Meu rosto estava próximo demais ao de Edward, senti sua respiração. Ele então encostou sua testa na minha e me olhava diretamente nos olhos, ele desceu os olhos até parar na minha boca. Senti sua respiração pesar mais ainda, então ele grudou sua boca a minha boca, me dando um selinho e depois voltando a me olhar nos olhos. Ele voltava a fazer o mesmo trajeto quando levamos o maior susto.

-Eddie!!!- gritou Tobey da escada.

Me soltei dele rapidamente e olhamos assustados um para a cara do outro, confesso que me deu uma vontade de rir, acho que porque fiquei sem graça, peguei o meu urso que não sei como foi parar no chão. Dei apenas uma olhada pra ele que também parecia meio assustado, e ao mesmo tempo com o que parecia o esboço de um sorriso. Sai do quarto e fui o mais rápido que pude para o meu, mas acabei por esbarrar com Tobey.

-Oi Bells!!! –disse ele na maior alegria pulando no meu colo. –você não sabe da maior novidade. Eu to de férias. –falou ele abrindo um mega sorriso.

-Que bom, agora vamos poder curtir mais tempo juntos. –falei retribuindo o sorriso.

-Vamos poder ir ao rio qualquer dias desses de novo.

-Tobey, o que foi? –perguntou Edward saindo da toca.

-É que eu já to de férias Eddie. –descendo do meu colo e aproximando do Edward.

-Nossa... agora vamos colocar em ação todos os nossos planos. –falou sorrindo, enquanto fazia meio que umas cosquinhas na barriga do Tobey.

-Sim... –ele saiu sorridente.

-E eu posso saber que planos? –perguntei de curiosa.

-Por hora não... você vai ver logo logo. –disse Edward abrindo um sorriso pra mim.

-Sei. –e entrei no meu quarto.

Cara... o que realmente aconteceu ali??? To chocada até agora.... eu quase (pra não dizer que beijei) beijei o meu primo. Isso é estranho... OMG!!! E ele tava super fofo aquela hora... hei, Isabella Marie Swan, o que é isso??? Pensar assim daquele caipira? Caipiras não são fofos, são apenas.... caipiras. Hum! Pronto!

Pronto nada que eu passei o resto do dia com aquela cena na minha cabeça. Já até passei os dedos nos meu lábios (ta até parecendo filme de romance...) hoje foi um dia bem estranho se querem saber!!!

Eu acabei não descendo para o jantar, fiquei no meu quarto assistindo TV e acabei pegando no sono. Acordei já passavam das 3 da madrugada e minha barriga roncava, fui até a cozinha e acendi todas as luzes possíveis, afinal a casa era muito escura.

-Michael?

-Bella! –disse ele se virando para me olhar.

-O que você está fazendo aqui a essa hora? –aproximando dele.

-Bom... eu que deveria perguntar isso certo? –perguntou ele entre sorrisos.

-Ahn... eu senti vontade de comer algo, minha barriga estava roncando. –falei.

-Jasmine guardou um pedaço de torta para você na geladeira. Se quiser pode esquentá-lo.

-Boa idéia. –abrindo a geladeira. –mas você ainda não respondeu a minha pergunta.

-Vim.... esfriar a cabeça. –falou ele meio fora de si.

-O dia foi duro! –conclui.

-Fiquei muito preocupado com vocês. –ele desabafou.

-Mas Michael, nós estamos bem. –ligando o microondas.

-Agora. Porque vocês estão em casa. E eu não quero perder você de novo. –ele falou olhando para o chão.

-E não vai. –falei o abraçando. –Pai. –sussurrei mas tão baixo que nem eu mesma pude ouvir.

-Andei pensando –assim que eu o soltei –podíamos fazer algumas coisas de pai e filha. Poderia te ensinar a usar muitas coisas aqui na fazenda. –enquanto eu pegava a vasilhinha do microondas.

-Eu acho que vai ser o máximo. –sorri e peguei um garfo.

-Que tal te ensinar a andar a cavalo. –sorriu.

-Acho que vai ser ótimo. –falei colocando meu primeiro pedaço de torta na boca.

-É bem divertido. Me encontre amanhã no cercado norte, vamos começar com um cavalo mais calmo. –falou ele rindo.

-Tudo bem.

Michael estava tentando ser amigável e amável comigo. E ele estava conseguindo, afinal ele é o parente mais próximo que eu tenho. Ficamos conversando até que eu terminei de comer o pedaço de torta. Esse foi um dos nossos poucos momentos de pai e filha.

-Suerte!!! –corri até a baia assim que o veterinário saiu, ela já estava no chão. –oi garota, -a abraçando.

-O veterinário disse que ela já está bem, e devemos exercitá-la para voltar a sua forma. –falou Edward se aproximando. Mas onde ele estava? Porque quando eu entrei aqui todos já haviam saído.

-Isso é bom, muito bom. –olhando rapidamente para ele e voltando a me concentrar em Suerte.

-É... –acho que ele ainda está me olhando. – você que me ajudar com Suerte? Acho que assim ela vai ficar mais calma. –falou ele.

Então o encarei pela primeira vez.

-Acho que vai ser ótimo. Eu... –acho que meu sorriso ta indo de orelha a orelha.

-Vai ser ótimo. –repetiu ele. – acho que ela se sente mais segura na sua presença.... não sei. –se aproximando de mim e Suerte.

-Ela está se recuperando rápido demais. –falei baixinho.

-Verdade. –falou no mesmo tom que eu, e começando a acariciar a égua.

-Quando você vai exercitá-la?

-Creio que hoje a tarde. –olhando para mim –porque estamos falando tão baixo? –perguntou com uma cara meio desconfiada.

Olhamos um para o outro e caímos na risada, na verdade nem eu mesma sabia.

-O Michael não está de planos de vendê-la, certo? –perguntei.

-Você já sabe dos interesses que alguns tem por ela. Mas... –pausou ele. –creio que ele não tenha esse pensamento. Porque?

-Acho que a fazenda poderia ficar um pouco menos divertida sem ela. –falei.

-Oh... na verdade também acho. –sorriu.

-Hei garota, mais tarde te trago um presentinho. –falei com Suerte e vi a cara de desconfiado de Edward.

-Bella? –disse como se quisesse uma explicação.

-Nada demais. –falei. –só pra alegrar ela. –levantei as mãos. Agora tenho que ir, nos vemos mais tarde –dando um beijo em Suerte.

-Onde a senhorita esta indo? –perguntou ele.

-Estou indo para a minha primeira aula.

-De que?

-Andar a cavalo.

-E quem vai te ensinar?

-Meu pa... Michael. –falei.

-Eu não quero perder isso por nada. –falou em tom gozador.

-Hei... –reclamei.

-O que? –colocando Suerte de volta a baia.

-Eu vou ter um ótimo professor.

-Isso é verdade, seu pai já foi campeão de muitos torneios por aqui. Laço com bezerro era sua especialidade. –saindo da baia. –vamos, eu te acompanho. Quero ver como vai ser a aula.

-Acho melhor não, na fazenda tem tanta coisa pra ser feita. Se eu fosse você ia dar uma olhada no Yank. –Yank era o cavalo dele, um quarto-de-milha negro e inseparável.

-Yank está descansando. Ontem o usaram para o trabalho depois da chuva. –falou.

-Depois quero conhecê-lo pessoalmente. –falei enquanto saiamos do estábulo.

-Tenho certeza que será um grande prazer para ele. –sorriu novamente.

Seguimos para o cercado norte, onde Michael ou melhor meu pai já me esperava com o que parecia ser Bug, o cavalo mais lerdo de toda a fazenda. Tudo bem, pra quem está começando não se deve reclamar muito... mas... Bug, logo o Bug que além de ser calmo e lerdo é também o mais duro, foi o que me disseram os peões. Ta, o que isso quer dizer eu não sei.

-Vamos lá Bells, -falou meu pai assim que nos aproximamos de Bug. –primeiro você deve segurar a rédea próxima a sela, depois coloque o seu pé no estribo, pega impulso e se senta em cima da sela. –ele falou e ao mesmo tempo gesticulou me mostrando o que fazer. –pronta?  -apenas assenti com a cabeça. –no três. Um... Dois... Três...

Dei um pulo que eu fiquei com medo de cair do outro lado do cavalo, mas consegui me firmar, afinal essa é a primeira vez que subo em um cavalo sozinha, sem alguém para me levantar.

-Pronto, o primeiro passo esta dado. –falou meu pai. Olhei em volta, Edward estava sentado na cerca e apena observava. – agora, vamos aos comandos. –depois de me ensinar o que fazer mandou que eu movimentasse com o cavalo. Bom... não foi uma tarefa muito fácil e como eu já disse, Bug é um cavalo lerdo, tadinho acho que é porque já está um pouco velhinho.

E os peões tinham razão... ele é bem duro para andar. Meu corpo todo já está doendo. Michael falava o que devia fazer, enquanto eu comandava. Fiz um giro para a esquerda outro para a direita, parei o cavalo (grande coisa).

-Agora, está na hora de tentarmos algo mais rápido. –disse ele.

-Como assim? –meio assustada.

-Colocar o cavalo para correr no cercado. –disse ele. –primeiro você vai fazer com que ele ande e comece a pegar velocidade.

-E como eu vou fazer isso?

-Coloque ele para andar, conforme o cercado. –falou ele enquanto eu me virava. –agora, vai dando leves batidinhas na barriga dele.

Acho que Murphy me adora... porque isso só acontece comigo. É claro que tinha que ser comigo, eu sou a garota mais desastrada de todo o universo. Não sei o que fiz exatamente, acho que em vez de dar leves batidinhas com os pés na barriga do Bug eu dei um tremendo chute, que o cavalo correu mais rápido que o superman. É claro que eu levei um tombo daqueles... mas eu estou bem, tirando alguns arranhões daqui e dali não quebrei nada.... só sei que nunca mais monto esse cavalo. Todos caíram na risada ao ver minha cara de assustada, que cá entre nós devia estar muito engraçada.

-Você está bem? –perguntou Edward se ajoelhando perto de mim.

-Eu me pareço bem? –perguntou nervosa.

-Bom... cortou a boca, está com alguns arranhões, mas acho que está bem. –conclui ele.

-É porque você não está sentindo a dor. –tentando me levantar.

-Você deveria ter dado leves nele. –rindo. –não um chute. –me ajudando.

-Não foi a minha intenção. –devo ter ficado vermelha.

-Você está bem Bella? –perguntou meu pai se aproximando. Acho que algum peão tinha chamado ele.

-Sentindo alguma dores, fora isso. –falei.

-Você quer tentar novamente? –perguntou ele.

-Acho que por hoje já chega. –rindo da minha queda, sendo acompanhada por ele.

-Edward, acompanha ela até a casa.

-Sim tio Michael.

-É melhor não forçar, quando estiver pronta eu volto a te ensinar.

-Ok. –foi tudo o que eu disse ao meu pai e sai com Edward.

-Foi bem engraçado. –disse ele assim que saímos do cercado. –e você está andando de forma engraçada. –rindo.

-Melhor parar de rir, senão você é que vai andar de forma engraçada. –falei.

-Tudo bem. –parando. –eu tive uma idéia, assim vamos andar mais rápido.

Edward e suas idéias, não posso confiar nele e nelas.

-Melhor me colocar no chão.

-Assim vamos andar mais rápido.

-Você já parou pra pensar o que Michael falaria se me visse aqui no seu colo?

-Que eu estava de parabéns, afinal a filha dele está machucada e não estava conseguindo andar direito. –falou convencido.

-Não sei se seria exatamente isso. Mas eu não estou totalmente impossibilitada, e ainda tenho que ajudar Suerte. –falei abrindo um sorriso.

-Tudo bem. –me colocando no chão. –chegamos. –olhei estranhando. –não falei que seria mais rápido? Já vou indo. –ele se aproximou e me deu um beijo no rosto.

Estranhei sua atitude novamente, e apenas o observei desaparecer. Então entrei em casa, e encontrei Tobey assistindo TV na sala. Subi para o meu quarto com o objetivo de tomar um banho. Afinal estava coberta por terra e com alguns machucados.