Discover. escrita por Strauss


Capítulo 2
Festa




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Bom, depois de uma semana tendo aulas de recuperação finalmente ia acontecer a festa de aniversário do Bruno. Dia 16 de Dezembro... Ele vai completar 17 aninhos de vida! Estou tão ansioso que não pude conter minha felicidade pra dentro de mim. Eu estava sempre sorrindo, e minha mãe perguntava o que era e eu smpre dizia que era... Vontade de viver. Ah, nem falei sobre mim, não é? Meu nome é Armand Martins, sou filho de Ed e de Simona, meu pai é descendentes de portugueses, enquanto que minha mãe de italianos. Só que como houve uma mescla entre indios, negros e caboclos, eu não nasci especificamente uma pessoa branca de olhos claros. Tenho a altura certa pra minha idade, 1,72 e tenho 17 anos. Meu cabelo é castanho-escuro, mas prefiro dizer que é preto logo... Meus olhos também são castanhos-escuros, mas como ninguem percebe muito isso, digo logo que é preto. A cor da minha pele é parda, e não tenho barriga "tanquinho". Digamos que... sou um adolescente comum. Meu cabelo era meio oleoso, mas passei a cuidar mais deles, e tambem de mim próprio, enfim, né? Tá aí, um bom lado de ser gay. Bom, eu não sou gay assumido, as unicas pessoas que sabem disso são meus amigos e amigas. São poucos, não tenho muitas amizades verdadeiras. Caio, Thales são os dois que sabem realmente que gosto de homens. Agora, Nathan Moraes, Natan Lima, e Anísio eles sabem, só que eu ja tinha "parado" com isso, e então eles encaram numa boa e que eu gosto de pegar mulher. Meus pais são separados desde meus 10 anos... Foi algo muito traumatizante pra mim, sabe? Isso afetou tanto a mim, que eu fiquei muito sem noção das coisas... Não sei como explicar mas, enfim.

Eu estava me arrumando pra festa do Bruno, quando mamãe chegou em casa com o presente. Eu tive uma discussão com ela, porque mamãe tinha comprado um perfume feminino da "O Boticário" e não masculino da Kalvin Klein. Eu fiquei tão puto com tud, que eu, todo bonitão, fui lá no shopping na maior chuva e troquei. Quando volti eu estava terrível. Meu cabelo desmanchou todinho (isso não é problema, ele fica melhor bagunçado) e a minha roupa ficou molhada. Ainda faltava meia hora, e eu não sabia o que fazer. Aquela era a roupa perfeita pra aniversário dele, a culpa é toda da minha mãe u-u'.

Dei um jeito de secar a roupa com secador e quando ja estava um pouco umida eu passei o ferro. Bom, não ficou totalmente seca, mas tava melhor que antes. Vesti-me e desci a escada na maior velocidade, peguei um táxi e saí zarpando para o apê dele. Gastei 20 reais com o taxista (que ainda por cima, queria cobrar o fato de ser confortável) e saí. Quando eu estava entrando, eu me deparei com Natan Lima. Esse cara era insuportável nos primeiros anos que estudei com ele, e sem ainda contar que eu sempre suspeitei que ele tambem fosse afim de Bruno. Mas, sei lá, ele fica me agarrando,e depois briga comigo. Por isso descartei a idéia dele gostar de mim...É praticamente impossível.

-E aí, Natan! - eu disse, sorrindo.

-Fala mano!

A gente deu um breve abraço um no outro e subimos. Ficou um silencio tenso no elevador, até que a gente olhou um pro outro e começamos a rir.

-O que você vai dar pro moleque? - perguntou Natan.

-Perfume da Kalvin Klein, e você?

-Duas passagens pra "Sweet Land".

Fiz cara de "hein?".

-Sweet Land? - ele me olhou incrédulo.

-Nunca ouviu falar? Cara! É aquela boate muito show do outro lado da cidade! Nunca ouviu falar?

Fiz que não.

-Que merda, parece viado.

-Oh!

-Que é?

O elevador chegou no décimo sexto andar ( que ironia, não?) e tocamos a campainha do apê dele. Quando ele abriu, quase tenho hemorragia nasal de tão lindo e perfeito que ele tava! Nossa! Ele tava de smoke preto, com a camisa seda roxa. A camisa tava meio aberta... Bom, se ele não tivesse falando com o Natan, ele me veria babando.

-Feliz aniversário aê Bruno! - eu disse, me controlando pra não dar um beijo nele.

-Valeu cara! - ele sorriu e a gente entrou. Falei com os pais dele ( que iam muito com a minha cara por sinal) e o irmão mais novo dele, que mais estranho ainda tinha o mesmo nome que eu ( e a mãe dele tem o mesmo nome da minha mãe).

-Oi Armand! - disse aquela coisa branquissima de olhos cor de mel. Ele tem 14 anos ainda.

-Oi Armandinho! - Rimos. - Muito firme essa festa, hein?

-É... - se eu não conhecesse ele, eu diria que ele tava corando ao olhar nos meus olhos. - Bora la pra dentro? A festá é pra la, aqui só fica os velhos.

-Ei, olhe lá hein! Teu irmão tá ficando velho!

Fomos rindo para o lugar onde rolava a festa. O prédio era tão rico, mas tão rico, que tinnha canto pra balada. Entramos lá e vimos umas cinquenta e poucas pessoas dançando. Bebida liberada, mas só pro aniversariante e pros convidados especiais ( eu era uma desses). Fui falar com meus amigos, e a festa rolou... As meninas ( de muito mal gosto, sabe?Piriguetes mesmo...) ficaram dando em cima dele, e ele ignorando-as (esse é o meu Bruno) porque, apesar dele ser um dos caras mais lindos e legais domundo, ele ainda não se preocupada com garotas, ao menos não tenho com que me preocupar muito.

               Passei quase a metade da festa com Bruno e a outra metade sendo agarrado pelo irmão do Bruno e algumas outras pessoas. Eu não sei o que fiz com a minha aparencia, mas deu certo! Eu fui o segundo dos amigos especiais dele a sair,porque mamãe tava enchendo o saco... Aquela velha sabe estragar a festa na melhor parte! Estávamos indo jogar Desafio, onde só vale desafiar... Obviamente. Eu já tinha beijado três meninas de lingua e tive que fazer strip tease para o Bruno. Foi tenso, mas eu fiz (aliás, eu estava gostando muito). Lá pro meu décimo oitavo copo de bebida, eu já tava bem iradão. O desafio era, beijar um menino, caso contrário, seria banido da brincadeira. Óbvio que eu aceitei, só que na hora o meu celular tocou.

"Filho, o taxista ja está aí na frente pra te buscar, desce logo e não me arranjar confusão!Bjs."

Essa foi a mensagem que ela me mandou. Deu vontade de retornar assim ó:

"Mamãe, vai dormir, que eu to me divertindo, tá? bjs."

Só que se eu mandasse isso, ia ser pior.

-Ah! Poxa Armand! Vai agora não! - disse uma menina que eu nem tava lembrando o nome.

-Nem dá, minha mãe é muito chata...

-Ah qualé, deixa que eu falo com ela. - Bruno, fofamente disse.

-Bom, ela não vai deixar de qualquer jeito.

Me arrumei (eu estava com a camisa meio aberta) saí da sala e Bruno me seguiu até o elevador. O negocio de luz era automática e a luz não ligou, porque no inicio da festa a gente quebrou sem querer. E minha visão ja estava um pocuo debilitada devido a bebida... Nem senti Bruno tão próximo de mim, cara, deu vontade de atacar ele ali mesmo! Só que, por sacanagem da vida, a luz acendeu e a gente se afastou rapidamente. Ficamos conversando e quando o elevador apareceu, eu entrei e ele ficou, sorri bobamente pra ele, disfarçando a tristeza. Entrei no táxi e comecei a chorar sem cessar. Abri o vidro e respirei o ar frio da noite. O céu estava sem Lua e sem as estrelas, o céu estava vazio, assim como eu estava me sentindo... Vazio.


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Notas finais do capítulo

é isso aê, reviews? =D



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