O Casamento escrita por Chiisana Hana


Capítulo 23
Capítulo XXII


Notas iniciais do capítulo

Fanfic velhíssima que ainda não está completa aqui no Nyah!



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Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são meus, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.

O CASAMENTO

Chiisana Hana

Capítulo XXII

Rozan, após o almoço.

(Shiryu) Agora vamos sair para arrumar tudo lá fora.

(Shunrei) E eu vou cuidar da comida.

(Seika) Eu quero ajudar!

(Ikki, com um sorrisinho sarcástico) A Pandora também quer, mas tem vergonha de admitir.

(Pandora, incrédula) Eu?

(Shunrei) Se não quiser, não precisa.

(Pandora) Ótimo, porque eu não quero mesmo. Detesto cozinha!

(Shun) Ah, mas eu quero ir!

(Ikki) Pronto, é Shunrei e ShunGAY!

(Shun) O que foi que você disse?

(Ikki, rindo) Nada.

(Seika, grudada no braço de Shun) Shunzinho, o Ikki é sempre assim?

(Shun) Pior é que é. Mas eu gosto dele. Fazer o quê, né? Vamos lá para a cozinha (soltando-se de Seika) Shunrei, o que podemos fazer?

(Shunrei) Ah, tem bastante coisa.

(Pandora) Você é a noiva, queridinha. Não devia ficar metida na cozinha.

(Shunrei) Mas eu gosto! Além disso, quase toda a comida da festa vai ser feita por uma senhora do povoado. Só vou fazer algumas coisinhas especiais e adiantar o jantar de hoje e o café de amanhã.

(Shun) Então vamos começar logo porque a tarde passa rápido.

Enquanto arrumam as mesas do lado de fora, Seiya e Shiryu conversam.

(Shiryu) Então você e Saori não estão mais juntos?

(Seiya) É e eu gostaria de saber como você adivinhou.

(Shiryu) Eu não adivinhei. Intuitivamente eu sabia que vocês teriam problemas.

(Seiya) E por que não me avisou?

(Shiryu) As pessoas só crescem quando aprendem com seus próprios erros.

(Seiya) Ai, você sempre está certo. Que coisa! Você é tão... tão... maduro.

(Shiryu) É, eu me sinto bem mais velho do que realmente sou.

(Seiya) Por isso essa pressa para casar?

(Shiryu, sorrindo) Talvez.

(Seiya) E a Shunrei? Ela também é tão novinha.

(Shiryu) Ela também sente como se já fosse mais velha apesar de ser um ano mais nova que eu. Quando cheguei aqui, ela tinha sete anos e já cuidava da casa do Mestre. Shunrei faz os trabalhos domésticos desde que se entende por gente. É como se ela tivesse pulado a infância.

(Seiya) Acho que é a mesma coisa que nós todos sentimos.

(Shiryu) Menos você, é claro, afinal você continua sendo criança até hoje!

(Seiya) Eu? Que nada! Eu só finjo! Sabe, acho que essa sua pressa para casar é por causa da noite de núpcias e não por causa do casamento propriamente dito! Aposto que você continua virgem!

(Shiryu, envergonhado) E aposto que você também!

(Seiya) Como é que você agüenta, hein? Sim, porque você deve ver a Shunrei em trajes sumérios...

(Shiryu, rindo) É sumário, Seiya!

(Seiya) Isso... trajes sumários... ou até sem traje nenhum.

(Shiryu, vermelhíssimo) Isso não é da sua conta!

(Seiya) Fala aí, você já viu ela pelada?

(Shiryu, ainda muito vermelho) Seiya!

(Seiya) Sou seu irmão, pode contar! Não vou espalhar!

(Shiryu) Não vou lhe contar nada!

(Ikki, aproximando-se) Vocês estão falando putaria, não estão? Shiryu está vermelho que nem um camarão.

(Seiya) Eu só perguntei se ele já viu a Shunrei pelada e ele ficou assim.

(Ikki) Só isso? Pô, você está mal, Shiryu. Ficar vermelho por uma bobagem dessas. Mas e aí, viu ou não viu?

(Shiryu) Parem! Agora são os dois!

(Ikki) Melhor falar logo porque nós não vamos desistir!

(Shiryu) Para que vocês querem saber isso?

(Ikki) Para nada, só querermos ver você ficar ainda mais nervoso.

(Shiryu, dando de ombros) Não vou entrar no joguinho de vocês!

(Seiya) Volta aqui!

(Ikki) Deixa ele. É um tonto mesmo.

Pandora cansa de ficar na cozinha observando Shunrei, Shun e Seika trabalharem e agora está sentada debaixo de uma árvore, reclamando do calor, mas ninguém liga muito pra ela.

-C-H-I-I-

Mais tarde.

Tudo está pronto para o casamento. As mesas estão arrumadas do lado de fora da casa, todas as decorações já estão em seus devidos lugares. Agora todos estão na sala esperando pelo jantar. Num canto, Shun choraminga.

(Seiya) Ô, Shun, pára de chorar. O que foi dessa vez? Conta pra mim.

(Shun, chorando) É que eu vi matarem galinhas hoje! As coitadinhas! Depois eu arranquei as penas das pobrezinhas! Doeu meu coração! Eu vou ser castigado!

(Shiryu) Se você for castigado por arrancar penas de galinhas mortas imagine o que pode acontecer comigo? Matei uns quinze porcos essa semana.

(Shun, revoltado, mas ainda chorando) Assassino! Serial killer de porquinhos!

(Shiryu, rindo) É a lei da sobrevivência, Shun! Sem matança, sem comida. Sem comida, sem festa de casamento. E se não tiver casamento, quem morre sou eu.

(Ikki) Que conversa de fresco! Ainda tem algum bicho pra matar? Se tiver, eu me candidato pra ser o matador. Adoro ver sangue escorrendo! Aliás, Shiryu, você devia ter me esperado para matar esses porcos.

(Shun, ainda chorando) Meu próprio irmão querendo sacrificar vidas inocentes! É por isso que eu sou vegetariano! Nunca vou comer os frutos de assassinatos cruéis.

(Seiya) Se você pensar bem, Shun, vegetais também são seres vivos, então, quando você come uma cenoura, você está matando ela. Também é assassinato.

(Seika) Cala a boca, Seiya! Desse jeito ele pára de comer e morre!

(Seiya) Morre nada!

(Shun) Aaaaahhhhhh! Eu não mereço viver! Tenho comido seres inocentes a vida inteira!

(Pandora) Cunhadinho, você esqueceu de tomar seu remédio para os nervos?

(Ikki) Eu vou dar uns tapas nele!

(Pandora) Acho bom.

(Shiryu) Deixem que eu resolvo isso. Vem cá, Shun. Pára de chorar. Olha só, NÓS somos uns selvagens, comemos os bichinhos, mas é para sobreviver. Não chora, não. Não tem mal nenhum em você comer seu vegetais. Eles não pensam, não têm sentimento. Você não está assassinando uma cenoura quando a come, você está tornando-a útil, sabe? A função dela é alimentar as pessoas.

(Ikki, rindo) Olha, cenoura tem outras funções menos nobres.

(Pandora) O Shun deve conhecer essas bem!

(Shiryu) Assim vocês não estão ajudando!

(Shun) Sniff... sniff... é... está bem, não vou chorar mais.

(Ikki, bocejando) Palhaçada. Já chega, vamos jantar ou não?

(Shunrei, que estava na cozinha e pegou a confusão já no final). Claro, Ikki. (para Shiryu) O que está acontecendo? Por que o Shun estava chorando?

(Shiryu) Não foi nada, meu amor. (sussurrando) Ele só deu um chilique. O Shun às vezes tem esses rompantes de sensibilidade extrema.

(Pandora) Você quer dizer rompantes de frescura.

(Ikki) Eu não disse que ela ouve tudo!

Todos se sentam à mesa. Shunrei serve o jantar. Mu e Kiki ainda estão lá.

Hyoga e Eiri chegam.

(Hyoga) Boa noite! É aqui que teremos um casamento?

(Todos) Hyoga!

(Shiryu) Achei que você ia telefonar para eu ir buscá-los lá embaixo.

(Hyoga) Ah, não precisou. Eu tinha contratado um motorista que conhecia bem a região, por isso achei melhor não incomodar você.

(Shunrei) Sejam bem vindos!

(Seiya) Bom, finalmente estamos todos reunidos mais uma vez.

(Shun, com os olhos marejados) É emocionante!

(Ikki) Não comece a chorar!

(Shun) E você não comece a implicar!

(Hyoga) Pelo visto, as coisas não mudaram nada.

Após o jantar, todos resolvem entregar seus presentes aos noivos. Como de costume no Japão e na China, trouxeram envelopes recheados de dinheiro.

(Seiya) Eu sei que vocês não precisam de grana, mas casamento é casamento. E a tradição manda a gente dar os envelopinhos.

(Shiryu) Obrigada, Seiya, mas não precisa mesmo.

(Seiya) Agora não quero saber. Já tirei o dinheiro do banco, comprei o envelope. Vai ter que aceitar.

(Shun) O meu e de Ikki também.

(Hyoga) E o meu, claro.

(Shiryu) Ok. Não vamos brigar por isso. Nós aceitamos. Muito obrigado.

(Pandora) Eu não sou japonesa, não estou nem aí para as tradições do Japão e, por isso, trouxe um presente mesmo.

(Ikki) Eu falei pra você esquecer isso!

(Pandora) Eu faço o que eu quero, não o que você diz! (Pandora vai até o quarto e volta com um pacote; entrega-o a Shunrei) Espero que gostem.

(Shunrei, ao abrir o pacote, ruboriza violentamente e o fecha) São muito... muito... muito...

(Pandora) Excitantes, queridinha!

(Shunrei, sem jeito) É... são...

(Shiryu, sem entender) Do que se trata, Shunrei?

(Shunrei, falando ao ouvido dele) São umas calcinhas muito pequenas e muito transparentes... depois eu mostro pra você...

(Seiya) Gente, o que é? Eu quero ver! Mostrem logo!

(Shunrei) Melhor não mostrar...

(Pandora, falando alto) O que tem de mais, queridinha? São só umas lingeries super sexies! Vocês vão adorar!

(Ikki) Lingerie sexy? Daquelas que você usa? Pirou? A Shunrei não é como você! Ela não vai usar lingerie de puta.

(Pandora) Lingerie de quê? Você está me chamando disso aí?

(Ikki) Eu não disse que você é puta, disse que você usa calcinha de puta. É bem diferente.

(Pandora) No dia que a minha paciência com você acabar, você vai dormir homem e acordar eunuco.

(Ikki, puxando Pandora para fora da casa) Vamos lá fora que eu quero falar umas coisas pra você.

(Seiya) Eunuco? Não entendi.

(Shiryu) Deixa pra lá.

(Seiya) E você, Mu? Não vai dar presente nenhum?

(Seika) Seiyaaaaaa! Deixa de ser mal-educado!

(Mu) Isso não é da sua conta, mas, só pra constar, já dei meu presente.

(Seiya) Ah, e o que foi?

(Mu) Como eu disse, não é da sua conta. E agora eu vou embora. Kiki, você vem comigo. Temos uma coisa pra resolver. Shiryu, tente relaxar. Está tudo sob controle! Não precisa ficar tão tenso.

(Shiryu) Vou tentar. Obrigado por tudo!

(Mu) De nada.

-C-H-I-I-

Uma semana antes do casamento.

Shunrei está em casa preparando o jantar. Shiryu desceu até o povoado para fazer compras.

(Mu, batendo à porta da casa) Boa noite, Shunrei Vim fazer meu presente de casamento.

(Shunrei) Ah, boa noite, Mu. Pode entrar! Está aberta.

(Mu) Estou entrando!Tudo bem?

(Shunrei) Sim. Mas Shiryu ainda não chegou.

(Mu) Ele já deve estar vindo. Está cheia de coragem?

(Shunrei) Sim. Shiryu falou que vai doer, mas eu não estou com medo.

(Mu) Não vai doer tanto assim. Eu sou bom nisso. Shiryu está chegando.

(Shunrei) Eu sei. Também posso sentir.

(Mu, surpreso) O cosmo dele?

(Shunrei) Não sei se é o cosmo... Mas eu sinto quando ele está chegando.

(Mu) Interessante...

(Shunrei) Não é? O mestre diz que é porque eu o amo demais.

(Mu) Deve ser.

(Shiryu, entrando na casa) Mu? Já? Estou atrasado.

(Mu) Não, não. Eu me adiantei.

(Shiryu, beijando a testa de Shunrei) Boa noite, meu amor.

(Shunrei) Boa noite, querido. O jantar já está pronto.

(Shiryu) Então, Mu, jantamos primeiro ou fazemos o trabalho primeiro?

(Mu) Acho melhor jantarmos logo. O trabalho vai ser demorado.

Os três jantam juntos e depois, seguem para o quarto.

(Mu) E agora, começo por você, Shiryu? Ou primeiro a dama?

(Shiryu) O que você prefere, minha florzinha?

(Shunrei, respirando fundo) Você primeiro. Quero ver como é...

(Mu) Melhor assim. Dá tempo de ela desistir se se assustar muito.

(Shiryu) Se eu a conheço bem como penso, ela não vai desistir.

(Shunrei) Não mesmo!

(Mu) Vamos lá. Shiryu, tire a camisa e eleve seu cosmo para que eu possa ver o dragão em suas costas. Você quer dentro da garra direita, não é?

(Shiryu) Sim.

(Mu) Bom, então vamos lá, vamos fazer sua segunda 'kakoushibori'.(1)

(Shiryu) Todo mundo acha que o dragão aparece nas minhas costas por mágica.

(Mu) E ele não passa de uma kakoushibori. Uma tatuagem oculta, feita com produtos químicos, como o óxido de zinco. Ela só aparece em ocasiões especiais, como após uma relação sexual, ou quando a pessoa está alcoolizada. No seu caso, ela aparece também quando seu cosmo se eleva. Mu começa a tatuar o nome de Shunrei com a tal tinta especial, exatamente dentro da garra direita do dragão. Utiliza 'agulhas' de bambu muito rudimentares. Sangra um pouco. Ao terminar, ele simplesmente passa a mão sobre a tatuagem e ela pára de sangrar.

(Mu) Shunrei, é a sua vez. Tem certeza de que quer fazer?

(Shunrei) Claro!

(Mu) Você é corajosa! Como você quer?

(Shunrei) Com a tinta comum eu quero o nome dele, pequeno, no mesmo lugar que você tatuou meu nome nas costas dele. Não é aí que do outro lado temos o coração?

(Shiryu) Isso mesmo.

(Mu) Corajosa e decidida. Boas qualidades. Vamos começar, por favor. (envergonhado, gesticulando para que ela se dispa) ... a blusa...

Um pouco envergonhada, ela tira a blusa. Mu começa a fazer a tatuagem com a mesma tinta usada em Shiryu. A pele da menina sangra bastante, o que assusta Shiryu um pouco. Shunrei, no entanto, agüenta firme. Ao terminar, Mu repete o processo de estancamento do sangue.

(Mu) Acabou.

(Shunrei) Mu... eu gostaria de uma kakoushibori também...

(Shiryu) Shunrei, não vai ser muito doloroso?

(Shunrei) Não. Eu quero.

(Mu) O quê e onde você a quer?

(Shunrei, corando) Shiryu, não quero que você veja. Mu disse que a kakoushibori aparece quando se faz amor... você só vai vê-la quando isso acontecer...

(Shiryu, sorrindo intrigado) Está bem... mas veja lá o que e onde vai tatuar. E Mu, veja lá o que vai fazer sozinho com minha florzinha aqui nesse quarto!

(Shunrei, para Shiryu) Você vai gostar.

(Shiryu, beijando-a na testa, mas bastante envergonhado por ela ainda estar sem blusa) Tenho certeza que sim. Eu amo você.

(Shunrei) Também amo você.

Shiryu sai do quarto e se senta no sofá. Algum tempo depois, Mu e Shunrei também saem.

(Shiryu) Até que enfim! Achei que tinham morrido aí dentro.

(Mu) É que a tatuagem foi meio trabalhosa. Nem achei que ela fosse agüentar...

(Shunrei) Como não! Eu não sou uma molenga!

(Shiryu, abraçando-a) Claro que não é.

(Shiryu e Shunrei, juntos) Obrigado, Mu.

(Mu) Por nada. As kakoushibori vão sumir em algumas horas e só vão reaparecer quando vocês... bom, vocês já sabem...

Continua...

-C-H-I-I-


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Notas finais do capítulo

(1) De fato, a kakoushibori existe e aparece nas tais situações que eu citei e também quando o sujeito toma banho quente. A minha amiga Nina Neviani (grande Nina!) indagou se ela não apareceria também quando da prática de esportes intensos e, pesquisando um pouco mais, descobri que pode acontecer sim. Ao que parece, na vida real, esse tipo de tatuagem aparece somente com um tom de vermelho ou marrom e não colorida como o dragão de Shiryu, mas em anime pode tudo...

Fontes de pesquisa sobre a kakoushibori:

Revista Mundo da Tatuagem, tese de Célia Ramos

Inscriptions Tégumentaires de la Loi (ou algo assim, não lembro o autor... já fiz muito em lembrar o nome do livro...)

—C-H-I-I-

Aí, pessoal!

Esse capítulo ficou enoooorme! Mas acho que valeu à pena, não?



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