Anjo de Vidro escrita por DiraSantos


Capítulo 5
Capítulo Quatro: Juras


Notas iniciais do capítulo

Desculpem da demora, mas eu sai com uma amiga mas tá aqui.!
E tá inspirador!
Bjs
Espero que gostem!



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Capítulo Quatro: Juras

Depois que chegamos ao hotel, estava quase correndo para o meu quarto, quando Justin segurou meu braço.

—Espera. —Pediu ainda confuso sobre o que tinha acontecido mais cedo. Virei-me com calma, desviando o olhar do dele, de repente ele ficou assustado, levou as pontas dos dedos até o meu rosto, onde estava machucado. —Como fez isso?

Respirei fundo. Em geral, quando se mata um demônio, acabamos levando algumas lembranças e como são nosso inverso, mandados de Lúcifer, meu rosto iria demorar cerca de 6 dias para sarar, sem qualquer cicatriz, mas de qual quer forma era irritante e desconfortável.

—Estava dando uma volta pelo estúdio de fotos e cai no chão e cortei meu rosto em um tripé de uma câmera. —Pronto simples e comum. Mas Justin não pareceu prestar atenção.

—Isso tá profundo, vem deixa eu pelo menos limpar isso. —Sai levando minha mão, mas eu parei no lugar. —Por favor, só vou limpar esse corte, se você quiser você mesma faz isso. Por favor? —Torci meus lábios, mas o segui.

Entramos em seu quarto, ele se abaixou em frente ao seu criado-mudo e pegou uma maleta de primeiros-socorros, se sentou ao meu lado na cama e procurou algumas coisas. Olhei para janela, Justin era um garoto doce e carinhoso, e dessa vez só queria ajudar, mas o problema era que... Eu devia está ajudando ele, não o contrario.

—Pronto. —Falou com o algodão molhado na mão, com cuidado para não me causar desconforto, ele segurou meu rosto, passando de leve o algodão, o corpo humano era frágil demais, mas eu tinha que confessar, o fato dele estar ajudando sem esperar nada demais em troca era gratificante, mais um ponto. Teríamos que trabalhar mais esse lado dele. —Cara, isso está feio, tem certeza que não deixou uma faca cair no seu rosto. Tá muito profundo.

—Está ruim assim? —Perguntei, ele riu, mas não me olhou nos olhos, continuou a limpar a ferida aberta na minha bochecha esquerda.

—Um pouco, só está profundo. Depois que estiver limpo e tratar não vai demorar a sarar. —Ele sorriu tentando me reconfortar, eu sorri também.

—Que bom. Mas, onde aprendeu a fazer isso? —Perguntei como se não soubesse.

—Bom, eu sei andar de skate, tenho minhas cicatrizes e também... Remendando os joelhos de Chris e Ryan, eles eram péssimos e acabava dando uma de medico. —Ele deu um sorriso e largou meu rosto, pegando algo para não deixar o ferimento inflamar, coisa que não ia acontecer. — Acabei aprendendo essas coisas.

—Mas não tem cicatrizes, pelo menos eu não vi. —Falei, ele sorriu e colocou um band-aid no meu rosto depois riu um pouco.

—O curativo é mais corado que você. — Meu rosto corou, como eu não sei, mas foi a reação do meu corpo. —Bom sobre as cicatrizes...

Justin levantou um pouco da camisa e mostrou a as costas, e uma sombra de um aranhão bem grande, eu... Não me lembrava daquilo, eu não... Sabia o que era aquilo. Estiquei meus dedos e toquei a pele levemente mais clara e mais alta.

Deus...

—Como... Fez isso? —Perguntei, tentando não entrar em pânico completo. Eu era um anjo da guarda! Como eu nãos sabia como ele tinha feito aquilo?! Era grande demais!

Justin deu ombros e pegou as pontas dos meus dedos, meu ossos tremiam. Não, eu não estava exagerando, o caso era que eu, como seu anjo, devia saber de tudo, tudo que pudesse perturbá-lo durante sua vida.

—Acho que foi quando eu tinha uns 5 anos, lembro por que foi minha primeira queda feia. 17 ou 20 de setembro. —15 de Setembro 1999. Eu tinha sido convocada, eu estava lutando, era por isso que eu não sabia, aquela batalha durou exatamente de 15 a 23 de setembro de 1999, então não tinha motivo para alarde.

Lembrei-me de flashes da luta, as asas sendo arrancadas, o sonido de espadas batendo uma contras as outras, gritos de guerra, o brilho das nossas armaduras prateadas, o som aterrorizante dos gritos das almas condenas no inferno, e as asas douradas de Miguel, Lucas e Gabriel, — nossos arcanjos—, gigantes, passando por nos, nos incentivando a lutar...

—Saray? O que foi? —Perguntou, olhei fixo em seus olhos, que refletiram meu rosto, pálido, meus olhos vazios e dispersos.

—Nada, eu só... Me lembrei de uma coisa, nada demais. —Justin apertou minha mão, enquanto eu revivia aquilo, os olhos vermelhos escuros, as asas de morcegos, vindo aos gritos e sem qualquer técnica para cima de nos, querendo só uma coisa, que morrêssemos.

—Parece que foi algo ruim... —Respirei fundo e forcei um sorriso, puxando minha mão.

—Não, só não me lembrava, e acabei vendo tudo de novo. —Me levantei. —Brigada pelo curativo. —Ele esticou a mão pra mim, sem entender nada. Mas não falou apenas pensava, ele queria entender o que estava acontecendo, por que ele sentia segurança perto de mim, o “Porquê” de tudo isso que ele estava sentindo.

—Espera. Eu... Tenho que te pagar, chocolate. —Ele sorriu e me puxou para o elevador, ele estava feliz, mesmo sendo estranho pra ele, Justin gostava de estar perto. Respirei fundo e olhei para baixo.

Descemos até o terreno e fomos até o restaurante do Plaza, ele pediu um “Hershey’s”, que por sinal era bom, derretia na boca era tão doce... Não segurei um suspiro, Justin riu um pouco e pediu uma água adivinhando que eu ia querer logo depois que a barra de chocolate acabace.

—Hey, eu tava pensando. Que tal agente da uma volta? Sei lá, pela cidade, tem uns lugares que eu queria te mostrar... Se você quiser ir, claro. —Respirei fundo, enquanto engolia um pedaço de chocolate. Seja o que fosse, algo naquele delicioso petisco humano tinha me deixado mais afável, mais dobrável.

—É, acho que não vai ter problema. —Ele deu um sorriso. Estava disposto a descobrir o que estava acontecendo.

—Ótimo! Então... Depois que voltarmos da entrevista, vamos juntos, tudo bem? —Eu sorri, e fiz que sim. Bom, isso podia me ajudar certo? Eu ficaria mais próxima dele, com limites, claro.

—Por mim tudo bem. —Eu sorri e peguei o copo de água na sua mão, bebi um pouco mais da metade quando Kenny gritou para nos.

—Hey, vocês dois! Vamos subam logo, não quero perder ninguém. —Falou serio olhando para Justin, que suspirou e se virou de costas olhando para mim.

—Acho que Kenny ainda vai me arrancar a cabeça. —Não, ele não ia. Kenny era do tipo de cara que só era durão sim, mas só quando necessário, com quem ele conhecia era engraçado, um pouco rude, mas um cara legal.

—É melhor irmos. —Ele concordou e fomos logo atrás de Kenny no elevador para o ultimo andar. Relaxei meus ombros, teria uma noite cheia, o perímetro teria no mínimo 10 quilômetros, até o show que ele faria aqui... É, dva uns 15 quilometro se não tivesse nada fora dessa área me ajudaria bastante. Fui até meu quarto me despedindo de Justin com um sorriso.

Tomei um banho gelado, coloquei uma calça jeans, uma blusa de frio preta com capuz, um tênis azul escuro e me joguei da janela, voando já. Comecei a contar os quilômetros a partir do tamanho da rua principal, mas quando pensei melhor, iria começar da “Times Square” me daria uma visão melhor da cidade, assim que cheguei no topo do prédio mais próximo, — Dava para ver a movimentação de onde eu estava. — era num prédio de um beco, levaria cerca de 4 dias, para ter um visão boa da cidade, o Plaza era um bom local, mas tinha muitas câmeras e não dava para eu sair de boa por ai. Apesar de aqui ser New York.

Respirei fundo e abri minhas asas,— que por sinal ainda doíam por eu ter que manter elas longe da vista dos mortais—  e pulei do prédio voando o mais longe possível.

Acabei dando uma parada no parque City Hall, perto da ponte do Brooklyn, respirei fundo e esticando minhas asas, quando ouvi uma voz calma e zonza.

—É, eu tenho que parar de fumar isso. —Virei para ele, minhas asas ainda aparecendo. Era um senhor, mendigo fumando algum tipo de droga me olhando, como se eu fosso normal ou, no seu caso só uma alucinação daquilo que ele estava fumando e que o estava matando. Aproximei-me dele, me sentando ao seu lado, querendo ajudar.

—Posso te mostrar uma coisa? —Perguntei, ele fez que sim soltando à fumaça em forma de “O”.

—Claro, querido anjo. —Eu sorri, peguei algumas pedras que estavam ali perto e peguei suas mãos sujas, flácidas e manchadas.

—Veja. —Apertei suas mãos envoltas das pedras e as abri. Maçãs.

—Em nome de Deus! —Ele gritou comendo desesperado as frutas. —Você é mesmo um anjo? —Pergunto, deixando alguns pedaços da maçã lhe escaparem da boca.

—Sou alguém que quer ajudar. —Ele parou por um segundo e voltou a comeu,na velha caneca coloquei um chocolate quente e coloquei ele em volta de uma das minhas asas, ele respirou fundo e continuou se deliciando. Enquanto eu fazia aquele pobre senhor feliz, eu observa a lata que tinha fogo dentro, as chamas lambando o ar.

—Posso lhe pedir uma coisa? —Perguntei olhando de novo para o idoso do meu lado, aconchegado em minha asa esquerda.

—Você me deu de comer, pode pedir qualquer coisa. —Eu ri e respirei fundo, colocando mais algumas em seu colo.

—Se eu lhe desse algo para melhorar sua vida, o senhor seria honesto o suficiente para continuar a fazer o bem? —Ele me olhou, analisando o que tinha falado, engoliu os pedaços das maçãs e falou.

—Depois de tudo que vivi, sim. Acredito que sim.

—Em nome de Deus? O senhor me promete que se eu lhe arranjar um teto e pessoas que cuidem do senhor, o senhor vai ser honesto, não explorara ninguém? —Ele sentiu o peso das minhas palavras, e fez que sim. Realmente disposto.

Dei um sorriso largo.

—Ótimo, pois termine de comer e beber que vou lhe levar a seu novo lar. Não se importa de andar, certo?

—Não, não em importo. E me chame de Phil querida. —Sorri mais, feliz por ainda existirem pessoas assim.

Depois que o velinho terminou de comer e beber coloquei um cobertor quente envolto dos seus ombros e conduzi para um asilo de verdade que tinha visto no caminho. Um lugar quente que as pessoas que estavam lá era pra cuidar deles, e esse merecia. A caminhada foi longa, mas chegamos no local, bati na porta, apesar de ser 2horas da manhã uma mulher gorda e simpática abriu a porta, olhou para o velinho  que eu segurava pelos ombros.

—Oh, meu Deus! —Me ajudou a levá-lo para dentro e para tomar um banho, Phil cantava no banho, feliz, ela me olhou, curiosa. —Você o conhece?

—Vi ele perto da ponte do Brooklyn e o trouxe para cá.

—Pegou ele da rua?! Não tinha medo?! —Olhei nos olhos negros e afáveis da mulher.

—Se não dermos uma chance a alguém, como vamos esperar que ela faça sozinha? Se ninguém acredita nela? —Ela se calou concordando, e se enrolou mais no pequeno cobertor que lhe caia os ombros.

—Acho que sim... Mas, por que...? —O que ela queria perguntar, era por que alguém o ajudaria. Sorri.

—Ele é simpático, por favor, faça-o para de usar drogas e qualquer outra cosia nociva. Ele é um sujeito bom e merece carinho. —Eu estava indo embora, mas ouvi o chuveiro parar e ele se enrolar na toalha vindo até mim, e percebi que, de barba feita, ele tinha belos olhos acinzentados e uma pele rosada cheia de manchas adoráveis e o cabelo branco sem poeira.

—Já vai querido anjo? —Eu sorri para ele dando um leve abraço.

—Não conte a ninguém, é nosso segredo. Sim, tenho que ir Phil. —Sorrir mais, mais feliz por ter ajudado alguém nesse mundo. Ele soltou uma lagrima, por ver alguém bom no mundo.

—Gostaria de lhe ver de novo. Antes de Deus fechar meus olhos. —Eu sorri mais, e fiz que sim.

—Eu venho aqui antes de sair da cidade, só para vê-lo. —Senti uma lagrima de felicidade nos meus olhos, e uma interrupção na garganta, beijei de leve seu rosto, com uma lagrima. Minhas emoções mais fortes aqui, mas eu ainda era um anjo, minha compaixão a flor da pele, sussurrei em seu ouvido.

—Alem de vir aqui, prometo que vai ter sinais meus. —Eu olharia por ele.

—Como o que? —Perguntou para mim, os olhos brilhando e a mulher quase chorando com a cena.

—Lembra da mágica? —Ele assentiu— Prometo que vai muitas em sua vida.

—Minha vida é tão curta...

—Não é, eu lhe garanto. Alguém lá em cima vai olhar para o senhor, vaio viver mais de 90 anos! Lhe prometo. —E o abracei mais forte. —Lembre do que em prometeu.

—Nunca esquecerei, querido anjo. Que Deus a ilumine. —Me abraçou.

—Venha, senhor, vou lhe mostrar sua nova cama... —Falou a mulher levando ele para dentro. Respirei fundo e voltei para o Plaza, entrei pela janela. Sorrindo para mim mesma, tomei um banho troquei de roupa e me sentei na cama quando Pattie abriu a porta.

—Ouvi um barulho.

—Eu fechei a janela com muita força. —Admiti ainda sorrindo, ela notou e me perguntou:

—Por que esse sorriso? —Olhei para baixo e sorri.

—Nada, tive uma sensação boa. —Ela sorriu e saiu do quarto, me deixando dormi.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Tá bom?
Bjs!



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