Lembrança de Natal escrita por GiullieneChan


Capítulo 1
Capítulo 1




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Um ano depois dos acontecimentos do Natal do Capitão “Camus” Frio vs Doutor “Máscara da Morte” Evil.

Natal... Tempo de paz, amor, fraternidade. Uma festa abençoada que consegue unir pessoas tão diferentes, de diferentes locais e credos.

E seis homens tão incomuns... Irão travar a maior batalha de suas vidas, nesta data tão cheia de significados. Pois, que não importa de onde você vem, onde mora, que idioma fale... Sempre haverá aqueles que deixam para comprar os presentes em cima da hora. Precisamente, na véspera de Natal.

—Isso é ridículo! O que estamos fazendo aqui mesmo? –indagou Aiacos, olhando para a entrada do enorme shopping center e depois para os colegas do seu lado.

—Algo sobre... Uma lembrança que nosso amigo Radamanthys quer comprar para a senhora Pandora. -respondeu Minos, com tédio.

—Não deveríamos estar planejando a morte de Athena -voltou a perguntar Aiacos.

— Não atacamos o Santuário nesta época do ano. -respondeu Minos. -Recesso de Natal.

— Ah, é... -concordou Aiacos. -Ei! Nem comemoramos o Natal! Nem somos cristãos!

—É uma das poucas épocas do ano que Hades gosta da humanidade, aproveita e pare de reclamar de tudo.

—E qual é a outra?

—Páscoa. –Aiacos olha para o amigo como se fosse algo do outro mundo. –ELE gosta de chocolates. Disse que foi uma das poucas coisas que presta que foi inventado por humanos.

—Parem de resmungar e vamos logo. Quanto mais cedo eu comprar, mais cedo voltamos ao submundo e o senhor Hades não terá percebido nada! -resmungou Radamanthys entrando.

—Está bem e... PERAÍ! -gritou Aiacos. - O senhor Hades não sabe que saímos? Estamos aqui sem permissão dele? -olhou espantado para os colegas. -Vamos morrer!

—Vamos logo, Aiacos. -Minos empurrou o amigo para dentro do shopping.

—Vamos morrer! -choramingou o Kyoto. –De novo...

—Não vamos não! -respondeu Radamanthys a ponto de abrir a porta. -Vou numa joalheria, compro algo e vamos embora. Simples! Nada pode dar...

Ele abre a porta e se depara com o Shopping entregue ao caos de pessoas fazendo compras em cima da hora, crianças correndo e chorando, juntamente com lojistas em desespero.

—...errado? -completou Aiacos. -Já falei que vamos morrer?

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Do outro lado do Shopping...

—Por que ainda teimo em confiar em você, inseto? -resmungou Máscara da Morte pela enésima vez a Milo, descendo do carro no estacionamento. -Segundo ano consecutivo que você esquece a lista de presentes!

—Ei, não tenho culpa. Foi muito estresse este ano! Lembra? -Milo se defendeu. –Fraldas, bebê chorando por cólica, por dente nascendo, fraldas, mais fraldas e mais noites sem dormir! E você, que esqueceu o presente da própria esposa?

—Não mude de assunto! -esbravejou o Canceriano.

—Parem de brigar em meus ouvidos e vamos. -cortou Camus em um tom frio. -Nem sei o que faço aqui! Jurei que não poria meus pés neste lugar novamente!

—É... -Milo segurou o riso. -O que será que você irá se fantasiar este ano? Duende?

Camus lançou um olhar furioso para o amigo.

—Exterminador de pestes. -respondeu elevando o cosmos. -Começarei com escorpiões se não se calar!

—Podem se matar depois que eu comprar os presentes, ta legal? -Máscara avisou, andando na frente e para diante de um biombo com algumas fotografias. –Viram isso?

Os outros dois olharam para onde o Canceriano apontava. Eram suas fotos com os dizeres abaixo: “Proibido entrarem no Shopping”.

—Estão vendo? –Camus apontou. –Isso é humilhante! Meu rosto aí como se eu fosse algum tipo de criminoso proibido de entrar no Shopping.

—Cadê seu Espírito Natalino, Camus? -continuou Milo.

—Esqueci na Sibéria. -respondeu mordaz.

—Nossa! Que estresse! Eu resolvo isso.

Milo correu uma livraria dentro do Shopping e voltou com uma caneta marcadora. Desenhou óculos e barbas em sua foto, na do Camus e do Máscara da Morte. Além de ter rabiscado piercings e tatuagens.

—Prontinho! –sorrindo com o que fizera.

—Pra que essa merda? –Máscara perguntou sem entender.

—Para não sermos reconhecidos. –Milo tira uma foto do que fez. –Pronto, se tiver mais pelo Shopping faço igual!

—Isso não vai certo! –comenta Camus.

—Vai sim! Vão procurar por pessoas que não existem!

—Que seja! Andem logo, impiastros! -chamou Máscara da Morte, na entrada do Shopping. -Olha o lado bom. Não trouxemos as crianças...

—Trouxemos o Milo. -Camus apontou para o colega.

—EI! -o escorpiano protestou.

—É pra sermos rápidos! –Máscara enfatizou.

—Vamos à loja de brinquedos, pegarmos o que encomendamos para as crianças e você vai aonde? -perguntou Camus.

—Vou a uma joalheria aqui. Tem um colar que eu vi e quero dá-lo a Maeve. Encontramo-nos na saída em uma hora, certo? Nada pode dar errado desta vez!

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Na loja de Brinquedos.

—Eles têm a coleção dos Comandos em Ação em oferta! -Aiacos dizia com os olhos brilhando na vitrine.

—E? –indagou Minos com ar de tédio.

—Eu tinha todos quando era menino... Perdi tudo! Preciso comprar! -determinou o Kyoto, com ar decidido. -Me empresta uma grana, amigão?

—Eu? O que você faz que não têm o seu próprio dinheiro?

—E Hades paga salário? Ele é mó pão duro! -indagou o outro. - E você vem de família rica que eu sei. Anda Minos... Empresta-me...

—E como irá me pagar os juros do dinheiro que lhe emprestarei?

—Com minha sincera amizade. -Minos arqueou uma sobrancelha nada convencido. - Limpo seu quarto um mês!

—Quatro meses.

—Dois meses!

—Quatro meses.

—Três meses!

—Cinco meses.

—Quatro meses!

—Feito.

—Tá e... –Aiacos para e reflete o que fez. –Droga!

Dentro da loja.

—Comandos em Ação... Nhaiiiiiiiiiiiiiii... -Milo babava diante dos bonecos que enfeitavam a loja. -Meu sonho de consumo... minha infância toda aqui... Tem até a Scarlate! Foi meu primeiro amor!

—Sério? Bonequinhos de soldados americanos? -indagou Camus indiferente. –Já foi apaixonado por uma personagem de desenho animado?

—Já. –Camus o olhou com cara de “isso não é normal”. –Ah, vai me dizer que você nunca achou alguma personagem de desenho animado linda e teve vontade de que fosse real?

—Não. Eu não assistia desenhos animados quando criança.

—Chaaaatoooo. –Milo resmunga baixinho. –Por isso é tão intragável!

—O que disse?

—Eu disse: “Caralhoooo. Eu tinha dois bonequinhos, um deles era um ninja... Eu brincava toda a noite depois do treino pesado de cavaleiro. Era o alento de meu sonho infantil... -em lágrimas.

—Que infância infeliz você teve...

—Preciso tê-los! -determinou. -Camus, sabe como é...

—Não vou te emprestar dinheiro nesta bobagem de bonequinhos.

— E eu achando que você era meu amigo, meu irmão, meu camarada... Como pode me negar isso? Um resquício de minha doce infância que não retornará mais... A criança dentro de mim chora diante da sua frieza...

—Milo... -todos por perto olhavam.

—NÃO! Não diga mais nada...  Não sabe o significado da amizade...do espírito de Natal...de dar a receber... eu vou ali no bebedouro... beber água para acalmar meu coração partido...

—Eu te empresto o maldito dinheiro, mas pare com este drama! -Camus envergonhado.

—Te pagarei com prazer, na terça! -abriu um sorriso enorme.

—Terça de que ano? -resmungou.

—Ah... O Duke... -Milo sorriu e levou a mão para pegar a única caixa onde continha um dos personagens de ação, ao mesmo tempo, outro pegou a caixa. -O que?

Milo encarou quem o pegara... Aiacos encarou Milo... Minos chegou e observou a cena com ar curioso, Camus previu problemas e suspirou.

—Te conheço? -indagou Minos a Camus.

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Radamanthys observava com um sorriso em seus lábios o colar com uma bela safira. Imaginou o quanto ficaria bonito no pescoço alvo de Pandora. A pedra combinava com os olhos dela.

—É isso... Dou o colar e me declaro a ela. -murmurou, entrando na loja. Ao mesmo tempo, outro homem entrava ao seu lado.

Ambos se dirigiram à atendente e...

—Quero o colar com a safira da vitrine! -disseram ao mesmo tempo e depois se encararam.

—RADAMANTHYS?

—MÁSCARA DA MORTE?

—Ainda está vivo verme? -vociferou o cavaleiro.

—Bem que senti um mau cheiro por perto.

—Deve ser a sua colônia barata, Kyoto.

—Acho que entendi mal, cavaleiro. -Radamanthys manteve-se calmo. -Disse que quer o meu colar?

—Não vi seu nome nele, verme. -respondeu o outro. -Eu quero o colar para dar de presente a minha esposa. -virou-se a atendente que acompanhava a discussão assustada. -Embrulha pra mim.

—No entanto, eu cheguei primeiro a loja. E o colar é meu e eu o darei a minha amada. –virou-se a atendente. -Embrulha agora para mim, minha cara... Conseguiu uma louca para casar com você? -espantando.

—Escuta. -O outro o fitou. - O colar é meu, capisce?

—Engana-se... Não vi seu nome nele, amigo. -respondeu sarcástico.

—Sugiro que compre flores para a sua garota. Ela pode usar em seu velório. Vou levar o colar!

—Pois eu sugiro que se ama a vida, dê meia volta e compre um ursinho para a sua esposa!

Radamanthys e o Máscara da Morte se encararam com os olhos inflamados pela ira.

—Teremos que decidir isso de maneira honrada, não acha cavaleiro?

—É... -estalando os dedos com um olhar satisfeito. -Pronto?

—Pronto. -com um sorriso maligno.

—Jo-Ken-Pô! -gritaram ao mesmo tempo.

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Enquanto isso na loja de Brinquedos.

—Olha aqui, idiota. Eu peguei primeiro o Duke! -dizia Aiacos encarando Milo.

—O escambau que pegou. Larga isso agora! -respondeu Milo.

—Não solto! -puxando a caixa para o seu lado.

—Solta! -puxando de volta.

—Não! -Repuxando.

—Solta!

—Não!

—Solta!

—Não!

—Solta!

—Não!

—Isso vai demorar... -resmungou Minos.

—Definitivamente vai. -suspirou Camus.

—Acho que te conheço de algum lugar... -Minos ficou pensativo.

—Acho que não, me lembraria. –disfarçando.

—Engraçado. Tenho esta impressão.

—Tenho um rosto comum. –respondeu Camus, querendo evitar confusões maiores.

—Solta!

—Não solto!

—É meu!

—Meu!

—É meu!

—Meu!

—Milo, deixa de ser criança. Solte isso, está nos envergonhando! -dizia Camus, já perdendo a paciência.

—Isso é questão de honra agora, Camus!

—Hum... Milo... Camus? -Minos os encarou e puxou Aiacos para o lado, embora este não largasse a caixa e Milo a tiracolo. -Vem cá!

—Que é? Não ta vendo que estou resolvendo uma questão de suma importância?

—Eles se chamam Milo e Camus! -sussurrou o Kyoto.

—E daí? Que eu tenho que a mãe deles não tinha imaginação para nomes?

—Olha bem pra eles. Não lembram alguém?

Aiacos olhou bem para Milo e em seguida para Camus. Pensou bem e respondeu:

—Ele parece o Bon Jovi. -apontando para Milo. –O outro... Parece o Ben Stiller melhorado.

—Mais nada? -insistindo. –Aquele nariz, aquela sobrancelha, o corte de cabelo a la Mullet?

—Tu tá estranho, Minos. Desde quando repara em homem? Olha, falei para parar de andar com o Myu, andam falando de você pelas prisões sabia? E...

—Não sua besta acefálica! São cavaleiros de Atena! -esbravejou Minos.

Aiacos encarou Milo, que estava com os olhos arregalados diante do grito de Minos. Camus passou a mão pelo rosto, não acreditando que demoraram tanto a lembrar seu rosto e em seguida ficou em posição defensiva, Minos assumiu a mesma postura, se encarando ali mesmo no meio da loja.

—Solta o Duke que eu tenho que lutar! -avisou Milo puxando a caixa do brinquedo.

—Solta você primeiro, cavaleiro. Eu não vou soltar esta caixa nem que a Guerra Santa volte a estourar! -berrou Aiacos. -Eu, Aiacos de Garuda vou levar o Duke e toda a coleção comigo!

—Uma pinoia que vai. O Duke e o Sneak Eyes são meus!

—Meus!

—Meus!

—Meus!

—Meus!

—Meus e tira o olho da Escarlate também! –o moreno esbravejou. –Não vai ficar com a minha musa!

—Ela é a MINHA musa!

Uma senhora com um menino passaram por eles:

—Está vendo? É assim que ficamos se não comemos os vegetais todos. Afeta a cabeça.

Minos e Camus olharam os dois com enormes gotas nas cabeças.

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—JO-KEN-PÔ! JO-KEN-PÔ! JO-KEN-PÔ!

As pessoas presentes na loja olhavam curiosas dois homens crescidos disputando com o Jo-ken-pô a posse de um colar.

—JO-KEN-PÔ! JO-KEN-PÔ! JO-KEN-PÔ!

E mostraram as mãos. Máscara da Morte gritou vitorioso.

—HÁ! Papel embrulha pedra! Eu ganhei!

—Ridículo! Pedra amassa papel! -reclamou Radamanthys.

—Para de inventar! Se não sabe perder, dane-se!

Radamanthys sentiu o sangue ferver diante da empáfia do cavaleiro diante dele, resolveu que teria que tomar medidas drásticas com ele.

—Olhe, não é o Poseidon? -apontando para fora.

áscara da Morte olhou pra fora imediatamente, Radamanthys jogou um maço de notas sobre o balcão e pegou o colar sobre este, saindo correndo.

—Até, trouxa! -Radamanthys saiu correndo da loja.

—Que? Figlio de una puttana! -Máscara da Morte atrás dele. -Me devolve isso, seu verme trapaceiro e rastejante!

—E esqueceu de mais esperto, comedor de lasanha! -Radamanthys mantinha uma boa distância dele.

—Vou te mandar pro Inferno, mas antes vou arrancar esta coisa que você chama de sobrancelha, verme! -apontando o dedo brilhante com seu cosmo para ele.

—Só se me acertar, siri cascudo!

—Está mais que morto, malledeto! -saltou, agarrando as pernas de Radamanthys e os dois foram ao chão, a caixa com o colar voou das mãos do Kyoto, cruzou uma grande distância, caindo dentro da sacola de uma senhora gorda distraída com a vitrine.

—MEU COLAR! -gritaram ao mesmo tempo.

Entre socos e empurrões, os dois se levantaram, correndo para alcançar a senhora. O cavaleiro foi logo enfiando a mão na sacola. A mulher virou imediatamente, acertando a orelha do canceriano com a bolsa.

—LADRÃO! LADRÃO!

—Para com isso, sua velha! -protestava o cavaleiro.

—Minha senhora, permita que eu olhe sua sacola e pegue o que me pertence! -disse-lhe Radamanthys, que começou a ser alvo das bolsadas furiosas da senhora.-EI!

—TARADO! TARADO! ESTOU SENDO ATACADA POR UM LADRÃO E UM TARADO! SOCORRO, ME PROTEJAM!

—E quem protege a gente dela? -perguntou o Kyoto para o cavaleiro, se defendendo como podia das bolsadas.

—Isso é humilhante! -o cavaleiro segurou a bolsa. -Quero o colar que caiu dentro da sua sacola, sua gorda esclerosada.

Levou uma sacolada na cara como resposta.

—E é um grosseirão!

 

Continua...


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