando-se) Não, obrigado.

(Mu, para Shaka) Que tem de mal em tomar um pouco de vinho? Isto aqui é uma festa! Tente se divertir pelo menos uma vez na vida!

(Shaka) Olha só quem fala! Você também não é de freqüentar festas!

(Mu) Sim, é verdade, mas hoje eu vou me divertir à beça! Pode crer! Estou sentindo que vai ser ótimo! Essa festa promete!

(Milo) Olha, o carneiro está animadíssimo!

(Mu) E por que não estaria? Isso é uma festa!

(Aldebaran) Você não começou a beber antes da hora, começou?

(Mu) Qual é o problema de vocês? Um homem não pode se alegrar?

(Shura) Assim, do nada, não.

(Mu) Do nada? Um grande amigo vai se casar hoje! É um bom motivo para eu me alegrar. Vocês são mesmo uns insensíveis. Até você, Afrodite.

(Afrodite) Eu? É que eu não ligo muito para casamentos.

(Máscara da Morte) Mas para a decoração da festa você liga, não é?

(Afrodite) Bom, tenho que admitir que a decoração está bonita. Esse vermelho é muito elegante. E apesar de terem usado o dourado, foi só em alguns detalhes. Ficou de muito bom gosto.

(Máscara da Morte) Depois dessa análise, eu preciso de uma bebida bem forte!

Seiya se aproxima do grupo. Cumprimenta a todos e se dirige a Marin, Aiolia e Lithos.

(Seiya) Marin! Aiolia!

(Marin) Olá, Seiya!

(Seiya) Hum... quer dizer que vocês estão juntos mesmo, hein? Finalmente desencalhou, hein, mestra!

(Marin) Você não aprende boas maneiras, hein?

(Seiya) E quem é essa? É a tal de Lithos?

(Lithos, indiferente) Sou eu mesma. E você é o discípulo babaca da Marin.

(Seiya) Quê?

(Lithos) Todo mundo fala no cavaleiro de Pégasus. Eu pensei que você fosse mais alto e mais bonito.

(Seiya) Eu sou lindo!

(Lithos) Só se for para o padrão do inferno.

(Seiya) Garota chata.

(Aiolia, rindo) Ela é geniosa.

(Marin) Teve em quem se espelhar. Alguém aqui era exatamente assim na adolescência.

(Aiolia, rindo) Imagina! Eu era um anjo!

(Marin) Sei... Mas Seiya, você já viu quem está ali conversando com o Orfeu?

(Seiya, procurando Orfeu com o olhar) Shina!

(Aiolia) Se eu fosse você, ia lá falar com ela.

(Seiya) É isso mesmo que eu vou fazer.

(Marin) Acho bom.

(Seiya, para Orfeu) Oi, Orfeu. Tudo bom, Orfeu? Tchau, Orfeu. Dá licença que eu quero falar com a Shina.

(Orfeu) Tudo bem, mas podia pelo menos ser mais educado, não?

(Seiya) Não estou com tempo para educação. Preciso resolver uma coisa.(para Shina, nervoso) Olá, Shina.

(Shina) Diga logo o que você quer.

(Seiya) Recebeu minha carta?

(Shina) Aquela porcaria? Recebi.

(Seiya) E o meu presente.

(Shina) Recebi também.

(Seiya) E...?

(Shina) E nada. Recebi. Ponto final.

(Seiya) Gostou?

(Shina) Do quê?

(Seiya) Do presente!

(Shina) Odiei aquela cobra idiota. Rasguei aquela droga com as unhas.

(Seiya) E quanto à carta? Você nem se deu ao trabalho de responder.

(Shina) E por que responderia?

(Seiya) Pra me dar notícias, ora!

(Shina) Eu não sou jornal.

(Seiya) Shina! Por que está me tratando desse jeito?

(Shina) Que jeito, imbecil?

(Seiya, pensando) Ai, que saco! Mas eu não desisto! (para Shina) Olha, já estou andando sem muletas.

(Shina) Estou vendo e daí? Cala essa boca que a noiva vai sair da casa. A cerimônia está prestes a começar e eu pretendo assisti-la.

(Seiya) Tudo bem, eu calo a boca, mas vou ficar aqui do seu lado.

(Shina) Desde que fique calado e não encoste em mim, pode ficar onde quiser.

Continua...

-C-H-I-I-