Um Reencontro entre Nós escrita por Karenine


Capítulo 1
Invasão


Notas iniciais do capítulo

Essa é a minha primeira fic desse casal. o/ Consegui terminá-la em quatro dias. Postarei à medida que cheguem reviews *__* Não reparem nos erros de português. Espero que gostem!

Boa Leitura!



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Invasão

            Quando Trunks voltou para o futuro, após vencer os andróides no passado, ele pensou que tudo que encontraria seria o que havia deixado antes de partir para a grande jornada do tempo. Mas ao contrário do que imaginava, ao mudar o curso no passado, seu próprio futuro havia mudado. Meu avô Goku no nosso tempo não morrera de doença, já que Trunks tinha lhe entregado o remédio no outro tempo. Meu pai, Gohan, voltara a vida e se casara com a minha mãe Videl – mulher que ele nem sonhava conhecer antes de Trunks partir. Seu próprio pai, Vegeta, estava vivo, para alegria da senhora Bulma. E foi nesse ambiente de paz que eu nasci.

            Meu nome é Pan. Tinha 27 anos e estava feliz. Tinha uma família linda, um marido maravilhoso e uma pequena menina chamada Yuki. Quando nasci, Trunks tinha 20 anos e por mais incrível que isso possa soar, parecia que nós já éramos feitos um para o outro. Meu pai era muito amigo dele e, claro, viramos amigos de cara. Foi Trunks que me treinou, que me ensinou a ficar forte, que me apoiou, que conhecia tudo da minha vida.

            Nós éramos companheiros, estávamos sempre perto, e eu reconhecia seu ki em qualquer lugar do mundo. Me apaixonei por ele. Senti a dor de um primeiro amor que parecia não ser correspondido, mas estava enganada. Trunks me amava, mesmo que às escondidas. Os humanos têm problemas com a idade, e ele era 20 anos mais velho do que eu, apesar de não demonstrar graças a sua natureza sayajin.

            Nosso primeiro beijo foi durante a noite. Estávamos eu e ele sozinhos no alto de um monte, vendo as estrelas. Naquele dia havíamos lutado muito, nosso típico treinamento do dia-a-dia. Sentamos na grama e ficamos olhando para o céu... Lindo... Todo coberto por aqueles pontos de luz que sempre me encantaram.

            - Trunks, olha! – falei apontando para uma estrela cadente que acabara de passar.

            - Que bonito! – ele falou também olhando.

            - Faça um pedido! – mandei de repente, fechando os olhos.

            - Um pedido? – perguntou ele sem entender. – Por quê?

            - Não discuta, faça!

            - Tá bom! Tá bom! – disse ele fechando os olhos e ficamos em silêncio.

            Naquela época eu tinha 15 anos, mas meu corpo já estava bem mais desenvolvido por causa dos constantes treinos que fazia todos os dias. Meu pedido foi simples: queria que Trunks me amasse. Claro que eu não fazia idéia de tudo que aconteceria no meu futuro e de como eu seria feliz um dia, apenas segui meu coração e fiz o pedido do fundo da minha alma. Quando abri os olhos, seu olhar penetrante estava fixado no meu. Quase desmaiei.

            - O que foi que você pediu, Pan? – perguntou-me ele.

            - Ora, não posso contar, se não, não vai realizar. – comentei ficando corada. O que eu diria para ele? “Trunks, meu pedido foi para que você me amasse”? Não, seria muito embaraçoso, e se ele não quisesse? Não poderia correr o risco.

            - E que história é essa de pedido? – continuou ele sem tirar aqueles olhos de mim. Desviei meu olhar e fitei minhas próprias mãos.

            - Minha mãe me contou uma vez que quando passa uma estrela cadente, temos o direito de fazer um pedido. Como eu nunca tinha visto, nunca testei. Agora era a minha chance. – falei sem tirar os olhos das minhas mãos.

            - Entendi... – ele falou sorrindo e ficou olhando o céu. – Sabe, Pan, eu nunca fiz nenhum pedido... Nunca vi necessidade disso, acho que pelo meu próprio orgulho. Mas quando você falou para eu fazer um... – ele me olhou gravemente. - veio uma pessoa especial em minha mente.

            Devo ter empalidecido na hora, com certeza. Alguém especial? Tinha alguém especial em sua mente, em seu coração? Alguém que não era eu... Abaixei os olhos rapidamente para conter minhas lágrimas que começavam a surgir nos meus olhos. Então, senti uma mão segurar meu queixo, levantando meu rosto e fazendo com que meus olhos encontrassem os deles. Senti meu coração apertar, por quanto tempo eu seguraria as lágrimas? Não fazia idéia, mas estava muito difícil.

            - O que eu quero dizer... é que quando você mandou eu fazer um pedido, eu fiz. – falou ele sorrindo carinhosamente.

            - Que... bom... – consegui balbuciar tentando manter minha voz firme.

            - E sabe, Pan... – ele falou se aproximando de mim, fazendo com que minha cabeça girasse um pouco. – Eu queria muito realizá-lo, agora...

            Arregalei meus olhos quando ouvi suas palavras, mas não tive tempo de pensar, porque no minuto seguinte senti seus lábios nos meus, num beijo lento e maravilhoso. Eu já havia beijado outros garotos, numa tentativa infundada de esquecê-lo, mas nada se comparava ao beijo de Trunks. Ele me segurou com muito carinho, um carinho que eu nunca havia visto em ninguém. E eu que já estava apaixonada, senti meu corpo vibrar, meu coração acelerar muito, aprofundando o nosso beijo.

            Três anos depois, estávamos noivos e quando fiz 21 anos, nos casamos. Eu era visivelmente a pessoa mais feliz do mundo, a mulher mais realizada de toda a Terra. Meus pais ficaram muito felizes com o nosso casamento, assim como os pais dele também, e algum tempo mais tarde, já tínhamos a nossa linda filhinha Yuki, uma linda menininha de cabelos negros e olhos azuis como os dele.

            E assim, tudo caminhava bem, até que eles apareceram... Era um grupo composto de quatro guerreiros. Vinham de um planeta chamado Kikoshito e chegaram destruindo tudo que passava no seu caminho.

            Trunks estava preocupado, assim como todos. Vovô estava pronto para qualquer coisa, ele adorava lutar com guerreiros poderosos. Vegeta estava tão ansioso quanto ele, mas todos sentiam a tensão no ar. Eu me preocupava, principalmente, com Trunks e Yuki. Mal tinha conseguido uma família tão linda, construída com todo o meu amor, e já sentia o medo de perdê-la.

            Fui para a sacada, olhar a cidade que estava com um ar de medo e solidão. Me encolhi, olhando para tudo aquilo. Um súbito medo me abateu e senti minhas lágrimas começando a cair.

            - Pan... – sussurrou Trunks no meu ouvido me abraçando. – Não se preocupe, iremos dar um jeito.

            - Eu sei, Trunks... – falei me virando para ele e sentindo seus dedos secando meu rosto. – Mas sinto medo... não quero perder você... perder a Yuki... meus pais... sinto medo, muito medo.

            Ele me apertou nos braços, ficando em silêncio. Ele também estava com medo, mas o guardava para si mesmo, talvez para poder me dar força, amenizar os meus temores. Ficamos assim abraçados por um tempo, e depois ele me levou para a cama. Nos amamos naquela noite como se fosse a primeira vez, e em cada toque, em cada beijo, eu sentia algo estranho dentro de mim, um amor e uma ... saudade... tão grande. Aproveitamos cada segundo até o amanhecer, e só pensamos em dormir quando o sol já dava seus primeiros vestígios de vida.

            Naquela manhã porém, nada seria mais o mesmo...

            - Trunks, que barulho é esse? – perguntei acordando assustada, enquanto ouvia um grande estrondo que balançava a casa.

            Corremos para a janela e vi a cena mais horrível da minha vida. A cidade estava destruída, totalmente queimada e quebrada, enquanto dois caras, daquele grupo alienígena pairavam no ar rindo.

            Trunks imediatamente se transformou em super sayajin e eu, mesmo tentando impedi-lo, fui incapaz disso. Tudo que ele disse antes de sair voando pela janela foi “Leve Yuki para um lugar seguro”.

E então eu corri. Peguei minha pequena nos braços, protegendo-a com um cobertor e desci as escadas apressada. Ouvia os gritos de Trunks e sentia seu ki se expandindo. Minha vontade era de lutar, de me transformar em super sayajin também e ajudar o meu amado, mas tinha também que proteger a nossa filha, que era muito pequena.

Peguei o telefone, no meio do caminho para a porta e disquei o número de Bulma. Precisava avisar aos outros o que estava acontecendo. Logo, Vegeta e vovô Goku estavam lá, junto com meu pai e meu tio Goten. Bulma fora também me buscar na nave, iríamos para a sua casa, um lugar bem mais seguro para Yuki, mas o meu coração estava na mão. Eu tinha medo de perder Trunks.

- Vai ficar tudo bem, querida. – falou a senhora Bulma quando chegamos em casa. – Eles sempre dão o jeito em tudo.

Pensei em dizer que isso nem sempre era possível. Lembrei de quando os andróides chegaram, eu não era nascida, mas via no olhar de Trunks a dor que ele sentira ao perder todos que amava, e o quanto ele e sua mãe lutaram para que ele voltasse ao passado e modificasse aquele futuro. Meu maior medo era aquilo se repetir. Coloquei Yuki na cama e fiquei sentindo o ki de todos, percebendo que com o tempo eles ficavam mais fracos.

- Ei, se você não comer nada vai ficar doente. – falou a senhora Bulma me trazendo uma caneca de chocolate quente.

- Obrigada... – balbuciei sem me desconcentrar no ki de Trunks.

- Sabe, Pan, eu sei o que você está sentindo. – falou a mãe de Truns sorrindo e sentando ao meu lado. – Na verdade, todas nós sabemos: eu, sua avó, sua mãe. Todas nós sentimos o mesmo coração apertado e esse mesmo medo que você está sentindo agora. É natural, querida. Afinal, nos casamos com guerreiros sayajins, que sempre estão em situações como essas. Mas uma coisa eu aprendi na vida... – ela parou de repente e olhou para a janela.

Eu nada falei, apenas ouvia o que aquela jovem senhora, sempre tão carinhosa tinha para me dizer. Depois de algum tempo, ela suspirou e continuou:

– Já perdi Vegeta uma vez... Foi duro, naquela época Trunks era como a filha de vocês, pequena, indefesa, e eu não tinha experiência nenhuma em criar um filho. Todos os meus grandes amigos morreram... Goku, Yancha, Kurilin, todos... até Chi-chi não agüentou a dor de ficar sem Goku e acabou morrendo. Ficamos eu e Trunks, sozinhos. – ela olhou novamente para mim e sorriu. – Ah! Mas olha que bobagem, como se você já não soubesse dessa história!

- Não, pode continuar. – falei, dando um pequeno sorriso. – Assim eu paro de pensar um pouco no que está acontecendo. – Era a verdade, enquanto ela ficava contando seu passado, eu conseguia me acalmar, nem que fosse por alguns minutos. Eu pensava menos no que poderia acontecer a Trunks.

Ela sorriu agradecida e cúmplice. Sabia que eu estava sofrendo, afinal, ela sabia de todo o meu amor pelo seu filho.

- Quando me vi sozinha... – continuou Bulma. – Eu passei a compreender que a vida é uma caixinha de surpresas. Às vezes a gente encontra coisas boas e às vezes não. É como se a cada passo que déssemos, algo novo surgisse na nossa frente. Veja... – ela falou apontando para uma foto. Era uma foto ressente, estávamos eu, Trunks, nossa filhinha nos braços do pai, Vegeta e ela. Todos sorrindo em frente a sua casa. – Quando poderia imaginar que teria a chance de ter uma família de novo? – nisso ela olhou para mim e pegou a minha mão. – Quando Trunks viajou no tempo, achamos que ele só poderia mudar o passado e, não o futuro. Mas o futuro mudou também, e graças a isso você nasceu, casou com meu filho e me deu uma neta linda. Graças a essas surpresas que a vida nos reserva, mesmo depois de tanto sofrimento, é que vi Trunks sorrir, após muitos anos, sorrir apaixonado, bobo, sozinho, apenas por escutar falar de você. Foi essa vida, imprevisível que trouxe meu marido de volta, e me deu a chance de mostrar o quanto eu o amava. Então, Pan, eu sei que você está com medo, sei que está sofrendo porque ama muito o Trunks... Mas pense na vida como uma caixinha de surpresas. Hoje ela é ruim, amanhã pode ser maravilhosa.

Sorri sentindo meus olhos cheios de lágrimas. Abaixei a cabeça para esconder meu rosto. Sentia vergonha do meu medo. Eu não deveria estar sentindo aquilo, porque eu era também uma sayajin. Mas não conseguia evitar, o medo era a coisa mais forte naquele momento.

- Obrigada... – foi tudo que disse, enquanto Bulma olhava para mim e segurava minha mão.

- Tudo vai ficar bem, querida... – foi o que me disse. E eu queria mesmo acreditar em suas palavras.

Porém, as coisas pioraram. Passou-se todo o dia. Dias, para ser exata. Eu já não conseguia dormir mais, estava sempre observando o ki de Trunks, vendo a cada minuto ele se abalar e ficar mais fraco. Minha vontade de guerreira era ir até lá e salvá-lo. Impedir que o atingissem, que o machucassem. Sentia o ki do meu pai, do meu avô, do meu sogro... Todos eles se abalando, todos eles enfraquecendo. E meu desejo de lutar, de voar até lá e fazer alguma coisa, continuava a crescer. Mas sempre que olhava para Yuki deitadinha no berço, lembrava das palavras de Trunks “Leve Yuki para um lugar seguro”.

Não havia lugares seguros. O que quer dizer que não era exatamente isso que ele estava me pedindo. O que ele queria era que eu saísse da linha de fogo com a nossa filha e transformasse algum lugar em seguro. Que eu a protegesse, que protegesse nosso refúgio, como guerreira, e se eu lutasse, minha filha, Bulma, minha avó, todos que estavam esperando como eu, ficariam desamparados.

Suspirei colocando Yuki para dormir. Ela era criança mas sentia que algo estava errado no mundo e, por isso, assim como eu, demorava para pegar no sono. Finalmente, o cansaço a havia esgotado, e eu deitei na cama. Esquecer provavelmente seria impossível, mas quem sabe descansar um pouco... Não deu tempo para isso. De repente senti um ki poderoso se aproximar da casa de Bulma e, logo em uma grande explosão abalou a estrutura da casa.

- NÃO! – gritei e corri até o berço. Yuki chorava desesperadamente. Peguei-a no colo e desci as escadas correndo. – Bulma! Bulma! Onde você está?

- Aqui, Pan! – ela gritou do fundo da casa. Corri até lá o mais rápido que pude e, ao passar pela sala, percebi uma enorme cratera.

- Bulma! – falei assim que a encontrei. – Você está bem?

- Sim, querida, por sorte estava na sala de projetos. Mas e você e a Yuki? – ela perguntou olhando minha filhinha que chorava no meu colo.

Olhei carinhosamente para minha filha, ao mesmo tempo, que preocupada. Constatei que estava tudo bem, nenhum arranhão. Apenas o susto de ser acordada daquela maneira. Suspirei aliviada.

- Ela está bem, apenas tomou um susto. – falei sorrindo. Mas antes que pudesse ficar um pouco mais tranqüila, outro estrondo tremeu a casa e estava cada vez mais próximo de nós. – Bulma, preciso lutar. Cuide de Yuki para mim. Se esconda, vá para as montanhas o mais rápido possível e fique lá. Enquanto vocês fogem eu irei distraí-lo.

- Mas é muito perigoso, Pan. – ela falou enquanto eu lhe dava a minha linda filhinha.

- Eu sei... Mas é preciso. – disse sentindo o ki assustadoramente poderoso do meu inimigo. Olhei apenas mais um momento para elas. Minha sogra e minha filha. Ambas tão amadas, tão queridas. Minhas lágrimas quase caíram, mas eu não tinha tempo, e antes que ouvisse o seu “Cuidado” perfeitamente, voei para fora da casa.


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