Anjo de Vidro escrita por DiraSantos


Capítulo 11
Capítulo Dez: O Híbrido


Notas iniciais do capítulo

Perdão pela demora. Minha net não estava funcionando, então não tinha como postar. Se ainda estiverem ai, estou com 7 capítulos prontos.
Não esqueci um segundo de vocês.
Perdão e ai está mais um.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/117144/chapter/11

Capítulo Dez: O Híbrido

       Encarei o ser por alguns segundos, eu tinha que saber o que era. Mexi-me entre a multidão já formada, observei-o enquanto me movimentava, chamando Micaela, ela era meu reforço aqui no mundo terreno, e isso era novo para mim, nunca tinha me deparado com um Híbrido, até por que, eles deviam estar extintos junto com os... “Neffilins”. Demorei um pouco para achar as escadas de emergência do prédio, subi sem fazer barulho, olhando as costas dele...

      Era um garoto, um menino. Uma das asas que brotava de suas costas largas era de um anjo, cinzas claras com outras brancas e pretas, as plumas tinham uma aparecia pesado e faziam um contraste gritante a outra... A outra asa me dava arrepios, era grande como a outra, mas a pele vermelha envelhecida, com manchas amareladas e negras, era como um triângulo. Como uma asa de morcego, tinha três seguimentos dividindo-a, em cada ponta, algo como uma ponta de uma flecha negra e dura, assim como no ângulo em cima.

    O garoto começou a se levantar.

     —Quem está ai? —Perguntou se virando para onde eu estava.

     —O que você é? —Perguntei, me levantando, pela primeira vez, com receio. As asas nas suas costas me deixavam duvidosa, eu não sabia como reagir a ele.

     —Um garoto. —Disse. Encarei seus olhos cor de vinho tinto...

     —Não, não é. —Respondi.

     —Como pode saber? —Perguntou, um pouco perturbado, ajeitei meus ombros, relaxando o suficiente para abrir as minhas asas, que se libertaram felizes, mesmo voando em alguns dias, elas doíam, os tendões das minhas costas ardiam por pelos exercícios insuficientes. Eu era acostumada a deixar elas abertas mesmo fechadas nas minhas costas.

    —Por que eu também não sou. —Seus olhos acompanharam o contorno das minhas asas.

    —Você é um anjo? —Perguntou, dando um passo para trás, parecia ter medo. Aquilo me fez pensar... Como Justin regeria se eu contasse? Engoli a duvida. Eu não podia, era errado, mas Justin tinha se provado capaz de me fazer mudar de idéia.

    Respirei fundo, o garoto estava com medo, eu tinha que ser mais... Flexível.

    Dei um sorriso, e estendi minha mão chamando-o.

    —Tudo bem, não vou te machucar. —Falei, ele me olhou, torcendo os lábios, sem saber se devia, de fato, confiar em mim.

    —Como eu vou saber? —Indagou, olhando em meus olhos, procurando algum sinal de mentira.

    —Sou anjo, não quebro uma promessa. —Com isso ele se convenceu, relaxando.

    —Sou Sebastian. —Disse com um meio sorriso, estranhamente inocente, mais um contraste gritante do lado da asa demoníaca que nascia da sua costa.

    —Saray.

    —Micaela. —Falou ela atrás dele, tocando o espaço entre suas asas, Sebastian revirou os olhos e caiu. —Como sabe que não vão machucá-lo?

    —Eu não vou machucar. Leve ele para a sua casa, quando conseguir sair, eu vou  atrás de vocês.

    —Por que eu tenho que levar? —Perguntou Micaela, indignada.

    —Quer levar ele para o Plaza?

    —Tudo bem! —Ela tocou no terço no meu pulso e desapareceu com o garoto entre suas asas quase pálidas. Respirei fundo, voltando para a multidão.

    Quando cheguei ao show, que já estava quase que lotado, todos cantavam junto com Justin no palco, dei um sorriso para ele quando me avistou. Mas uma vez ele deu um sorriso imenso e começou a cantar uma dos seus single “Favorite Girl” apontou para mim, abri um sorriso maior, me abraçando pelo frio, a neve estava mais densa.

    Eu me afastava dos flocos retilíneos e bem desenhados, já que eles não derretiam em mim. Era perigoso, já que eu estava num amontoado de humanos, que estava me deixando um pouco enjoada.

   —Por que ele está te olhando? —Perguntou uma garota com “JB♥” gravado nas duas bochechas.

   —Deve ser coincidência. —Sorri para ela e comecei a me afastar, indo em direção aos bastidores. Eu tinha um assunto mais urgente para tratar, parei na frente de um segurança branco, mostrando meu crachá, pelos corredores, pensei outra vez como seria se Justin soubesse de mim, das minhas asas, da minha auréola... de tudo.

   Seria mais fácil? Ele se afastaria, ou me aceitaria?

   Ah! Pare de pensar asneiras, Saray.

   —Kenny, vou ter que sair. — Falei, parando na sua frente.

   —Sair? Para onde vai? —Perguntou preocupado comigo, dei um sorriso reconfortante.

   —Me... Ligaram, uma amiga está na cidade e queria fazer uma surpresa. —Kenny confiava em mim, o bastante para saber que Justin estava a salvo comigo, deu um sorriso bagunçou meu cabelo.

   —O que eu digo para o garoto? — Respirei fundo e apertei os olhos, procurando uma resposta.

   —Isso que eu acabei e lhe dizer, que fui visitar uma amiga.

   —Bom, tudo bem. Cuidado. —Sai de perto de perto dele, saindo dos bastidores e indo de encontro a multidão, na frente ainda tinha uma fila quilométrica. Como alguém ainda podia entrar lá? Já estava claustrofóbico, andei para longe, entrando em um beco escuro. Me tele-transportar em publico seria perigoso, apesar de ser questão de segundos, aqui era perigoso, sempre tinha pessoas observando.

   Respirei fundo e apertei a cruz contra o meio da minha mão, onde estava à cruz vermelha invertida na minha palma, a marca dos anjos caídos em missão.

   Senti minha matéria de desfazer, como uma nevoa, eu não tinha limitação de um corpo. Eu estava livre das limitações da carne, sentia o gosto de Sol e Luz, estava me sentindo como no Reino, uma pura e simples felicidade, como se pudesse ver os campos brancos. Eu era pura Energia, mas a sensação de leveza e felicidade pura durou 3 segundos, e logo eu caí na frente de uma casa branca e costeira. Perto do mar, o vento batia no meu cabelo e me dava frio, era noite.

    A casa se erguia com varias plantas subindo em suas paredes, com uma chaminé cinza simpática em cima, com as tenhas azuis escuras, degraus de madeira na frente. Subi as escadas e entrei, passando pela porta de tela e pela de madeira.

     —Como está? —Perguntei quando vi o garoto sentado na mesa da cozinha bebendo um chocolate quente, relaxado na cadeira e fitando para televisão ligada, o corpo moreno jogado.

    Micaela suspirou, olhando para o rosto despreocupado, bebendo na caneca de porcelana francesa.

   —Ele é um idiota completo, acordou faz um 20 minutos e pediu algo pra beber.

   —Pedir algo pra beber para garota que me seqüestrou é uma coisa ruim? —Falou andando até nós, com um sorriso e o andar confiante, como se fosse algo normal.

   —Você, quieto. —Ordenou Micaela visivelmente aborrecida, os olhos brancos ejetados, Sebastian jogou uma mão para o alto e se jogou no sofá.

   —Então, Saray, o que houve com a sua promessa? —Perguntou bebendo um pouco de chocolate quente.

   —Não toquei em você. —Contestei simplesmente, ele se calou diante da verdade, revirei os olhos e os voltei para Micaela. —Já conseguiu falar com eles?

    —Eles estão em bloqueando! Estão fazendo outra coisa e não querem interrupção. Tente você, Gabriel sempre te ouve. —Falou um pouco enciumada.

    —Pera ai. Gabriel? O anjo Gabriel? —Perguntou Sebastian aturdido.

    —Arcanjo Gabriel. —Corrigi, e fechei os olhos, tentando achar uma conexão. E como Micaela tinha previsto, eu achei a conexão, era fácil quando se tinha uma ligação com ele.

    —Você achou não foi? —Perguntou ela me encarando, dei um sorriso e dei de ombros também.

     —Eles não vão demorar. —Respirei fundo e, alguns segundos depois, sentimos o calor que vinha da janela, ou perto, eles estavam chegando. Respirei fundo uma vez que vi o brilho das asas cor de prata de Miguel, nunca tinha chegado ter realmente algum tipo de união com ele, só pequenas conversas para discutir para onde mandava minha tropa. Já que eu comandava uma das tropas que quase sempre iam para frente de campo, então logicamente eu precisava saber onde eu tinha que me manter no campo de batalha.

     —Por que nos chamaram? —Indagou Miguel, o olhar prata em mim...

     —Onde está Rafael? —Perguntou Micaela.

     —Ele não vem. Não podemos deixar tudo lá em cima. Os ataques estão cada vez mais freqüentes e inúteis contra nós, Lúcifer está apelando para o lado humano. Rafael está perdendo a visão.

     Isso não era bom, Rafael era um visionário, tinha sempre algo em mente, algo para incrementar e se ele estava ficando tão cego aponto de estar perdendo sua calma... Bom era perigoso e seja lá o que estivessem planejando, estava dando terrivelmente certo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Estou perdoada?
Gostaram?
Tá bom?
Bjs



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Anjo de Vidro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.