Spring Nicht escrita por kiryuu_ichiru


Capítulo 1
Capítulo 1- Dann Spring Ich Für Dich




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 Tom já não aguentava mais. Os gritos das fãs agora confundiam-no. Encontrava-se em tal estado de depressão que nos ensaios errava sempre, pois não se conseguia concentrar. Passava as noites lavado em lágrimas, mal conseguia dormir. Nas entrevistas passava o tempo calado. Nos concertos, já não tinha aquela adrenalina. A sua alegria fora sugada, o seu sorriso desvanecido. Tudo por uma simples razão: Bianca.

  Bianca era uma jovem de dezoito anos. Olhos verdes esmeralda, cabelo castanho com tons de vermelho longo e ondulado, brilhante. Tom conhecera-a através de David, era a sua sobrinha. Mal contemplou o seu sorriso, disse a si mesmo “Ela tem que ser minha!”. Foi difícil conquistar o coração da rapariga, ela não gostava das suas atitudes machistas. Mas conseguiu mudá-lo. Tom percebeu que era a mulher da sua vida quando finalmente a beijou. Ela provocava-o calafrios, sentia borboletas a esvoaçarem no seu estômago. Ela completava-o, era a sua metade. Entregou-se de alma e coração à jovem, sem medos de compromisso, pela primeira vez na sua vida. Quando planeava pedi-la em casamento, algo trágico aconteceu: Bianca foi ao centro comercial para comprar um boné que Tom já andava a namorar. Queria oferecer-lhe uma pequena prenda.    

Quando ia a sair, um homem disparou para o ar, tomando toda a gente que se encontrava na loja como reféns. Ela tentou arranjar maneira de fugir. Sempre fora assim, corajosa, sem medo do que lhe pudera acontecer. O que tivesse que acontecer, acontecia. Era o que ela pensava. Só que essa coragem custou-lhe a vida. Infelizmente foi apanhada pelo homem, que acabou por assassiná-la. Desde aí, Tom nunca mais sorriu. Sentia-se perdido, pensava que a vida já não tinha sentido. Roubaram a vida à mulher que ele amava, que seria provavelmente a sua noiva, a sua futura mulher. Passava os dias a relembrar os momentos que passara com Bianca, a reler as cartas perfumadas que ela lhe mandava constantemente, de maneira a não se esquecer da sua essência, das suas palavras.

(...) “Mano, vens jantar?” Perguntou Bill ao irmão, que se encontrava deitado na cama a olhar para o vácuo.

“Não, não tenho fome.”

“Tom, tu tens que comer, senão perdes as forças! Tu até já estás mais magro!”

Não obteve resposta. Sabia que não ia conseguir convencer o irmão a comer fosse o que fosse. Suspirou.

"Ok, se não queres vir não venhas. Mas vê se tentas comer algo mais tarde”.

Fechou a porta. "As minhas forças já foram perdidas à muito tempo...", pensou Tom.

Levantou-se da cama e pegou na sua guitarra. Saiu do quarto e dirigiu-se para o elevador. Ia para o último piso, para o telhado. Sentou-se na borda do gigantesco hotel, olhava para baixo e aquela altura toda, naquele momento, não o assustava.

Os seus dedos começaram a deslizar pelas cordas da sua guitarra. Saía uma melodia de uma música conhecida: Spring Nicht. Enquanto tocava, os seus olhos produziam gotas de água salgada, que caíam em cima do instrumento musical. Não aguentou. Levantou-se e atirou a sua guitarra pelo edifício abaixo, que se partiu mal tocou no chão duro.

As pessoas que passavam por ali olharam, observando a figura que se encontrava no topo do Hotel. “É o Tom Kaulitz!” Várias pessoas exclamavam. Expressões preocupadas criavam-se nas caras das pessoas, que se apressaram a ligar para os bombeiros.

Lá em cima, Tom olhava para as minusculas pessoas que lhe pareciam formigas. Aquela altura toda lembrava-lhe de quanto tinha estado no topo da Torre Eiffell, com Bianca.

*INICIO FLASHBACK*

”Tom, isto é tão... Tão mágico!” Dizia-lhe Bianca, admirando a fantástica paisagem, entusiasmadíssima.

Tom sorria, ao ver a expressão maravilhada da sua namorada. Abraçou-lhe por trás, colocando os braços envoltos na sua cintura, encostando o queixo no ombro da rapariga.

“Estás feliz?”

“Estou, Tom, muito.” Respondeu-lhe Bianca, virando-se para ele. Colocou os braços à volta do pescoço do guitarrista. “Obrigado por me teres trazido aqui.”

“Tudo para ver esse teu sorriso.”

“Eu amo-te, Tom Kaulitz.”

“Eu também te amo, Bianca Valden.” Inclinou um bocado a sua cabeça, e aproximou-se. Quando estava a milímetros dos lábios da namorada, sussurrou-lhe “Para sempre.” Beijou-a apaixonadamente, já sentia o sabor de morango da sua boca, devido ao gloss que usava sempre. Deixaram-se embalar pelo barulho da cidade de Paris.

*FIM FLASHBACK*

Começou então a cantar baixinho, com uma voz tremida.

“Über den dächern

Ist es so kalt Und so still

Ich schweig deinen namen

Weil du ihn jetzt

Nicht hören willst

Der abgrund der stadt

Verschlingt jede

Träne, die fällt

Da unten ist nichts mehr, Was dich hier oben Noch hält”

Uma última lágrima caiu. Tirou o colar que usava, o colar que a namorada lhe oferecera nos anos. Era um “B”, de Bianca.

Preparava-se para se atirar, queria que lhe acontecesse a mesma coisa que acontecera à sua guitarra.

Mas algo o impediu.

Ich schrei' in die nacht für dich

Lass' mich nicht im stich

Spring nicht

Die lichter fangen dich nicht

Sie betrügen dich

Spring nicht

Erinner dich

Ab dich und mich

Die welt da unten zählt nicht

Bitte spring nicht

Spring nicht

Und hält dich das auch nicht zurück

 Era o seu irmão, que pressentira algo de errado. Tinha os olhos completamente borratados, chorava como um perdido. Não queria perder o seu irmão, o seu gêmeo, a pessoa que mais amava.

Se o irmão saltasse, ele iria atrás.  Foi ao encontro dele e deu-lhe a mão. Esboçou-lhe um sorriso triste, e acabou-lhe a canção:

“Dann spring ich für dich”

Sorriram um para o outro, e voltaram-se para a frente, sempre de mãos dadas. Os seus corpos tornaram-se leves, e o vento empurrou-os, deixando-os cair.  As fãs gritavam, choravam de desespero ao encarar os dois cadáveres ensaguentados.  A noite tornara-se ainda mais escura do que já estava. Os famosos irmãos Kaulitz suicidaram-se juntos. Diz-se por aí que tinham um sorriso nas suas faces cobertas com sangue.  Tom morrera feliz, com o seu gêmeo. E ia ao encontro da mulher que amava, que o esperava lá em Cima.

Diz a lenda que, quem subir ao topo do hotel e prestar atenção, ouve-se os gêmeos a cantar. Diz-se também que os seus fantasmas e o fantasma de Bianca aparecem de vez em quando, no telhado do edifício, rindo como antigamente.


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