Capítulo 7 - I'd Lie (Eu Mentiria) 

 Longe dali, Silena havia chegado em casa. Estava subindo as escadas quando ouviu um barulho vindo do quarto da mãe. Achava que ela estava trabalhando, afinal ela e o padrasto voltavam para casa apenas para o almoço e o jantar, mas naquele dia Hefesto ficaria trabalhando até a noite.

Tirou os sapatos e os deixou na porta do quarto, ao lado da bolsa e foi caminhando silenciosamente até a porta do quarto de Afrodite. Os sons que ouvia, na verdade eram gemidos. Tremeu internamente. Silena se ajoelhou no chão, e como uma garotinha de cinco anos de idade, começou a espiar pela fechadura.

Foi uma cena inusitada, que nunca imaginava ver da sua mãe. Nem queria ter visto, queria esquecer. Na cama, no meio do quarto, estava Afrodite. Ela estava fazendo sexo com um homem. E aquele homem não era seu padrasto.

Na hora do almoço, Silena não desceu. Ficou em seu quarto. Queira ficar sozinha consigo mesma. Charles achou estranho, afinal ela sempre estava com a mãe. As duas sempre conversavam de moda… Mas decidiu não comentar.

Depois do jantar que transcorreu em silêncio, Charles foi para o seu quarto em silêncio, deixando o pai aturdido. Afrodite porém, foi sorridente até o quarto da filha. Havia tido uma discussão interna e decidira que deviam parar de brigar.

Quando abriu a porta do quarto da filha, viu que ela já estava deitada na cama, mas não dormindo. Fechou a porta atrás de si e sentou em uma cadeira.

-Como pôde? – perguntou Silena com a voz baixa.

-Como assim, filha?

-Não me chame de filha – ela retrucou, sentando na cama – Depois do que fez, não quero que dirija a palavra para mim!

-Mas... – abriu a boca para falar nada.

-Achou que ninguém ia descobrir? Achou que seria seu segredo para sempre? – disse, desta vez gritando.

-Abaixe o tom quando fala comigo.

-Falo do jeito que quiser – retrucou – Mas acho que devia comentar com seu marido sobre suas atividades extra-curriculares, não acha?

-Silena. O quê...

-Não quero ouvir nada. Por favor, mãe. Saia daqui. Agora.

A mãe, ainda aturdida, deixou o quarto. Não sabia como a filha descobriu algo como isso. Tinha certeza que ela e Ares haviam sido cuidadosos... Mas não o suficiente.

Depois de outra discussão, Silena havia voltado a deitar na cama e estava quase adormecendo quando o seu celular tocou. Assim que viu o nome na tela, atendeu.

-Oi, Luke – cumprimentou.

-Silena – ele disse – Tudo bem?

-Só cansada. Você?

-Bem.

-Hm...

-Eu queria te pedir uma coisa.

-...

-Quer sair comigo hoje a tarde?

-Sair? Com você?

-É.

-Acho que pode ser.

-Ótimo. Que horas?

-Sei lá. Quando estiver bom pra você.

-OK. Quem sabe ás três?

-Sim.

-Então ta. Passo aí.

-Onde vamos?

-Surpresa!

-Falaa!

-Não. É surpresa.

-OK. Tchau.

-Tchau – ele disse, desligando.

Depois do almoço, Charles voltou a seu quarto e voltou a mexer em alguns livros da universidade, olhando por cima os conteúdos. Então começou a ouvir vozes. Não exatamente baixas. Notou que era novamente Silena e Afrodite.

-... Por favor, mãe. Saia daqui. Agora – ouvi a jovem dizer, então a porta do quarto dela bateu.

Ficou se perguntando o que era tudo aquilo. Alguns minutos depois decidiu ir até o quarto dela para ver o que tinha acontecido. Quando chegou lá, viu que a porta não estava trancada como imaginava, e sim meio aberta. Empurrou-a com cuidado, e assim que olhou para o quarto, viu uma cena que o deixou desconcertado.

A garota estava de costas para ele, usando uma calça jeans preta da Gucci extremamente apertada, ressaltando as longas pernas torneadas. Estava tentando prender o fecho do sutiã. Ele podia ver as curvas dos seios dela. O queixo caiu.

-Desgraça – resmungou Silena, quando finalmente fechou o sutiã. Quando se virou para pegar a blusa cinza de mangas compridas em cima da cama, viu o garoto e soltou um gritinho – O que diabos está fazendo aqui?

-Ahn, eu q-queria... Eu...

Silena pegou a blusa e pos na frente do corpo, tirando o olhar de Charles dos seus seios para os seus olhos. Ele estava nervoso, ela podia sentir.

-Charlie – ela disse – Não pode entrar no quarto dos outros assim.

-Desculpe, eu...

-Você o quê? – perguntou aproximando-se dele

-Q-queria s-saber o q-que ac-conteceu antes...

-Briguei com minha mãe. Satisfeito? Agora dê meia volta! Quero me trocar.

-Eu... Me desculpe Silena.

-Já falou isso. Fora – repetiu ela, corando furiosamente com o olhar do garoto sobre seus seios

-Silena, eu...

-Fora – disse novamente,então ele saiu, mesmo com a boca aberta. Suspirando, ela pos rapidamente a blusa olhando de soslaio para a porta.

-Nico, pára. Pára! – disse Thalia empurrando-o para longe de si – Está louco?

-Estou. Louco por você!

-Deixa de ser idiota, garoto... Me solta – avisou quando ele começou a beijar seu pescoço novamente.

-Thalia....

-Me solta – ela disse, então pisou no pé dele.

Nico a soltou e pulando em um pé só, bateu contra a parede atrás de si. Pos o pé no chão novamente, embora ainda estivesse latejando. Levantou os olhos para Thalia e deu um sorriso malicioso.

-Agora vai me pagar, Thalia.

-Não, Nico, não se atreva...

Nico deu uma risada e atacou. Pegou Thalia pelas coxas e a jogou por cima dos ombros, enquanto ela se debatia, socando as costas do garoto que parecia não notar. Não fez nenhum barulho, pois Annie e Percy estavam na sala. Assim que fechou a porta atrás de si, a pos na cama, onde voltou a beijar seu pescoço.

-Não, Nico. Isso não é certo!

-Por quê não?!

-Nós somos primos.

-E daí? Primo não é parente direto!

-Você é mais novo que eu!

-Se você ao contrário você também seria mais nova que eu e eu não reclamaria de nada, acredite.

-Nico, não... – murmurou Thalia, mesmo estando com os olhos fechados e se controlando para não beijar o garoto.

-Thalia. Me responde agora, por que me odeia tanto?

-Ódio e amor andam lado a lado – ela disse baixinho e o garoto sorriu.

-Quer dizer que gosta de mim!

-Eu nunca disse isso!

-Mas queria, não é?!

-Não falei nada!

-Eu sei que me ama, Thalia... – disse Nico sorrindo, então beijou-a nos lábios.

Nesse momento, ouviram um barulho na porta.