Os Guardiões das Chaves escrita por Key


Capítulo 4
Cap. 4 - Halloween Maldito.




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Capítulo 4- Desaparecida

Acordei com alguém balançando meus ombros, não com força. Levantei rápido demais e acabei batendo de cara com Nico. Se não tivesse ido com a testa para frente, teria o beijado, e isso não ia ser muito legal naquelas condições. Ele estava rindo antes de eu acerta-lo na testa.

- Nico, Nico! O que aconteceu? – perguntei olhando para os lados.

- Ganhamos a captura da bandeira Kel! Graças a você!

- E onde está madson? – Olhei pare ele. Ele continuava abaixado e eu continuava  sentada na floresta. Seu sorriso desapareceu.

- Santo Hades... – ele levantou e me puxou pela mão. Não tinha notado mas ele a segurava. Me mate por favor? Obrigado.

Começamos a correr. Peguei a primeira tocha que vi pendurada em uma árvore e comecei a gritar pelo nome de Madson. Passou algum tempo. Já me sentia muito cansada quando fui me dar conta de tinha um ferimento na perna. Encontrei Amanda e Nico um pouco depois. Eles estavam completamente apavorados. E eu não estava muito lá diferente. Éramos os responsáveis dela. E todos os três a haviam perdido. Que maravilha. Manda começou a andar para fora da floresta em direção a Arena de Combate, que não estava longe.

- Onde você vai? – perguntou nico.

- Não vou ficar o resto da noite procurando. Já a perdemos. Melhor esperarmos até amanhã e conseguir uma missão.

Começamos a segui-la também. Acabei tropeçando ao pular o riacho, e Nico me segurou. Continuamos seguindo, ele praticamente me rebocando. Meu ferimento na perna parecia instável, mas ardia muito.  Passando pela arena de combates, comecei a ficar tonta. Estava tudo totalmente escuro. Manda tinha sumido de vista. Avistei as luzes da Casa Grande acesa. As luzes eram muitas. Milhares. Nico parou e me sentou no chão. Retiramos minha armadura. Deixamos ali mesmo. Ele se abaixou e me levantou. Já estava muito inconsciente quando chegamos à casa grande. Ele me deitou numa cama e alguns sátiros e campistas vieram me ver. Um curandeiro de Apolo em pouco tempo já estava passando ambrosia em meu corte. Eu tomava também um pouco de néctar e ambrosia. Ele retirou a mão do corte rapidamente e riu de nervoso.

- Faíscas. – explicou quando o olhamos. Alguns riram.

Adormeci ali mesmo. Acordei no Chalé de Zeus, às seis horas da manhã. Coloquei um short e uma regata pretos. Só tinha praticamente isso mesmo. Saí exatamente quando Quíron tocou a trombeta, às sete e meia. Encontrei Nico e Manda. Seguimos em silêncio para o pavilhão do refeitório, e nos sentamos à mesa central. Dionísio apareceu ali praticamente do nada. Esperamos Quíron.

- Então. Não enrolem. – Dionísio com sua adorável impaciência.

- Vocês não estão preparados ainda para uma Missão. Madson não pode ter ido muito longe. – disse Quíron.

- Quíron... Ela... é muito importante. Você sabe que se eu a perder os deuses podem me incinerar. – tentei argumentar.

- Eu sei, criança. Mas não posso e nem tenho autorização para deixar três filhos de dois deuses poderosos saírem por aí. Ainda mais carregando as chaves dos reinos.

- Então a deixaremos desaparecida por aí? – Perguntou Manda.

- Não. Creio que se caso algo ruim aconteça a ela, Nico saberá, não? – Nico concordou. – Então, peço a vocês dois dias. Caso nada aconteça até lá, vocês partirão. Até lá, treinem. E preparem-se para o Halloween.

- O QUÊ? – Perguntaram os três ao mesmo tempo. Manda e Nico felizes, eu não.

- Até mais Crianças. -E assim se desfez. Dionísio explodiu em uvas.

- A Porta Almas desaparece e ele me fala de Halloween. Não acredito. – Falei.

E de fato, tudo estava começando a ser enfeitado pelos filhos de Afrodite e Atena. Enquanto eu arrumava minhas coisas para a missão, Nico e Amanda criavam ossos decorativos. Claro, para que se preocupar com aquela garota? Ok, tinha muito com o que se preocupar com ela.

À noite, centenas de luzes foram acesas na frente dos chalés. Nada mais estava aceso. Tudo totalmente apagado. Ah, claro, a fogueira também estava acesa, mas muito fraca, para as luzes das abóboras terem mais efeito. Na casa grande, poucas luzes. O resto estava em completa escuridão. Fui até o chalé de Afrodite levando algumas roupas, e pedi ajuda para Anita. Ela me colocou entre as garotas, que já estavam arrumadas de bruxinhas. Não pude parar de pensar em onde estaria Madson a essas horas. Ela não seria tão esperta a ponte de sair do acampamento e não conseguir voltar. E sim, estou sendo irônica ao usar a palavra esperta.

As garotas de Afrodite quase me deixaram louca. Enquanto uma colocava o tênis All Star cano super longo em mim, outra dava cortes em meu shorts, que era uma calça balonê preta parecida com essas que só ciganas usam. Não faço a mínima idéia de como, mas elas me trocaram e juro que não tive tempo de analisar nada. Só quando vi no espelho. Vestia uma regata preta e o shorts balonê, o all star era magicamente o dobro do seu tamanho natural (de altura, ele chegava uns três dedos abaixo do joelho). Meu piercing no nariz não era mais uma bolinha, e sim uma argola, e fiquei tentando desesperadamente me lembrar de quando elas trocaram. E como também.

Saí de lá com o resto do chalé. Alguns campistas estavam na fogueira, segurando alguns sacos de doces. Outros já seguiam o caminho de velas. Avistei Manda indo para lá, saí correndo até que a alcancei.

- Ué, não está fantasiada senhora empolgação?

- Já estou vestida, oras. – ela me respondeu com um sorriso de superioridade.

- E que fantasia é essa? – ri.

Ela pegou um galho do chão e o partiu fazendo uma varinha. O mostrou para mim e levantou as sobrancelhas. Brandiu ele para perto de uma vela e dali surgiu um pequeno coelho negro de sombras. Ele saltitava, no chão. Revirei os olhos e ri. Ela jogou o galho fora. Nico surgiu do lado de Manda. Ela não levou susto. Com certeza pressentiu a chegada dele.

- Olá. Ah... Não!- queixou-se. O fitamos. – De novo! Esse colar não para de brilhar. Uma hora está normal, e do nada ele emite esse brilho.

- O meu também tem dado isso... Ó! –Manda retirou de baixo do vestido e mostrou o colar que emitia um brilho, igual ao de Nico. – Começou a algumas horas atrás, eu acho.

- Venham – comecei a correr para a praia.

Não pude deixar de pensar nas chaves brilhando. Entre as três, a minha era a única do Olimpo, e não brilhara. Então o problema era com Hades, ele que resolva aí.

Na praia, sentei em um banco ao lado de Manda, Nico e Rheel, um dos filhos de poseidon. Éramos apenas nós quatro, só um banco destinado aos três grandes já estava de ótimo tamanho. Thalia, bem, voltara para a caçada. Ela se distanciou um pouco da caçada, pois tinha de falar com Rachel. Acabou que ficou uma semana fora da caçada.

Aos poucos, a praia estava lotada de semideuses. Quíron conversava com Dionísio calmamente, distante da fogueira. É, ai meu sonho se realizou: Luce, a imprestável da filha de Afrodite veio se sentar ao lado de Nico. Bom, eu não gosto dela, e o sentimento é recíproco. Eles começaram a conversar, baixo de mais para eu escutar, já que estava na ponta do banco. Rheel estava ao lado de Manda. É, eu estava segurando vela, então decidi levantar e fui conversar com os filhos de Apolo. Eles eram divertidos, mas é claro que eu olhava Nico e Luce a cada... Meio minuto?

Deu exatamente meia noite. Os Stoll chamaram todos para jogarem os doces. Era assim, jogávamos os doces para o alto e pegávamos o maior número possível. Bom, fui até o Annie – uma das filhas de Apolo – para o meio da praia. Vi Luce puxar nico pela mão e só largar na hora de preparar os doces em cada mão. Manda estava com Rheel, e eu estava com uma Amiga. Forever Alone.

Os Stoll fizeram a contagem e no 3 todos jogamos nossos doces. Todos se jogaram na areia macia para começar a pegar os sacos de doces. Vi Manda e Rheel rindo e rolando. Eles eram tão bonitos juntos. Vi também Nico pegando um bombom e dando para Luce. Ela riu, agradeceu e o abraçou, me mandando um olhar nojento. Senti alguma coisa me puxando pela perna e cai. Rheel e Manda tinham me puxado. Comecei a rir. Consegui pegar um pirulito colorido e um bombom. Achei bonitos os pacotes em que os filhos de Démeter colocaram os doces. Levantei e fui me sentar ao banco novamente. Os filhos de Apolo começaram a tocar uma música calma. Formaram-se pequenos círculos pela praia.  Nico conversava com Luce perto do Mar. Filhos de Ares passavam ali e lhe davam tapinhas no ombro como se dissessem “hum, seu sorte em irmão”. Humpf. Comecei a desenhar com o dedo no ar. Aonde um dedo passava, ia deixando uma luz azul prateada. Desenhei um mar e uma onda calma. Depois, desenhei uma Dracaenae. Os filhos de Apolo me observavam desenhando. Eles falaram alguma coisa e riram, quando escutei um barulho vindo de trás da floresta. Me virei para ouvir melhor, e Annie perguntou:

- Kel? Kel, você está bem?

Cheguei mais perto da borda da floresta. Continuava a escutar um som parecido como... Algo ronronando? Não, não era essa a palavra.

Atirei lateralmente uma pequena faísca em direção à floresta. Ela iluminou algo até bater em uma árvore. Meu azar foi de ver grandes olhos negros me fulminando. Não tive tempo nem para respirar. Um vulto negro se jogou sobre mim. Disparei uma descarga de energia do meu corpo atirando o cão infernal para longe. Ele caiu e voltou a se levantar. Vi a coleira prata que ao redor de seu pescoço. Sra. O’ Leary. Ela não voltou a atacar, começou a mexer a cabeça como se quisesse que algo saísse de dentro dela. Ela me fuzilou novamente e saltou sobre mim. Dei alguns passos para trás, mas não joguei descarga de energia. Ela era o cão infernal mais dócil do mundo, porque diabos estava me atacando?

Ouvi a voz de Nico atrás de mim gritando:

- SRA O’LEARY! PARE!

Ela começou novamente a mexer loucamente a cabeça, e saiu de cima de mim. Meu peito doía, ela tinha colocado a pata com parte do peso em cima. Ela deu mais algumas mexidas com a cabeça e se jogou de volta para a floresta. Nico veio até mim, deixando Luce em pé, um pouco atrás. O chalé de Apolo já mergulhara na floresta para espionar a cadela infernal. Nico e Annie me ajudaram a levantar. Annie me entregou um colar com uma esfera onde continha a minúscula chave. E estava arrebentado. Minha clavícula estava arranhada e meu colar arrebentado. Sra. O’Leary foi mandada para me arrancar o colar com a Chave do Olimpo. Mas resistiu.


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