O Casamento escrita por Chiisana Hana


Capítulo 13
Capítulo XII




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Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são meus, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.

O CASAMENTO

Chiisana Hana

Capítulo XII

(Shun, que voltara ao quarto ao ouvir os gritos de Ikki) Calma, meu irmão! Eu estou aqui com você. Está tudo bem!

(Ikki, gritando) Não! Não! Não!

(Shun, acordando Ikki) Calma, Ikki. Foi só um sonho ruim. Já passou.

(Ikki, assustado) Shun... foi horrível.

(Shun) Posso imaginar.

(Ikki) Não, você não pode. Foi como se eu tivesse sido atingido pelo meu próprio Golpe Fantasma. Eu sempre tenho sonhos ruins, mas esse de hoje supera todos os outros.

(Shun) Está tudo bem agora. Tudo bem, certo? Vou dormir aqui com você hoje. Essa é a nossa última noite na mansão Kido. Amanhã vamos para um apartamento que aluguei. (longa pausa) Desculpe incluir você. Esse é o MEU plano. Se você quiser, pode ir para outro lugar. Eu não vou chorar. Não sou tão idiota. Só peço que você não desapareça como já é de costume.

(Ikki) Ora, Shun! (pensando) É assim que eu gosto de ver! (para Shun, tentando demonstrar indiferença) É como eu disse antes, por enquanto fico aqui, o que farei depois eu não sei. Não gosto de ficar no mesmo lugar por muito tempo. Nasci para voar, sabe?

(Shun, tristonho) Eu entendo. Vamos dormir...

--C--H--I--I--

Manhã do dia seguinte. Shun acorda. Não tinha conseguido dormir direito pensando no pesadelo do irmão. Decide subir para ver se Hyoga já havia acordado. Queria conversar, pois se sentia um pouco sufocado. Lá em cima, no corredor, vê Shiryu e Shunrei saindo justos do quarto dele...

(Shunrei e Shiryu, sorrindo) Bom dia, Shun!

(Shun) Bom dia! Nossa, quantos sorrisos, hein?! Pelo menos alguém está feliz.

(Shiryu) Sim, mas por que você está assim, abatido, triste?

(Shun) Bom, primeiro porque briguei feio com o Ikki. Já nos reconciliamos, está tudo bem. Mas depois, ele teve um pesadelo e eu não consegui parar de pensar que ele tem esses sonhos ruins todas as noites. Deve ser péssimo.

(Shiryu) Ah, sim. Com certeza.

(Shun, meio sem jeito) Vocês... ehr... vocês...

(Shiryu) Quer saber se dormimos juntos?

(Shun, envergonhado) Sim. Desculpem, fiquei curioso.

(Shiryu) Dormimos, sim. (enfático) Só dormimos!

(Shun) Eu acredito em vocês. Não se preocupe que eu não vou espalhar.

(Shiryu) Eu sei.

(Shun) Foi muita sorte vocês terem me encontrado ao invés do Tatsumi.

(Shiryu) Com certeza!

--C--H--I--I--

Mais tarde, quando todos se reúnem para o almoço, Saori tem algo a dizer...

(Saori) Rapazes, tenho uma coisa muito importante para falar com vocês. Antes de morrer meu avô lhes deixou uma carta onde ele explica as razões para seus atos. Vou lê-la para vocês.

Queridos filhos que não tive a oportunidade de amar,

Todos vocês devem sentir muito ódio por mim, pois acreditam que eu não passo de um velho sórdido. Esta carta não tem a pretensão de justificar os erros e deslizes de uma vida desregrada. Com ela, espero somente que vocês estendam que, no fundo, tudo que eu fiz teve uma razão.

Vocês já devem saber que tive muitos, muitos filhos. Do total, que sequer sei ao certo, 100 estavam no orfanato que criei para eles. Entre eles, estava meu filho legítimo, Mei. O restante, em sua grande maioria, era fruto de orgias com prostitutas (envergonha-me lembrar disto, mas é impossível fugir da realidade). Alguns poucos eram filhos de paixões fugazes.

Não foi minha intenção mantê-los num orfanato. Tudo começou quando uma de minhas amantes deixou em minha porta o filho que tivemos. E um dia, como se tivessem combinado (e realmente acho que combinaram), as outras começaram a me entregar mais crianças. Eu não podia deixar de acolher meus próprios filhos, mas seria um escândalo monumental se essa história vazasse. Vocês sabem que sou rico e influente. Então, criar o orfanato foi a solução. Eu os manteria por perto e vocês teriam conforto, estudo, lazer. E jamais saberiam a verdade.

Mas uma viagem à Grécia mudou tudo. O encontro com aquele homem foi decisivo. Ele estava mortalmente ferido e me entregou um bebê dizendo que se tratava da reencarnação da deusa Athena. E eu, que nunca acreditei em deuses mas sempre amei a mitologia grega, aceitei cuidar daquela criança. A princípio, ela iria para o orfanato como vocês, mas percebi que realmente aquela era uma criança especial. Assim, tornei-a ‘minha neta’.

Mas com a menina, veio o dever. Era preciso formar o exército da deusa pois quando o mundo precisasse, eles tinham de estar prontos. A solução foi sacrificar vocês, meus filhos.

Assim, 100 meninos, incluindo Mei, meu filho legítimo, foram enviados para diversas partes do mundo, onde enfrentaram treinamentos árduos.

Muitos terão se perdido nessa trajetória, mas certamente alguns sobreviveram. E esses sempre se perguntarão por que eu, sabendo ser pai de todos vocês, nunca fui capaz de lhes dirigir um gesto de amor. Eis a resposta: não criar laços afetivos foi um meio de abrir mão de vocês em prol de uma causa maior.

Não sei em que ano essa carta será lida, nem quantos de vocês sobreviverão ao treinamento e se tornarão cavaleiros de Athena. No entanto, deixo esta carta e, junto com ela, um testamento reconhecendo todos os sobreviventes como meus filhos.

Espero que vocês me perdoem e que sejam felizes...

Mitsumasa Kido”

(Saori, emocionada) É isso, rapazes. Vocês foram reconhecidos como filhos legítimos do meu avô, assim como os outros cinco cavaleiros de bronze que não vieram ao jantar. O testamento que foi aberto assim que ele faleceu está revogado. Este aqui é o que vale agora. Já foi providenciada a retificação das certidões de nascimento de vocês e a transferência dos bens e valores que lhes cabem. Espero que assim vocês possam recomeçar suas vidas mais facilmente. Bom, agora vou deixá-los a sós para que se despeçam... (saindo da sala) Mas não vão embora antes de se despedirem de mim, ok? Estarei lá no escritório.

(Todos) Pode deixar!

(Seiya) Isso quer dizer que ficamos milionários?

(Ikki) É, né, besta!?

(Shun, chorando) Ah, no final das contas somos mesmo irmãos! Isso é tão comovente.

(Seiya, sussurrando para Hyoga) Sei que somos cavaleiros e que agora ficamos milionários por causa do velhote safado, mas eu ainda tinha esperança de não ser filho dele.

(Hyoga, também sussurrando) Quem dera. Mas essa carta aí não me fez mudar de idéia. Ele engravidou um monte de mulheres, criou um orfanato e enfiou a filharada lá. Depois mandou todos para treinamento. Foi um jeito cruel de diminuir de 100 para 10 filhos...

(Seiya) Pois é, num tinha pensado nisso. Velhote sacana...

(Shiryu) Parem com isso! Não ligo a mínima se sou filho do Kido ou não, se ele era safado ou não. O que me importa é a herança que ele deixou.

(Seiya) O quê? Você dizendo isso? Você não era assim. A grana já te corrompeu?

(Hyoga) Ele já andava sonhando com isso há tempos!

(Ikki) Quem diria que o bobão estava de olho na bufunfa!?

(Shiryu) Não é nada disso. Ninguém aqui tinha onde cair morto e eu muito menos. No entanto, tenho planos concretos para o futuro e essa herança veio numa boa hora. Com esse dinheiro posso arrumar a casa e me casar logo.

(Shun) Ai, que fofo! Esse casamento vai ser tão lindo! Eu quero ser padrinho.

(Ikki) Argh... vamos logo nos despedir para podermos ir embora antes que o Shun comece o chororô.

(Hyoga, parecendo distante) É melhor mesmo. (pensando) Aquele velho safado fez das nossas vidas um inferno e agora nos deixa essa herança porque acha que essa porcaria vai curar as feridas que ficaram nas nossas almas. Como se fosse fácil. O preço que eu paguei por tudo isso foi tão alto que nem todo o dinheiro do mundo seria suficiente. Eu só me conformaria se essa grana pudesse trazer minha mãe de volta, mas infelizmente não pode. (para todos) Bom, pessoal, eu vou indo. (tentando parecer indiferente) Sentirei saudades de vocês.

(Seiya) Nós também sentiremos sua falta. Quem sabe a gente organiza uma caravana para ir visitá-lo na Rússia!!

(Hyoga) Vão mesmo! Vai ser um prazer.

(Shun, abraçando Hyoga) Tchau, amigo. Boa sorte! Ei, mas onde fica a Eiri nessa história? Você não estava saindo com ela?

(Hyoga) A Eiri fica aqui. Posso mandar um cartão de Natal para ela.

(Seiya) Coitada da moça!

(Shun) Deve ter criado tanta esperança.

(Shiryu) Foi o que eu falei para ele!

(Hyoga) Problema dela! Eu não prometi nada.

(Shun) Você é quem sabe...

(Shiryu) Cuidado para não magoá-la.

(Hyoga) Vocês estão com pena dela, mas e de mim, quem vai ter pena?

(Shiryu) Você não precisa da pena de ninguém.

(Hyoga) Essa conversa está me aborrecendo.

(Shiryu) Está bem. Boa sorte em sua nova vida de milionário.

(Todos) Boa sorte!

(Hyoga, saindo) Obrigado! Boa sorte para vocês também. (pensando) Agora vou passar lá no escritório para me despedir da Saori e depois vou ao orfanato falar com a Eiri.

(Shun, abraçando Seiya) Tchau, Seiya. Nós também já vamos, né, Ikki? (Ikki balança a cabeça positivamente) Tomara que a viagem à fazenda lhe faça bem. E quando você voltar, vou preparar um almoço na minha casa nova!

(Seiya) Pode esperar que eu vou mesmo! Ei, mas vocês vão aonde? Não estão morando aqui na casa de Saori?

(Shun) Hoje nos mudaremos para um apartamento.

(Seiya) Quero só ver se vocês vão conseguir morar juntos por muito tempo!

(Ikki) Isso é o que eu também quero ver.

(Shun, ignorando o comentário e abraçando Shiryu) Não se esqueça que eu quero ser padrinho do casamento!

(Shiryu) Vocês todos serão!

(Seiya) Se é que esse casamento vai sair mesmo!

(Shiryu) Claro que vai!

(Ikki, puxando Shun) Boa sorte pra vocês dois e vamos logo embora, Shun. (pausa) Seiya, sai logo dessa droga de cadeira.

(Seiya) Valeu, Ikki.

(Ikki) Shiryu, boa sorte.

(Shiryu, abraçando Ikki) Obrigado.

(Shun, choramingando) Tchau, gente!

(Ikki, puxando Shun) Já começou. Vamos nessa, chorão.

(Shun, enxugando as lágrimas) Vamos. Ei, espera! A gente tem que ir lá se despedir da Saori!

(Ikki, dirigindo-se ao escritório) Tem mesmo? Tá, tá... vamos.

(Seiya, fofocando com Shiryu) Você acha que esse meu rolo com Saori vai dar certo?

(Shiryu) Quer que eu seja sincero?

(Seiya) Claro!

(Shiryu) Não, não acho.

(Seiya, indignado) O quê?

(Shiryu) É isso mesmo! Saiba que ficar com a Saori não vai ser sua porta de entrada para o paraíso. Você vai ter que ceder muito. Embora ela seja uma deusa, não espere que ela aja como tal o tempo inteiro. No fundo ela é só uma mulher como qualquer outra e vai dar chiliques e ter ciúmes como qualquer mortal.

(Seiya) Pára de jogar maldição em cima da gente!

(Shiryu) Não estou jogando maldição! O que eu estou dizendo é que para ficar com ela você vai ter que aprender a ser paciente.

(Seiya) Ehr... talvez você tenha razão. Na verdade, quase sempre você tem razão. Mas acabo de pensar numa coisa.

(Shiryu) O quê?

(Seiya) Você e Shunrei.

(Shiryu) O que nós temos a ver com isso?

(Seiya) É que vocês são certinhos, meiguinhos, fofinhos e já se conhecem há tanto tempo... Aposto que não agüentam nem mais um mês inteiro juntos!

(Shiryu, debochando) Ah, é? Pois eu não apostaria nisso! Prepare-se para ir ao nosso casamento ainda este ano!

(Seiya) Isso é o que nós vamos ver!

(Shiryu) Aguarde e verá!

(Seiya, sendo abraçado por Shiryu) Falando sério, boa sorte, cara!

(Shiryu) Obrigado! Agora eu vou lá me despedir de Saori.

Continua...

--C--H--I--I--

 


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