Depois de recolhermos todas as nossas coisas- até as que estavam jogadas em cima do ventilador- nós pagamos o que tinha que pagar e fomos embora. Correndo com o Camaro pela estrada malfeita que levava pro aeroporto clandestino. Nós devolvemos o carro e corremos pro jatinho de Abe, que não estava ali. Eu peguei o celular e disquei o número que estava na memória.

-Alo?- A voz de Abe estava cansada. Era noite pra ele e ele devia estar dormindo.

-Hey velho!-Eu disse- Eu acho que alguém roubou o seu jatinho.

-Não. Como você não se comunicou ontém, eu tive que pedir que o piloto voltasse aqui e pegasse dois guardiões pra irem atrás de você.

-Você está louco velho? Já devem ter uns trezentos atrás de mim. Se você tira alguém da cadeia, deve protegê-la!

-Não me dê lições de como tirar alguém da cadeia, ok? Eu mandei Hans e Eddie atrás de você.

-Hans? Hans? A primeira coisa que ele vai fazer será me prender!

-Não- Abe disse calmamente.- Ele acha que você é muito boa pra ter se incriminado daquele jeito. Ele sabe que não foi você.

-Mas você acha que ele vai meter o pé na cova por uma coisa que ele acredita?

-Não é isso o que você sempre faz?-Ele rebateu.

-Não interessa. Em quanto tempo o avião pode chegar aqui?

-Ele deve chegar em menos de meia hora. Eles partiram há muito tempo.

-E como vão as investigações?

-Eles estão indo pro lado contrário do aeroporto. Seja lá o que você fez, fez bem.

-Não, eu não fiz. Abe, eles estão indo pra esse lado porque Dimitri pediu um papel pra ser plantado como pista falsa. Eu dei o único papel que eu tinha e esse era um bilhete que a rainha tinha mandado me entregar.

-O que diz esse bilhete?- A voz dele estava mais desperta e curiosa. Ele era Zmey. Mais que apenas uma pessoa que eu confiava ele era o meu pai."Poucos devem saber" a frase de Tatiana passou pela minha cabeça. Eu tinha que contar pra Abe. Ele ia me ajudar.

-Diz que Lissa tem um irmão e é onde ela me dá a missão de achá-lo. -Eu disse, e depois acrecentei em tom de Advertência-Poucos devem saber.

-Ok. É o que eu preciso. Tchau.

-Abe? Zmey!?

Era tarde demais, ele já tinha desligado.

-Então- Disse Dimitri atrás de mim.- Onde está o avião?

-Abe mandou o piloto ir buscar Eddie e Hans ontém á noite por que não demos notícias. Eles devem chegar em alguns minutos.

-Rose, qual é a sua relação com Abe?-Perguntou Sidney

-Ele é meu pai- Eu disse como se fosse a coisa mais normal do mundo.Tudo o que eu consegui foi um 'Oh!'

-Rose, aonde vamos?

-Sidney descobriu que Jane Doe se mudou pra Baia há alguns anos.-Eu pude ver os olhos de Dimitri se encherem de brilho

-Então é Baia?

Eu acenei com a cabeça. Eu sabia que uma ida a Rússia o faria muito bem. Mas uma ida à Baia o faria renascer-Mais uma vez.

Esperamos até o avião de Abe chegar. Eddie e Hans mal desceram tiveram que voltar. O piloto disse que só ia encher o tanque e voltar. Sidney, Eddie Hans e Dimitri sentaram juntos. Eu escolhi sentar sozinha pra pensar. Eu me afundei no banco e fiquei olhando pela janela. Dimitri depois de um tempo veio sentar ao meu lado em silêncio e isso me fez lembrar de quando ele me achou pela primeira vez quando eu e Lissa estávamos 'fugidas'. Ele tinha sentado ao meu lado querendo conversar e eu praticamente o ignorei. Eu estava fazendo a mesma coisa agora. Eu não queria acreditar que fizemos o que fizemos na noite anterior por que tinham nos dopado. Eu queria acreditar que fizemos aquilo por que ele ainda me amava e não aguentava mais ficar sem sussurrar isso em meu ouvido.

-Rose, o que você tem?-Ele perguntou. Eu precisava de seus braços ao meu redor, então eu me virei e o agarrei como uma criança que achava a mãe depois de ter se perdido no shopping. Ele estava meio rígido mas logo relaxou e devolveu o abraço.

-Dimitri, o que eu tenho? Eu não quero te perder e cada vez que eu caminho em sua direção eu só te vejo mais longe.-Eu senti uma lágrima escorrer dos meus olhos.

Ficamos um tempo assim, mas depois ele pegou o meu queixo suavemente e o afastou de seu peito para que eu pudesse olhar em seus olhos.

-Roza-O meu antigo apelido fez um arrepio passar pela minha espinha. Não era como um arrepio de medo mas era uma coisa boa-, eu posso aguentar te ignorar, eu posso aguentar ter que fazer você se apaixonar por outro cara. Mas eu não posso aguentar fazer você chorar por mim.

Ele puxou o meu queixo e nossos lábios s colidiram. Não era nada como a Luxúria que tinha quando ele era um Strigoi. Muito menos a Luxúria no nosso beijo no elevador ontém. Era um beijo quente e suave que me dava sensações que eu só sentia com Dimitri. Quando nossos lábios se separaram eu acolhi a minha cabeça em seu peito e cai no sono. Foi um sono limpo, sem sonhos muito menos Adrian. Eu acordei com Dimitri do lado quando estávamos pousando em um aeroporto (fajuto e ultra-mega pirata), à dois quilômetros de Baia. Dimitri pegou um carro com o dono do aeroporto clandestino (que era seu conhecido.) e dirigiu até Baia. Chegando à sua casa- que foi onde ele disse que todos(4 pessoas) ficariam hospedados- Olena nos recebeu como se fossemos seus próprios filhos. Especialmente Dimitri, o verdadeiro filho que ela não via á muito tempo e tinha sido dado como morto e milagrosamente estava aqui, enrolado em seus braços. Karolina e Sonya eatavam trabalhando. Paul, o sobrinho de Dimitri estava dormindo. Olena dividiu todos os quatro quartos para seus quatro hóspedes. Dimitri ficou em seu antigo quarto e Olena me jogou nele também. Yeva estava na casa de Oksana e Mark, mas, como ela era meio que uma Adivinha, Olena já sabia que estávamos vindo. Nós jantamos- Por que a viagem de Vegas à Russia não demora 5 minutos. Chegamos lá e já era noite.-com todos da família e depois do jantar, nós ficamos todos conversando na sala. Alguns sentados no tapete e outros no sofá. As principais pergunta eram pra Dimitri. Estavam muito curiosos sobre ele. Mas teve pergunta que Sonya fez que me deixou de cabelos brancos.

-Hey, e como vai você e Rose?-Disse ela piscando pra mim.

Pra minha surpresa, Dimitri entrelaçou seus dedos nos meus e sorriu pra ela.

-Bem. Juntos.

Mais nenhuma pergunta me deixou assim. Não chegou nem perto. Quando subimos pra dormir, eu exigi umaa explicação.

-O que foi aquilo lá embaixo? Bem? Juntos?

Ele segurou em minha cintura e me arrastou pro seu peito, prendendo os meus braços entre ele e eu. Eu levantei o rosto pra encará-lo.

-E você acha que eu quero mentir pra minha família?

Ele colou seus lábios nos meus e ficamos assim pelos melhores 30 segundos da minha vida.